Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 76
Reconciliation




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—Hey Sirius, chegou uma carta de Bianca – disse Remus, entregando-lhe a carta.

Sirius sorriu lendo as palavras da filha, e logo escreveu uma resposta. Parabéns aos dois, lembrem de nos chamar quando a partida for aberta.

—Está tenso – disse Remus novamente. - E eu sei que tem a ver com a entrada de Bianca no time de quadribol.

—Eu não queria que ela jogasse… e se ela descobrir…

—Ela vai ficar bem – o lobisomem tranquilizou o marido. - Qual é a chance de ela descobrir sobre…

Antes que Remus terminasse de falar, Sirius ergueu um livro, cujo título era Quadribol Através dos Séculos, e o abriu na página que dizia: A famosa jogada criada por James Potter e Sirius Black em 1976 foi chamada por eles de Rebatendo o pomo, mas foi usada apenas uma vez em campo pela dupla, já que apesar da vitória da Grifinória, time pelo qual jogavam, Black caiu da vassoura e bateu as costas em um dos aros de gols, fraturando a coluna.

Mas a lendária jogada era feita do seguinte modo: o batedor voa lado a lado com o apanhador, e repele todo tipo de obstáculos que estiverem próximos, em pé na vassoura. E quando o pomo de ouro estiver no campo de visão do mesmo, ele o rebate, diretamente nas mãos do apanhador, e a partida se encerra.”

—Qual é a probabilidade de ela não ter acesso a este livro na biblioteca de Hogwarts? - Sirius foi irônico. - Você sabe que ela gosta de estudar sobre tudo o que faz, ela vai ler todos os livros existentes sobre quadribol e esse será o primeiro, com certeza.

—Você quer parar de andar em círculos pela sala? Odeio quando faz isso, me irrita. Agora senta aí e mais uma vez, me escuta – lá vamos nós com essa novela de novo, os dois pensaram juntos enquanto Sirius obedecia. - Se, eu disse se, ela descobrir como se faz a jogada, ela, com certeza, tentará, e se sobreviver – as sobrancelhas de Sirius se uniram – a realizará na partida aberta e você vai socorrê-la se algo acontecer.

—Você realmente me tranquilizou, obrigado – Sirius foi mais irônico. - Me deixa sozinho, okay?

—Não, eu não vou sair. Você não tem medo que ela se machuque em campo, não é isso? - disse em tom desafiador. - Você tem medo de vê-la caindo, exatamente como você caiu, não quer ver Harry abrindo mão do pomo de ouro para ajudá-la, assim como James fez por você. Você não quer as lembranças.

Lágrimas brotaram no rosto de Sirius. Ele sabia bem do que Remus falava, e daria tudo para não saber.

FLASHBACK

A histórica partida Grifinória versus Sonserina ia começar. O apanhador James Potter e um dos batedores, Sirius Black, estavam lado a lado na formação, esperando o apito da Madame Hooch.

—Hey Almofadinhas – James chamou. - Vai dar certo.

—Sim – Sirius concordou nervoso. - Vai dar certo.

O apito soou e os quatorze jogadores alçaram voo. Os olhos de James começaram a buscar o pomo, e logo o encontraram.

—Ali – disse James, apontando a direção para Sirius.

Juntos e velozes, os dois voaram atrás do pomo. Sirius rebatia balaços e empurrava adversários com destreza. Inesperadamente, o pomo ganhou altura, ficando acima dos aros de gols. James mantinha a mão esticada, o pomo estava há poucos centímetros de seus dedos, mas ele começou a se afastar, chegando mais perto de Sirius.

—Levante-se – disse James. - Levante-se e rebata.

Sirius apoiou os pés nos freios da vassoura e se levantou, ficando em pé como em uma prancha de surfe. Preparou o bastão e contou mentalmente até três.

—Três – murmurou.

Ele moveu o braço para trás e agitou o bastão, que tocou o pomo, empurrando-o para James, mas no segundo em que o grifinório pegaria a bolinha dourada, Sirius se desequilibrou e ele caiu da vassoura.

—Sirius! - James gritou, mergulhando para agarrá-lo.

