The Little Girl escrita por Swimmer


Capítulo 10
A Little Misunderstanding


Notas iniciais do capítulo

AlineAono, pedroossos, Kate Odair Di Angelo, Lilica611, Tatay, Phaella, BielNekoDesu, Rogue of Space. Com alguns já conversei bastante, com outros uma vez ou outra, mas adoro vocês ♥

Acreditam que faz quase dois meses que comecei essa fanfic? Eu não. Só acreditei porque é isso que o site diz, não parece tanto tempo assim.
Eu tive uma ideia, mas preciso da opinião de vocês, por favor leiam as notas finais.
Ps: Esse capítulo começa do exato segundo seguinte ao fim do anterior, caso tenham alguma dúvida.
Por enquanto, boa leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/651855/chapter/10

Os cortes ardiam um pouco mas a causa da irritação de Nico era outra. Ele jogou o envelope que segurava para Thalia e seguiu para o banheiro. A camiseta estava arruinada, ele a tirou e jogou num canto. O ferimento começava a expelir um pus amarelado nojento, ele pegou uma toalha e encharcou com a água, usando para limpar.

–Nico, quer me dizer o que aconteceu? Não diga "encontrei um monstro no caminho" - Reyna fez as aspas com os dedos - disso eu sei. Quero detalhes.

Ele se virou lentamente, resumiu em meia dúzia de palavras e pediu pra ela procurar néctar na cozinha. Mortais tinham Coca-Cola em suas cozinhas, semideuses tinham néctar ou ambrosia.

Dentro do armário tinha álcool, mas não algodão. Ele se lembrou de Frank dizendo que guardavam armas e coisas que não poderiam deixar mortais sonharem que existiam no escritório, mas nunca tinha encontrado nada no escritório.

Uma ideia bem plausível começou a se formar, ele foi até o cômodo e procurou o painel. Digitou a senha e entrou no quartinho que antecedia a varanda. Em todas caixas de cima havia coisas que se encontraria no porão de qualquer casa, mas nas de baixo... Bingo. Achou uma maleta de primeiros socorros com um sol onde deveria ficar a cruz vermelha dos hospitais e voltou ao banheiro.

Reyna voltou um minuto depois, com uma garrafinha do líquido amarelado que pedira. Tomou um grande gole e colocou em cima da pia, sentindo-se febril. Não pôde deixar de notar o quão desconfortável Reyna parecia e deixou um sorriso de lado escapar. Os dias com Marie estavam estragando sua grande habilidade de esconder vestígios de alegria.

–Obrigado Reyna, pode ir se quiser - ele sorriu para ela e despejou o álcool no algodão.

Tirando alguns vidrinhos com líquidos coloridos de procedência duvidosa, não havia nada demais na caixinha com o símbolo de Apolo.

Reyna o encarou, franziu a testa e tomou o algodão da mão dele. Nico disse a ela que conseguia fazer aquilo sozinho várias vezes antes dela mandá-lo calar a boca e ele desistir.

Quando ela terminou de limpar os cortes estavam bem menores, devido ao néctar, mas não o suficiente.

–Vou por um curativo nisso - ela declarou.

Eles ouviram passos e logo em seguida Thalia apareceu, com Marie no colo e comendo um chocolate.

–Acidente com o barbeador, di Angelo? - ela ironizou.

–Sim, mas não se preocupe, vamos te arrumar outro - ele pegou a caixa - Que tal fazermos isso lá na sala?

Reyna foi mais cuidadosa que o necessário, foi difícil convencê-la a não colocar fita lilás pra prender o curativo. Aquilo tudo nem era necessário, o néctar ia fazer a ferida sumir antes que alguém pudesse pensar em trocar as faixas.

–Marie? - ele chamou.

–Tô fazendo cocô - ela gritou de volta.

–Eu não precisava saber. Vou pedir pizza - ele pegou o celular, falando para ninguém em especial.

–Pra que pedir pizza? Tem bolo aqui - disse Reyna.

Quando ele finalmente entendeu, ela já estava cuspindo na lata de lixo e tossindo.

Ele pediu três caixas de pizza, meia hora depois desceu para buscar. Ele tinha a sensação de que se tivesse que dividir o espaço com Thalia por mais um dia ou ele explodiria ou o prédio todo explodiria. Sem contar o fato de quatro semideuses estarem juntos iria chamar muita atenção, principalmente por três deles serem filhos dos Três Grandes.

Tecnicamente Marie não era filha de um deus, mas ser descente do deus dos mortos e do deus da guerra com certeza não era algo pacífico. Quando ele voltou pro apartamento, a menina mordia uma almofada, sentada sozinha no sofá.

–Por que não me chamaram? - perguntou Thalia.

–Só pago pizza pra Marie e pros meus convidados – disse Nico, mordendo sua fatia de pizza.

