Ao chegarem ao local escolhido, pousaram em uma montanha e esperaram. Logo viram uma imensa nave descer pelo céu e parar em um campo aberto. De dentro dela saíram vinte soldados equipados com scouters e vestidos com roupas muito parecidas as de um sayajin, mas com longas ombreiras.

Freeza saiu em seguida, seu corpo fora reunificado, porém algumas partes foram descartadas e trocadas por próteses de um metal prateado, inclusive sua cauda. Detrás dele vinha seu pai, era muito maior e mais parecido com sua segunda forma, seu ki não parecia ter grande poder de luta, mas seus olhos pareciam trazer o conhecimento e a maldade do Universo.

— Vamos lá!- sorriu Goku.

— Esperem!- pediu Videl.

A menina encarava uma figura solitária em um morro próximo. Era humano, com cabelos lilases e olhos claros, muito bonito, vestia uma jaqueta azul e nas costas uma espada.

— Quem é esse?- perguntou Kuririn.

O rapaz desceu e voando foi até onde estavam Freeza e seu pai. Encarou-os sérios. Esse que era o Grande Imperador?, pensou com uma sobrancelha arqueada, parecia decepcionado.

Rei Cold o avaliava calmamente. Esse povinho da Terra parecia insignificante. Já seu filho ficou tenso, não conhecia esse, porém ele lhe lembrava alguém.

— Freeza?- chamou o rapaz.- Eu estou aqui para matá-lo!

O quê?, pensou Goku ouvindo as palavras. Quem era esse agora? Será que seria poderoso o suficiente para derrotar esse monstro?

— Saia da frente!- mandou Rei Cold.- Não atrapalhe!

O desconhecido sorriu.

— Muita ingenuidade de um ser fraco vir só com o filho derrotado para acabar com quem quase o matou e deixar Kooler.- começou o rapaz.- Mas acho que você não iria querer Kooler vagando por aí enquanto as esferas estão a seu alcance. Além disso, você não é ingênuo, nunca viria sozinho confiando no poder de seus filhos.

— Como ousa?- gritou o Rei.

Droga, pensou, esse garoto sabia demais.

Goku e Vegeta desceram da montanha e pousaram ao lado do rapaz. Quem ele pensa que é?, perguntou-se Vegeta.

— Desculpe, mas eles são assunto nosso.- comentou Goku sério.

— Como queira, mas depois preciso falar com você, Sr. Goku.

Ele o conhecia? De onde? Goku não se lembrava de já tê-lo visto antes.

— Quem é você, garoto?- perguntou Vegeta.

O desconhecido encarou-o. Algo dentro do sayajin agitou-se, esse olhar era parecido com o seu logo após a destruição de seu planeta e durante o tempo que ficou no Império. Triste, solitário, sem esperança, cansado e vazio.

— Por enquanto não sou ninguém.- respondeu o jovem ainda olhando-o.

— Logo será um morto.- zombou Rei Cold chamando novamente a atenção.- Seu moleque abusado!

— Freeza.- começou Goku.- Antes de acabar com você vou perguntar pela última vez, onde está meu filho?

O monstro sorriu maldosamente, o sayajin não gostou da expressão de satisfação na cara do inimigo. O que teria mudado?

— Morto.

— Eu quero a verdade!- rugiu Goku irritado. Estava cansado desse monstro mentir.

— Kooler matou-o um pouco antes da nossa luta.- respondeu animado.- O pirralho morreu com dignidade, não se preocupe. Só lamento não ter tido tempo de trazer seu corpo para poder enterrá-lo.

Não! Isso não pode ser verdade, pensava Goku. Seu filho não podia estar morto.

— É melhor você estar enganado, Freeza.- comentou Vegeta ao ver o choque no rosto de Kakaroto.

— Não se preocupe, logo se unirá a ele.- zombou Rei Cold.

Goku sentia inúmeras sensações; dor, raiva, tristeza, choque, vazio...sua esperança fora arrancada de seu corpo com tamanha violência que causara-lhe dor física. Sua mente um branco dolorido, não sobrara nada dentro de si, tudo parecia ter perdido o sentindo. Nada mais importava, não tinha nem forças para reagir.

— Ele está vivo.- afirmou o desconhecido.

Goku olhou-o através das lágrimas em seus olhos, nem percebera que elas foram formadas. A convicção na voz do rapaz chamou a atenção de todos. Freeza encarou-o desconfiado.

— Ele está morto, Kooler garantiu.- confrontou Rei Cold.

