Apocalipse escrita por MapleWolf


Capítulo 38
Manual de Invasão


Notas iniciais do capítulo

Heya! Leitoras, Leitores...

Spoilers no título? Hueahueahueah
O dia tava muito lindo hoje, aí eu pensei: "vou fazer algo da minha vida", e escrevi dois capítulos e h e Como eu quase nunca fico satisfeita com a primeira versão do capítulo, reescrevi metade dessa bagaça, as coisas estavam frenéticas demais, e vocês não iriam entender nada :3 Ah, eu tava assistindo The Walking Dead de onde eu parei, tive até umas ideias legais e,e Pra matar umas pessoas e páh...

Netflix é uma delícia e h e Muito obrigada por compartilhar sua conta comigo, Foxy Juh ♥

—Boa Leitura!
~May ♥



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"Hey, Liz;
Se você está lendo essa carta (e eu realmente espero que nunca chegue a ler) é porque eu provavelmente estou preso... Desculpe filha, eu falhei outra vez...
Eu posso explicar o motivo de eu ter sido preso, mesmo depois de lhe dizer que nossa nova casa era segura, justamente por estar afastada do centro da cidade. Apenas não surte, ok?
Lembra que nós passamos um tempo em Ontário? Lembra-se daquele homem com olhos de cores diferentes? Então... Eu e o Steven descobrimos coisas bastante sujas a respeito desse homem, e ele sabe. Nós estávamos juntando as provas necessárias para incriminá-lo e finalmente pô-lo atrás das grades, mas ele descobriu. O nome dele é David Thompson, e aqui estão as provas que você precisa. Você não precisa ficar olhando as fotos, ok? Apenas leve-as para a polícia.
Acho que você também gostaria de saber o porquê de eu mesmo não ter feito isso. Bem, você sabe, eu sou procurado no país todo... Até o momento estou procurando alguém de confiança, e que também não esteja na lista de procurados, pra fazer isso por mim, por isso não tenho passado muito tempo em casa... Eu devo ser o pior pai do mundo...
Vou entender se você não quiser me ver nunca mais, se você preferir mudar-se para a Austrália, onde a sua mãe está... Desculpe não ter te contado antes... Com certeza você iria querer esfregar a minha cara no asfalto, como você sempre diz que faria com a Katellyn. Sua tia Olívia recebeu algumas cartas da sua irmã, mas como estamos sempre viajando, nunca tive a oportunidade de recebê-las. Você pode estar com muita raiva de mim no momento... Eu entendo. Mas, por favor, leve as provas para a polícia, ok? 
Seja uma boa garota com sua tia, provavelmente ela pegará sua guarda, ou coisa do tipo, e cuide-se.
O pior pai do mundo,
Oliver."

*  *  *

27 de Dezembro de 04 P.A.

O tempo está ótimo, o que é bem raro, eu diria, o sol finalmente apareceu, depois de alguns dias de céu cinzento. O clima estava perfeito pra eu ficar em casa e zerar alguns jogos, mas eu tomei vergonha na cara e estou indo procurar o meu pai. 

Eu mexi nas coisas dele, no piso falso, encontrei a carta e li mais de três vezes para ter certeza de que tinha entendido bem. Meu pai tem razão, eu vou querer limpar o chão com a cara dele quando encontrá-lo, mas não sei se conseguiria, ele ainda é mais forte que eu. Eu faria o mesmo com a tia Olívia, depois quebraria algumas costelas e as duas canelas... Mas eu lembrei que explodi ela ^^ Isso melhora o meu humor cerca de 199℅

Sério, que filha da puta, quase quatro infelizes meses morando com aquela gorda maldita, e ela não me disse nada sobre a Lilian. Mas acho que não importa mais. Ela provavelmente está morta, certo? Minha mãe está morta, minha tia está morta... Quem sabe eu também esteja? Naaah, ainda não.

