What If?Convergente-Final escrita por Tales of Grimm


Capítulo 5
Manhattan Geneticamente Danificada


Notas iniciais do capítulo

"Algumas personalidades nunca mudam."
-Cara, Erudição.



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Pegamos o carro correndo, desacordando os guardas ao nosso lado. Eles que tentaram nos barrar. Bato no terceiro uma segunda vez para ter certeza que ele não atrapalhe de novo.

–O motor tá ligado!- Zeke avisa. Ele vem até mim, e diz:

–Não demore, Quatro. Eles já estão quebrados.- ele fala, tocando no meu ombro.

Eu concordo. Não vou demorar. Manhattan está a quilômetros daqui e não dá para chegar lá a carro.

–Ainda falta Matthew chegar!- Cara avisa.

–Onde ele está?-pergunta Christina.

–Ele não sabia pilotar, então foi chamar alguém.- Cara responde. Ela arruma seu cabelo, que não está bem organizado. Ela não tem dito muita coisa desde eu pegar David da cadeira de rodas e jogá-lo no chão.

Eu tenho que admitir, não sei da onde veio essa raiva súbita.

Mas ela existe, e vai me levar até onde eu quero.

–Cara, você não acha quem ele for chamar não vai avisar os outros?

–Essa ai não.- responde Matthew. Olho para onde ele vem, vindo em nossa direção. Do seu lado, vem uma mulher de roupa escura. Ela tem uma pele moreno-claro e vem até nós. Ela não está sorrindo.

–Gente, essa daqui é Juanita.- Matthew diz. -Mas vocês já sabem disso. Ela está meio diferente. Afinal...

–...Eu perdi a memória.- Juanita completa. -Por favor me chamem de Nita.

–Mas você sabe pilotar, Nita?- Cara pergunta.

–Ela sabe. Como ela era uma das líderes do GDs, ela sabia pilotar. Só não podia em relação ao seu nível de acesso.

–GDs? Você quer dizer CDs?- Nita pergunta. Me sinto mal por ela estar confusa. Não foi opção dela ter perdido a memória. Mas a minha foi.

Entramos no avião.

Olho pela janela. O mundo se torna pequeno, cada árvore, cada galho, cada folha, cada formiga. E as pessoas, que formam a multidão, cada uma, com cada nome e cada personalidade, que foi tirada delas por escolhas dessas pessoas que estão nesse avião. Todas elas juntas, formam a perfeita rebelião, mas todas tem que estar unidas, formando as células de uma só pessoa.

Mas com a perda das memórias, elas estão mais separadas do que nunca, formando células mortas, e variáveis. Fáceis de manipular.

É por isso que estamos aqui. Fomos manipulados por tempo demais. Pelos nossos próprios líderes, com soros, segredos e ataques. Está na hora da verdade ser revelada.

–Alerta!- diz Nita pelas caixas de som. -Vamos aterrissar. É provável que isso balance o avião de modo bem forte. Estou falando sério. Segurem-se!

O avião balança em transe. Continua balançando e me sinto mal, sentindo o avião descer lentamente, mas me parece como se fosse cair. Seguro nos braços da cadeira. Cara, que está do meu lado, ri.

–Não gosto de voar.- digo.

–Algumas personalidades não mudam, né, Tobias?- Cara pergunta. Seus olhos encontram os meus. Olho para frente.

Não respondo. O avião pousa, e demora algumas horas para o avião parar. Christina pergunta algo.

–Isso aqui não é um aeroporto.- ela deduz.

–Não podemos ser descobertos.- eu respondo a ela. -Aqui é perfeito. Pode ir, Nita.

Ela sai da cabine. Me olha de perto, e diz:

–Não vou voltar pra lá.- ela se move desconfortavelmente. -Eu não sai de lá sem motivos, Tobias. Eu quero ser livre. Você não entende.

–Eu estava certa.- Cara afirma. -Algumas personalidades nunca mudam...

–Nós também estamos aqui por um motivo.- eu falo, ignorando Cara. -Temos que ver o corpo de Tris.

–E é por isso que eu vou com vocês.- ela abre a porta do avião. -Manhattan é muito grande. Não vai ter uma simples placa dizendo: "GOVERNO". Mas...

Ela pega uma arma.

–...Eu sei onde é. Venham!

Nós todos saímos. A cidade tem prédios altos, cinzas e solitários, sem nenhum índice de existência de vida lá fora. Mesmo assim, não tenho medo de sair desse avião. Nem de enfrentar qualquer coisa que entre na frente.

Nós saímos em uma rua larga entre casas. Os prédios estão bem próximos... onde nós tentamos alcançar. Todos nós estamos carregando armas, as quais não sei como consigo saber como mirar, atirar e correr. No total, somos seis. Esse número me diz algo. Não sei o que.

–Aquele prédio!- Nita aponta para o maior prédio. Deve ter 500 e poucos andares.

Ao olhar para o céu, sei que há uma tempestade a caminho. As nuvens estão mais negras que pólvora. Os raios são flashes que não vemos chegar, acompanhados dos gritos estrondosos dos trovões.

Caminhamos pelos corredores de prédios. Pelas quadras vazias. Chegamos a um beco que leva a um quarteirão restante. Tão perto. Chegamos na ponta. Nita da uma olhada, e suspira.

–Que foi?- eu pergunto. -O que tem no quarteirão?

–Pessoas GDs. Tem aqui... e aqui onde o governo controla... elas são piores.

–Como, piores?

–Elas carregam armas naturalmente.- Nita está preocupada com elas. Por um momento, parece que ela não perdeu a memória. Ela lembra do termo GDs. Ela tinha fingido a cena toda no avião.

Mas ninguém percebe.

–Quantas são?- eu pergunto.

–Olhe por você mesmo.- ela me responde. Curioso, olho para eles. Suas roupas são rasgadas, verdes, azuis, milhares de cores misturadas. Eles carregam armas bem mais antigas, e bem mais espalhafatosas. Nenhum se acostuma com uma simples pistola. São quinze no total.

–Quinze pessoas.- eu sussurro para os outros. -E com armas bem grandes. Vamos ter que contornar.

–Não tão rápido assim, filho.- uma voz feminina diz.

Olhamos para trás. Evelyn está segurando uma arma, apontando para nós. Do seu lado, está um homem negro que não consigo reconhecer.

–Reggie?- pergunta Nita.

–Evelyn.- é só o que eu digo.


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