O rapaz sorriu. Vegeta olhava aquele sorriso abismado. Quem seria ele? Como podia saber se o menino estava vivo? E por que aquele maldito sorriso era igual ao seu?

— Tem certeza?- sussurrou Goku. Precisava acreditar, nunca se perdoaria se seu filho tivesse sido morto por esses monstros e não estivesse lá para impedir.

— Sim, Gohan está vivo.- confirmou novamente olhando o sayajin.

— Você o conhece?- perguntou sentindo sua esperança retornar.

O desconhecido desviou o olhar, era complicado responder a essa questão.

— De certa forma sim.

Impossível, pensou Freeza. Nunca vira esse cara no Império. Ao menos que ele fosse com quem Gohan vinha treinando escondido. Ele era humano, sem qualquer poder que chamasse a atenção; contudo havia algo mais.

— Imagino que seja você que vinha treinando-o escondido de mim.

Goku alternava o olhar de um para o outro, esses estranhos conheciam Gohan melhor do que ele. Pela primeira vez sentiu inveja, não sabia nada do que se passava com seu próprio filho enquanto todos seus inimigos pareciam conhecê-lo.

— Lamento Freeza, mas você morrerá sem saber.- respondeu o jovem sério.- Não conheço Gohan pessoalmente.

Vegeta sentiu uma perturbação no ki de Kakaroto e o olhou. Sua expressão o surpreendeu, parecia estar perdendo o controle. Os olhos fixaram-se em Freeza e o ódio que via neles o assustou. Kakaroto, normalmente, era tranquilo e ingênuo, porém logo ele explodiria.

Freeza treinara seu filho, alguém mais o fazia às escondidas. A questão não era mais onde ele estava, mas quem seria? Como cresceu e como seria sua personalidade? Fora moldado para ser um monstro ou sua bondade de quando mais novo prevaleceu? Ódio, sentia puro ódio. Turles o levou, Freeza treinou, adotaram Gohan por algum motivo desconhecido e quando não servia mais mataram-no? Ou, pelo menos, tentaram matar. Queriam um soldado sayajin e quando não conseguiram queriam descartar uma criança inocente?

— Como você se atreve?- murmurou entre dentes. Todos encararam Goku surpresos por seu tom de voz.- Não há lugar onde possa se esconder de mim, Freeza, nem você e nem Turles. Eu os matarei e seu irmão será o próximo.

Vegeta ergueu uma sobrancelha. Quem diria que esse bobo podia ficar tão irritado? Já Freeza lamentou a ausência de seu irmão mais velho. Seu pai era inteligente, mas um fraco e, ele próprio já fora derrotado. Não trazer Kooler fora uma burrice que lhes custaria muito.

— Eu nunca perdoarei você!- gritou avançando a uma velocidade surpreendente, até mesmo para Freeza que já conhecia seus poderes.

Em seu caminho, até chegar ao monstro, derrotou um por um cada soldado com apenas alguns golpes todos caíram mortos. Os instintos sayajins afloraram por conta da raiva. Parou de frente à Freeza e transformou-se em super sayajin. Quem não vira em Namekusei, surpreendeu-se. O poder que Goku exalava era inacreditável, principalmente fora de controle como estava.

O desconhecido via tudo sério, mas em nenhum momento surpreso. Pelo contrário, estava calmo como se aquilo fizesse parte de seu cotidiano. Bardock não demonstrava expressão, mas estava orgulhoso de seu filho mais novo.

Goku estava fora de si, sua raiva era incontrolável enquanto Freeza estivesse a sua ,frente. Quando ia impulsionar-se para atacar uma figura entrou a sua frente. Era o rapaz de cabelos lilases.

— Saia da minha frente!- ordenou ainda mais irritado.

— Mate-o rapidamente.- pediu tranquilo.- Não o torture ou irá se arrepender depois, pode acreditar.

O que esse idiota estava falando?, pensou Vegeta. Não via que Kakaroto estava fora de controle? Como um ser fraco como ele se atrevia a entrar na frente dessa forma? Queria ser morto? Deixasse que Kakaroto lidasse com Freeza como bem entendesse. Aliás, por que estava preocupado com esse imbecil?

— Se você o torturar não se perdoará depois e irá sofrer por isso.- terminou o jovem saindo de sua frente.

Goku ouviu as palavras e as entendeu. Por mais que quisesse que Freeza sofresse, sabia não ser assim. Eram os instintos assassinos de sua raça que estavam no controle e não permitiria que eles o dominassem.

