—Muito bem pessoal – disse McDonald entusiasmado. - O jogo contra a Corvinal é semana que vem, e quero que o time titular esteja excelente. Os reservas estarão no campo representando os corvinos. Todos para as vassouras. Black, você começa na esquerda e eu na direita.

—Ele não sabe o seu nome? - Harry sussrrou.

—Acredito que não, mas agora vamos treinar.

Os dois montaram nas vassouras e subiram alguns metros. Os balaços eram ágeis e persistentes, ziguezagueando pelos jogadores, e na visão de Bianca, tinham como alvo principal Harry. No geral, todos os titulares estavam excelentes juntos. O treino acabou, mas antes que Tyler saísse do gramado, Harry e Bianca o chamaram.

—McDonald, temos algo para te mostrar – Harry sorriu, chamando Tyler pelo sobrenome apenas para provocá-lo. - É uma maneira que pensamos de pegar o pomo.

Os dois remontaram as vassouras e usando uma bola de plástico arremessada por Tyler, realizaram Pegando o Pomo a poucos metros do solo, e foram bem-sucedidos.

—Essa técnica… já a vi em algum lugar. Acho que li a teoria em Quadribol Através dos Séculos…

—Rebatendo o Pomo— disse Bianca. - É como se chama. Podemos usá-la em campo?

—Podem, sem problema nenhum. Aliás… vou reservar o campo algumas tardes para que vocês treinem secretamente, e só usem isso na partida aberta, okay?

—Tudo bem – Harry piscou o olho. - McDonald.

—Se me dão licença, tenho que estudar.

******

Bianca foi para a biblioteca, pensando na montanha de deveres por fazer, e viu Harry e Draco caminhando pelos corredores abraçados e sorrindo. Felizes, como ela e Fred haviam sido até o dia em que ela foi para Durmstrang. Para ela, o término por carta fora apenas uma consequência do que acontecera durante a viagem.

E pensar que se nada daquilo tivesse ocorrido, ele seria a primeira escolha dela para o Fidelius. Mas agora, depois que Fred provara estar longe de ser confiável, ela não queria ter de escolher entre Draco e Harry, já que ambos lhe eram igualmente fieis. Severo! Mesmo que ele não fosse o Fiel do Segredo, pelo menos, a orientaria.

—Tem um minuto, Sev? - ela entrou na sala dele, que lhe sorriu.

—Em que posso servi-la, senhorita?

—Eu preciso de um Fiel do Segredo e…

—Desculpe, mas não posso ajudar. Você sabe que minha mente não é segura, por mais bom Oclumente que eu seja.

A menina suspirou teatralmente.

—Sei disso, o que queria pedir é que me ajude a decidir quem será o Fiel.

—Não pode pedir a Fred? Tenho certeza de que ele terá um final de semana livre em breve.

—Não, eu não o quero. Não confio mais nele. Não posso confiar em alguém que termina um relacionamento de forma imatura e dando desculpas. Estudos. Humpf.

Severo deu uma risada. Às vezes, Bianca era madura como alguém da idade de Minerva, mas às vezes, ela gostava de reservar um tempo para ser uma adolescente normal.

—Pois bem senhorita Revoltada. Neste caso, fazemos uma lista de todos em quem confia e depois escolhemos a opção que seja menos óbvia.

—Certo. Temos… meus pais, Harry, Draco, Jonay, e você, é claro.

—Sinto-me lisonjeado – ele riu. - Mas… como eu disse, minha mente não é segura.

—Pelo que li, o Fiel do Segredo tem de verbalizar, não?

—Sim, mas… se estamos falando de um segredo que temos de esconder do Lorde das Trevas, é melhor evitar mentes que podem ser controladas por ele, o que exclui o Draco também. Ficamos com Harry e Jonay. Se me permite falar, parece mais óbvio que confia em Potter, visto que é mais próxima dele do que de Jonay.

—Eu e Jonay somos conectados pela profecia, não? E também… nos beijamos no verão.

—O que isso quer dizer? - ergueu a sobrancelha.

—Sinto que somos mais do que amigos…

—Entendi. Está sendo como foi com Fred.

—Se quer colocar assim… - ela deu de ombros, tentando reter as lágrimas.

—Desculpe se toquei em um ponto delicado – isso é óbvio, ele pensou, afagando o rosto dela. - Sabe como sou péssimo com isso, não sabe? Mas apesar disso, sou capaz de tudo para te ver sorrir.

—Sei – ela sorriu.

Severo agitou a varinha discretamente, e ela o fitou com cara de interrogação.

—Se vai esconder seu diário, não pode mais tirá-lo do lugar para escrever nele, por isso, aqui está um substituto.

Ela sorriu ao pegar o caderno, era perfeitamente igual ao que Tom lhe dera alguns anos antes, à exceção de estar em branco. Bianca agradeceu com um beijo singelo na bochecha de Severo e foi para seu quarto. Hermione lia sentada em sua cama.

—Que há entre você e Jonay? - a garota foi direta.

—Nada… amizade, apenas.

—Não é o que parece – o tom de Hermione era grosso. - Ele deixou um bilhete para você – ela entregou o papel dobrado. - Juro que não li.

—Obrigada – Bianca agradeceu corando.

Bianca colocou o novo diário no malão e abriu o bilhete.

Preciso falar. Sala Precisa, assim que puder.

—J

Assentindo, ela foi para a Sala Precisa, e encontrou-a como o jardim de sua casa. Estava perfeito, as árvores delimitando a área, a luz saindo pelas janelas dos fundos.

—Por que aqui? - ela perguntou quando Jonay chegou.

—Foi o lugar em que nos beijamos. E o primeiro em que pensei.

—Disse que precisava falar.

—Sim, falar sobre nós. Sem querer te magoar ou nada disso, mas eu preciso dizer essas coisas. Não estou te pressionando a fica comigo, mas se me escolher, garanto que serei muito melhor do que Frederich foi. Não sou tão inseguro quanto ele e te entendo mais do que ele, você sabe disso.

—Escuta, se veio aqui para me convencer a ficar com você só porque é melhor do que o Fred, saiba que está perdendo seu tempo, porque eu não quero uma versão melhorada do meu ex, quero uma pessoa diferente. E talvez esse não seja você – ela deixou a sala.

Uma vez de volta em seu quarto, ela se pôs a escrever no novo diário. Uma nova fase, um novo diário. Se eu pudesse reler meu antigo diário, provavelmente encontraria uma Bianca mais guerreira do que romântica, mas agora, até o presente momento, meu maior problema são os meus sentimentos. Fred terminou comigo por carta, eu beijei Jonay e ao que parece, ele gosta mesmo de mim, mas eu não consigo ver-nos juntos, como ia eu e Fred. Eu gosto de estar com ele, mas não como gosto de estar com Fred. Jonay me entende, mas não como Fred me entendia.

Eu devo estar ficando maluca.