E se eu ficar? escrita por Day Real


Capítulo 16
Sempre haverá uma parte dele - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Estão preparados?



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Difícil pode parecer e custar a obter compreensão quando não sabemos ao certo, se fracassar se torna normal ou costumeiro, diante de certas circunstâncias em que a vida faz questão de nos proporcionar. Quando estamos indo muito bem, continuamos céticos - devido ao negativismo ter nos impregnado em tempos difíceis a tal ponto de não nos deixar convencer que uma maré de boas coisas possa ter finalmente chegado. Os sintomas gerados por esta frustração engloba um embaçamento temporário de nossas "visões vitoriosas", gerando incapacidade real de enxergar o caminho para ir em busca do que almejamos.
Levando isso bem a sério: O quê esta introdução pode ser comparada ao estado emocional em que Voight se encontrará, ao notificar Mike sobre grande surpresa em que estará á sua espera? Como o sargento, nesta posição muito difícil, depois de tudo, reagirá e dará seguimento em sua vida junto de Olivia?
— Por minhas próprias palavras, não queria estar na pele dele! Mas com toda a certeza, o que será tratado neste capítulo poderá deixá-lo com sensação de impotência.
Será que sua tranquilidade e compreensão cairá por terra, diante de todas as coisas que estão sendo estabelecidas?

Mike continua a mofar na cadeia. O ex-sargento se encontra em profunda tristeza por saber que sua investigação foi embargada, até que se prove a suposta falsificação dos documentos em que contém suas assinaturas - a equipe de Voight trabalha incansavelmente neste esquema que poderá estar envolvido o Comandante Fischer, um dos maiores chefes do Sindicato de Tenentes e Sargentos de Chicago e o vice-chefe das UVE, William Dodds.
A derrota sussurra em seus ouvidos. Todas as vezes em que tenta dormir à noite, desesperadamente se assombra de uma forma em que fica descontrolado e ao mesmo tempo alucinado, com toda essa pressão em que está sofrendo. Para o seu consolo, depois que foi transferido, espertamente guardou uma fotografia de Olivia por dentro de sua peça íntima, evitando assim qualquer implicância das normas da prisão de segurança máxima - se avistasse e comparasse o objeto a algum bilhete para ocasionar rebeliões, enfim... para ele, essa imagem é a sua salvação contra os dias horrendos em que enfrenta - mesmo por curto ou longo prazo em que estará encarcerado.

Voight não anda se sentindo muito confortável desde que Olivia lhe deu a notícia sobre sua gravidez. O sargento anda fazendo vista grossa e sendo completamente gentil diante da situação em que ela se encontra, evitando futuros atritos. A falta de paciência está sendo gerada pelo ciúme e alimentada pela difícil tarefa em que ele mesmo se disponibilizou: Contar a Mike sobre sua paternidade. Erin, se não o conhecesse muito bem, certamente abdicaria em tentar adivinhar que tanto que ele anda inquieto. Durante uma inspeção dos documentos antigos da Narcóticos em que abre a investigação de Mike e agregados, a detetive pode ver e contar quantos socos ele dava a mesa por total descontentamento - ela aproveitou o clima favorável, com a ausência dos outros para saber o que se sucede com seu chefe.

— Voight, será que posso saber o que tanto está lhe afligindo? - indaga a detetive sentada defronte a ele.

— Nada, Erin! - desconversa Voight voltando a dar um murro à mesa.

— Não comece, Voight! - exclama a detetive.

— São umas coisas... - diz Voight levantando suas mãos à cabeça.

— Então... Você sabe muito bem que pode confiar em mim. Diz, o que há de errado, dessa vez? - torna a indagar a detetive.

— Olivia está grávida! - confessa Voight entristecido.

— O quê?! Me belisca. Não estou acreditando! - brinca Erin tentando amenizar.

— Isso é sério, Erin! - diz o sargento suspirando fundo. - Estou angustiado porque terei que notifica-lo à respeito disso. O pior talvez nem seja isso... - completa.

— O que seria pior, Hank?! Olivia terá um filho e isso é algo especial na vida de qualquer mulher... - Erin fica feliz pela notícia.

— Sinceramente Erin, ainda bem que você não está em meu lugar! - ressalta Voight ainda triste.

— Pode ser! Mas não entendo o tamanho da angustia em que está... A não ser que o pai não seja você... - deduz a detetive e se levanta da mesa confusa.

— Estou começando a suspeitar que você foi cartomante em outra vida, para adivinhar as coisas assim... - Voight brinca disfarçando sua angustia.

— Não fui! Mas você deu uma ótima sugestão, pra quando me aposentar! - Erin sorri. - Então, voltando o foco...- completa detetive estalando os dedos, ainda de pé a frente da mesa.

— Então, você quer saber quem é o pai? - Voight desfere um olhar revelador para a detetive.

Ambos se olham atentamente. Erin já começa a imaginar as suspeitas que indicam a possibilidade de ser o Mike, só pelo olhar do sargento.

— Mentira! Mike é o pai?! - a detetive se surpreende.

— Você já tem a resposta. - Voight balança cabeça positivamente bem cabisbaixo.

— Nossa! Agora eu senti o tamanho de sua tristeza, Voight. - Erin demostra empatia.

O drama se instaura mais ainda.

— Não sei mais o que fazer! Eu estou muito triste! Erin, eu não estou pronto para enfrentar o cara que "roubou" minha vida, minha mulher e meu futuro. Eles estarão interligados, eternamente! - desabafa o sargento espalhando todos os documentos e ofícios que estavam sobre a mesa, os jogando ao chão.

Erin se aproxima rapidamente de Voight, para consola-lo. Ele se encontrava com suas mãos estendidas a mesa debruçando-se acima de alguns documentos que lá sobravam - completamente jogado.

