Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 64
Flying


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a Juliana Sato e Jonay Fanfics pelos comentários do cap. anterior



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Os garotos engoliram em seco. Que explicação dariam para estarem ali antes do fim de semana? Bianca teve de ser rápida e esconder-se em um dos quartos, para no instante seguinte saltar a janela.

Aresto Momentum!—bradou, agitando a varinha desesperada.

Evitando fazer barulho, sentou-se no chão, pôs-se de joelhos e levantou, olhando para os lados. Ninguém a vira. Bastava apenas encontrar os meninos e sair dali.

Lumus- disse outra pessoa aproximando-se.

—Jonay?

—Dumbledore me mandou atrás de vocês. Disse que primeiro viriam aqui, mas estão errados.

—Draco disse que…

—Draco está desatualizado. Acha que o Lorde das Trevas voltaria todos os dias para o mesmo lugar sabendo que tem alguém matando sua alma?

Bianca bateu o pé com força. Era tão óbvio! Se tivesse pensado mais um pouco em vez de discutir com os meninos, teria percebido isso e não estaria naquela situação.

Começava a chover, então Jonay conjurou um guarda-chuva e os cobriu.

—Não vamos brigar, temos de nos abrigar.

Bianca empurrou a cadeira do amigo até uma grande caverna. Enquanto ele providenciava leitos, ela enviava um Patrono a Fred e Harry contando onde estavam e pedindo para que buscassem Draco.

—Pare de se preocupar tanto –Jonay pediu.

—Como? Essa é a minha missão. Tinha de fazer isso sozinha.

—Se estivesse sozinha, não saberia qual era o quarto de Voldemort- disse Draco entrando na caverna com Fred e Harry.

Bianca se atirou nos braços do ruivo e o beijou. Fred correspondeu aos carinhos da namorada. Chegara aos ápice da preocupação quando Draco chegou ao hall sem ela. Um nó se instalou na garganta do garoto e recusou-se a sair até que o Patrono de Bianca surgiu e passou o recado. Draco levou-os à gruta mais próxima e… bingo! Lá estavam Bianca e Jonay.

Harry e Draco se abraçavam perto da fogueira que conjuraram. Harry era quente e macio, convidativo, pensou Draco, como o brasão da Grifinória. Já Draco era duro e frio, mas, ainda assim, aconchegante, elegante, pensou Harry, como o brasão da Sonserina.

Bianca e Fred estavam de mãos dadas, aquecendo-se do lado oposto da caverna. Estou sobrando, pensou Jonay, lembrando-se do ocorrido com Juliana e Hermione há alguns dias. Enquanto Jonay se perdia em seus pensamentos, Bianca se lamentava.

—Meu pai vai me matar- choramingou. - Isso se eu não morrer aqui.

—Por quê? - Fred perguntou.

—Já perdi a conta de quantas vezes sai sem dizer nada a ele.

—Dumbledore intercederá por nós – disse Harry.

—Quem garante? -questionou Jonay.- Ele já deixou vocês na mão.

Bianca refletiu. Dumbledore os mandara ao passado sem explicação nenhuma. Se Jonay, Fred e Draco não tivessem aparecido, talvez ainda estivessem lá. Todos confiavam cegamente em Dumbledore, por sua sabedoria, mas ele podia se enganar, não podia? Ninguém é 100% infalível, pensou Bianca.

—Vamos voltar para Hogwarts, alertar Sirius do que estamos fazendo, pensar mais um pouco e então saímos de novo em busca da Nagini – propôs Jonay.

Bianca assentiu, levantando-se. Os cinco aparataram no salão principal, onde o caos estava instalado. Alunos, professores e fantasmas correndo para todos os lados. Funcionários do Ministério circulavam igualmente apressados. Ninguém notaria os recém-chegados no meio daquela bagunça, porém uma voz chamou:

—Bianca? Onde estava?

—Sev? O que está acontecendo aqui?

Severo pousou a mão no ombro da garota e a levou para o escritório de Dumbledore.

—Eu faço minhas perguntas depois respondo as suas -determinou.-Quando foi a última vez em que entrou em contato com Dumbledore?

—Há dois dias.

—O que ele disse a você?

—Me mandou procurar Nagini.

O pocionista refletiu, esfregando o queixo. -Foi a última pessoa a falar com ele, sabia? Dumbledore foi encontrado morto naquela noite.

—Quem o matou?

—Não sabemos… seja lá quem for, deixou um bilhete para você – ele lhe entregou uma carta. - Ninguém leu, todos estão atordoados demais com o acontecimento. Eu tenho de ir, fique à vontade.

Assim que o homem deixou a sala, Bianca abriu o envelope.

Eu não queria, mas a única forma de impedir que você continue destruindo as Horcruxes era eliminar seu guia, que por acaso era Dumbledore. Desculpe por isso. Mesmo que não acredite ainda te amo.

Bianca colocou o papel no bolso e correu de volta para o salão principal. Precisava contar a alguém o que sabia.

—Todos os alunos, sem exceções, devem voltar aos dormitórios – determinou a professora Mcgonagall.

Bianca tentava avançar em direção a mesa dos professores na extremidade oposta do salão, mas a multidão de estudantes a impediu. Empurrada até o outro lado do salão, ela se contentou em ir para seu quarto. Seu pai tinha de saber quem era o assassino de Dumbledore, mas não podia contar aquilo em uma carta. Havia tantas coisas na cabeça da grifinória, que ela resolveu desabafar em seu diário.

Dumbledore está morto. Por que tivemos a maldita ideia de voltar para Hogwarts? Voltamos para pedir mais ajuda a Dumbledore, mas não adianta nada agora. Se tivéssemos continuado a busca, teríamos ficado de fora da confusão que se instalou em Hogwarts, e talvez, a essa hora, já teríamos Nagini em mãos.

Bianca bateu a pena no papel intensamente. Jonay propusera a volta a escola, mas todos concordaram com a ideia, no fim das contas. Mas agora ela tinha a chance de fazer como queria: ir sozinha. Podia sair pela janela com facilidade e discrição. Assim o fez e quando chegou aos campos de quadribol, pegou uma vassoura. Nunca montara em uma antes, fora as aulas de voo no primeiro ano, mas se manteve firme, esperando que voar fosse como andar de bicicleta: impossível de esquecer.

Deu impulso e ganhou altura e velocidade. Sentiu o vento balançar seus cabelos, açoitando seu rosto. Em segundos, ela ultrapassou os muros do castelo. Ganhou altitude e se escondeu entre as nuvens.

Avançou um pouco mais e chegou a propriedade dos Malfoy. Aqui não está, ela pensou frustrada. Quem sabe na casa dos Gaunt. Viajar até Little Hangleton lhe custaria algumas horas, mas tempo para investir em sua missão, Bianca tinha de sobra.

Continuou voando para oeste, em uma linha perfeitamente reta, o vento ajudava e as nuvens esparsas também. Não havia sinal de chuva, o que ajudava-a a ver o que estava por vir.

O voo era tranquilo, até que uma esquadra em formação a surpreendeu. Comensais da Morte na certa.


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