E se eu ficar? escrita por Day Real


Capítulo 17
Entre amigos.




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Dois dias após a ligação mais importante de sua vida, Mike tentava manter suas rotinas dentro da penitenciária. A dor o afetou bastante; Ele não fazia suas refeições adequadamente e pouco dialogava com alguns presidiários em que firmou amizade - o ex-sargento estava nos primeiros estágios de depressão. Aparentemente é o que demonstra por estar tão destacado, ultimamente. Enquanto os outros tomavam banho de sol no pátio, Mike se manteve em sua cela, deitado na cama com o seu olhar direcionado ao teto e pensando sobre tudo - o local em que está não há nenhuma arranhura que ultrapasse os raios solares. Era o turno, em que o carcereiro que lhe ajudou com o telefonema para Oliva, estaria. O homem passava costumeiramente pelo corredor fazendo suas checagens. De modo razante ultrapassou pela cela de Mike e entre um olhar rápido viu apenas escuridão. Continuou a fazer sua inspeção pelo corredor, depois de alguns minutos e antes de terminar seus serviços, não desistiu, até finalmente vê-lo. Ficou a postos em frente a grade, esperando por algum manisfeto do ex-sargento.

– Ei, rapaz! Você está por ai? - o chama batendo cuidadosamente com uma chave que estava em sua mão à grade.

– Sim, estou... - Mike o responde ainda deitado.

– Não pretende sair para pegar um sol? Está perdendo muitas proteínas, ficando aqui no escuro. - o anima.

– Não... estou bem! - diz vagamente.

– Seus amigos me falaram que você não anda comendo. - revela o carcereiro o procurando-o com os olhos em meio a escuridão da cela.

– Ando sem fome. - o ex-sargento sustenta uma voz desanimada.

– Desculpe minha intromissão, mas foi àquela ligação que te deixou assim, não foi? - indaga o homem esperando por uma abertura de Mike.

– Acho que sim... - levanta já ascendendo a um pequeno abajur improvisado perto de sua cama e se mantém a beira da mesma.

– Era alguém que amava? - permanece olhando para ele.

– Era sim! Alguém que, em tão pouco tempo, soube me conquistar de uma forma inexplicável... sabe... - revela com um pouco de dor em sua voz e levando suas mãos ao rosto.

– Posso não ser tão inteligente em matéria de amor, mas pude ver e sentir o quanto foi doloroso vê-lo ao prantos no telefone. - relembra emocionado pelo que presenciou.

– Todos nós temos uma única oportunidade na vida. Enquanto estive lá fora, acho que não fui o suficiente pra ela... - desabafa mantendo suas mãos ao rosto evitando que o carcereiro visse suas lágrimas que escorriam.

– Não se culpe, meu rapaz! Somos imperfeitos. Se ela te ama de igual modo, saberá o bom homem em que a espera. - o tranquiliza sorrindo lateralmente.

– O coração dela pertence a outro, o destino dos dois estão fincados. Nada posso fazer... - seca as lagrimas e continua lamentando indo em direção a grade mantendo o carcereiro em seu campo de visão.

– Quem te disse que acabou?! Por que não vai em busca dela, quando sair daqui? - o encoraja.

– Não sei...! Me sinto tão espedaçado por dentro em saber que não poderei ter quem mais amo ao meu lado. - torna a chorar ao agachar a frente do homem com tamanha dor.

– Não diga isso! - o homem se comove ao vê-lo aos prantos. Automaticamente abre a cela, o levanta do chão e lhe abraça a fim de tranquiliza-lo.

Mike dá sinais visíveis que precisa de uma reabilitação. Seu emocional está muito abalado e mal consegue resistir a tudo. O carcereiro em que o ajuda, é um homem de meia idade que trabalha na prisão como forma de fuga dos dias difíceis que estava enfrentando. Esse senhor perdeu sua filha e esposa em um recente e trágico acidente automobilístico. O ex-sargento acabara de arranjar outro amigo, em que pode ter firmado uma grande parceria. Mesmo com dramas diferentes, poderão se ajudar a reconstruir o que podem ter perdido.

Olivia não faz idéia do que pode estar acontecendo com Mike. A tenente continua pensando numa forma em que poderá contribuir em sua soltura. Mas enquanto isso não ocorre, ela tem que suportar pacientemente o seu chefe e avô de seu filho. Dodds resolve dar o ar da graça na delegacia. Sustentando um semblante mais tranquilo - o que pouco ocorre - foi em busca de sua comandada. Olivia vinha do seu médico ginecologista e obstetra, Dr. Ramirez, onde tinha acabado de fazer seus primeiros exames de gravidez e firmado o pré-natal. Já no local, ela se situava sustentando um envelope muito bem lacrado em sua mão. Fin a seguia com os olhos e estranhava o quanto ela ia passando em direção a sua sala e ignorando completamente sua presença.

– Liv? - a chama

– Oi Fin! - o responde assustada, levando a mão desocupada em direção do coração.

– O chefe está à sua espera! - avisa cautelosamente.

– Pelo jeito, é hoje... é hoje... - suspira negativamente e eleva seus olhos ao teto indicando insatisfação.

– Força, Liv! - Fin sorri revezando seu olhar ao envelope a mão dela e sua pessoa.

Olivia adentra a sua sala e entrelaça seu olhar ao de Dodds, acomodado ao sofá lateral em que há em sua sala.

– Chefe, o senhor aqui? Motivo e razão de sua visita? - indaga e bate a porta de sua sala sem cerimônias, mostrando impaciência.

