Era hora de partir para Hogwarts e Bianca ainda não tinha voltado. Sirius estava de ressaca em casa, então Remus acompanhara Harry até a estação.

–Não se preocupe Harry – disse o homem. - Sua irmã vai aparecer.

–Tomara…

Dali alguns minutos, viram Dumbledore aproximar-se da plataforma nove. Foram até ele e perguntaram:

–Onde está Bianca?

O homem ficou quieto até que um trem parou na plataforma nove e abriu as portas. As primeiras pessoas a saírem foram Bianca e um rapaz de cadeira de rodas. A menina caminhou até o diretor, ignorando totalmente o padrasto e o irmão.

–Remus, Harry, acho que vão perder o trem – disse Dumbledore e eles se retiraram, constrangidos.

–Professor, este é Jonay – Bianca apresentou. - Jonay, este é o prof. Dumbledore.

–É um prazer – disseram os dois. - Bianca, é melhor você ir para a 9 ¾. O trem já vai partir.

Apressada, a menina atravessou a passagem, e Jonay perguntou ao professor:

–O que eu tenho de tão especial, senhor?

–Você É muito especial, senhor Smith, mas talvez esteja ocupado demais para lembrar-se disso. Eu mandei Bianca ir buscá-lo justamente para que aprendesse a reconhecer isso. Sou o diretor de Hogwarts, e estou certo de que será um de meus melhores alunos, se desejar.

–Eu quero.

–Pois bem, suas aulas terão de ser separadas das dos outros alunos, afinal pela sua idade, já teria se formado, mas com certeza a senhorita Black irá ajudá-lo com tudo o que for necessário.

O diretor o acompanhou até a passagem e o deixou com Bianca. O trem chegou e logo, eles e Harry embarcaram. O moreno quis se sentar com Fred, Jorge e Rony, então Jonay e Bianca ficaram em uma cabine sozinhos.

–O que se estuda em Hogwarts?

–Magia – Bianca disse, sorrindo.

–Então eu sou um bruxo?

–Sim. Devia ter descoberto isso aos onze anos, mas ultimamente – ela olhou na direção da cabine da frente, onde Dudley se enchia de sapos de chocolate – muitas pessoas têm sido esquecidas.

Depois dessa, o trem chegou a Hogwarts e eles desembarcaram.

–Sr. Smith? - Dumbledore chamou. - Venha comigo, por favor.

Bianca sussurrou um vá com ele e seguiu para o lado de Fred, Draco e Harry, que lhe receberam com um coro de:

–Onde você estava?

–Na Espanha – respondeu com simplicidade.

–Você fala como se isso explicasse tudo – Draco reclamou. - O que estava fazendo lá? Porque foi para lá? E o mais importante: porque não disse nada?

–Porque não podia dizer nada a ninguém. Não acham que teria dito ao meu pai onde estava?

Os meninos se calaram. De fato, depois de todo aquele acontecimento com Regulus Black e poção polissuco, Bianca parecia ter ganhado responsabilidade. Mesmo com treze anos, ela era vista como uma adulta pela maioria das pessoas. Enquanto caminhavam para o salão principal, riram como amigos, como se tivessem passado o verão inteiro juntos.

O salão comunal estava encantador como sempre. Severo sorriu de canto ao ver Bianca entrando no lugar. Depois que todos os alunos já estavam sentados, Dumbledore iniciou seu discurso:

–Sejam bem-vindos. Esse ano nós teremos um torneio entre as escolas de bruxaria da Europa. Cada casa sorteará um campeão que competirá, e no final, enfrentará os campeões de Durmstrang e Beauxbatons.

Os alunos suspiraram excitados. Bianca correu os olhos pela mesa dos professores. Severo mantinha seu sorriso e ao lado dele, estava uma mulher baixinha vestida de rosa da cabeça aos pés. Bianca nunca a vira, especulou que fosse a nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas. Sua presença incomodava a todos os docentes, principalmente Dumbledore.

–Hem hem – ela fez uma tosse falsa, chamando a atenção. - O Ministro da Magia, Cornélio Fudge, pediu para lembrar que todos os alunos devem se inscrever obrigatoriamente.

Então quatro cestos surgiram nas mesas e todos colocaram seus nomes. Que não seja eu, Bianca rezou. Eu não quero ir.

–Da Corvinal – anunciou Flitwick -, Jason Anderson.

A mesa aplaudiu, e o menino se levantou e foi até a mesa, chocado.

–Da Grifinória – anunciou Minerva -, Bianca Black.

–QUÊ? - ela perguntou espantada, e viu a professora nova sorrir descaradamente. Ela planejou isso?, Bianca se perguntou, enquanto a profa. Sprout anunciava seu escolhido.

–Da Lufa-Lufa, Cedrico Diggory.

Bianca arregalou os olhos. O rapaz era enorme. Ombros largos, boa altura. Em um combate físico, ele a nocautearia em dois segundos. Faltava apenas uma casa, Sonserina. Que não seja Draco, ela pediu, os dedos cruzados nos bolsos, qualquer um menos Draco.

–Da Sonserina – disse Severo. Era impressão ou seus ombros estavam rígidos de tensão? - Dudley Dursley – ele relaxou.

–Os escolhidos sigam para a minha sala, por favor – pediu Dumbledore.

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–A primeira fase do torneio será simples – disse o diretor. - Três provas de astúcia e coragem, havendo em cada uma, um eliminado. Entenderam?

–Sim – disseram os quatro em coro.

–A primeira tarefa será feita na sexta à tarde. Preparem-se.

–Podemos nos aliar? - perguntou Jason.

– Hem hem – fez a professora nova, que Bianca não sabia o nome (e não fazia questão de saber). - O Ministro da Magia, Cornélio Fudge, pediu para lembrar que qualquer tipo de aliança é terminantemente proibida.

–E resulta em quê? - perguntou Cedrico. - Não há honra ou glória nisso, nada que me incentive a continuar.

–O Ministro da Magia, Cor…

–Eu sei o nome dele e sei que ele mandou você dizer algo! - o lufano esbravejou. - Apenas diga o que é.

–Você não pode desistir – disse ela. - Foi selecionado, tem de ir até o fim, sr. Diggory.

O rapaz se calou, de braços cruzados. Foram liberados para irem para os quartos. Chegando à Grifinória, Bianca encontrou Harry, Fred e Jorge reunidos.

–E aí, gente?

–E aí – Jorge cumprimentou. -Estamos pensando em como aprontar com a Sapa Velha, para que ela saiba onde se meteu.

–E o que vai ser?

–Não sabemos – disse Fred, sorrindo. - É aí que você entra.

–Amanhã teremos aula com ela. Vou pensar em algo.

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–Sejam bem-vindos a primeira aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, sou Dolores Jane Umbridge – disse a professora em um tom irritantemente infantil. - Podem guardar as varinhas, elas não serão necessárias em minha aula.

–Não vamos aprender feitiços defensivos? - perguntou Hermione.

–Vão aprender a teoria dos feitiços defensivos – respondeu a professora.

–E como vamos aprender a nos defender lá fora? - questionou Harry.

–Vocês não precisarão se defender. O que há lá fora, sr. Potter, que poderia atacar crianças de treze anos?

–Não sei. Lorde Voldemort, talvez? - disse Bianca, em um tom sugestivo.

–Srta. Black, Aquele-Que-Não-Se-Deve-Nomear está morto há doze anos. Como poderia ser uma ameaça?

–Sendo – a menina rebateu. - Eu e Harry o vimos cara a cara há dois anos.

–Sr. Potter, srta. Black, detenção na minha sala depois do jantar – disse em tom calmo.