Um novo começo - Emison escrita por Sra Benevolente


Capítulo 4
Bolinho


Notas iniciais do capítulo

Chegueeeeei. Não me culpem pelo meu atraso, estou de férias e tenho que curtir.kkkk
Aproveitem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/652658/chapter/4

 

Hoje é segunda-feira e não está sendo um dia muito agradável. Sempre odiei este dia. Não queria ir para à escola e menti para meus pais que não me sentia bem, que estava com dor de cabeça e enjoada. Hanna ligou pouco tempo depois perguntando o porquê do meu atraso e perguntou se eu queria que ela comprasse medicamento. Menti novamente sobre o motivo e recusei a ajuda.

Você está se perguntando se é por causa da Alison que estou assim? Bom, você acertou. Não quero vê-la hoje, não a vejo desde sexta. Não quero escuta-la falando sobre os garotos que a paqueraram e nem ter que aguentar o seu sorriso cínico e irônico enquanto me olha pelo canto do olho quando o assunto "Ian" aparecer. Hoje eu quero ficar sozinha, mas quem é que consegue ficar por muito tempo com seus pensamentos sem enlouquecer, sem pensar na causa da dor ou de como se livrar dela? Se você consegue agora, parabéns, sua maldita sortuda. Ainda não tenho esse dom. Sei que preciso parar de me lamentar e começar a agir, mas calma, ainda nem comi e muito menos tirei meu pijama.

Vou para o banheiro escovar os meus dentes e tomar um longo banho frio para despertar o meu ânimo. Meu cabelo está desgrenhado então decido lavá-lo com meu shampoo preferido com cheirinho de coco. Depois do banho vesti um short azul claro com uma blusa rosa e fiquei com os pés descalços, afinal, estou em casa. Faço uma deliciosa "refeição mais importante do dia". Panquecas com calda de café e suco de laranja. Acredite, essa calda é uma das melhores que existem, perdendo apenas para a de chocolate. Meu monólogo sobre as coisas que faço no dia-a-dia está lhe cansando? Desculpe, prefiro que leia sobre isto do que me forçar a lembrar do acontecimento daquele dia. Sim, minha melancolia e afastamento temporário do mundo social é altamente ligado a Senhorita Dilaurentis. Não importa o que estou fazendo, suas palavras e seu risinho debochado me veem a cabeça.

Inacreditavelmente, são onze e vinte. Irei andar de bicicleta. Calçada agora com um tênis esportivo e com meu celular e fone de ouvido postos para o trabalho de me manter ocupada. Vou carregando minha bicicleta que ganhei ano passado do meu pai para fora da garagem. Escolho uma das clássicas músicas do Rei do Pop, Smooth criminal enquanto atravesso o quintal em cima de duas rodas. Observo mais uma vez naquela semana as casas, todas perfeitamente pintadas. Imagino que cada porta esconde várias vidas, varias histórias, várias versões. Aaah, como as pessoas usam máscaras e se escondem através de fachadas para não ter que ser apontado como um que difere dos padrões da sociedade. A cada música que se passa, mais árvores vão aparecendo e já consigo ouvir um pequeno lago onde as pessoas costumam fazer piqueniques. Gente correndo em suas roupas curtas ou de moletom, mais bicicletas encostadas em seus devidos suportes de estacionamentos. Vou em direção a ele e deixo a minha bicicleta completamente cinza me esperando.

Me permito sentar na grama úmida e verde enquanto passo meus olhos e observo os patos. A calmaria está me irritando. Não que eu prefira o caos, dificilmente encontrará uma briga de bar em Rosewood, mas o lado selvagem me mostra que as pessoas não são robôs controlados por dogmas sociais, mas que são humanos e que agem por instinto. Mas, claro, gosto das brigas romantizadas, onde dois garotos brigam por uma garota. Ou duas garotas brigam por outra.

Meus pais só chegarão por volta das 17:00 horas da tarde e ainda são 12:27, ainda tenho muito tempo para passear, mas tenho que me manter meio que escondida, meu pai não tolera mentiras, talvez isso seja o porquê dele estar na polícia. O capitão rigoroso no trabalho e em casa, mas sem deixar de ser amável. Meus horários, minhas notas, meus amigos e até mesmo meu quarto chegou a ser organizado por eles. Decidi dar um basta e tentar amenizar esse controle excessivo que eles estavam exercendo sobre mim.
Observei os patos e vejo que está na hora de ir para casa, sinto uma vontade de imensa de estar com as minhas amigas, mas de um jeito ou de outro, terei que me encontrar com a loira.

