Apocalipse escrita por MapleWolf


Capítulo 37
Jogos Gélidos


Notas iniciais do capítulo

Heya! Leitoras, Leitores...

Não tenho muita coisa pra falar :v Então...

—Boa Leitura!
~May ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/652348/chapter/37

Já fazia algumas horas que o sol havia nascido, e, como já era costume, Nick acordou praticamente no mesmo horário, vendo-se em um quarto escuro. Ainda insistiu em continuar na cama, mas, visto que não conseguiria voltar a dormir, decidiu levantar.

O quarto em que estava alojado era bastante espaçoso, tendo duas camas de solteiro e mais alguns móveis. Estava dividindo o quarto com Nathan. Em silêncio, e tentando se habituar na escuridão, seguiu na direção da porta, tropeçando em alguns sapatos que estavam no chão e chutando a cama em que Nathan estava. Conseguiu sair do quarto, encostando-se à parede e massageando o pé dolorido.

Passou o olhar rapidamente nas outras portas, vendo que algumas estavam abertas, enquanto outras estavam encostadas. O silêncio reinava. Desceu as escadas que davam para a sala, vendo um quebra-cabeça quase inteiro e duas canecas sobre a mesa de centro. A cozinha estava vazia, tendo apenas um bule sobre o fogão.

Seguiu por um pequeno corredor que levava à porta dos fundos, onde tinha uma pequena varanda e um grande quintal. Abriu a porta, que estava encostada, e saiu, sentindo a suave brisa gelada daquela manhã. Lizzie e Ellie estavam ali, enquanto ruiva fazia uma montanha de neve num canto do quintal, usando uma pá, a menina fazia um boneco de neve. A princípio, o rapaz ficou intrigado, mas apenas sentou em uma cadeira de balanço que tinha na varanda de madeira.

Assim que Lizzie juntou uma grande parte da neve que tinha no quintal, cravou a pá no chão e foi até a árvore, subindo na mesma e balançando os galhos, fazendo a neve que tinha neles cair, depois desceu e sentou em um balanço que tinha na árvore.

— Bonito boneco. - Lizzie comentou dando pequenos impulsos para pegar velocidade, balançando cada vez mais alto.

— Só falta um cachecol. - a menina respondeu, enquanto se certificava que os bracinhos do boneco estavam bem fixos.

— Usa o meu. - a ruiva tirou o próprio cachecol vermelho que usava e o jogou na direção de Ellie, fazendo a peça de lã pairar no ar e cair suavemente na neve.

A loira correu na direção do cachecol, como se a neve o engoliria se ela não o pegasse. Rapidamente enrolou-o no pescoço do boneco e apalpou a neve para mantê-la no lugar. Ao notar Nick sentado na cadeira de balanço, correu até ele:

— Bom dia, Nick! - ela o cumprimentou com um sorriso. - Vamos fazer bonecos de neve?

— Agora? Mas eu tô descalço. - ele replicou.

— É só você pegar um sapato!

— Beleza... Espera um pouco. - o rapaz se levantou e tomou rumo de volta à casa.

Lizzie, que observava tudo à distância, saltou do balanço e foi na direção da pá, retirando a neve da montanha de neve. A menina a fitou com curiosidade no olhar, enquanto observava a ruiva levantar uma espécie de parede de neve.

— O que está fazendo? - a loira indagou.

— Uma barreira. - Lizzie sorriu, enquanto jogava mais neve na direção da parede. - Quer me ajudar?

Ellie assentiu e começou a erguer a parede junto com a garota maior. Após estar alto o suficiente para se esconderem atrás dela, a ruiva começou a fazer bolas de neve e colocá-las num canto. Nick retornou ao quintal, agora calçado e com luvas, olhou em volta e notou a barreira, se aproximando de forma descontraída. No último instante, Lizzie arremessou uma bola de neve no rosto do rapaz, e logo a menina começou a bombardeá-lo com mais ataques. Sem ter muito que fazer, Nick tirou a neve do rosto e se afastou da barreira.

— Vocês poderiam ter me avisado! - o rapaz reclamou.

— Ataque de oportunidade, bitch! - Lizzie rebateu, enquanto fazia mais bolas de neve.

— Ah, é?! Beleza, então! - ele rebateu, indo para trás da árvore, onde ainda tinha neve, e começou a fazer bolas de neve também.