– Que violência é essa contra a porta, Olivia? - se assusta com o barulho.

– O barulho não vem ao caso! - se dirige a sua cadeira depositando sua bolsa junto com casaco e o envelope ao chão.

– Eu sei que da ultima vez, não estive aqui da melhor forma possível... - dispara o chefe meio cabisbaixo simultaneamente cruzando suas pernas.

– Chefe, se for por isso... - a tenente balança negativamente o dedo indicador ao ar declinando ao que ressaltava. - Deixemos isso, por favor! - completa com um semblante desinteressado.

– Mesmo assim, vim lhe pedir desculpas. Vamos ser da mesma familia e você carrega um ser que também terá o meu sangue. - relembra o chefe.

Dodds se levanta da acomodação indo em direção a porta, sobre aviso de que Olivia não queria lhe receber.

– Se mantenha tranquilo, chefe! Sobre a discussão que tivemos, de certo modo, adiantou bastante para nos conhecermos quando estamos alterados. - diz friamente a tenente, com o seu olhar completamente direcionado ao notebook enquanto esperava por sua inicialização.

– Entendo seu descontentamento. - revela calmamente com sua mão direita à maçaneta da porta a olhando fixamente. - Bem, acho que vou para Chicago ver meu filho! - acionada a abertura da porta.

– Ah... chefe! Posso lhe dizer uma coisa? - o indaga aproveitando a deixa.

– Diga, tenente! - torna a fechar a porta adentrando novamente a sala e permanece de pé.

– Um conselho: Melhor permanecer aqui! Mike não se agradará em recebe-lo. - a tenente ameaça um sorriso.

– Compreendi. Obrigado pelo aviso! Tenha uma ótima jornada de trabalho! - deixa a sala um pouco intrigado.

Pela vidraça, Olivia acompanhava seus passos em direção à saída. Em seu pensamento veio alguns coisas suspeitas - indicando o que não acontecia cotidianamente: seu chefe completamente temperamental e preocupado em estar em paz com todos que lhe rodeiam.

Conectando com Chicago...

Voight e Erin dão continuidade a incansável maratona de comprovação fraudulenta, com pilhas e mais pilhas de documentos antigos, procurando encontrar vestígios que indicam verdadeiramente o que pode ter ocorrido na Narcóticos. Ambos estão nessa secretamente. O comandante Fischer se quer suspeita de tudo o que pode estar ocorrendo por trás dos bastidores. Depois de muito checar, Erin consegue encontrar outro documento em que tem as mesmas assinaturas de Mike. Já de antemão, vê o nome do policial em que foi beneficiado pela soltura - quando surgiu toda aquela confusão com o mesmo onde obstruía provas - lotes de drogas - para seu bel prazer. Ryan Michaels, é o nome. Ex-parceiro de Mike, na época do disfarce à uma rede de traficantes altamente perigosa.

Formando toda uma tese, Voight está como cabeça dessa investigação e não pretende medir esforços para destruir toda essa rede instaurada secretamente. Sobre o incidente do galpão - onde tomou um tiro quase mortal há exatamente quatro meses, ele faz questão de trazer a sua memória todo o incidente e as digitais de Mike, que continha a arma e em todo a cena. Seguindo sua linha de raciocino, ainda sentado à mesa na companhia da detetive, não deixou de fazer toda uma retrospectiva dos acontecimentos em sua vida.

– Erin, você acha que o Mike é culpado por estar envolvido nisso tudo? - indaga levando suas mãos ao queixo.

– Mike e eu nos conhecemos há bastante tempo, Voight. Posso comprovar a você o quanto ele é um homem correto, se destacando entre outros que já conheci. - o responde mantendo seu olhar aos documentos enquanto os folheava.

– Está falando como detetive ou como ex-namorada dele? - dispara o tenente deixando transparecer um tom áspero e desconfiado.

– Como amiga! Deixemos isso entre nós, Voight. Jay não pode sonhar em saber desse "passado". - se dirige com um tom mais baixo.

– O quê ele deve ter, mel? Para você e Olivia grudar que nem chiclete, pelo menos acho que é isso... Concorda? - mantém a ironia.

– Você está pedindo uma resposta quente, não é Hank Voight? - sorri a detetive jogando os documentos a mesa mostrando desaforo.

– Eu? Nada! Só disse a verdade. - a responde sustentando um sorriso bem maldoso.

– Está bem! - torna a pegar os documentos e a lê-los. - Está tentando me dizer algo, envolta desse questionamento pessoal?

– Talvez... - cruza os braços e põe seus dois pés sobre a mesa.

– O que seria? - questiona revezando entre um suspiro e outro o mantendo no seu campo de visão mesmo averiguando os documentos.

– Você seria capaz fazer de tudo para manter quem ama ao seu lado? - pergunta desviando seu olhar ao de Erin.

– Depende. Se me amar de igual modo e, sem"os possíveis rodeios", valeria a pena. - o responde serenamente.

– OK! - se cala de modo suspeito.

– Voight, você não está pensando em se aproveitar da situação em que Mike está a seu benefício, não é? - desconfia a detetive.

– Não sei! Mas uma coisa eu te garanto: Nunca fiz papel de bom moço. Esse papel de bonzinho está me custando muito caro, estou perdendo a jogada. - revela a olhando com sua feição fechada, planejando vingança.

– Voight, pelo amor de Deus! Não vá fazer nenhuma besteira... - o alerta bastante assustada.


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Notas finais do capítulo

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