Rei Cold começou a entender o que falavam, Freeza não seria capaz de vencer, seu filho que um dia fora tão poderoso, hoje não passava de um inútil de que nada mais lhe servia. Tinha dúvidas se até mesmo Kooler poderia lidar com essa ameaça, apesar de ser mais forte, além disso, não poderia considera-lo seu aliado. Entretanto, era um engano pensar que tinha vindo despreparado. Muito pelo contrário.

Sorriu, esses guerreiros não tinham a menor chance.

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O Sr. Kaioh estava atento a todos os detalhes do que se passava na Terra, tão atento que descuidou-se do que acontecia no entorno da Galáxia do Norte. Quando notou já era tarde.

Uma nave aproximava-se do planeta dos guerreiros. Quem seria? Mais aliados do Rei Cold?, perguntou-se o deus. Não sentia nenhum poder muito forte, mas percebia que o ocultavam. Eram dois, e dois sayajins!

A princípio até acreditou que pudesse ser Turles, mas logo descartou a ideia. Não era o ki dele e nem o de Gohan. Mas notava-se que eram dois ki malignos. Um deles não parecia ser perigoso, já o outro...

Era jovem e apesar de anulado, estava sempre esbarrando em uma espécie de barreira para que não escapasse. Sr. Kaioh jamais vira nada assim, um equipamento capaz de dominar o ki, principalmente o de um sayajin. Mas esse ki...

Uma conversa de anos antes tomou conta de sua mente:

“- Então meu velho amigo Sr. Kaioh do Norte está procurando um menininho? O que eu tenho a ver com isso?

— Kaioh do Sul, esse menino hoje deve ter apenas uns quatro anos e foi sequestrado há dois. Só quero devolvê-lo aos seus pais.

O deus da Galáxia do Sul não entendia o motivo de tanta preocupação para com esse assunto, a não ser que os pais fossem poderosos, o que duvidava ou teriam impedido. Não daria importância a esses assuntos bobos do Norte.

— Qualquer coisa o aviso. Agora vamos tratar de negócios.

— Negócios?- perguntou o Norte desconfiado.

— Sim!- gritou.- A Sra. Kaioh do Leste anda muito relapsa com as ações do Império do Grande Freeza. Logo estarão na minha divisa. Kaioshin garantiu que está cuidando pessoalmente do assunto, mas eu o acho muito jovem e sentimental.

— Ele é muito mais velho que você.- retrucou o Sr. Kaioh do Norte descrente, detestava esse cara do sul.

— Detalhe sem importância. Eu já tenho meus próprios problemas, não quero ficar resolvendo os do Leste e, agora, os seus.

— Tenha compaixão, é apenas uma criança!- gritou o Norte revoltado.

— Mas eu tenho que lidar com o Lendário Super Sayajin!- berrou.

— Hun? Do que você está falando?- perguntou o Sr. Kaioh sem entender.

O deus do Sul colocou uma mão na cabeça do norte e liberou um ki.

— Se sentir esse ki em sua Galáxia lembre-se: ele é o mais poderoso e perigoso sayajin que existe.”

— Então o Lendário Super Sayajin está na Galáxia do Norte. Hunn...- refletiu o Sr. Kaioh.- Que artimanha Rei Cold planejou?

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Os olhos escuros de Gohan encaravam Kooler, ficaram nisso por algum tempo. Apesar de tudo, o menino sabia que aquele monstro tinha um certo carinho por ele e, não podia negar que antes de Kaioshin e Sr. Kibido foi Kooler quem o cuidou, ensinou e protegeu. Entretanto, seu coração não suportava mais as maldades cometidas, não suportava mais eles ditarem que deveria entrar em um grupo de massacre e não queria mais continuar naquele planeta.

Se para ir embora tivesse que matá-lo o faria. Não fora isso que Kooler o ensinou? Faça o que deve ser feito para atingir o objetivo, mesmo que uma parte sua fosse perdida no final? Em seu âmago Gohan sabia, se matasse Kooler perderia uma parte de si mesmo.

— Dessa vez vou garantir que não sobre nada de você para reviver.- prometeu o monstro.

Gohan encarava seu oponente sério, não tinha como vencê-lo, seu poder era muito maior. Precisaria de um milagre! Teria que manter a calma e pensar em um bom plano.

— Tão quieto, Gohan.- riu o monstro.- Está com medo?

