Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black
Notas iniciais do capítulo
Obrigada a Taah e Juliana Sato pelos comentários. Desculpem a demora amores.
Assim que o tempo de Poções começou, uma pilha enorme de deveres se formou na mesa de Slughorn. Grifinórios e lufanos igualmente irritados praguejavam e amaldiçoavam em voz baixa a todo momento e queixas sobre mãos doloridas e excesso de coisas para fazer eram desfiadas aos montes.
—Bom dia – Slughorn saudou entrando nas masmorras e observando a pilha de deveres em sua mesa. - Vejo que conseguiram fazer tudo… haverá mais a ser feito depois desta aula.
Estudantes suspiraram enquanto o mestre escrevia na lousa com sua varinha.
—Hoje trabalharão os antídotos para as seguintes poções: Sono sem Sonho, Amortentia e Solução do Envelhecimento.
Os alunos foram ao armário de ingredientes e pegaram o que era necessário. Harry seguiu as instruções do livro à risca, temendo que o professor não aceitasse. Bianca abriu o livro do Príncipe Mestiço em vez de usar o mesmo livro que seus amigos usavam. As instruções eram as mesmas, embora houvessem anotações à mão nos rodapés. Talvez eu possa segui-las, Bianca pensou, fitando os amigos que penavam para produzir algo bom em seus caldeirões. Por fim, ela seguiu as anotações, trocando ingredientes, aumentando e diminuindo dosagens conforme prescrito pelo Príncipe Mestiço. No fim do tempo, Bianca dispôs três frascos sobre a carteira, esperando o veredicto de Slughorn.
—De certo houve uma melhora em relação ao desastre da última aula, porém ainda não atingiu o nível que exijo para o N.I.E.M. Continue estudando o livro que lhe dei e talvez passe nos exames.
Vou mostrar a ele que sou capaz, a menina pensou furiosa, anotando a leva de deveres pedidos. O sinal tocou e a turma saiu sem esperar pela dispensa.
***************
—Você precisa me ajudar – ela entrou na sala de Severo.
—Mas o que foi agora? - exclamou o professor.- Ainda o Fidelius?
—Não. Preciso de um reforço em Poções, para que Slughorn não me reprove no N.I.E.M.
—Certo – ele puxou um livro de sexto ano. - O que está estudando?
—Antídotos.
—A primeira coisa que tem de saber é: há antídotos específicos para cada poção, mas os benzoares são ótimos para todas…
—Embora em alguns casos sua eficácia não seja comprovada – disse Bianca.
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—Você sabe o conteúdo, tanto o prático quanto o teórico. Por que tanta insegurança? - disse Severo, gentil.
—Porque estamos falando de Slughorn! Ele pode até me reprovar só porque não gosta de mim?
—Vou cuidar disso para você. Se esforce e do resto eu me encarrego.
Depois disso, Bianca se encontrou com Harry no campo de quadribol, para treinarem Rebatendo o Pomo. Harry sugeriu que subissem um pouco, para que Bianca tentasse se equilibrar na vassoura. A garota apoiou os pés nos freios, que pressionados, fizeram a vassoura parar, empurrando Bianca para frente, e ela quase caiu.
Tenho de bolar um jeito de levantar sem tocar os freios, ela pensou. Realizaram a jogada outras vezes, durante as quais ela tentou se levantar jogando as pernas para frente, em direção ao punho do cabo; apoiando-se nas mãos e impulsionando o resto do corpo; usou o Levicorpus; até saltou na vassoura.
—Chega – disse Harry ofegante. - Vamos descansar, okay?
A dupla voltou ao solo e guardaram as vassouras no armário, tudo de corpo presente, mas suas mentes viajavam para outros lugares. Harry via-se comprando a nova Firebolt e usando-a na partida aberta, enquanto Bianca pensava no Príncipe Mestiço. Quem era ele? Um Comensal da Morte? Um Ordenado? Sobrevivera à guerra? Quantos anos tinha? Ele a conhecia?
O cérebro de Bianca também se empenhava em elencar possíveis Príncipes Mestiços, mas não era nada promissor. Além de que Severo fizera o favor de lembrá-la que precisava do feitiço Fidelius para ocultar seu antigo diário o mais rápido possível.
E ela também precisava falar com Jonay. E se eu pudesse resolver dois problemas de uma vez? Jonay e o Fidelius podiam ser resolvidos juntos. Resguardando um sorriso, a morena se dirigiu aseu quarto, pegou o diário e em seguida foi para o quarto de Jonay.
—Podemos conversar?
O garoto assentiu, abrindo a porta para a amiga.
