November Rain escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá! Venho escrevendo essa história faz mais de um ano, desde março do ano passado e só terminei hoje, e não tem nem quinze minutos.

Bom, espero que gostem, digam o que acharam, fiquem à vontade quanto a isso. E qualquer erro, peço perdão.

Outra coisa, no inicio, minha escrita estará bem diferente, mais simples e com muito menos detalhes do que o final, por exemplo. Mas isso se deve ao fato que comecei a escrever ano passado, quando eu não evolui tanto quanto esse ano. Peço perdão a isso.

Boa leitura.



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Numa tarde ensolarada de Malibu, Pepper se contorcia de chorar dentro do closet. Seus sentimentos a flor da pele, com várias e várias lágrimas caindo sobre os olhos. Seu coração se apertava dentro do peito e a dor de cabeça só aumentava, estava mais para enxaqueca, mas ela não ligava, afinal, o motivo de estava chorando era bem maior do que uma simples dor de cabeça ou enxaqueca.

Ela fechou os olhos com força mais uma vez, sentindo os olhos arderem toda vez que abria os olhos, ela decidiu que não abriria mais os olhos... Nunca mais...

Se levantou ainda de olhos fechados, abriu a porta do closet apalpando e procurando a maldita maçaneta. A girou e entrou no quarto ás cegas. Ela, com cuidado, sempre verificando com os braços que havia alguma coisa na sua frente, quando achou a cama, mais uma lágrima caiu de seus olhos. Se sentou nela com as mãos sobre o colo e a cabeça baixa.

Sua mente implorava para ela abrir os olhos, mas ela não queria, estava decidida a fazer isso, e quando uma mulher decidida quer fazer alguma coisa, ela faz, nem que isso seja para retirar a própria vida.

Devagar, tremendo e com receio do Tony chegar, ela palpou o estrado na cama por baixo dela. Foi descendo a mão até achar um cabo frio e pesado. O puxou com força e escutou um ‘’clic’’.

-Senhorita Potts, por favor, não faça isso – pediu Jarvis com a sua voz calma.

-Não, Jarvis, eu quero isso – disse enquanto apontava a pistola para a própria cabeça. Um revólver calibre 40, uma boa arma, fabricada pelas Indústrias Stark na época que ainda fabricavam aquelas armas – E tranque a porta – ordenou.

Ela pode ouvir as portas se trancando e deu um sorriso triste. Apertou o cano da arma com mais força sobre a cabeça e mais lágrimas caíram. As limpou rapidamente com a blusa que usava, uma blusa velha do Tony que ela amava usar. O moreno sempre dizia que ela ficava linda com aquela camisa, era mais dela do que dele.

Tony, será que ela tinha que fazer aquilo? Realmente? Havia necessidade daquilo? Afinal, as chances de cura eram mínimas, mas existiam, mesmo que quase inexistente, mas não deixava de existir. Ou era melhor poupa-lo daquele sentimento? Da dor da perda de alguém especial. Ou o faria se sentir ainda pior?

-Senhorita Stark, eu lhe peço, por favor, abaixe essa arma – suplicou Jarvis mais uma vez. A ruiva negou com a cabeça.

-Não, Jarvis, eu tenho que fazer isso. – respondeu firmemente e apertou o punho com força.

-Não, não tem. O senhor Stark a ama. Vocês iram passar por isso juntos. – lembrou o sistema.

Dentro da cabeça dela, um lado queria isso, outro lado, temia o que poderia acontecer com Tony depois. O momento pelo qual estavam passando era difícil, muito difícil, ele iria perder a única pessoa no mundo que amou incondicionalmente, e que recebeu esse amor em troca. Sim, ela sabia disso, e também o amava muito, mas o amava demais para ver o estado como ela ficaria depois de um tempo.

E então, se lembrou de um mês atrás.

Flashback on~

-Por favor, senhor Stark e senhorita Potts, sentem-se. – pediu o médico sentado na sua cadeira assim que Pepper e Tony entraram em seu consultório.

-Podemos ir mais rápido com isso? – disse Tony impaciente. Pepper deu um tapa estalado em sua coxa esquerda e lhe deu uma cara dura, o repreendendo pela atitude mal-educada e infantil.

-Desculpe Senhor Stark – disse o doutor segurando um envelope e tocando suas extremidades nervoso – Mas o que tenho nesse envelope, é de extrema importância para a senhorita Potts. – respondeu e o moreno suspirou escorregando da cadeira e colocando a mão no queixo.

-Sim, eu sei disso – ele fala – Por isso que estou pedindo para abrir logo esse maldito envelope. – respondeu e o médico confirmou com a cabeça, ainda mais nervoso.

-Desculpe doutor Collin – Pepper pediu educadamente com um sorriso doce no rosto – Desculpe pelo Tony, ele as vezes é um pouco impaciente. Mas prossiga – pediu e o homem a sua frente assentiu com a cabeça.

-Bom – o doutor respirou fundo –Espero que qualquer que seja o resultado, fiquem juntos e calmos, tudo bem? – ele pediu e Pepper concordou com a cabeça enquanto Tony revira os olhos. – Vocês preferem ler o conteúdo desse envelope em casa ou aqui?

