Um novo começo - Emison escrita por Sra Benevolente


Capítulo 3
Brinquedo


Notas iniciais do capítulo

Alô, alô, você sabe quem eu sou? Alô, alô, graças a Deus.
Gentee, desculpem-me. Eu tive uns problemas pessoais e quebrei ( mais uma vez) o carregador do meu notebook, a boa notícia é que estou de férias. :D
Talvez eu poste um capítulo por semana, quem sabe, né.



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É bem difícil aceitar as mudanças que acontecem na vida. É difícil porque ninguém sabe o que está por vim. Seja pela descoberta de uma gravidez indesejada, uma nota baixa ou até mesmo uma gratificação. O que importa realmente é como nos comportamos diante desses acontecimentos.

Sempre ouço dizer, por várias pessoas, que adolescência é a pior fase da vida. Bom, não tenho como confirmar, pois só enfrentei a maldita e a infância. Espero que seja verdade, assim não terei que passar por um inferno ainda maior.

Eu estava na casa da Ali junto com as meninas, assim que voltamos da escola, decidimos passar o resto da tarde lá. No quintal da casa, a discussão da vez era saber do porquê a Mona tentava tanto ser parte do grupo. Obviamente, isso tinha começado pela anfitriã da casa. Eu não decidi participar disso, assim como a Spencer e Aria, então apenas me calei e continuei a tomar meu suco de uva enquanto Hanna e Alison debatiam.

— Só estou dizendo que não é legal fazer isso, ela não tem amigos e quer fazer parte de algo - Hanna disse com a voz cansada. – Não tem porque implicar.

— Não tenho culpa se ela é uma perdedora. Aliás, quem não seria usando aquelas roupas? Sempre que olho para ela, a década de 80 se faz presente.

— Tudo bem que as roupas são um horror..

— Ela está nos perseguindo. Daqui a pouco ela começará a colecionar os nossos cabelos. Semana passada, Aria e eu fomos tomar sorvete e tivemos que correr para escapar da psicopata. - Alison, deu um sorrisinho cínico - Está lembrada de daquele dia, Aria?

— Sim, Alison, estou. - O tom da morena foi nervoso, beirando a desespero.

— Não quero mais falar da Mona perdedora! – Exclamou olhando pra suas unhas perfeitamente pintadas. – Ela não vale o nosso tempo.

— Alison, ouvi dizer que você andou saindo com o Ian, porque não nos contou? - Hanna quase gritou e foi nesse momento em que minha atenção foi concentrada única e exclusivamente no que a loira falaria. - Anda, quero detalhes.

— Não contei porque foi ontem. 

— O Ian é um gato. - Agora era a vez da Aria de demonstrar adoração.

Os meninos nunca despertaram uma atração em mim. Quando conversas como essa são iniciadas, eu apenas concordo e não acrescento em nada. Não importa se o garoto seja alto, lindo, sarado e inteligente, no quesito atração, a única coisa que sinto é apenas tédio.

— Ele me levou para jantar e depois fomos ao cinema. Ele pode até ser bonito, mas a maior parte do tempo foi falando sobre carros, me agradecendo por ter saído com ele e me contando sobre quantas horas ele passa malhando. Até me pediu para tocar no braço dele. Um narcisista.

— Alma-gêmeas. - Soltei sem querer, percebi que Ali me olhou nos olhos, e mais sorriso cínico se instalava naquele belo rosto.

— Ora, olha quem já está querendo colocar as garrinhas para fora. Cuidado, Em. - Alison me advertiu enquanto balançava o seu dedo em negação.

— Vocês se beijaram? - Hanna questionou.

O assunto por mais desconfortável que fosse me interessava. Já tinha passado duas semanas desde o dia do selinho, e apesar de não tocar no assunto eu não queria esperar por meses até que isso voltasse a acontecer e saber que ela estava beijando o Ian me sufocava. Eu tentei fingir desinteresse, mas tudo o que consegui foi soltar um longo suspiro de irritabilidade.

— Apesar de toda aquela falação cansativa sobre carros, sim, e ele beija bem. Ele me chamou para sairmos na sexta. Talvez eu vá.

Sim eu estava com raiva e com vontade de chorar. Alison estava esfregando na minha cara que tinha saído com outra pessoa e ainda tinha beijado-o. E há pouco dias trás eu tinha sentido o beijo dela. Ela estava me provocando, querendo saber o meu limite, até onde eu suporto. Hanna continuava a perguntar e a outra loira respondia tudo e me olhava para ver a minha reação.

