Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 95
Deads' king


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a Taah pelo comentário do cap. anterior!
200 coments gente!!!! Vocês são demais!!!! Obrigada!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/652950/chapter/95

Uma cena se compusera diante de seus olhos, como uma Penseira, mas mais real. Era um tribunal de bruxos, com Fudge à frente, alguns funcionários como júri e o mais chocante: Sirius como réu.

—Senhor Sirius Orion Black sentenciado por este tribunal a dez anos de prisão em Azkaban. Seu crime: revelar a sociedade mágica para uma trouxa.

Ela pensou que Sirius ia tentar se defender, mas ele deixou que o jogassem em uma cela fria e úmida. Ela sentiu que o tempo passava, e um guarda tirou Sirius de sua clausura. Minutos depois, Sirius conversava em voz baixa com Monstro e logo em seguida, ela viu a si mesma na cama de hospital.

A cena seguinte mostrava que a ligação entre as doppelgangers estava mais forte do que nunca. A mulher sentia-se muito poderosa com a adaga entre os dedos. Sabia que com aquela arma podia tornar-se a única do par, ser superior a outra, matar a outra.

—Guarde isso, Bellatrix – disse o Lorde das Trevas. - Eu sinto que eles estão perto e procurando a adaga.

A contragosto, a Comensal colocou a adaga na caixa aveludada e protegida por feitiços negros. Ninguém nunca encontraria a arma, não onde eles a haviam escondido.

—Vou brincar um pouquinho com a garota...vai ser divertido.

Furtiva, a mulher foi até o largo e colocou um pouco de Amortentia na cerveja amanteigada dos gêmeos Weasley e desapareceu. Fred e Jorge beberam sedentos a jarra de cerveja deixada por Monstro, e minutos depois, Sirius gritou por eles, disse que Bianca não estava bem. Apressados, subiram as escadas e assim que puseram os olhos no bolo de tecido em que Bianca se transformara, sentiram o peito arder em chamas, como se Bianca fosse a única menina que restara no mundo. A garotinha dos dois, e eles cuidariam dela.

—O que ela tem? - perguntou Jorge.

—Eu não sei, está tremendo e gemendo, como se estivesse em um pesadelo, mas por mais que eu chame, ela não acorda.

—Deve ser paralisia causada pelo elo das doppelgangers – disse Fred -, ela deve estar vendo coisas, paisagens que Bellatrix criou, e são ruins, mas se a acordarmos, ela morre. Temos de esperar ela despertar sozinha.

Então os três a deixaram sozinha, os ruivos tiveram de lutar para esconder a relutância, principalmente Jorge, já que sabia que Bianca era a namorada do irmão. Os dois foram para o quarto que Sirius havia destinado-lhes e sentaram-se nas camas. Jorge tinha uma sentença martelando na cabeça. Conte a ele, dizia sua consciência. É melhor que saiba por você do que por ela ou outra pessoa.

—Hum, Fred? - ele chamou. O gêmeo se virou para ele. - O que diria se eu dissesse que acho que estou gostando da Bianca?

—Que está bêbado – o garoto riu. - Ou dando em cima da minha namorada, mas você não faria isso, faria?

Não, disse a parte emocional de seu corpo, que sentia uma paixão aguda pela Lupin-Black, pelo menos não vou deixar você saber se acontecer. Algumas horas depois, ouviram Bianca dizer algo sobre ter fome. Fred se levantou para conferir o que havia acontecido, Bianca estava sentada em sua cama, comendo o quiche feito por Sirius. Ele sorriu ao vê-la bem, faminta, corada e sorrindo, como se tivesse acabado de acordar em uma manhã ensolarada.

—O que aconteceu enquanto eu estava apagada?

—Bem, seu pai ficou preocupado quando ouviu você tremer e gemer em paralisia do sono e Jorge insinuou que estava gostando de você.

—Não é culpa dele – ela explicou. - Durante a paralisia, eu descobri que Bellatrix está com a adaga e deu Amortentia para vocês, para colocar mais um problema na minha vida. Como se já não bastassem o elo, minha mãe e a Horcrux.

Assim que Bianca enunciou a palavra Horcrux, uma carta de Severo chegou, dizendo que conseguira confirmar: o anel era uma bússola que levava diretamente ao livro, mas para conseguir usá-lo com clareza, Bianca tinha de se dedicar unicamente à busca.