-Aqui. – disse Pepper.

-Casa. – disse Tony.

-Tony... – Pepper falou calmamente e tranquilamente pegando a mão de seu amado e olhando em seus olhos com carinho. – Vamos abrir aqui, é melhor. – disse sorrindo de lado.

-Tá, tudo bem – ele fala inebriado pelos olhos azuis de sua amada, eram simplesmente lindos, e ficava nesse transe toda vez que olhava para eles. Mas só acordou quando o doutor voltou a falar.

-Então irei abri-lo. – falou finalmente descolando a cola da aba do envelope cor de abobora.

Pepper apertou a mão de Tony com mais força, e ele retribuiu. Por dentro, ela estava nervosa, sentindo seu coração palpitar dentro do peito. Mas ele, provavelmente estava pior, sua ansiedade estava nas alturas, mas se mantinha quieto por ela, ela precisava de algo normal vindo dele pelo menos uma vez na vida, principalmente num momento tão crítico feito aquele.

O doutor pegou a folha branca e a leu, devagar e com atenção, e então, levantou os olhos e olhou para o casal.

-Eu sinto muito... – ele lamentou triste e Tony foi o primeiro a pega a folha com pressa das mãos dele e leu nervoso pulando para as partes mais importantes.

‘’Resultado: Positivo... Carcinoma: Maligno... Tipo: Peritônio... Chance de Cura: 3% (com margem de erro para 2%, tanto para mais quanto para menos)...

Tony lia tudo assustado. Nunca, em toda a sua vida, imaginaria que sua namorada, Virgínia Pepper Potts desenvolveria um câncer maligno, que a mataria aos poucos de forma avassaladora.

Respirou fundo e a ficha caiu finalmente enquanto olhava para o nada, apenas um quadro de arte feio e sem graça, apenas não queria ter que encarar os olhos dela e ver a tristeza neles, e muito menos queria que ela visse os dele.

Pepper pegou a folha da mão dele, e assustada, leu, calmamente, e quanto mais lia, mais sua calma se esvaziava, até não ter nada e cair em choro.

-Mesmo com as chances de cura sendo baixas, existe cura, e essa cura é difícil. – ressaltou o doutor. – Vocês precisam se manter fortes.

Pepper concordou com a cabeça, mesmo com várias lágrimas caindo. Tony apenas não queria tudo aquilo, não sabia o que ele tinha feito para que ela merecesse aquilo, talvez anos desperdiçando a vida e não ligando para os erros cometidos estavam cobrando o seu preço agora.

-Tudo bem, doutor – disse Pepper fungando – Pode nos deixar em paz, só por um momento. – ela pediu educadamente, ele concordou e saiu do consultório dando privacidade aos dois.

Ela o olhou, ao seu lado, o tempo todo. Tocou seu ombro e ele se virou calmamente, e ao vê-la, não aguentou, deixou cair sua cabeça no ombro dela e se pôs a chorar. A ruiva agarrou seus cabelos e se pôs a chorar junto. Sentia os batimentos cardíacos dele acelerados, muito acelerados, até podia senti-lo tremer um pouco.

-Nós vamos passar por isso, juntos. – ela falou enquanto ele engasgava no seu ombro. Abraçou sua cabeça e o moreno puxou o seu corpo para mais perto, mesmo com as cadeiras atrapalhando. Estava arrasado com a notícia, acabado, simplesmente sem chão, e até com um pouco de vergonha por chorar feito uma criança na visão dele na frente dela, tinha que se mostrar forte pelos dois, mas não conseguia.

-Vamos sim – ele confirmou com a voz embargada e abafada.

Pepper fechou os olhos e abraçou ainda mais a cabeça de Tony que apertava ainda mais o corpo dela contra o seu, juntos nesse momento tão difícil para o casal.

Flashback off~

Apertou a mão livre em punho sentindo as unhas penetraram na carne. Detestava ter descoberto aquilo. Preferia ter continuado com o câncer e sem saber dele, afinal, ela iria morrer de qualquer jeito mesmo.

Um câncer do tamanho de uma bola de tênis... Ela repetia inúmeras vezes. E é o que ela tinha, bem no útero. Os médicos ate sugeriram a retirada do útero, só que descobriram outra coisa ainda pior, o câncer havia se espalhado, e as chances de cura diminuíram muito. As chances de cura antes eram de 2 a 3%, agora, era de 0,000,001%. Ou seja, quase nula.

Ela ouviu batidas na porta e seu coração deu um pulo. Pepper finalmente abriu os olhos e olhou para a porta. Nervosa, mas em nenhum momento abaixou a arma, pressionou o objeto com mais força contra a cabeça e apertou o cabo com força novamente.

-Pepper, por favor, eu te imploro, abra isso – ela ouviu a voz dele, e por um momento, levou em consideração abaixar a arma, mas ela não acatou ao pedido de sua consciência.

-Não! – ela gritou – Eu irei fazer isso. Não quero que você me veja daqui a alguns meses! – ela gritou e se pôs a chorar novamente.

­-Jarvis, abra isso.

-Não abra Jarvis – ela disse desesperada.