— Calma, Voight! Nem tudo está pedido! - o tranquiliza a detetive colocando uma de suas mão ao seu ombro.

— Não posso mais bancar o bonzinho. Não consigo mais disfarçar a dor que estou sentindo, aqui dentro. - Voight põe a mão na altura de seu coração, com os olhos cobertos por lágrimas.

— Essa é a hora que temos que ser forte, se queremos ir até o fim pela pessoa que amamos mesmo ela estando quase impossível para nós. - diz Erin ao lado do sargento.

— Não sei se vou aguentar! Meu coração dói muito. O melhor será me despedir da Olivia. - desabafa Voight.

— Você vai conseguir, sim! - encoraja Erin. - Nunca te vi chorar por mulher alguma, como chora por Olivia. Então você vai aguentar, sim, meu velho! - completa carinhosamente.

Voight se levanta da cadeira e fica à frente de Erin, suas lágrimas se revezavam entre um soluço e outro.

— Não vou aguentar mais nada, Erin! Estou muito doente! - revela o sargento que em seguida põe a mão ao seu rosto tentando esconder a dor.

Erin só estava sendo forte até os momentos que antecediam a esta revelação bombástica. Ela não pôde resistir à tamanho impacto e acabou o abraçando bem forte e permanecendo ao prantos, junto dele. Tudo pode estar encaminhado ao fracasso, resta-nos saber se será longevo.
Lembra da primeira vez em que Mike iria ser interrogado por Voight? Lembra, também, quando Olivia o acompanhou até a porta da sala de interrogatório e sussurrou algo ao ouvido do seu "número dois", antes que o próprio adentrasse e ficasse à frente do sargento?

Se recorda, desse segredinho mantido pelos dois, bastará saber que não houve só um jogo labial - as mãos também entraram em cena. Sobre Olivia ser detentora da foto em que o mantém vivo à prisão, até hoje - não há dúvidas. Mike, não sabia que quando ela desse o presente, outro tesouro haveria assim que virasse a imagem: um número de celular diferente, que com certeza ela atenderia. A sua temida "hora assombrada" chegava. Com a imagem a mão e virada ao lado oposto ao rosto de Olivia, via o número anotado e um pensamento negativo o acompanhava. Milagrosamente, um carcereiro passava pelo corredor onde se situa sua cela, inspecionando se todos os presos estavam dormindo. Mike aproveitou e pediu a ele para que o levasse ao telefone.
Em NY, Olivia se encontrava com Noah dormindo ao seu colo. Recostada à cabeceira de sua cama olhava atentamente ao rosto do pequeno e admirava suas expressões faciais quanto ao sonho em que estava tendo. A tenente acomodou o pequeno em sua cama. Em seguida, pegou seu telefone e avistou uma foto em que ela e Mike tiraram com suas faces bem próximas - detalhe: Essa imagem se encontrava a poder de sua senha pessoal.
Enquanto a observava, logo surgiu um número em que jamais tinha visto. Era o Mike, com alguns minutos cedidos pelo bondoso carcereiro. Olivia prontamente atendeu.

— Alô! Tenente Olivia Benson... - atende desconfiada

— Alô, sou eu. Mike! - sussura o ex- sargento.

— Mike... pensei que jamais voltaria a lhe ouvir. - Olivia sorri ao ouvi-lo.

— Na verdade, em minha mente, já estava morta todas as esperanças que você me atendesse... depois de tudo o que houve. - Mike se expressa com voz pesada contendo arrependimento.

— Você me conhece. Sabe muito bem que não nego ajuda ou qualquer outra coisa, quem recorre a mim precisando destes. - entrega a tenente, que se deita e agarra ao seu travesseiro com uma de suas mãos e com a outra mantém o celular ao ouvido.

— Você tem um coração enorme! Tive oportunidade de estar dentro dele, mas não pude ficar por ele já haver dono... - Mike torna a se expressar sentido.

Olivia silencia por alguns segundos. Sente seus olhos lacrimejando por Mike ainda se lamentar.

— Eu sou grata pelo bom homem que você foi nesses últimos meses, que esteve ao meu lado. Não me arrependo por ter dado espaço em meu coração para que entrasse. - revela Olivia, deixando uma lágrima cair.

Mike ouve alguns sons que indicava que Olivia estava chorando. Ele também não se segura, deixa transparecer seus sentimentos mais profundo através das lágrimas. O carcereiro que o ajudou observava o tamanho da tristeza que ele sentia e saiu de perto para deixa-lo ter privacidade.

— Eu sinto muito a sua falta! - Mike diz soluçando.

Olivia continua na ligação, chorando e levando uma de suas mãos a boca abafando qualquer som que indicava sua dor, evitando que ele a escutasse e, consequentemente, o deixar mais triste

— Sei que ainda está ai! A ligação pode cair e eu posso ter pouco tempo para dizer tudo que quero e o que merece ouvir. Eu te amo tanto, Liv! Se um dia eu lhe perder, pode me considerar um homem morto! - desabafa Mike sustentando ainda aos soluços seguidos de lágrimas.

Olivia suspira fundo e retorna a ligação.

— Quando eu poderei vê-lo novamente? - indaga a tenente suavemente.

A ligação foi finalizada. O sinal do celular de Olivia cai justamente no único momento precioso em que puderam, finalmente matarem a saudade quem sentiam um do outro. A tenente não se conformou e arremessou seu aparelho longe - se espatifando pelo chão. Ela aproveitou e agarrou mais ainda seu travesseiro, tornando a chorar.
Mike ficou de joelhos e imóvel com o telefone em sua mão, lamentando o que, para ele, parecia ser o último contato com ela.


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