—Eu não tenho tempo para isso agora – ela guardou a carta no bolso. - Escute, pela paralisia, eu vi Bellatrix dando Amortentia a vocês e isso realmente aconteceu. Houve outras coisas também, e eu preciso confirmar.

A garota desceu até a cozinha e perguntou para o pai, com trivialidade:

—Você já foi preso?

Sirius ergueu a sobrancelha, mas respondeu com a mesma calma:

—Já, uma vez…

—Por falar a verdade para Elis, eu sei disso.

Ele perguntou como ela descobrira, e ela contou sobre as visões na paralisia. O homem ouviu tudo atentamente e em seguida, combinaram que ela, Fred e Jorge iriam para Godric's Hollow invocar o Rei dos Mortos. O trio aparatou para o cemitério e encontraram a lápide de vidro, com o nome e epígrafe de Bianca, servindo de banco para um rapaz pálido de longos cabelos negros e olhos pequenos. Bianca logo o reconheceu: Diego. Aproximaram-se com cuidado, as varinhas empunhadas. Diego não se assustou ao ver as armas.

—Você vai morrer – disse casualmente, olhando para a data esculpida no vidro.

Os três assentiram cadenciadamente e perguntaram o que mais ele sabia. Diego não gostara dos acompanhantes de Bianca, por isso respondeu olhando direta e profundamente em seu olhos.

—Lembra-se de Marvolo?

—Que tem ele? - ela torceu o nariz. O nome dele lhe dava nojo.

—Ele não está vivo e anda por esta terra. Isso não te parece errado?

Ela assentiu, pensando em Elis que se tornara uma alma condenada, presa a Bianca por tempo indeterminado.

—Entregue Marvolo ao Rei e lhe garanto que ele libertará Elis.

Os bruxos deixaram o cemitério de volta ao largo. Bianca escreveu uma carta a Severo perguntando a localização de Marvolo.

—Espero que ele responda – comentou Jorge, contendo um sorriso nervoso.

—Ele nunca deixaria Bianca sem respostas – respondeu Fred, deitando a cabeça da namorada em seu peito.

Bianca e Fred observavam Jorge com atenção, procurando sinais de Amortentia, mas o garoto parecia bem. Passaram horas no quarto da garota, rindo. Enquanto Jorge brincava perto da cômoda, a última gaveta do móvel se abriu, revelando o anel de pedra amarela, cuja seta apontava para o sul.

Também tem a ver com a sua felicidade, disse Severo na mente de Bianca. 100% de concentração na busca e felicidade, não se esqueça.

Certo, respondeu ela. E Marvolo?

Escondido, é claro. Fugiu assim que você deixou Hogwarts, o covarde.

Okay, vou aproveitar minha felicidade agora e depois vejo isso.

—Hey Bianca – chamou Jorge.- Você ficou fora do ar por um tempo, Fred foi até falar com Sirius.

—É? Eu… conversava com Severo, ele me disse coisas muito úteis.

—Tipo o quê?

—Tenho de me manter feliz para usar a bússola – ela indicou o anel. - Isso não vai ser nada fácil.

O ruivo levantou a sobrancelha. Como poderia não ser fácil?, pensou. Sirius e os outros estão assumindo suas responsabilidades e riscos por você e é muito fácil esquecer Elis por alguns dias.

—Acha que eu não me preocupo com as pessoas? - Bianca disse ríspida. - Acha que eu não penso no meu pai se enfiando em um covil de Comensais da Morte por mim? Acha que eu não penso em Elis, que não pode ter paz, ou uma vida normal porque está acorrentada a mim? - ela mostrou a fita de cetim. - Eu não sou assim.

A garota deixou o quarto com Jorge em seus encalços perguntando se havia ofendido-a.

—Por que você se importa? - ela questionou, tentando conter a raiva sem sucesso.

—Porque não gosto de magoar as pessoas – disse entredentes. - Ainda mais a namorada do meu irmão.

Não brigue com ele, aconselhou-a Severo. Mantenha o foco na busca.

Mas não é só por isso -o ruivo logo emendou. - Eu me importo com você, com o que pensa de mim e vou ficar mal se estivermos brigados.

Bianca fez força para não revirar os olhos. Já ouvira aquela ladainha uma vez, vinda de Fred que naquela época já dizia gostar dela. Não, disse a si mesma. Ele bebeu Amortentia esta manhã, não está em seu juízo perfeito.

Fred passou pelo corredor e viu os dois conversando. Bianca estava claramente desconfortável. Assim que notou o namorado, fez sinal para que a seguisse até o jardim do quarto andar.