— Você ouviu Ellie, ele declarou guerra contra nós! - a ruiva comentou aos risos, fazendo a menor rir também.

Assim que tinha bolas de neve o suficiente, o rapaz saiu de trás da árvore, procurando o ângulo perfeito para arremessar a bola de neve por cima da barreira e acertar as adversárias, quando Lizzie levantou e começou a bombardeá-lo. Sem outra opção, o rapaz revidou, lançando as bolas de neve que tinha consigo.

Minutos se passaram, como se a chuva de bolas de neve nunca tivesse fim, por mais que ambos fizessem pausas para fazer mais "munição". Ellie se retirou da guerra, visto que Íris a chamava dentro da casa. Nick e Lizzie permaneceram no quintal, ambos já cobertos de neve, mas se recusavam desistir da batalha.

O céu começou a ficar escuro outra vez, tapando os fracos raios de sol que traziam um pouco de calor àquela manhã, e a neve branca começou a cair outra vez. Como último recurso, o rapaz juntou todas as bolas de neve que tinha feito até então e investiu contra a adversária, bombardeando-a com os tiros gélidos. Lizzie tentou revidar, porém, tinha neve até em seu rosto, dificultando sua visão. Quando se deu conta do quão perto Nick estava, o rapaz já tinha rendido-a, segurando seus pulsos e jogando-a na neve.

— Ganhei! - ele disse, ainda que ofegante.

— Vai ter revanche! - ela disse, rindo.

Os dois ficaram ali caídos na neve, recuperando o fôlego perdido na brincadeira, até que Nick, que ainda estava em cima da ruiva, segurando-a contra a neve, começou a aproximar seus rostos até juntar os lábios de ambos. Um beijo levemente gelado por causa do clima do momento, mas ainda sim calmo e doce. Afastaram-se. Nick ficou um tempo fitando os olhos de Lizzie, até a mesma resolver quebrar o silêncio:

— Já é a segunda vez que você me beija assim. É algum tipo de fetiche ou você acha que eu vou te empurrar?

O rapaz riu e depois a soltou, levantando e estendendo a mão para ajudá-la a levantar.

— Quem sabe? - ele riu outra vez e tirou a neve da roupa.

Lizzie balançou os ombros e depois tirou a neve da própria roupa, tomando rumo na direção da casa. Voltaram para a sala, encontrando Ellie terminando de montar o quebra-cabeça e Íris mexendo nos armários da cozinha.

— Não tem comida nessa casa?! - a morena indagou.

— Quem falou que eu comia? - disse a ruiva, jogando-se no sofá. - Brincadeira. O máximo que a gente fazia era inventar alguma coisa pro jantar. Geralmente nós almoçávamos fora e trazíamos alguma coisa pra fazer na janta.

— Ui, milionária... Desculpa aí. - Íris brincou.

— Só se a gente for pegar suprimentos na cidade. - a ruiva sugeriu. - Vou esperar o Nathan acordar, aí eu vou com ele.

— Hey! E esses filmes aqui? - Nick indagou, tirando alguns filmes de uma estante que ficava no corredor que levava ao quintal dos fundos.

A ruiva lançou um rápido olhar no corredor e depois sorriu.

— Legal, né? Assaltei uma locadora uma vez. - observou Nick dar uma risadinha e colocar os filmes no lugar, descendo um pouco mais para ver o que mais tinha ali. - Meu pai não tinha muito que fazer, então ele comprava jogos e filmes pra matar o tempo. Se você olhar nessa última parte, nessas portinhas aí, vai ter uma caralhada de jogos do Super Nintendo, Famicom, Atari... Os consoles devem estar aí também.

— Seu pai era um gamer das antigas? - o rapaz indagou, sentando no chão para ver os jogos.

— Basicamente. Mas tinha uns jogos do PS3 que ele jogava comigo. Os meus consoles devem estar aí também.

— Caralho, tem bastante jogo de tiro aqui... Acho que entendi o porquê de você ser perita no quesito "sobreviver"...

*  *  *

O sol já estava começando a se por, quando Lizzie e Nathan voltaram da cidade com os suprimentos. Guardaram o carro na garagem e entraram com duas caixas cheias. O trio estava assistindo um filme aleatório, enquanto Aika e Snow mastigavam alguns sapatos largados na sala. Após guardarem os suprimentos, Nathan se juntou ao grupo e Lizzie subiu.

