Pov Scorpius Malfoy

Encarei Narcisa com uma expressão totalmente confusa e em pânico. O que ela queria falar comigo ? Será que ela já suspeitava ou tinha escutado algo a respeito ? Quanto mais eu pensava, mas desesperado e em pânico eu ficava. Olhei para os outros, que estavam tão assustados ou confusos quanto eu e depois olhei para minha futura avó, assentindo positivamente.
– Fica calmo e tente não deixar ela desconfiada sobre nós - Lily Luna cochichou em meu ouvido e eu assenti, antes de dar as costas a eles e ir na direção de Narcisa.
– Aqui não, por favor, me siga - Eu engoli em seco e comecei a segui-la, em silêncio. Enquanto andávamos para um lugar que eu não fazia a menor ideia qual, percebi que ela estava nervosa e olhava constantemente para trás e para os lados, como se tivesse medo de que alguém estivesse nos seguindo.
Quando percebi, estávamos no quinto andar e ela me empurrou para uma sala vazia e trancou a porta com magia.
– Talvez eu me arrependa amargamente e o resto da minha vida por fazer isso - Ela começou nervosa, andando de um lado para o outro na sala. No futuro, presenciei raras vezes Narcisa Malfoy desse jeito e em todas as vezes, ela estava extremamente aterrorizada e prestes a lançar uma bomba no colo do locutor de sua mensagem. - Mas sinto que devo contar..o Lord das Trevas e seus Comensais de maior confiança já sabem que vocês descobriram o segredo dele..ele virá a Hogwarts, amanhã a noite e pretende tortura-los e mata-los um por um, para que , segundo ele, nunca mais ousem desafiar o maior bruxo de todos os tempos. - Ela finalizou, com a voz trêmula e visivelmente perturbado.
Demorei alguns segundos para absorver tudo o que Narcisa havia me dito, eu estava em choque, só não sabia se era por conta da notícia ou por conta de quem estava me contando. Eu suspirei fundo e me concentrei no chão daquela sala escura, enquanto minha avó virava as costas para mim, esperando alguma reação de minha parte. Olhei-a de relance. Eu sabia que não fazia o seu tipo, mas também sabia que ela era a pessoa perfeita para nos manda um alarme falso, pois apesar de ser uma Sonserina puro sangue e totalmente o oposto da irmã, Narcisa ainda era uma comensal da morte e era apaixonada por aquele idiota do Lúcio, ela poderia muito bem nos enganar se ele pedisse.
Entretando, eu tinha uma excelente relação com minha avó no futuro a ponto de, depois que completei meus treze anos e fiquei mais maduro para entender certas coisas, ela me confidenciar certas coisas de sua adolescência, desde segredos, medos e pontos fracos. Naquele futuro, com quase sessenta anos e duas guerras bruxas nas costas, eu sabia que ela não tinha mais problemas em ser pressionada,mas várias vezes ela me confessou que apesar de a acharem uma excelente mentirosa, ela acabava cedendo se soubessem pressiona-la de uma maneira que a deixasse em pânico.
Minha mente estava um turbilhão de pensamentos, apesar de não acreditar nessa possibilidade, eu sabia que ela podia estar mentindo e nos colocando em uma armadilha, nos jogando nas garras do cara de cobra sem ter sequer uma única chance de recuo.
– Porque você resolveu me denunciar esse plano ? Pensei que a sua família e seu namorado fossem aliados de Voldemort - Ela me olhou surpresa por eu dizer o nome, mas pude perceber seu rosto se iluminar quando me referi a Lúcio Malfoy como " seu namorado".
– Isso não importa - Ela disse, recompondo-se - O fato é que escutei Bellatriz e Lúcio conversando a respeito de um novo ataque em breve em Hogwarts, por esses dias e que irão acabar com vocês..- Disse, e foi nesse momento em que eu vi a deixa para o meu teste de veracidade.
– Sua irmã, seus pais e principalmente Lúcio...você pensa na decepção que estará causando neles contando a mim, um mero desconhecido, os planos do amado Lord deles ? Você faz ideia do quão nocivo isso vai ser ? - Desferi o ataque e pude ver lágrimas se formando em seus olhos, ela então veio correndo em minha direção e começou a desferir socos e tapas em mim. Tive minha comprovação, ela estava falando a verdade.
– Garoto idiota, não dificulte as coisas ! - Ela dizia, me batendo ainda mais. Com muito esforço, consegui seugurar seus braços para que ela não me batesse mais, enquanto ela chorava descontroladamente, em pânico.
– Ok, ok, me desculpe - Eu disse, tentando acalma-la - Obrigada pelo aviso - Ela ainda chorou por mais um tempo e foi se acalmando. Ela me xingou de muitas coisas depois disso, ela tinha percebido que aquilo era um teste e ficou furiosa, do mesmo jeito que a Narcisa que eu conviveria anos a frente. Ela saiu da sala primeiro e eu sai alguns minutos depois, para não levantar suspeitas. Fui andando até o salão principal com tudo aquilo martelando na minha cabeça. Encontrei os outros a caminho do salão principal, e fomos para um canto isolado, onde eu sabia que ninguém iria nos ouvir e contei tudo o que aconteceu.
– Você tem certeza disso ? Não faz muito tempo do último ataque, porque ele faria isso de novo ? - James Sírius me perguntou.