Lizzie guardou o diário de volta na mochila e relaxou o corpo, sentindo os raios de sol aquecer seu rosto, mesmo que pouco. Sentia a fumaça de vapor sempre que expirava, além da brisa úmida que balançava seus cabelos. Fazia algumas horas que havia saído do conforto de sua casa, junto com Nick. Encontravam-se em um pedaço da cidade, tendo alguns pequenos comércios em volta, as ruas estavam praticamente vazias, podendo encontrar um infectado ou outro soterrado na neve.

Enquanto o rapaz procurava alguma coisa para se distrair, além de gasolina, a ruiva permaneceu sentada no teto do carro, observando as nuvens no céu ou os infectados soterrados.

— Olha só o que eu encontrei. - disse Nick, enquanto se aproximava com uma garrafa de uísque na mão, exibindo um sorriso. - Esse é dos bons, quer um pouco?

— Você sabe que eu não bebo. - ela respondeu, dando espaço para o rapaz sentar.

— Você tomou vinho. - o rapaz a lembrou, sentando-se ao seu lado. - Mas você que sabe, não vou insistir. Tenho uma pergunta mais interessante...

Os dois ficaram em silêncio por algum tempo, até Nick abrir a garrafa, tomando um grande gole em seguida.

— Por que você estava socando a parede há três dias? - ele indagou.

— Ah... Bem... Estava com raiva, e triste, e feliz... - ela deu uma leve risada e depois voltou o olhar para o rapaz. - Mas a parede é dura demais. Posso socar sua cara da próxima vez?

— Não, não pode. - o rapaz deu uma leve risada e tomou outro gole. - Mas do que você tinha raiva?

— Encontrei uma carta do meu pai, ela era pra mim. Mas, antes que pergunte se pode ler, ela tá em francês.

— Então você pode ler pra mim. - ele sorriu, fazendo a garota rir.

— Quem sabe um dia?

O silêncio voltou a reinar. Alguns infectados começaram a vagar próximo de onde eles estavam, tinham um andar desajeitado e na maioria das vezes tropeçavam nos próprios pés. Era um grupo de pelo menos meia dúzia, que parecia vagar sem rumo. Nick os observou e depois deu uma risadinha:

— Não parece que estão bêbados? - ele sussurrou no ouvido de Lizzie. Ela riu concordando.

*  *  *

— Lilian, cadê a sua irmã? Ela vai se atrasar! - disse Katellyn, inquieta, enquanto arrumava uma bolsa.

— Ela estava lá em cima. - a menina respondeu.

— Ah... Claro! - a mãe comentou com raiva, largando a bolsa e subindo as escadas com pressa. Impaciente, abriu a porta do quarto com certa raiva. - Lizzie! Cadê você?! - indagou outra vez, notando o quarto supostamente vazio.

— Pra você: morta. - Lizzie respondeu.

Katellyn bufou e fechou os olhos por alguns instantes, tentando manter a calma. Foi até o guarda-roupa e abriu a parte de cima, onde a menina estava escondida, lendo algum livro.

— Você nem se arrumou ainda?! Lizzie já faz quase uma hora!

A ruiva menor lhe lançou um rápido olhar e depois saltou do guarda-roupa, procurando os sapatos debaixo da cama. Katellyn a observou.

— Você não vai se arrumar?

— Por que quer a minha presença? - a menina levantou o olhar, fazendo uma pausa de alguns segundos, depois voltou a amarrar os cadarços. - Você não disse que eu sou inútil? Que eu não faço nada certo? Mas aqui está você, cobrando minha presença num evento estúpido!

A mãe passou os dedos nos seus cabelos ruivos e soltos, indagando o motivo de ter uma filha assim, depois a observou pegar uma mochila e jogar mais alguns livros e mangás na mesma.

— Filha, por favor, isso é importante pra mim...

— Ah, é? - a menina jogou a mochila sobre os ombros e pegou seu casaco. - O que foi que você disse mesmo, quando quebrou o meu jogo? Ah sim: não me importo! Eu parei de me importar com você há algum tempo. - ela disse com firmeza na voz, o olhar penetrante fixo nos olhos castanhos da mãe.