— Vou pegar um pouco de suco, alguém quer mais? - Tentei disfarçar a raiva na minha voz.

— Emily, eu quero água, por favor. - Spencer largou o livro que estava lendo para me olhar. - Obrigada.

Saí do quintal e adentrei a cozinha dos DiLaurentis a procura de água e suco na geladeira. Deixe tudo em cima da bancada e fui para o banheiro lavar meu rosto. O mesmo já estava vermelho, tranquei a porta do cômodo. A imagem de Ian e Alison se beijando não saía da minha mente, e o pior, eu queria continuar a vê-los, apenas para me torturar a ponto de tentar amenizar o quanto eu gostava da Ali. Combater dor com mais dor.

Fiquei cerca de 5 minutos lá dentro trancada, esperando a dor ser amenizada. Me olhei no espelho tentando fazer cara de indiferença e ri com as caretas que comecei a fazer, desci até a cozinha entreguei a aguá a Spencer, coloquei a jarra de suco na mesinha e me sentei com meu celular em mãos. As meninas estavam no quarto da Alison.

— Spenc, você está estudando o quê?

— Divisão celular. - Spencer respondeu. - Tá tudo bem Em?

— Sim, só estou um pouco cansada, mas não quero ir para casa. - Respondi evasiva.

— E por que não?

— Gosto de ficar sozinha e as vezes de companhia, me entende? - Perguntei e a Spencer fez que sim com a cabeça e me chamou para sentar no chão com ela. - Quer me contar alguma coisa?

— Você já gostou de alguém e essa pessoa parecia não ligar? - Perguntei. - É tão frustante, me sinto tão pequena.

— É o Jared, porque eu escutei rumores que ele gosta de você.

— O Jared é legal, mas não é ele.

— Sabe, Em, dê sinais que gosta dele. - Spencer deu o conselho. - E se ele não perceber mesmo assim a última opção é você contar tudo. Cara a cara.

— Nossa, do jeito que você disse me parece muito assustador.

— A verdade é assustadora, não é mesmo? – Disse me encarando. – Porém é melhor que a incerteza. Talvez ele goste, talvez não. Pelo menos não ficará em dúvida.

Não adiantaria de nada eu contar a verdade para a loirinha. Creio que ela sabe sobre os meus sentimentos e quer brinca comigo. Como eu posso gostar de uma pessoa assim? Sempre me pergunto, mas a Dilaurentis mostra esse lado maldoso para pessoas como um tipo de proteção. Sinto que ela tem uma lado bom, só não quer demonstrar.

— Obrigada. - Logo após agradecer a Spencer, meu celular e atendo.

— Alô?

—Emily, filha, venha para casa. Cheguei mais cedo do trabalho e quero fazer um jantar para seu pai, você pode vir me ajudar? - Minha mãe quem falava.

—Claro, mãe, já estou indo. Tchau.

Desliguei o celular e fui me despedir das meninas. Evitei olhar para Alison então fui embora andando já que minha casa ficava a poucas quadras de distância de onde Spencer mora. Ouço meu telefone tocar e vejo que é uma mensagem de texto.

"Não precisa ficar brava comigo, Em. —A"

Leio a mensagem e logo respondo.

" Por que eu estaria? O que quer de mim? Quer outro beijo e fingimos que não aconteceu? "

Fico esperando pela resposta, mas ela não chega imediatamente, continuo fazendo meu percusso para minha casa. Fico observando os gramados das casas de Rosewood, todos perfeitamente cuidados e verdes, as árvores antigas, e as ruas semi-desertas onde pessoas andavam de bicicleta. A cidade onde moro é pequena, tranquila e familiar. Quando estou perto de chegar a entrada da minha casa, uma mensagem chega.

"Nós duas sabemos o motivo. Não pense que pode tentar fazer joguinhos comigo. Você me deve, eu sei o seu segredo. -A"

Então tudo se tratava de descobrir os meus segredos. Chantagem, penso que ela guarda segredos de todas nós e depois usa para nos manipular. Afinal, olha só quem eu estava me metendo, com a Alison Dilaurentis. As vezes gostamos de nos iludir. Obrigada Ali, eu precisa de um "acorda, Alice."

Manipuladora, isso define exatamente o que a Alison está se tornando. Infelizmente, estou apaixonada por ela e incrivelmente, esse joguinho de morde e assopra me faz ficar mais refém daquela garota. Sadomasoquismo sentimental, só pode.