Vou de encontro a minha bicicleta e pedalo com calmaria, sentindo o vento bater no meu rosto. Começo a pensar na Alison e o porquê dela me tratar assim, qualquer idiota perceberia que estou apaixonada por ela faz meses. Eu a beijei, e eu a olho com doçura, mesmo depois dela zombar de mim ou soltar indiretas sobre a minha sexualidade. É triste pensar que alguém possa brincar com o sentimento de outra pessoa, pelo simples fato de estar se divertindo. Me sinto uma idiota por esperar que ela me ligue e que peça desculpas. Que reconheça o que está causando em mim. Começo a sentir raiva dela por ter feito isso comigo. Começo a sentir raiva de mim por ainda deseja-la.
Coloco mais força no modo em que pedalo e sinto que estou quase no limite da velocidade que a bicicleta aguenta. Sinto lágrimas caindo através do meu rosto e não faço nenhum esforço para que sejam impedidas.

A essa hora os carros se tornam mais frequentes na rua, mas não os temo, já consigo visualizar a minha casa, mas não parei na fachada da mesma, continuei no meu ritmo até um local próximo a tudo naquela cidade, The Brew.

Desci da bicicleta, entrei no café e fui direto para o banheiro. Meus olhos já não estavam tão vermelho, mas meu nariz sim. Ele era o traidor quando queria disfarçar um choro. Lavo o meu rosto e saio do banheiro e vou para a fila escolher o que pedir. Quatro pessoas estavam na minha frente. Sinto meu celular tocar no meu bolso. Pego-o e vejo que é uma ligação da Hanna. Atendo.

— Oi, Emily, já está melhor? - Pergunta em um tom calmo.

— Sim, deve ter sido algo que comi ontem, acho que exagerei no sorvete — Menti. Deixei escapar um risada para descontrair - Alguma novidade?

— Na verdade sim.

— Pode falar.

— Sabe o garoto que eu encontrei naquele dia no Brew? - Perguntou agora entusiasmada.

— Claro.

— Então, ele me chamou para sair de novo - Contou fazendo suspense

— E você aceitou? Ele é uma gracinha.

— Hey, ele é meu, vi primeiro e sim, aceitei. - Brincou enquanto ria alto.

— Não se preocupe, ele não faz o meu tipo. Hanna, espera um pouco - Falei enquanto soltava um sorriso amarelo e me preparava para fazer o meu pedido. - Quero um capuccino e 2 bolinhos de chocolate, por favor.

— Claro, são 7,50. - Informou enquanto eu lhe entregava o dinheiro.

— Voltando, Hanna, para onde ele vai te levar? Um restaurante?- Perguntei enquanto pegava meu pedido e ia em direção a uma mesa que ficava atrás de uma pilastra.

— Sim, vamos no Simon's. Mas não sei, aceitei o convite mais pelo rostinho bonito dele, bom, ele também tem um corpo lindo.... - Nesse momento Alison entrava no café junto com Aria, a loira não me viu, mas a morena abriu um grande sorriso e veio na minha direção.

— Hanna, eu tenho que desligar, já te ligo.

— Emily, já está melhor? - Perguntou enquanto sentava-se em uma das cadeiras ao meu lado.

— Sim, acho que foi apenas o mal-estar - Sorri e tratei de mudar de assunto -Aconteceu alguma coisa na escola?

— Não, nada demais. - Nesse momento Ali olhou para mim e deu uma risadinha.

— Aria, faça nossos pedidos. Quero um capuccino e um bolinho de baunilha. - Disse enquanto se sentava e esperava Aria sair. - Oi, Em, tudo bem?

— Sim, estou bem, Ali. - Outra mentira.

— Não parece bem e eu sei o porquê. - Disse enquanto me olhava nos olhos e acariciava o meu braço. Não fui capaz de desviar dos seus toques. - Olha, eu posso ter exagerado no que eu disse naquele dia. Não tem porque ficar assim e inventando mentiras para não ir a escola.

—Tudo bem, eu já devia saber. - Disse enquanto levava um dos bolinhos a boca.

— Querida, não sou nenhuma vidente para adivinhar o que as pessoas irão sentir. - Disse enquanto pegava seu celular da bolsa e checava uma mensagem.

— O que sente quando me beija, Ali? - Questionei enquanto desviava minha atenção para o meu café.

— Sugiro que se quiser falar disso em publico, modere o nível da sua voz. - Avisou em um tom ríspido enquanto olhava para os lados. - Ora, o que eu deveria senti?

— Por favor, não responda com outra pergunta. - Disse o mais baixo que pude. Ali, fez um sinal para eu me aproximar dela. Encostou seu lábios no meu ouvido e demorou três segundos antes de responder. - Eu sinto desejo.

— O que estão cochichando aí? - Isso foi o suficiente para que eu tomasse um susto e me engasgasse com o bolinho. - Vamos, Ali, temos que voltar para a escola. Até mais, Em.

Observei as duas andando até a saída. Sei que não deveria me sentir um pouco mais feliz com a revelação da loira, já que a poucos minutos eu estava chorando pensando nela, mas quando se está apaixonada, qualquer sinal de que você é ou pode vir a ser correspondida é uma boa notícia. O que eu poderia fazer? Não sou o tipo de pessoa que guarda rancor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nossa, estou pensando em tantas coisas dramáticas.....



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um novo começo - Emison" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.