– O último ataque foi gratuito, acho que queria apenas deixar as pessoas aterrorizadas - Eu disse, dando de ombros - Mas agora as coisas parecem mais reais para ele, ele percebeu que nós sabemos de tudo e que estamos destruindo as horcruxes..e até onde sabemos, mesmo os comensais de maior confiança não sabiam de certos esconderijos..a sala precisa ainda é desconhecida para a maioria das pessoas daqui - Eu sussurrei, sempre olhando se não tinha ninguém por perto.
– Isso significa que ..- Lily Evans começou
– Que nós precisamos falar com Dumbledore e ir atrás do Diadema, antes que alguém mude o esconderijo dele - Completou Alvo e eu assenti, tínhamos que fazer aquilo rápido. Voltamos para o salão principal e tentamos jantar normalmente, para transparecer que estava tudo bem. Olhei de relance para a mesa da Sonserina e vi que, apesar do nervosismo, Narcisa Black também tentava mostrar que estava tudo bem enquanto conversava com Lúcio e Bellatriz.
Depois que terminamos de jantar, eu, Lily Luna, Alvo e James Sírius fomos até a sala de Dumbledore. Falamos a senha, subimos as escadas e quando estávamos próximos a porta, encontramos Alvo Dumbledore no corredor.
– Meus jovens, o que os traz aqui a essa hora ? - Dumbledore perguntou com um sorriso, olhando-nos por cima dos oclinhos de meia lua. Ele nos deu passagem e entramos na sala, nos sentamos nas quatro cadeiras que haviam ali e eu comecei a contar absolutamente tudo, enquanto Dumbledore apenas ouvia tudo em silêncio, com a sua costumeira expressão pensativa.
– Apesar de ser uma Black e de não ser rebelde como Sírius a ponto de se rebelar contra a família , eu sempre soube que Narcisa era uma boa pessoa, apesar do seu preconceito com os que não são puros sangue - Dumbledore analisou, e voltou seu olhar para nós novamente - O que vocês pretendem fazer agora ?
– Ir até a Sala precisa e destruir o Diadema, antes que alguém o mude de lugar - Lily Luna disse e eu, James e Alvo concordamos.
– Então sugiro que o façam rápido e agora, os comensais costumam perambular de madrugada pelo castelo para não serem pegos enquanto cumprem ordens de Voldemort - Dumbledore nos disse com um semblante sério - Não tenho conhecimento de quando, mas sei que Bellatriz Black sabe do Diadema e está encarregada de protege-lo, tomem cuidado - Senti meu sangue gelar e olhei para os três ao meu lado, em pânico. Se Bellatriz estivesse lá, precisaríamos de muita sorte para conseguirmos destruir aquele Diadema.
Saímos da sala de Dumbledore com a espada e corremos até os nossos dormitórios para pegar o mapa do Maroto,as presas de Basilisco e alguns produtos das Gemialidades Weasley que poderiam ser de grande utilidade. Deu um certo trabalho, mas conseguimos convencer os Marotos a ficarem de fora e fomos correndo até a sala precisa, cobertos pela capa de invisibilidade. Olhamos ao redor e como não vimos sinal de nenhum dos comensais, imaginamos uma sala em que seria fácil esconder algo e entramos com cuidado. Nos despimos da capa, a sala precisa estava repleta de coisas até o teto, desde caixas até estátuas, coisas quebradas, livros, animais mágicos e muito mais.
– Lembrem-se, está em uma caixa de madeira - Disse James Sírius - Lembro de meu pai contando que estava no topo de uma dessas pilhas
– Esperem - Lily Luna disse e saiu correndo em direção a entrada da sala, voltando com quatro vassouras em suas mãos e as deixando próximas de onde estávamos - Nenhum desses comensais jogam quadribol, pode ser uma forma de nos salvarmos - Ela deu de ombros e então as pegou novamente e escondeu em um local estratégico, que seria fácil de conseguirmos pega-las para a fuga. Começamos a escalar as enormes pilhas de coisas, a cada coisa inútil que eu via eu jogava para baixo.
Estávamos a cerca de uma hora ali procurando, cada vez mais exaustos e não achávamos a caixa de forma alguma.
– Acho que eles mudaram..
– ACHEI ! - Escutei James Sírius gritar e dei um suspiro de alívio. Eu, Lily e Alvo fomos em sua direção. Ele segurava a caixa com cuidado enquanto descia da pilha de coisas e quando chegamos ao chão, Lily pegou uma das presas de basilisco nos bolsos de sua veste e a jogou para o irmão mais velho que, graças aos reflexos de quadribol, a pegou no ar. Quando James abriu a caixa e estava prestes a cravar a presa no Diadema, a sala começou a ser tomada por uma névoa preta estranho
– Droga - Eu disse, e olhei em direção a estrada. Lestrange estava do outro lado da porta, nos olhando com um sorriso maligno enquanto nos fechava dentro da sala. - Rápido James, vamos morrer aqui - Eu disse e então ele cravou a presa no Diadema, fazendo com que aquela horrível fumaça preta se dissipasse, junto com aquele som horrível de cobra. James chutou a caixa e os restos da tiara na direção do fogo e pegamos as vassouras.
Prendemos a respiração, e graças a um feitiço que Lily Luna pronunciou e eu não entendi nada, conseguimos sair da sala. Do lado de fora não tinha nenhum sinal de comensais, mas agora já estava tudo feito, o Diadema fora destruído.