Antes de adentrar em seu quarto, passou o olhar na última porta da direita, o quarto de seu pai. Lembrou-se da chave que Vincent lhe dera e resolveu testá-la. Adentrou sem pestanejar, observando o quarto arrumado de seu pai. Talvez Oliver fosse perfeccionista, nada estava fora do lugar, a cama de casal bem arrumada, a cômoda de canto com os quatros perfeitamente alinhados e com uma distância bastante simétrica entre elas, e o guarda-roupas branco cobrindo uma parede inteira.

Escancarou a porta dupla do meio, onde os casacos estavam pendurados nos cabides e algumas caixas de sapato empilhadas em baixo. Sentou-se no chão, tirando as caixas de sapato do guarda-roupa, pondo-as em um canto. Sob um pequeno carpete da cor do piso havia um piso falso, onde o homem costumava guardar algumas coisas. A ruiva retirou o carpete e o piso, revelando um buraco no chão, tendo uma caixa preta e uma arma prateada. 

Deixou a arma de lado e pegou a caixa, abrindo o cadeado com a chave que Vincent lhe dera. A primeira coisa que viu foi algumas fotos soltas, uma delas mostrava as gêmeas fantasiadas com personagens do Super Mario, ambas seguravam cestas de abóbora cheias de doces. Ver essa foto em especial lhe trazia lembranças boas. Separou as fotos, deixando-as junto com a arma, e conferiu os outros papéis, eram sobre cartas antigas e documentos. No fundo havia um envelope de carta branco, a frente e o verso estavam em branco.

No interior da carta havia algumas fotos, todas elas mostrando David cometendo seus crimes. Certamente seriam as provas necessárias para incriminá-lo. Por último havia um papel, uma carta.

*  *  *

— Agora eu acho que entendi o porquê de você ficar comprando esses fast foods ao invés de fazer uma comida decente... - disse Lizzie, apoiando os braços na mesa. - Você quer que eu fique gorda, pois você está gordo.

Oliver fitou a filha pelo canto dos olhos enquanto esperava o tempo do micro-ondas zerar.

— Eu não tô gordo, eu tô em forma. E não seria ruim você ganhar uns quilos, está tão magra quanto um palito... - o homem respondeu, exibindo um sorriso de canto.

— Bom, pelo menos eu não fui eu que fiquei entalada entre a estante e a parede só pra pegar uns papéis... - ela deu uma risada sarcástica. Oliver apenas suspirou. - Admite, pai, você não pode ganhar de mim nesse quesito.

— Você está certa, eu não posso. - ele respondeu com um sorriso, enquanto tirava os hambúrgers do micro-ondas, colocando um na frente da ruiva e outra na frente do lugar que tomaria na mesa.

Lizzie cutucou o hambúrger e depois suspirou.

— Você sabe que eu não gosto dessas coisas congeladas que é só aquecer, tem um gosto estranho... - ela comentou.

O homem, após pegar o ketchup na geladeira, sentou-se à mesa.

— É a mesma coisa de ir em um restaurante fast food, a diferença é que vem congelado. Por acaso você já experimentou? 

— Não. - a ruiva respondeu.

— Então não reclame. - ele sorriu para a filha, colocando ketchup no próprio hambúrger.

Ainda desconfiada, Lizzie levou o lanche à boca, fazendo uma expressão de desgosto, afastou o lanche e encheu a boca com refrigerante:

— Isso é horrível! 

— Você é muito fresca, às vezes... 

— Você provou o seu? - ela arqueou as sobrancelhas, o fitando de forma séria.

— Não, ainda.

A garota observou o pai morder o lanche e repetir a mesma expressão que acabara de fazer.

— É você está certa de novo. - ele admitiu, tomando um gole de refrigerante. - Quer ir numa pizzaria?

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hoje meu pai inventou de trazer esses hambúrgers de micro-ondas :v Pensa num bagulho ruim: a parte debaixo do pão tava úmida e a de cima tava dura, as bordas estavam quentes e o centro estava frio . -. Porra, pai.
Era mais fácil comprar os ingredientes e montar o lanche em casa...

E lembrem-se, crianças: nunca comam isso http://cevisko.com.br/wp-content/uploads/2014/05/Seara-hot_hit_picanha-300x300.jpg


~May ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Apocalipse" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.