What If?Convergente-Final escrita por Tales of Grimm


Capítulo 6
Soro do Empire State


Notas iniciais do capítulo

Não acabou! Vou mudar de história, uma nova vai continuar essa série. Então praticamente não é a última...



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O mundo feito de rosas desmancha, cada rosa murcha, enquanto eu vivo esse momento. Esse momento pequeno e frágil, que ainda não se tornou uma das rosas do passado. Mesmo assim o momento parece passar lentamente. De um jeito que não dá para voltar atrás.

–O que você quer, Evelyn?- pergunta Cara. Minha mãe aponta a arma para ela. Eu aponto a minha arma na minha mãe.

–Tobias, abaixe essa arma.- ela demanda. Eu finjo que não ouvi, mostrando a arma para mais perto. Esse momento, essa rosa que não abriu, me lembra de outro momento, quando cheguei no prédio, e minha mãe quis conversar comigo. Eu não sabia o que dizer, nem o que fazer, mas ficava lá.

–Eu sinto muito.- eu digo, sem emoção. Sem nada, mas é uma desculpa de qualquer jeito.

–O quê?- ela não entende.

–Eu sinto muito pela minha memória. Não fui eu que planejei isso.- eu chego perto dela. -Mas juro que gostaria de lembrar tudo que eu passei com minha mãe, mesmo não ser tão importante, mas qualquer coisa que me fizesse lembrar, eu aceitaria.

Ela me olha por um instante, alisa meus cabelos com a mão.

–Tobias, você não quer se lembrar. Não queira.

Eu não entendia, mas agora que vejo minha mãe segurando essa arma, me lembro de Johanna Reyes, alguém que tentou se livrar do passado, mas não consegue. Assim também é Evelyn: alguém sem cura do passado porque se lembrar faz ela forte.

–Mãe, pare. Por que você nos seguiu?- eu pergunto. Ela me ouve.

–Eu precisava sair daquele lugar, e também queria saber o que estava acontecendo. Reggie me ajudou a chegar aqui. Agora eu quero saber: por que vocês estão atacando a sede do governo?

–Não estamos.- Christina argumenta. -Eles deram um corpo falso no lugar de Tris. Queremos saber o que estão fazendo com ela.

Nita olha para Evelyn. Ela parece saber de algo.

–Você sabe onde fica a sede do governo, não sabe?- ela chega perto de Evelyn, sem medo eminente.

–Nita!- Matthew agarra seu braço. Ela volta atrás, esperando pela resposta.

–Sei. Eu posso ajudá-los.

–Já sabemos onde fica o governo.- Cara dá uma desculpa para sair.

Mas eu me mostro como um filho. Alguém que não fui desde que eu cheguei do lado de fora da cerca.

–Ela só quer ajudar.

Nós passamos juntos pelos corredores, escapando de alguns GDs. Eles não sabem que da onde nós viemos não existe isso. Eles não sabem que em algum lugar perto deles, há paz.

Minha mãe corre ao meu lado, e sei que Cara não gosta disso. Não sei porque, mas é assim. Todos desconfiam de Evelyn, seja o que ela fez, nunca será esquecido.

O prédio é bem maior que visto de longe. Ele tem uma entrada só na ponta, onde fica as portas nas quais entramos. Entramos, vendo um guarda. O guarda pega sua arma e aponta para nós, e começa a fazer um monte de perguntas em série.

–Quem são vocês, de onde vieram, por que estão aqui, seus genes são curados, e o que querem?

–Somos oito pessoas.- eu respondo. Não paro de apontar minha arma.

–Viemos da cidade perto do experimento de Chicago.- diz Zeke.

Ou seja,- diz Cara. -Nós temos genes diferentes. Não importa o dano. Somos um grupo de qualquer modo.

–Não importa.- o guarda nos observa, tentando decidir qual de nós tem genes danificados e quais tem genes puros. -Não posso deixar vocês passarem.

Minha mãe se enerva, e ela dá dois tiros. Nenhum deles atinge o guarda mas ele tenta sair dá mira dela. Ela pula para alcançá-lo, batendo nele com o cabo da arma. Ele desmaia instantaneamente.

–Pronto. Vamos.

–Mas onde é o andar do governo?- Cara pergunta. -Não sabemos onde é, e esse prédio deve ter uns 500 andares.

–Alguns dizem que tem 600.- diz Nita.

Matthew e Reggie olham para ela.

–Como diabos você sabe disso?- pergunta os dois em uníssono.

–Eu ...li em algum livro perdido da base.- ela explica.

Nós não esperamos para ela dar uma boa explicação. Vamos direto para o elevador. Evelyn aperta o último andar. Nós subimos num instante, e a porta se abre com um sino.

Uma voz tecnológica fala:

Andar de experimento tecnológico: de índice em genes puros.

O corredor é branco, e leva a uma sala de cientistas, que pode entrar descendo as escadas, e tem um vidro que mostra a sala. Uma cadeira segura uma pessoa, mesmo que não posso ver quem é, já que é rodeada pelos cientistas. Todos eles pegam líquidos de teste, de cores diferentes.

–Estão injetando coquetéis de soro na cobaia.- diz Cara. Não sei como ela entende isso, mas ela parece processar os movimentos facilmente.

–Vamos pegar a cobaia.- eu digo, decisivo.

Mas de repente luzes vermelhas rodeiam o andar, e a janela é tampada por um protetor cinza, nos deixando sem ver o que aconteceu. As luzes se apagam, deixando só a sirene, e as luzes vermelhas continuam a piscar. Tento ir para as escadas, mas uma porta de vidro espelhado tampa. Me olho no espelho por um instante, e vejo o Tobias que tinha as memórias, mais forte e seguro de si, alguém que não sou por dentro.

Quebro o vidro sem dó, a arma atravessando a minha imagem que quebra em milhões de pedaços. Eu me estilhaço, deixando o mar de memórias despencar pelo ralo.

Entro na sala, onde milhares de cientistas mortos me espera. Alguns devem estar vivos, mas são tantos desmaiados e tantos mortos que me parece um cemitério desenterrado.

Não tem ninguém na cadeira. Ninguém está sendo segurado.

As luzes vermelhas me cercam. Eu examino o chão, colorido de tantos soros, alguns sem nome. Eu olho para o lugar. As amarras da cadeira estão rasgadas.

Uma mulher pula de cima, me atacando. Outra porta trancou meus amigos. Uma porta de metal que eles não podem quebrar. Estou preso.

Ela me ataca com uma série de chutes e cotoveladas. Eu revido, sem saber como eu consigo lutar, mas minhas experiências voltam a tona. Tento olhar para minha inimiga por um instante, mas as luzes vermelhas tornam impossível.

Mas ela para de lutar. Eu estou um pouco fraco, e tento olhar para ela.

Não sei o que sinto quando olho para ela.

Tris.

–Olá, Tobias.


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