Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 97
She lost her guide, teacher, protector, ex-boyfriend and a father


Notas iniciais do capítulo

Segundo cap. do dia! A criatividade hoje estava boa hein? Aproveitem!



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Era óbvio. Até demais. Seu ombro ardera, sinal de que a visão era algo manipulado por Bellatrix, mas ela ignorara, e agora Severo estava morto. Era tudo culpa dela. Se ela não tivesse dito nada a Nico, eles não estariam lá e Severo ainda estaria vivo.

Ela desejou mais do que tudo ter a Pedra da Ressurreição consigo naquele momento, mas provavelmente a deixara no largo Grimmauld. Bianca continuou ali, encolhida no abraço de Fred, sem saber o que fazer. Perdera seu guia, o professor de quem mais gostava, seu protetor, seu ex-namorado, e de certa forma, um de seus pais.

Nico conseguira usar seus poderes para afastar Marvolo – já que sua “magia” não podia matá-lo a não ser que estivesse armado com uma faca ou algo do gênero – e observava a cena da cozinha, pois queria dar mais privacidade para a amiga.

Desde que se tornara o Rei dos Mortos, Nico compreendia muito mais a dor da perda, e ainda mais quando a pessoa achava que se tivesse feito algo diferente, a morte poderia ter sido evitada, mesmo que geralmente não pudesse – os mortais comuns nunca aprenderão isso, ele suspirou consigo mesmo.

Bianca passou meia hora chorando, e quando suas lágrimas secaram, ela decidiu tentar alguma coisa. Se Nico a ajudasse… se conservasse a alma de Severo intacta até que ela tivesse acesso à Pedra, tudo seria resolvido, e logo ele estaria de volta. Mas para o azar dela, Nico não quis ajudar.

—Você sabe que a Pedra só tráz de volta aqueles que não deviam ter morrido – disse o moreno. - Sinto muito dizer assim, mas a hora de Severo tinha chegado, ele morreria logo, de qualquer forma.

A menina lutou para não parecer ofendida. Queria fazer mais uma pergunta, mas não ia conseguir falar sem ser grossa, então Fred falou por ela:

—E aquela história sobre equilíbrio e alma por alma? A alma de Severo pode libertar a de Elis?

—Não – disse Nico com simplicidade. - Estava na hora de Severo morrer – ele enunciou as palavras cruelmente, sem se importar com os sentimentos de Bianca -, mas Marvolo enganou a morte, e não pode continuar por muito mais tempo.

—Certo, e nós precisamos continuar com você? - perguntou de novo, abraçando ainda mais a namorada.

—Sinto que seus irmãos precisam mais de vocês do que eu. Daqui para a frente eu continuo sozinho. Só… me avise quando a fita cair, okay?

Fred assentiu mecanicamente, levando Bianca para um pequeno quarto e deitando-a na cama.

—Vou entender se não quiser ficar perto de mim agora – ela disse, rouca -, estarei muito nostálgica.

—Não, vou te emprestar meus ouvidos – ele sorriu. - Tudo bem se quiser falar do… tempo que vocês estiveram juntos. Vai ser bom colocar para fora.

Ela suspirou pesadamente. Nunca falara muito daquela época, apenas mencionara por alto, sem detalhes, para Jonay, e era difícil articular as palavras. Ela relatou tudo entre soluços, e não omitiu tudo. Fred ouviu com calma, o ciúme controlado pelo peso da morte do homem e também pela certeza de que Bianca agora o amava.

No fim, ele a abraçou contra seu peito e beijou seus cabelos.

—Você vai ficar bem, pequena – sussurrou-lhe.

Ela soluçou em concordância e encharcou a camisa do garoto com suas lágrimas.

*******

Hermione desaparatou na frente de uma grande casa, de mãos dadas com Jonay. Os dois tinham tirado alguns dias de férias para procurar Martín, e descobriram que ele vivia em uma mansão na Espanha. Poderia estar casado ou com filhos, ou até mesmo morto.

—Não precisa entrar agora – disse a garota solidária. -Eu entro, faço algumas perguntas e voltamos outro dia.

—Não, eu tenho… eu preciso vê-lo. Do jeito que estiver.

Hermione meneou a cabeça e tocou a campainha. Uma senhora abriu uma fresta da porta e perguntou:

—O que deseja?

—Eu preciso falar com o senhor Martín Sanchez. É sobre o filho dele?

—Jonay? - a velha exclamou. - Você o conhece?

Jonay acenou para a senhora, que sorriu ao vê-lo. Abriu a porta e deu-lhes passagem, guiando-os para a sala de estar.

—Antes de chamar o sr. Sanchez, preciso prevenir-lhes de algo. Eu não sei quando, nem como, mas ele… enlouqueceu depois de um acidente há vinte e um anos – Jonay se inclinou para frente, como se quisesse ouvir melhor. - Roberta morreu e ele se convenceu que o pequeno Jonay também havia morrido. Ele não se lembra de você – ela olhou o jovem complacente.

—Nós poderemos falar com ele a sós? - pediu Jonay.

A mulher assentiu e ajudou Martín a descer. Martín parecia ter cinquenta anos, mas já estava fraco e bastante debilitado, como se tivesse vinte anos a mais. Assim que ficaram sozinhos, Hermione ajeitou a varinha sob o casaco e murmurou:

Finite Incantatem.

Os olhos de Martín tornaram-se menos opacos e ele perguntou:

—Jonay? - o rapaz assentiu, um pouco tenso. - Meu filho?

Martín abriu os braços para abraçar o garoto, e ele ia corresponder, mas se retesou. Em vinte e um anos, ele nunca abraçara seu pai, e não imaginava que uma de suas melhores amigas estaria presente. Com um sorriso, Hermione o incentivou a abraçar Martín, e ele o fez.

********

Passaram-se dois dias até que Bianca saísse da cama. Fred queria seguir viagem e se juntar a Jorge e Harry, mas ela precisava ficar de luto, pelo menos enquanto havia tempo para isso.

Mas quando enfim a menina se levantou, tomou um banho e disse que podiam ir, Fred tomou todas as providências cabíveis: enviou um Patrono a Harry e Jorge pedindo que os encontrassem em Devon, não importando o rumo para o qual o anel os levasse.

Mas eles só deixariam a cabana quando Jorge e Harry chegassem a cidade, pois mesmo que o luto de Bianca tivesse acabado, ela ainda parecia desestabilizada, frágil, e segurá-la em uma cidade que podia estar apinhada de Comensais da Morte não era uma boa ideia, segundo o que Fred pensava.

Bianca caminhava pela casa em silêncio o tempo todo, com um olhar sonhador. O que ela espera?, Fred pensou. Que Snape vai entrar por aquela porta e dizer que era tudo um plano?

Mas ele não conseguia se zangar com ela, apenas a guiava de volta para um lugar seguro, para que não se machucasse. Ela levantou, não está pronta para deixar de sentir a falta dele, afinal, refletiu ele, levando-a para a cama de novo. Ela apenas deixou de sentir cansaço, não dor.


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