James abandonara o pomo, mas não conseguiu evitar que Sirius batesse de costas em um dos gols.

Black foi socorrido prontamente, e a lesão na coluna não o impediria de jogar quadribol depois de se recuperar, mas, ainda assim, ele não quis continuar no time.

—Fique no time – James insistiu. - Não vai se machucar de novo. Nunca mais vamos fazer isso, eu juro.

—Não Pontas. Teria dado certo, se eu… qualquer um pode fazer isso tão bem quanto eu, ou talvez até melhor.

—Não! Nenhum jogador consegue fazer essa jogada comigo, só você. Por favor.

—Não. É minha palavra final.

Aquela decisão não afetara a amizade entre os dois, mas Sirius nunca mais pisou em um campo de quadribol.

FLASHBACK END

**********

Bianca estava na biblioteca, fazendo os deveres que Slughorn passara. Terminava o ensaio sobre Amortentia quando foi abordada por Jonay.

—Está aí há horas, que tal uma pausa?

—Okay – ela pôs os livros de lado. - Que sugere que façamos então?

—Eu não tinha pensado nessa parte – ele coçou a nuca.

—Não tem problema, eu escolho então. Estou com muita fome, o que acha de uma visitinha à cozinha?

—Perfeito.

A dupla se esgueirou até as cozinhas, atrapalhando-se um pouco com as rodas da cadeira de Jonay, mas por fim, conseguiram chegar lá. Pensaram que estariam encrencados se fossem vistos, mas quando pisaram na cozinha, pelo menos meia dúzia de elfos domésticos voltou-se para eles, ávidos para atenderem seus desejos.

Depois de várias xícaras de chá, bolos e biscoitos dos mais variados, Bianca e Jonay saíram dali e voltaram para a biblioteca.

—Quem é o Príncipe Mestiço? - perguntou Jonay.

—Hã? Onde viu isso?

—Aqui – ele ergueu o livro de Poções que Slughorn mandara Bianca estudar. - Este livro pertence ao Príncipe Mestiço. Quem é ele?

—Eu não faço ideia, nem quero fazer – ela deu de ombros. - Também não sei porque Slughorn me mandou estudar este livro. É exatamente igual ao meu, com a exceção de que é velho.

Não é a melhor que já vi, mas também não é a pior, as palavras de Severo ecoaram em sua mente. Não justifica o livro extra. Posso vê-lo? Bianca, Slughorn é exigente desde sempre, eu tive aulas com ele, mas ele entregou este livro por que…

—Há um propósito maior – ela estalou os dedos.

—Sempre há – Jonay deu de ombros. - De que se trata dessa vez?

—Não sei.

—Nunca sabemos no começo. Geralmente descobrimos no final.

—Pare de falar e me ajude a pensar – ela grunhiu.

—Bianca, talvez, só dessa vez, não haja nada para ser descoberto. Talvez o Príncipe Mestiço tenha sido apenas um aluno que se achava mais do que era, só isso.

—Não. Ouça, eu fui até Severo ontem e lhe contei sobre a aula de Poções, e ele estava falando que houve um motivo pelo qual Slughorn me deu este livro, mas não chegou a dizer qual era.

—E por quê?

—Ele não pôde. Quando ia dizer, começou a tossir e engasgar.

—Feitiço da Língua Presa – disse Jonay. - É uma outra maneira de se impor um Tabu, impedir que algo seja dito.

—Entendi… você admite que há alguma coisa por trás desse livro?

—Certo, admito, mas como vamos descobrir o que é, já que Severo não pode falar?

—Por ora, tudo o que podemos fazer é ler este livro até gastá-lo. Deve haver algum segredo em algum lugar…

—Escuta – ele tirou o livro das mãos dela. - Por que é, que sempre que nos encontramos, falamos sobre Voldemort, Horcruxes, coisas ocultas e tal? Não podemos ter uma conversa normal para variar?

—Desculpe, é que eu…

—Eu entendo. Você é a Menina Amaldiçoada, sabe que Voldemort sempre estará à espreita, tentando te matar, e pode usar seus melhores amigos, seu namorado para chegar a você.