Tomada pela fúria momentânea, a mãe acertou um tapa no rosto de Lizzie, fazendo emitir um estalo alto. A menina, ainda sentindo o rosto arder, levantou o olhar outra vez, fitando com puro ódio a mulher em sua frente.

— Você não é minha mãe. - ela disse com desgosto, empurrando-a, para atravessar a porta. - Eu te odeio Katellyn!

Com passos rápidos, cruzou o corredor e escorregou pelo corrimão, indo na direção da porta.

— Volte aqui, Lizzie! Você vai se arrepender quando eu contar ao seu pai!

— EU NÃO ME IMPORTO!! - a menina rebateu, elevando o tom de voz e batendo a porta da sala com força ao sair.

A mulher desceu outra vez, indo até a porta e procurando com o olhar a outra gêmea, mas Lizzie já havia desaparecido. Voltou o olhar para Lilian, que a fitava com certa raiva.

— Você não consegue ser amável com ela, mãe? Quebrar o jogo favorito dela já não foi o suficiente? O que você acha que o papai vai dizer quando souber? Acha que ele vai ficar do seu lado? Ele não vai, mãe. - Lilian levantou e tomou rumo à escada.

— Aonde você vai?

— Eu não quero mais ir nesse evento, eu vou procurar a Lizzie.

*  *  *

Após mais algumas horas de viagem, a dupla finalmente chegou à prisão, esconderam o carro atrás de alguns arbustos secos que não estavam soterrados, cobrindo-o com neve depois, e subiram em uma árvore para observar os muros altos da prisão. Os portões de ferro tinham grades grossas, e eram ladeados de duas grandes torres de vigia, nos muros altos haviam arame farpado em espiral, o que dificultaria a entrada, já que não queriam ser notados.

Passaram o resto da tarde observando a prisão, o movimento era constante, tendo sempre patrulhas de vigias rondando os muros. A noite chegou, junto com o frio intenso, o vento balançava os galhos secos e trazia consigo seu sibilar. Nick já havia adormecido, cansado de esperar o momento certo, já Lizzie poderia passar o resto da noite estudando os padrões do grupo que tomava conta da prisão.

— Nick, acorda. - ela o chamou, chacoalhando-o delicadamente, já que o rapaz estava usando-a como apoio, deitando a cabeça em seu ombro.

O rapaz abriu os olhos lentamente e bocejou.

— Descobri o padrão, eles trocam de torre de três em três horas, levando pelo menos cinco minutos para se arrumarem. - ela começou. - Se a gente for agora por aquele lado, podemos conseguir pular o muro.

— E o arame? - ele indagou.

— Tem uns trapos caídos ali, nos podemos usar. - a garota rebateu, descendo da árvore.

Aguardou o rapaz descer e seguiram agachados pelo pedaço de mata que separava as estradas e a prisão, mas ainda tinha alguns metros de distância do muro. Após saírem do campo de visão das torres, correram para o muro, escorando na parede áspera.

— Não vamos matar ninguém, o grupo parece ser grande, teremos problemas se sujarmos as mãos com sangue humano logo cedo... - ela sussurrou para o rapaz, depois se virou para onde um pedaço de cobertor estava largado, apontando com o indicador. - Eu vou pegar o trapo, e vou precisar subir nas suas costas.

Nick assentiu e virou-se para a parede, mantendo um dos joelhos na neve. Lizzie, furtiva como um gato, puxou o pano e o dobrou ao meio, depois voltou e subiu nos ombros do rapaz, então ele levantou. A ruiva ficou quase da mesma altura que o muro, faltando algumas cabeças de distância, entretanto, conseguiria subir com um pequeno impulso. Jogou o pano sobre o muro, afastando o arame farpado o suficiente para atravessarem, então tomou um impulso e subiu, sentando-se no topo.