O menino não respondeu, estava sim com medo e ambos sabiam, mas não fugiria. Lutaria até que perdesse totalmente suas forças, provavelmente morreria antes, mas não desistiria.

Kooler avançou, era muito rápido. Gohan desviou com dificuldade, talvez a luta acabasse antes do que pensava. Kooler avançou novamente e mais algumas vezes em ataques diretos e físicos, o menino conseguia tirar-se do caminho. Não era fácil, mas até agora não sofreu os ataques.

Kooler, sorrindo zombeteiro, desapareceu e reapareceu por detrás de seu pupilo traidor, com violência deu-lhe um soco na coluna. Gohan foi ao chão cuspindo um pouco de sangue. Droga, pensou, ele nem chegou a empregar sua força total no golpe!

Sem tempo de recuperar-se foi agarrado pelo cabelo, como era curto o monstro agarrou os fios das pontas até a raiz, e levantou-o. Com muita intensidade desferiu uma série de socos em seu estômago. O garoto tornou a cuspir sangue.

O monstro aproximou o menino de seu rosto e sussurrou em seu ouvido:

— Numa hora dessas meu pai e Freeza já devem estar na Terra garantindo que seu pai e avô sejam mortos!

Avô? Ele tinha um avô também? Essas palavras, ao contrário do que pretendia Kooler, lhe deram mais força. Não por irritação, mas por alegria. Seu pai sempre o protegeu antes, de certa forma, mesmo à distância durantes esses anos, ele saberia o que fazer para salvar-se e a Terra. E se havia mais sayajins do seu lado, eles poderiam derrotar quem quer que fosse.

Gohan teria que esquecer por hora o que se passava em seu planeta natal e pensar em si mesmo. Sua situação era grave. Kooler era extremamente forte, contudo, o menino fora treinado por ele. Conhecia seus golpes, não na totalidade de seus poderes, mas conhecia e, em segredo, fora treinado pelo Supremo Sr. Kaioh. Tinha essa vantagem, Kooler não conhecia todos os seus golpes. Em algum momento poderia valer-se disso, se não fosse morto antes, claro.

— Meu pai já venceu seu irmão uma vez, qual a dificuldade de vencê-lo de novo?- murmurou Gohan apesar da dor na cabeça.

— Acho que vou matar você agora e depois levar seu corpo para que ele possa ver você pela última vez.- refletiu Kooler.- Ou talvez leve você vivo para executá-lo na frente de todos, seu pirralho insolente!

— Kooler?- chamou.- Cala a boca!

O monstro, irado, jogou o menino que caiu com violência no chão abrindo um grande buraco no solo. Droga, pensou o meio sayajin, algo dentro dele estava quebrado. Uma costela? Talvez duas? Como vencê-lo?

— Você podia ter sido meu herdeiro!- lamentou Kooler.- Desperdiçar um poder como o seu...

Gohan sentiu sua visão escurecer um pouco, estava ficando fraco e nem chegou a atacar!

— Apesar de tudo eu não odeio você.- confessou o menino com voz fraca olhando seu antigo mentor.- Mas não posso segui-lo. Eu escolhi meu próprio caminho.

— O caminho de um verme sayajin!?- riu Kooler sem humor.- Ah, esqueci, você é menos que um verme, já que sua mãe é humana. Você é um nada!

Kooler lançou uma energia rosa em sua direção, Gohan tentou desviar, mas estava mais lento. Conseguiu escapar apenas com um ferimento na perna, contudo sangrava muito. Gohan sentia-se cada vez mais fraco, Kooler estava certo, era um verme, nunca o venceria. Desse jeito tudo pelo qual lutou iria desmoronar, os escravos seriam recapturados e a Terra seria dizimada pelos dois irmãos. Tinha que lutar!

Com dificuldade ficou de pé, estava fraco, mas ainda tinha poder. Só tinha que coloca-lo para fora. Kooler ergueu uma mão, seria seu golpe final, o ato de misericórdia.

— E pensar que eu o via como um filho!- zombou o monstro lançando sua energia com muita intensidade em direção ao garoto.

Gohan com olhos vidrados via aquele imenso poder se aproximando, ergueu os braços e tentou parar a bola preta que vinha matá-lo. Gritou. Raiva, saudade, dor, esperança...

Ao passar a fumaça após o impacto, Kooler encarava seu antigo pupilo assustado. Os olhos antes pretos deram lugar ao verde e o cabelo espetou-se mais com os fios completamente dourados.

— Super sayajin!- sussurrou.