Abortion Magic - Prólogo: O começo de tudo

A já não tão pequena ruiva descia correndo as escadas de sua casa, não era para menos: hoje é seu décimo primeiro aniversário!

Sua mãe, que já havia acordado fazia um tempo, estava na cozinha preparando o café da manhã, ouviu os passos apressados da aniversariante. E como seu instinto de mãe não poderia falhar, ouviu-se a voz firme da castanha:

— Rose Weasley, eu não quero ter que te levar ao hospital bem no dia de seu aniversário, dito isso, desça as escadas como a garota madura que eu lhe ensinei a ser — esbravejou Hermione Weasley enquanto colocava os pratos de café da manhã na mesa.

A ruiva desacelerou o passo e desceu os últimos degraus de escadas calmamente, mas logo depois correu com suas pantufas de coelho até a cozinha, onde sua mãe a esperava de braços abertos.

A castanha apertou a filha mais velha com força e tentou conter as lágrimas que insistiam em cair, Rose, por sua vez, acariciou os cabelos já não tão rebeldes da castanha enquanto sorria animadamente ao sentir o cheiro das panquecas que sua mãe estava fazendo, mas o cheiro então passou de delicioso para um cheiro de queimado.

— Mamãe, as suas panquecas estão queimando! — disse Rose soltando-se do abraço da mãe e apontado para a panela sobre o fogão, enquanto sua mãe corria as pressas para o local apontado, a fim de exterminar qualquer chance de um incêndio.

— Rosie, meu amor, acorde seu pai, sim? Enquanto eu arrumo as coisas aqui — pediu Hermione, derrotada. Afinal, quando colocaria na cabeça que não havia sido feita para cozinhar?

A ruiva assentiu e correu escada a cima, esquecendo o que Hermione havia lhe dito, e dessa vez a castanha não interferiu.

Ronald Weasley, certamente o pai de Rose, dormia pesadamente sobre a cama de casal que dividia com sua esposa, até que a ruiva menor pulou em cima dele gritando:

— Acorde, papai! Hoje é meu aniversário! Já sou uma moça! Posso ir a Hogwarts! — exclamou ela enquanto sacudia seu pai, que teimava em permanecer de olhos fechados.

Ronald deu-se por vencido, visto que nunca conseguiria pegar no sono novamente enquanto sua filha sacudia seu braço, e abriu os olhos para mirar nos olhos azuis que a garota havia herdado dele, juntamente com o cabelo ruivo chamativo, e o resto era de sua mãe, a inteligência e tudo mais, com certeza.

— Minha princesinha, você ainda não é uma moça, é o meu bebê, e continuará a ser até ter noventa anos! — disse o ruivo mais velho levantando e pegando no colo a garota que um dia foi apenas um bebê indefeso, o que fez Ronald ter que, também, segurar as lágrimas.

— Ora, papai! O senhor tem Hugo, que é mais novo, ele pode ser seu bebê! — Rose riu um pouco com o próprio comentário, já que Hugo odiava ser chamado de bebê.

Os dois ruivos saíram do quarto de casal que Ron dividia com a esposa, onde mais a frente no corredor um Hugo sonolento saía de seu quarto extremamente desorganizado, na opinião de Rose. Logo após, Hermione subia as escadas com uma expressão um tanto fracassada.

— Arrumem-se, vamos tomar o café em outro lugar. Desculpe, Rosie, acabei com suas panquecas. — Rose saiu do colo de seu pai e abraçou a mãe, afirmando que estava tudo bem e para ela não ficar chateada.

O dia que se seguiu foi extremamente animador para Rose Weasley. Primeiro, foram tomar café em um restaurante trouxa perto de casa, e logo depois deram uma passada na casa dos avôs maternos e recebeu alguns presentes de outros parentes mais próximos, aproveitaram e almoçaram lá mesmo. Quando o relógio marcou duas horas da tarde, os Weasley se retiraram e em seguida foram a um parque de diversões trouxa, onde a ruiva teve sua primeira experiência na montanha russa e Hugo começou seu amor platônico por pipoca, não que ele já não amasse todo e qualquer tipo de comida, menos vegetais, isso ele nunca iria gostar.

Quando o sol sumiu do céu, Hermione e Ronald sabiam o que tinham de fazer agora, então pegaram seus filhos e juntos seguiram par’ A Toca. Rose não negava seu amor por aquele lugar, amava as guloseimas de sua vovó Molly, e as histórias de seu avô Arthur, também adorava passar as férias lá, reunida com seus primos e tios. A ruiva desejava que, um dia, tivesse uma família tão unida como essa.

Pega completamente de surpresa, Rose adorou cada segundo de sua festa. Tinha ganho uma caixinha de maquiagem por Tia Fleur e um livro sobre lobisomens de seu Tio Bill; seu Tio Charles não pode aparecer por estar na Romênia, mas fez questão de mandar um livro autografado sobre dragões para a sobrinha; Tio Percy deu um livro sobre as leis do Ministério, enquanto Tia Audrey lhe deu um belo colar em prata; Tio George deu uma caixa de Detonadores-Chamariz, o que fez Hermione torcer o nariz em desaprovação, e Tia Angelina deu uma caixa de Orelhas Extensíveis, dizendo que queria saber de todos os ocorridos em Hogwarts; Tia Gina lhe deu produtos Bruxa Maravilha, com removedor de espinhas, Poções do Amor e outras coisas, e Tio Harry deu um grande livro sobre Quadribol. Sua mãe lhe deu um belíssimo vestido azul e seu pai, uma vassoura! Rose não poderia estar mais feliz!

Mas isso acabou, ao final da festa Rose percebeu que sua carta de Hogwarts não tinha chegado, sorrio e abanou a cabeça esquecendo das preocupações, o Ministério é muito ocupado, devem entregar amanhã, pensou ela assim que deitou a cabeça no travesseiro. Mas a carta não chegou no dia seguinte. Nem na semana seguinte. Nem no mês seguinte. O que Rose ainda estava por descobrir é que sua carta de Hogwarts não chegaria, nunca.

E ela viveria para comprovar isso.