—Obrigada – ela sorriu. - É o primeiro que me entende de verdade. Os outros só dizem que me entendem. Mudando de assunto, você sabe fazer o feitiço Fidelius?

*******

—Está agindo como um idiota.

—Não estou. Cale a boca, Jorge.

—Mandar aquela carta foi algo muito idiota.

Fred e Jorge estavam em seu dormitório na U.M, discutindo mais uma vez – eles perderam as contas há séculos – sobre como Fred agira ao mandar a carta de término para Bianca. Fred não queria pensar mais nisso – o que está feito, está feito, dizia —, mas Jorge sabia que dentro daquela cabeça-dura, Fred ainda amava Bianca, e faria de tudo para que seu irmão percebesse isso.

—Ela já deve ter superado – Fred deu de ombros. - Sei que tem uma lista longa de pretendentes. Jonay Sanchez é o primeiro.

—Você está largando tudo, não está? Disse a ela que não conseguiria conciliar os estudos e o namoro, por Merlim! Isso são apenas desculpas, palavras vazias.

—Não são não. Eu realmente não conseguiria dar conta de tudo.

—Certo, então eu posso investir nela?

—Ficou doido? É claro que não!

—Então você ainda se importa – Jorge sorriu, provocador. - Vou deixá-la em paz, okay? Mas outros caras não a deixarão.

—O que quer dizer?

—Você entendeu. A essa altura, algum cara terá dado em cima dela. A fila anda, você sabe disso.

Fred deu de ombros. Nada do que eu irmão dizia teria algum efeito em sua opinião. Afinal, o que está feito, está feito.

********

Você tem um trabalho. É uma tarefa simples, na verdade. Acredito até que já a esteja cumprindo sem saber. Vou direto ao ponto. Você tem de garantir que Bianca Black não se aborreça, se chateie, chore, fique nervosa, tensa ou qualquer coisa do tipo.

Resumindo, cuide do bem-estar dela, enquanto estiver aí, ela tem de ser a menina mais feliz do mundo, entendeu?

Draco torceu o nariz para a carta. Realmente, nos primeiros anos de Hogwarts, ele fora a alegria de Bianca, fazia-a sorrir sempre, mas quando as coisas entre ela e Fred se ajustaram, o posto trocara de mãos, e ruivo fazia um péssimo trabalho nos últimos meses. Molhou uma pena no tinteiro e começou a resposta:

Tenho feito isso com muito êxito ultimamente, sabia? O Lorde saberia se passasse mais tempo olhando para Bianca e menos tempo no túmulo daquela cobra idiota.

Draco arrependeu-se quase instantaneamente de ter escrito tais palavras. Não sabia quem lhe mandara a primeira carta, mas, com certeza, esta pessoa mostraria a resposta a Voldemort, e ele não ia gostar nem um pouco de ver Draco chamando Nagini de “cobra idiota”. Então rasgou a folha e a atirou para o canto, pensando no que escrever.

Snape adentrou o recinto, e perguntou para o garoto, a pose altiva:

—Não sabe o que dizer a Regulus?

—Foi ele quem escreveu esta carta? - Draco entregou-a para o professor, que assentiu.

—Reconheço a caligrafia dele em qualquer lugar. Se não se importar, eu mesmo posso responder.

—Obrigado, tenho trabalho a fazer.

*********

O feitiço Fidelius, também conhecido como Feitiço da Confiança serve para ocultar a localização de algo ou alguém no íntimo de uma pessoa. O que está escondido por este feitiço só pode ser encontrado se o Fiel do Segredo disser como fazê-lo – ato considerado por alguns como de extrema traição. Um exemplo muito famoso do uso incorreto do Fidelius aconteceu em 1981, quando James e Lily Potter confiaram a localização de sua casa a Peter Pettigrew por meio do feitiço e ele os traiu, contando sua localização ao Lorde das Trevas – Jonay fechou o livro cujo trecho recitara em voz alta para Bianca. - Tem certeza de que quer fazer isso?

—Tenho. Preciso esconder meu diário, e acho que não há lugar em que Voldemort não consiga encontrá-lo, exceto se eu usar o Fidelius.

—Certo… e onde vai colocá-lo?