"É assim que se diz minha amiga? E o que você irá fazer com ele, Ali, vai revelar?"

Digitei quase que instantaneamente e do mesmo modo que a mensagem foi enviada, a recebi.

"Estou dizendo isso pela segunda vez: cuidado, Em."

Aquilo foi a gota d'água, sentei na na escada da entrada da casa e decidi ligar para Alison, mas quando começo a discar, a figura em pessoa aparece na minha frente.

—Acho que devemos deixar as coisas bem claras aqui, Emily. - Ali começou em um tom autoritário e a coragem que tive nas mensagens desapareceu naquele momento, mas me mantive firme. - Venha, vamos para o seu quarto.

— Não posso conversar agora, minha mãe acabou de chegar. 

— Eu vou dar um jeito. – Se apressou em dizer.

Entramos na minha casa. Apreensão agora fazia parte do meu ser. Pensei que todo aquele clima iria ficar só nas mensagens, como todas nós costumamos fazer, mas parece que dessa vez tudo se resolveria sem indiretas. Vi minha mãe vindo em nossa direção.

— Oi, Alison. Emily, você chegou cedo. 

— Oi, Sra.Fields, só vim buscar meu brinco que esqueci no quarto da Em. - Dito isso, Ali me puxou pelas escadas e quando chegamos no meu quarto, fechou a porta.

— Sente-se na cama. - Mandou.

— O quê? - Perguntei confusa.

— Eu mandei você sentar, Fields.

Sentei. Mas não abaixei a cabeça, isso jamais. Se Alison iria começar o seu monólogo eu iria rebater. A loira ficou de frente para mim, deu uma risadinha, voltou para a porta e a trancou.

Alison parou de frente para mim novamente, segurou meu rosto e me beijou. O beijo começou lento, a língua dela passeando pela minha boca enquanto minha mão apertou o seu pescoço.

A minha loira preferida em todo o mundo sentou-se em meu colo e eu juro por Deus, um arrepio frio percorreu minha espinha. Minhas mão correram para a sua cintura enquanto ela usava as suas para juntar mais ainda os nossos corpo. Eu podia sentir o quarto ficar quente, o calor se apossar do meu corpo e tudo desaparecer.

Apertei a sua cintura e ouvi um gemido sair daquela boca. Seus lábios, agora vermelhos por conta do beijo, foram na direção da minha orelha para sussurrar palavras que quase não saíram.

— Diz que você é minha, Em. - Ali pediu, sem raciocinar direito, desci minhas mão para suas coxas.

— Sim. 

— Diz que você é minha, Em. - Ela disse com mais dificuldade dessa vez. Seu lábios correram para meu pescoço e começaram a beijar, quase como selinhos, depois chupões de tirar o fôlego foram dados e dessa vez os gemidos saíram de mim. Apertei sua coxa enquanto ela realizava tal ato. - Diz que você é minha, Em.

— Eu sou sua, Ali. - Atendi ao seu pedido com a voz rouca.

— Que bom que você sabe. - Ali sussurrou no meu ouvido para logo em seguida se levantar domeu colo. - Tenho que ir.

— Espera, você já vai? - Olhei para ela quase implorando para que ficasse.

— Um beijo não significa nada. Eu beijei o Ian e beijei você, isso não quer dizer que eu esteja namorando com algum de vocês. Isso não te dá o direito de sentir ciúmes, e principalmente, não te dá o direito de tentar abrir as suas asinhas contra mim.

Sabe quando você escuta algo tão absurdo que a única coisa que sente é uma completa confusão? Eu estava daquele jeito. A boca aberta, olhos marejados, uma vergonha enorme. Virei meu rosto para a janela para não ter que olhá-la.

— Não fique assim.  - Pediu se aproximando de mim.

— Alison, por favor, vai embora. - Minha voz saiu com falhas.

— Ei, brincadeiras devem ser divertidas. Vai dizer que não gostou?

— Porra, Alison, será que você não percebe o que está fazendo comigo ou faz apenas por diversão? Será que não vê que está me machucando com esses seus joguinhos? Eu não sou o seu brinquedo, não pode me usar quado está entendida e depois me ignorar. Eu sou uma pessoa com sentimentos. - Depois do meu desabafo ela destrancou a porta e foi embora. Não me permiti chorar, não agora, ainda tinha assuntos para resolver.


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Notas finais do capítulo

Alguém conhece a diva Inês Brasil?
Depois vou postar uma fic com um único capítulo, não terá nada relacionado a PLL. É um conto baseado em fatos reais e original. bjss



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