Bianca desviou de sua rota, escondendo-se atrás de um morro. Talvez os Comensais não fossem um risco, se a guiassem até Little Hangleton. De fato, a esquadra seguiu exatamente como Bianca teria feito. Acompanhou-os até a casinha dos Gaunt e escondeu-se enquanto eles entravam. Aplicou em si mesma os feitiços de proteção cabíveis e esperou.

Luz saiu da janela da cozinha. A garota se esgueirou até o peitoril e espiou. Os Comensais estavam reunidos e falavam aos sussurros, ela mal entendia o que diziam. Conformou-se em ficar sem saber do que falavam e passou a noite no relento.

Bianca dormia, mas não totalmente, ainda ouvia sussurros do que as pessoas falavam dentro da casa, murmúrios indistintos, nada a que desse atenção. Na manhã seguinte, os Comensais partiram novamente em formação, e Bianca previa que Voldemort estava sozinho lá dentro. Ela se levantou, tirou a grama do cabelo, ajeitou as roupas e entrou na casa. Seu plano era simples: atrair Nagini para fora da casa e matá-la com rapidez.

A residência Gaunt estava um pouco diferente da última vez em que ela ali estivera, os cômodos foram arrumados e uma escada levava ao segundo andar, ao que parecia, Nagini tinha um quarto apenas para ela.

A cobra estava enrolada em si mesma, como em sono profundo, mas assim que a garota se aproximou, a serpente despertou e silvou bem alto, como alguém que grita por ajuda. A garota lançou um Abaffiato na serpente, desiludiu-se e colocou-se sob o armário do aquário.

Voldemort surgiu no quarto desesperado, pronto para socorrer Nagini de quem quer que fosse. Ele fez carinhos na cabeça de Nagini enquanto Bianca rezava para que ele não a notasse ali. Voldemort disse algumas palavras tranquilizadoras para sua serpente e se retirou.

—Levicorpus -Bianca murmurou, erguendo Nagini alguns centímetros no aquário.

Com Nagini enfeitiçada, Bianca se jogou pela janela e ao cair na relva, sem mais nem menos, disse:

—Fogomaldito!

Saiu correndo para moita onde havia escondido a vassoura, pegou-a e decolou. Voltou diretamente para o castelo, guardou a vassoura de volta no armário e voltou para seu quarto. Por sorte, Hermione dormia pesadamente. Black se jogou sob as cobertas e logo adormeceu.

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Bianca adentrou o salão principal na hora do café da manhã. Como sempre, deu uma olhada na mesa dos professores. Varreu-a da esquerda para a direita, e se assustou quando não viu Mcgonagall na extrema esquerda, mas assim que chegou ao meio da mesa, encontrou a professora de Transfiguração na cadeira outrora ocupada por Dumbledore. Na extrema direita, Severo deu seu habitual sorriso para Bianca enquanto Minerva se preparava para falar.

—Atenção todos! As Academias de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Durmstrang e Beauxbatons entraram em um programa de intercâmbio. Dois alunos de nossa escola foram escolhidos para terminar o ano letivo em Durmstrang e Beauxbatons – uma onda de excitação percorreu os alunos. - O aluno que irá para Beauxbatons será Jason Sanderson – a mesa da Corvinal saudou o colega – e quem vai para Durmstrang será Bianca Black.

Alguns grifinórios deram tapinhas amistosos nas costas da garota, mas ela não estava nada contente com aquela situação. Não podia sair do país, não agora que estava tão perto de destruir todas as Horcruxes.

—O sr. Sanderson e a srta. Black, venham à minha sala depois da refeição, para tratarmos de suas viagens – disse a profa.

Bianca comeu, sem sentir o gosto dos alimentos. Logo, ela e Jason estavam na sala de Mcgonagall.

—Sr. Sanderson, esta noite você embarcará em King's Cross para a França, Madame Maxime irá recebê-lo. Pode ir -o garoto saiu da sala. - Srta. Black…

—Professora, eu não posso viajar. Não agora.

Severo entrou na sala, pronto para acalmar Bianca.

—Minerva, pode deixar Bianca comigo -a senhora assentiu e saiu.- Escute, pequena. Só restam duas Horcruxes, e você as tem em seu poder. E mais, eu preciso que vá a Durmstrang, para ficar de olho no diretor, Igor Karkaroff.

—Devo levar as Horcruxes comigo?

—Imagino que Voldemort fará de tudo para recuperá-las enquanto estiver fora, mas se as levar, ele pode segui-la, e lá não poderei protegê-la.

—Não podemos escondê-las?

—Se o fizéssemos, ele reviraria o mundo para encontrá-las, mas pensando bem, ele não fará mal algum a você em Durmstrang, mesmo que se encontrem. Vá, e eu lhe avisarei se algo acontecer – a menina se levantou. - Seu trem parte para a Bulgária, na mesma hora que o trem de Sanderson.

Bianca empacotou todas as coisas que tinha. Vestidos, uniformes e casacos, já que ia para a Bulgária, além dos livros e joias. Quando terminou, tirou um tempo para escrever uma curta carta ao pai.

Pai, fui selecionada para um programa de intercâmbio em Durmstrang. Escreva para lá quando precisar falar comigo.

Levou todos os seus pertences para a sala comunal, onde se despediu de Harry e Fred.

—Me escrevam – pediu. - Tenho de ir agora.

Encontrou Draco no corredor, despediu-se e pediu-lhe para escrever. Ela e Jason foram escoltados por aurores até King's Cross e embarcaram nas plataformas onze e doze, respectivamente.

O percurso de trem até a Bulgária foi um pouco longo, mas Bianca conseguiu aguentar. Quando chegou à estação búlgara, viu um jovem rapaz aproximar-se dela.

—Bianca Black? - ele perguntou, com um sotaque forte. Bianca imaginou se conseguiria comunicar-se com os alunos, já que o sotaque arrastava muito as palavras.

—Sou eu – ela respondeu.

—Vítor Krum – o rapaz estendeu a mão. - O diretor Karkaroff me mandou buscá-la, vou levá-la a Durmstrang.

Vítor abriu um belo sorriso, e estendeu o braço para conduzi-la até o exterior da estação, onde um senhor em um carro discreto, mas elegante, os aguardava.

—Sr. Karkaroff, esta é a srta. Black – apresentou Vítor.

—É um prazer senhorita, sou Igor Karkaroff, diretor de Durmstrang, e… Black? Seu pai é Sirius Black, o ministro da magia?

—Sim… -a menina se constrangeu um pouco, mas se manteve firme.

—Acho que já conhece meu sobrinho, Vítor – Bianca assentiu. -Ele vai cuidar de você enquanto estiver em Durmstrang, nem todos falam inglês tão bem como nós.

A mente de agente da Ordem de Bianca percebeu um detalhe muito sutil, que a maioria das pessoas deixaria escapar. Karkaroff tentava reduzir seu círculo social em Durmstrang a apenas uma pessoa, que talvez fosse facilmente controlada por ele.

Ela não sabia o que aconteceria em Durmstrang, mas de uma coisa tinha certeza: precisava fazer amigos.