—Quero falar sobre ontem na Sala Precisa. Gosto de você, somos amigos e eu preciso de você como Fiel do Segredo.
—Ainda não esqueceu o Fidelius? - ela negou. - Eu nunca revelaria um segredo seu, mas não há outro modo?
Bianca meneou a cabeça. Havia milhares de maneiras de esconder um segredo, mas nenhuma delas era eficiente contra Voldemort.
—Vamos fazer – Jonay estendeu a mão para ela.
Fidelius era como um Voto Perpétuo em que o Fiel do Segredo jura manter escondido o alvo do feitiço. Com o fim do procedimento, Bianca deixou o quarto, segura de que sua Horcrux estava protegida.
*******
—Deu certo – Severo fingiu-se maravilhado.
—Tem certeza? - perguntou o segundo homem na cena, a voz rascante.
—Sim, basta garantir que a entrega seja feita corretamente.
—E você se diz capacitado para esta tarefa, Severo?
—Não, senhor. Eu não posso fazer isso, embora saiba de alguém que pode.
—Pois bem.
A lembrança que Severo revisitava era a única que não incluía Lily ou Bianca e era feliz. Ele não se arrependia de ter recusado fazer a entrega pessoalmente. Usar a Imperius para que outro bruxo a fizesse em seu lugar fora uma de suas melhores decisões.
*********
Jason caminhava tranquilamente pelo campus da escola, quando avisou Rony sentado lendo.
—Rony! - chamou. - Ronald!
Rony se virou e correu na direção do melhor amigo. Abraçaram-se e se cumprimentaram.
—Desde quando não nos vemos? - Rony questionou, sorrindo.
—Desde a viagem para Beauxbatons.
—Como é lá?
—Cheio de garotas – Jason deu de ombros. - Não tem quadribol, passei os últimos meses sem jogar, estou com medo de Chang me tirar do time porque estou fora de forma. E você, como foi?
—O fim do ano passado foi normal N.O.Ms, N.I.E.Ms… mas na noite em que Bianca voltou, meu irmão e Vítor Krum deram uma surra no diretor de Durmstrang.
—Krum, o apanhador?
Rony assentiu. Ele não presenciara a cena, mas pelo que Jorge disse, Fred e Krum deixaram Karkaroff desacordado.
—Mudaram o corpo docente, como sempre. Snape está em DCAT e Horácio Slughorn em Poções – Jason franziu as sobrancelhas. Não conhecia Slughorn, era óbvio. - Um velho exigente que odeia a Bianca.
—Bianca… sua cunhada?
—Ex – Rony corrigiu. - Ela e Fred terminaram por carta no verão.
Jason meneou a cabeça. Ele não acompanhava a novela que era o relacionamento de Bianca e Fred, e dizia não ligar, porque tinha mais o que fazer, como estudar para os exames, mas gostava da srta. Black – como gostava de referir-se a ela – e também da aura feliz que ela irradiava.
—Senti sua falta – admitiu Rony, corado.
—Eu também. Estava solitário, cercado de meninas.
—Mas foi bom, não foi? Muitas meninas por perto? - Rony questionou, torcendo para que Jason negasse (se é que ele o faria).
—Garotas francesas—Jason acrescentou com um suspiro cansado. - Tudo é etiqueta e bons modos… até os garotos exigiram isso de mim.
—Veja pelo lado bom: agora você pode jogar quadribol, colocar os cotovelos em cima da mesa e…
—Ficar com você – Rony corou mais ainda com a resposta do amigo. - Quando McGonagall disse que eu ia viajar, gostei da ideia, sempre quis fazer intercâmbio… mas assim que pisei em Beauxbatons e vi o salão principal lotado de meninas me olhando, me comendo com os olhos como se eu fosse carne, me arrependi. Quis voltar para cá, para você e todo o resto.
—Tem certeza de que não voltou só pelo quadribol? - Rony ocultou o quanto gostara de saber que o amigo voltara por ele.
O moreno negou, sorrindo. As meninas de Beauxbatons eram muito bonitas, principalmente Gabrielle Delacour, quintanista na época, mas infelizmente, Jason não gostava da fruta que Gabrielle e suas amigas podiam oferecer, mas agora o que Rony tinha para dar… disso ele gostava e muito. O ruivo tomou coragem e perguntou:
—Ficou com alguma delas?
—Duas. Fleur e Gabrielle Delacour, irmãs. Boas, as francesas.
Com a mesma onda de coragem, Rony puxou Jason pelo colarinho e o beijou com força. Jason correspondeu, feliz. Seu desejo de seis anos se realizava.
—Sou melhor do que as francesas? - Rony perguntou ao ouvido de Jason.
—Sim, muito melhor.
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