Mais fácil do que eu pensava!, ela pensou, sorrindo para o rapaz. Diego explicou que morrera havia poucos meses e que seu pai fora o Rei antes dele. “Assim que morreu, ele me passou 'a coroa', se quiser chamar assim”, dissera. “Resolvi te ajudar porque quero ter o prazer de matar Marvolo pessoalmente, aí tive que adotar Diego como meu nome, para que não me reconhecessem, mas meu nome de verdade é Nico”.

—Por que quer matar Marvolo? - Bianca perguntou, tensa com tudo que ele contara.

—Para formar Horcruxes, precisa-se de um assassinato, e meu pai foi a vítima escolhida para que ele criasse Nagini. Quero vingá-lo.

Ela abriu a boca para corrigi-lo, dizer que Marvolo sequer existia até meses antes, mas achou melhor ficar quieta. Sacou a varinha, apontou-a para Fred e disse: Enervate!

Num pulo, o rapaz se ergueu e olhou em volta. Suspirou ao ver Bianca, mas seu alívio se esvaiu quando viu Nico.

—Você! - acusou, puxando a varinha.

—Ele veio ajudar – Bianca defendeu o moreno de uma possível azaração do ruivo. - Ele é o Rei.

—Ótimo – Fred guardou a varinha. - Liberte Elis e suma daqui.

—Eu não posso simplesmente libertá-la – ele explicou com falsa calma. - Tem de haver equilíbrio, uma alma por outra, já que ela se recusa a cumprir sua pena. Marvolo deve ser morto.

—Abra uma exceção – pediu Bianca. - Liberte Elis e nós te levamos até Marvolo – quando descobrirmos onde ele está, ela completou em seus pensamentos. - Por favor, eu não aguento mais carregar isso para cima e para baixo, fica mais pesado a cada dia – ela mostrou a fita roxa.

—Eu já abri uma exceção quando ofereci a troca – disse Nico inflexível.

Fred ia protestar, mas se deteve por um olhar da namorada que dizia: não piore as coisas. O ruivo calou-se pelo resto da tarde enquanto seguiam pela floresta.

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Jorge e Harry primeiro foram para A Toca e dali seguiram viagem tendo como base o anel. Não aparataram, com medo de se perderem.

—Estou cansado – reclamou Harry a certa altura.

Jorge concordou com ele e sentaram-se à sombra rala de um cedro. Dividiram alguns sanduíches preparados pela mãe de Jorge e fizeram uma escala de vigília: de hora em hora, alternariam entre dormir e vigiar. Harry começaria dormindo, enquanto Jorge montava guarda.

Estavam em um ponto entre Devon e Ottery St. Cacthpole. O anel guiava-os para o leste, em direção ao subúrbio londrino onde moravam os Dursley, e a comunidade bruxa mais próxima do endereço da família era o Beco Diagonal, quase no extremo oposto de Londres. A Horcrux poderia estar em qualquer lugar no meio deste caminho.

Passada uma hora, Harry assumiu a guarda e Jorge dormiu, tendo o sono perturbado por um pesadelo.

Fred estava sentado à beira do lago no quintal d'A Toca, e parecia desolado enquanto brincava de formar marolas na água com um graveto. Jorge sentou-se ao lado do irmão, fitando seu rosto abatido.

—Ela acabou de morrer – disse Fred simplesmente.

Jorge não teve dúvidas de que “ela” se referia a Bianca, mas o quê ou quem teria matado-a?

—Bellatrix – Fred continuou falando. - Torturou Bianca até a morte. O bebê morreu na hora, mas os medibruxos tinham esperança de conseguir salvá-la.

Logo a cena mudou, girando para trás como se voltasse no tempo.

Agora, ele via Fred e Bianca sentados na torre de Astronomia em Hogwarts e conversavam amenamente, embora o rosto de Fred estivesse vincado de preocupação.

—Tem certeza? - perguntou Fred. - Há muito mais envolvido nisso. Pensou no bebê?

—Ela vai ficar bem, amor – Bianca disse, afagando-lhe a face gentilmente. - Não é como se eu fosse… morrer.

Fred revirou os olhos, mas abraçou a mulher. Jorge pôde ver que a cicatriz no ombro de Bianca estava mais destacada, como se o elo estivesse se estreitando, e que o abdome dela estava um pouco volumoso, como se houvesse algo entre seus quadris.

Uma gargalhada aguda ressoou e todos a reconheceram na hora. Bellatrix Lestrange acabara de fazer mais uma vítima.

—É ela – disse Bianca, sacando a varinha.

—Não vá – suplicou Fred, olhando sua barriga.

—Ela tem de pagar. Pelo seu pai.

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Nico, Bianca e Fred avançavam pela mata, e enfim perceberam que estavam na Floresta do Deão. Bianca sentiu o ombro queimar, e vacilou um passo, caindo nos braços de Fred.

Uma paisagem diferente formou-se diante de seus olhos. Era a sala de estar da casa dos Riddle. Um corpo jazia esticado no sofá e Severo estava com a varinha apontada para ele.

—Marvolo Riddle está morto -disse o pocionista.

O mundo girou levemente e Bianca voltou a si, os olhos azuis do namorado encarando-a.

—O que aconteceu? - perguntou o garoto.

—Severo matou Marvolo. O corpo está em Little Hangleton.

Os três se entreolharam, tentando decidir se iam até lá ou não. Nico disse que a fita só desapareceria quando Marvolo chegasse ao mundo dos mortos, e para isso, talvez precisasse de um empurrãozinho.

—Então vamos – decretou a morena.

Ela deu as mãos para os garotos e aparatou para a pequena casa no alto do morro e ao vê-la, imediatamente se lembrou da época que ela e Severo eram namorados e estiveram ali, procurando o anel Horcrux. Nico se propôs a entrar pela porta da frente e checar a sala, enquanto Bianca e Fred entravam pelos fundos e procuravam Severo.

Assim que Fred destrancou a porta com um Alohomora não-verbal, um Estupefaça o atingiu bem no peito. Sem nem olhar para quem os atacava, Bianca gritou: Expelliarmus!, e ajudou Fred a se recompor, em seguida tomando a varinha caída no chão.

—Você pensou que seria fácil assim? - disse o atacante. Ele tinha o rosto coberto, mas sua voz era conhecida da garota. Marvolo.

Se ele está vivo, de quem é o corpo na sala?, ela se perguntou, negando-se a elencar respostas.

—Vá ver você mesma – Marvolo sorriu.

Bianca foi, temerosa e seguida por Fred, em igual tensão. Chegaram ao cômodo, e Bianca desabou nos braços do namorado, chorando.

O corpo era de Severo.