Era a primeira vez que Fred via o lugar. Uma enorme estufa abrigando flores coloridas e exóticas. Uma trilha de cascalhos levava até a ponta, único lugar da casa onde podia-se ver a rua com clareza. Bianca sentou-se às raízes de uma cerejeira e abraçou os joelhos.

—Jorge fez alguma coisa para você – perguntou o ruivo, sentindo vontade de socar o irmão.

—Não, mas… a Amortentia, você sabe.

Isso não vai me impedir de ficar de olho nele, o garoto pensou, assentindo. Cansada, Bianca deixou a cabeça pender no tronco da árvore e pediu a Fred que a deixasse descansar ali. Ele se negou a sair, não sabia se era seguro.

Ficaram ali, de mãos dadas, observando o tempo passar, até que chegou a hora do jantar.

******

—Vou procurar Marvolo – Bianca informou o pai. - Levarei os meninos comigo e Harry, se puder. Vou voltar depois de Remus, e…

—Quer que eu compre o material desse ano? - ele ofereceu, tenso.

Ele sabe que eu posso não voltar, ela pensou, elevando a Oclumência ao máximo para que Sirius não penetrasse sua mente. Se eu pedir a ele que compre os livros, crio a esperança de um retorno e ele se magoará se não acontecer. Se disser para não comprar, ele aceitará minha morte antes que aconteça, mas isso me parece cruel.

—Não sabe se vai a Hogwarts esse ano, não é? - o homem adivinhou, fazendo Bianca rir fraco.

—Bem por aí mesmo.

—Não me importo se vai a Hogwarts ou não. Me importo se vai ficar bem.

Os dois tinham os olhos marejados. Não era a primeira vez que Bianca saia em missão, mas nunca haviam se despedido pessoalmente, e a atmosfera da casa ficara mais pesada depois que eles descobriram que ela poderia morrer no fim do ano. Sem pensar, Bianca se atirou nos braços do pai, que a acolheu em um abraço caloroso. Sirius afagou os cabelos cacheados da filha e beijou-os.

—Hey, não há nada de novo – ele a acalmou. - Já fez esse tipo de coisa antes.

—Não é o mesmo – ela protestou chorando. - Será mais perigoso e há mais chances de eu morrer.

—Concentre-se em razões para voltar para casa. Ajuda a manter o foco.

Ela assentiu, beijando o rosto dele. Seguiu sozinha para o hall de entrada, onde encontrou Fred.

—Harry vai com a gente? - Bianca perguntou.

—Jorge foi buscá-lo.

Mal o segundo ruivo foi citado, ele apareceu com Harry.

—Temos duas tarefas – disse o moreno -, encontrar o Rei dos Mortos e a Horcrux. Podemos nos dividir em duplas. Eu e Jorge vamos atrás da Horcrux e vocês procuram o Rei.

—Mantenham o foco, não se desviem – Bianca entregou-lhes o anel.

—Onde devemos ir? - Fred perguntou a ela.

A garota baixou os olhos. Não fazia ideia de onde procurar em primeiro lugar, ou em segundo, nem em terceiro.

—Droga - xingou Fred. - Vá Jorge. Agora.

Ninguém entendeu a ordem e não tiveram tempo de questionar, tampouco. Jorge agarrou o pulso de Harry e aparatou de novo. Enquanto Fred fazia o mesmo, Bianca sentiu seu tornozelo ser agarrado. Fred tentou afastar quem segurava a menina, sem sucesso.

No segundo seguinte, estavam caídos um sobre o outro e uma floresta esparsa. Bianca chutou o mais forte que pôde para libertar-se, e assim que o fez, viu Fred desmaiado a seu lado e Diego encolhido em si mesmo, segurando o nariz que sangrava. O chute o quebrara.

—Idiota! - ela logo disse. - Por que fez isso? Podia ter machucado ele! E se ele tivesse estrunchado? Que íamos fazer?

—Eu queria ir com você, não é óbvio? - ele engasgou com o sangue que escorria direto para sua boca. - Ele não está ferido, mas eu estou. Importa-se?

Episkey— ela concertou o nariz do rapaz. - Satisfeito? Não sabemos onde ir, nem onde estamos, Fred está desacordado… você é um desastre ambulante.

—Posso dizer algo em minha defesa? Você não vai conseguir invocar o Rei.

—Por quê?

—Porque eu sou o Rei dos Mortos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!