-Isso é uma ordem.

-Eu dei a ordem primeiro – ela disse e se sentiu o pior ser humano do mundo, ela não queria, ela precisava fazer aquilo. Dentro de sua cabeça, repetia inúmeras vezes a frase ‘’eu te amo’’ vinda do Tony, ate ontem mesmo.

Ela escutou socos, pontapés, batidas, tudo na porta. Ficou assim por alguns segundos, e o tempo todo, ela tentava arranjar coragem de apertar o gatilho de terminar com todo aquele sofrimento.

E então, a porta começou a ceder, o batente da porta começou a descolar da parede, e a porta foi ao chão, ela viu o Tony, e em um milésimo de segundo, ela fechou os olhos e apertou o gatilho e esperou o tiro, mas ele não veio, só sentiu as mãos dele envolver a arma e a jogá-la para longe, e só assim, escutou um tiro.

Ele pegou no rosto dela e a fez olhar em seus olhos.

-Nunca mais, nunca mais, faça isso, estamos entendidos? – ele pediu respirando ofegantemente.

Ela fechou os olhos e abaixou a cabeça se pondo a chorar novamente. Ele abraçou seu corpo apoiando a cabeça dela enquanto a mesma chorava em seu ombro. O moreno se sentou na cama e fechou os olhos novamente, dessa vez, prendendo o choro.

Ele havia parado o trabalho de descobrir o porque da radiação da armadura ter afetado ela, justamente ela, e não ele.

Flashback on~

-Mas como isso é possível? – ele perguntou assustado ao chefe de pesquisas das indústrias Stark.

-Senhor Stark, o elemento que o senhor criou, libera uma radiação, muito fraca, mas libera. Nem o sistema Jarvis conseguiu detectar. Só ficamos sabendo graças a notícia da senhorita Potts que estava com câncer.

-Então por que não afetou a mim? – ele perguntou.

-É isso que estamos querendo saber. A hipótese é de que a armadura serviu como uma proteção para o senhor, e para ela, não.

-Meu Deus... – ele murmurou escondendo o rosto com as mãos. Uma parte dele, implorava para aquilo ser somente um sonho, não, um pesadelo, a outra, desejava que aquilo tivesse acontecido com ele, não com ela. Porque tudo que acontece de ruim com ela, é culpa dele?

Flashback off~

-Você me perdoa? - ela perguntou com a voz embargada e triste ainda presa e abraçada ao peito dele.

-Claro que perdoo - ele disse com um sorriso zombeteiro - você acha que sou doido o suficiente para não te perdoar? - ele perguntou e ela assentiu sorrindo.

-Eu não sei onde estava a minha cabeça - ela falou e olhou para ele.

Tony pediu silencio delicadamente.

- Eu só não aguento mais - ela falou ignorando o pedido dele.

- Como assim?

- Saber que talvez amanha eu não esteja aqui com você, viva. Que um dia estarei debaixo da terra.

- Não fale assim. Nós vamos conseguir.

-Para de dizer isso - ela pediu se soltando dele e encarando seus olhos - você não sabe o que é ter uma bola de tênis dentro de você.

Ele abaixou a cabeça e ela também.

- Desculpa - ela pediu e se levantou da cama - Simplesmente suma com aquela arma - ela disse e saiu da cama.

-Pepper, espera! - ele disse levantando bruscamente e correndo atrás dela.

Os dois desceram as escadas correndo. Tony alcançou ela a tempo e tocou seu ombro. Ela parou e se virou para ele.

-Só me diga o que tenho que fazer para você não ficar assim.

- Eu não sei Tony! Eu só me sinto mal, me sinto fraca. Não fraca de corpo, de falta de energia, mas fraca de força, de garra. Me sinto mal por fazer você sofrer. Eu pensei que eu pudesse cortar o sofrimento acabando com a minha vida, mas não deu certo.

- Você não é fraca, você é a mulher mais corajosa e forte que eu já conheci. Uma mulher extraordinária, mas muito boba por se envolver num relacionamento comigo - ele brincou e ela deu um pequeno sorriso.

Ele olhou para ela com carinho, então, pegou suas mãos e olhou em seus olhos azuis inchados de tanto chorar, mas que não olhavam para ele, sim para qualquer outra parte da escada.

- Poderia olhar para mim, por favor - ele pediu educadamente e ela obedeceu. Ele viu uma lagrima solitária cair em seu rosto, ele a limpou e a puxou para um abraço apertado, com ela em seu peito e ele apoiando seu queixo em sua cabeça e alisando seus cabelos. Ela ouviu seus batimentos cardíacos e sorriu apertando ainda mais os braços em volta de seu tronco.

Tony queria alguma coisa, uma maneira de fazer ela se alegrar, mas não momentâneo, por mais tempo, nem que fosse por um dia. E então, se lembrou de uma conversa que teve com colega Vingador.


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Notas finais do capítulo

Peço perdão também quanto ao corte entre capítulos, pode dificultar na leitura quando for ler entre intervalos grandes de tempo, mas preferi deixar uma quantidade parecida de palavras nos capítulos.

Digam o que acharam.

Até o próximo.



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