A bolsa de pele de briba que Vítor dera a Bianca parecia ideal, não fosse pelo fato de que a menina não confiava muito no objeto.

—Vou pensar nisso e depois te falo, okay? Obrigada pela ajuda.

Bianca deixou a biblioteca, e encontrou Draco no corredor.

—Oi – disseram.

Nenhum deles queria admitir, mas o clima em Hogwarts estava tão estranho que parecia que não se viam há anos. Bianca parecia mudada aos olhos de Draco, assim como ele para ela.

—Como você está? - perguntou o loiro, solidário. - Soube que você e Fred terminaram.

—Harry – o tom do garoto se alterou ao citar o moreno. - Ele me disse que você andava estranha, cabisbaixa, até que entrou em seu quarto e encontrou uma carta de Fred terminando o namoro.

Bianca franziu as sobrancelhas, não entendera a mudança no tom de Draco.

—É impressão minha ou você não gostou de mencionar o Harry? Aconteceu alguma coisa?

—Nós terminamos – ele admitiu, baixando o rosto. - Brigamos por causa de Dudley. Eu descobri que ele tinha pego seu diário e justo nesse dia, Harry me pediu para falar com Severo sobre o tratamento de Dudley em sala de aula.

—Você se negou a ajudar – a garota conjecturou. - Mas isso já foi resolvido, porque vocês simplesmente não reatam? Orgulho demais?

Draco assentiu, sentindo a cabeça pesar ainda mais.

—Então façamos o seguinte: esteja na Sala Precisa às sete. Sabe o que vai acontecer. Não adianta fugir – a menina disse rapidamente e deu-lhe as costas.

*******

—Harry Potter, você vai me ouvir agora – Bianca determinou, entrando na sala comunal da Grifinória. Os outros grifinórios saíram da sala em um segundo, e Bianca não parou nem para respirar antes de falar. - Você ter terminado com Draco porque ele estava me defendendo foi uma burrice, mas já resolvemos isso. Agora você tem de fazer as pazes com ele.

—Por quê? Não há nada que me prenda a ele ou me obrigue…

—Ainda não há, mas vai haver daqui a anos, quando você for um homem solitário e deprimido porque não está junto do amor da sua vida – as palavras foram como tapas no rosto do garoto. Ele assentiu, sabia que ela falava a verdade. - Sala Precisa, às sete, entendeu?

**********

Draco e Harry se encontraram na porta da Sala Precisa, olhavam torto um para o outro, mesmo sabendo o que ia acontecer na sala. A porta se abriu e os dois entraram. Em seguida, a passagem se lacrou e a voz de Bianca reverberou pelas paredes:

—Vocês sabem porque estão aqui, e não vão sair até que digam o que devem dizer e façam o que devem fazer.

O moreno olhou fixamente nos olhos do loiro e se sentou em um canapé.

—Pode falar – Harry autorizou.

—Falar o quê?

—Não vai me pedir desculpas?

—Eu devia?

—Sim, já que a questão de o Duda estar com o diário da Bianca foi esclarecida, e de qualquer forma, ele não fez por mal…

—Ele se recusou a devolver o diário! Disse que não estava com ele! Precisei verificar pessoalmente o malão dele para tirar o livro de lá.

Harry suspirou pesadamente.

—Sabe de uma coisa? Isso já foi resolvido e não tem nada a ver com nosso namoro.

—Tem razão… - Draco ponderou. - Podemos sair daqui, Bianca?

—Não! - ela disse animadamente. - Ainda precisam dizer algumas coisas.

—Tipo… - Harry perguntou, mas não houve resposta. - Certo. Me desculpe, eu fui um idiota, Draco.

—Eu… okay, eu agi da mesma forma que você, acredito. Você queria ajudar seu primo, e eu queria defender a Bianca. Isso é um ponto em que concordamos. Está satisfeita, Black?

—Não, ainda faltam algumas coisas – ela soltou uma gargalhada maldosa.

—Eu te amo e não poderia viver sem você – disseram juntos. - E agora?

Ela não disse nada, mas a porta da sala surgiu e eles correram para ela.

—Tenham uma boa noite, meninos.


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