Nuvens começaram a cobrir a lua cheia daquela noite fria, deixando o local escuro o suficiente para não serem vistos. A garota se assegurou de estar segurando-se firmemente ao muro e estendeu a mão para ajudar o rapaz. Ele olhou a torre de vigia e depois tomou uma distância, correu na direção do muro, pisando na parede e agarrando o antebraço da ruiva, como se escalasse a parede. Desceram do muro, usando a neve fofa ao seu favor, já que mal fizeram barulho ao cair sobre a mesma. Agacharam outra vez.

— Eles estão trocando de novo. - Nick sussurrou em seu ouvido, observando dois pontos luminosos se encontrarem no pátio, depois tomarem caminhos opostos.

Lizzie assentiu, observando em volta. Havia uma grade que dividia o pátio e o prédio grande da prisão. Tinha alguns veículos estacionados próximos da grade, além de alguns caixotes com armas de grande porte.

— Vamos até os carros. Com sorte, conseguiremos entrar antes que percebam... - Lizzie sussurrou.

Seguiram agachados, atravessando o pátio com rapidez. Escoraram nos carros e observaram se algum guarda da torre os notara, depois seguiram até a grade, observando o que tinha adiante. Havia algumas tochas que iluminavam a entrada, mas não havia guardas. Poderiam passar facilmente pelo portão que tinha ali e seguir até a entrada. O rapaz se adiantou e foi até o portão, tentando abri-lo, porém, havia uma corrente enferrujada presa com um cadeado.

— Trancado. E não dá pra escalar, tem mais arame farpado lá em cima... - ele sussurrou.

— Bem... Acho que teremos que fazer um pouco de barulho se quisermos entrar, seria até mais fácil... Já que não vamos matar ninguém. - ela sussurrou de volta, puxando o pé-de-cabra preso na mochila. 

Lizzie lhe entregou o pé-de-cabra, já que o rapaz tinha mais força física que ela. Nick respirou fundo e levantou o pé-de-cabra, golpeando a corrente com força, fazendo ecoar o som de ferro se chocando.

— Invasores! - um homem de voz rouca gritou do alto da torre, alertando os companheiros.

Lanternas se acenderem e voltaram-se na direção da grade, procurando a dupla. O jovem levantou a arma outra vez e golpeou a corrente, sentindo que começava a se partir, então golpeou outra vez, partindo a corrente. A ruiva se apressou e empurrou o portão.

— Corre! - disse ela.

Antes que pudessem atravessar o portão, o som de disparos preencheu o vazio daquela noite, como trovões nervosos, acertando a neve próxima de seus pés. Correram para dentro, sentindo os disparos próximos o bastante. A porta de entrada se abriu, surgindo mais pessoas armadas. Ambos pararam e os tiros cessaram, porém, as armas ainda estavam voltadas para a dupla.

— Abaixa a arma! - disse uma mulher, referindo-se ao pé-de-cabra, sua voz estava firme e soava ameaçadora, ela apontava uma pistola para o rapaz.

Nick, sentindo o ombro esquerdo arder com a mordida de uma bala, olhou para a parceira, antes de fazer qualquer coisa. Lizzie, que tentava estancar o ferimento na coxa direita, assentiu, fazendo-o abaixar a arma lentamente, deixando-a na neve.

— Levantem as mãos aonde eu possa ver! - a mulher ordenou outra vez.

A garota suspirou derrotada, sendo a primeira a levantar as mãos. O rapaz esperou algum tempo até levantar as mãos também. Dois homens que estavam com ela foram até a dupla, revistando ambos, jogando as armas que achavam nos bolsos, ou escondida sob as jaquetas, na neve. Um homem robusto, que observava tudo à direita da mulher, não conseguia tirar os olhos da garota. Lizzie notou os olhares, fitou o homem de cima a baixo e depois deu uma risadinha sarcástica.

— Heeeh... Parece que você está totalmente fora de forma agora, Oliver. - disse ela, em seu melhor tom sarcástico.


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Notas finais do capítulo

Lizzie, perde a vida mas não perde a piada huashaushaush :v

Treta is coming... People gonna die... :3

~May ♥



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