Marie, com todo seu talento para o sarcasmo entregou uma fatia na mão dela. Nico revirou os olhos e a morena foi sentar ao lado de Reyna.

O pijama de Thalia consistia num shorts de tecido e uma blusinha de manga comprida larga, já Reyna tinha trocado os jeans por uma calça legging e uma regata branca. Nico observou as duas e pensou que o único jeito de aquilo ser mais contrastante seria chamando Afrodite para se juntar a eles.

–Vocês são tão animados, por favor parem de falar – disse Reyna depois de alguns minutos de silêncio. – Precisamos encontrar um assunto que vocês dois tem em comum. Vai Thalia, você começa.

–Adoro esfregar a cara de filhos de Hades na parede nas horas vagas – ela ligou a televisão.

Nico ignorou e pegou o envelope que tinha deixado com ela mais cedo e finalmente abriu o convite. Só sabia o que era porque a palavra “convite” estava grafada na parte da frente em letras douradas.

Na parte de dentro tinha uma foto de Emily e Luke de costas. Emily, era morena e tinha os olhos de Annabeth, no fundo uma imagem dos Vingadores. Luke, com os braços cruzados, era exatamente o contrário da irmã. Cabelos claros e olhos verdes. Depois da faixa de divisão, atrás dele estava um banner gigante da Liga da Justiça. Ambos sorriam, o convite falava da festa de aniversário dos gêmeos.

Na parte inferior, o endereço, não tão longe dali.

Nico pensou em formas educadas de dizer que não iria. Por mais que festas infantis tivessem muitos doces, também tinham crianças. Até uma semana atrás não achava que conseguiria segurar uma só por mais de dez minutos.

Marie acomodou a cabeça no colo dele e Reyna pegou o convite.

Nico começou a prestar atenção na TV e levou um susto quando ela quebrou o silêncio.

–Nós vamos. Todos nós.

–Não, estou bem – Thalia assoprou uma mecha de cabelo do rosto.

–Podem ir - Nico falou, começando a ficar com sono. Não passavam de sete e meia, mas tinha sido um dia muito cheio. - Tenho muita coisa pra fazer.

–Como por exemplo...? - Reyna questionou.

–Nada. Mas não vou.

–Annabeth vai te matar se souber que está aqui e não foi à festa dos filhos dela – Reyna se virou para Thalia, tinha realmente investido no lado convincente.

Thalia disse que ia pensar e Nico que elas podiam ir sem ele, o que Thalia achou ótimo.


***



Ele piscava lentamente quando um estalar de dedos o despertou completamente.

–Ahn?

–Você tá quase dormindo - Thalia falou, ainda estava jogada no sofá.

Ele não fazia ideia de quanto tempo tinha passado.

–Marie dormiu. Tem uns vinte minutos - quem estalara os dedos fora Reyna.

–Ah... Tá - ele passou a mão no rosto. - Vou por ela na cama.

Thalia revirou os olhos.

–Vocês dois me dão sono - ela se levantou. - Vou dormir.

Nico caminhou lentamente com a sobrinha nos braços. A febre voltara, mas bem mais fraca. Ele a deitou no berço, fechou a janela, apagou a luz e ligou o abajur. Fechou a porta e voltou pra sala.

Aproveitou e pegou um edredom no quarto de hóspedes, onde a amiga ia dormir.

Ela estava deitada num dos sofás, vendo tv.

–Podemos conversar agora?

Ele caminhou e se sentou na frente dela, no chão.

–Claro, sobre o que?

–Sobre você não ter me dito porque veio pra Nova York do nada e agir como se estivesse tudo bem quando posso ver no seu rosto que não está? É, acho que é um assunto.

Ela forçou um sorriso.

–Eu estou bem, di Angelo. Só não tive tempo de falar nada, e vendo que esteve meio ocupado sendo quase morto por monstros de novo, não acho que a culpa seja minha...

Se tinha algo que Nico realmente odiava era quando tentavam convencê-lo de algo que ele já tinha certeza. E ele conhecia a filha de Belona bem demais, até o jeito de agir estava diferente. Durante todo o dia ela agira mais como alguém tentando consertar um erro do que como ela mesma.

Ele ficou encarando-a fixamente, ela desistiu rápido demais, virando o rosto para o outro lado.

–Vamos lá, Reyna, estou tentando te ajudar. Pode confiar em mim. Não precisa dizer o que aconteceu, só diz o que posso fazer.

Foi a vez dela encará-lo. Ele conseguia imaginar os pensamentos dela, tentando decidir se falava ou não. Ela abriu a boca para dizer algo, mas foi interrompida pelo toque de um celular. A primeira reação dele seria atirar o aparelho na parede.

Essas coisas só aconteciam de verdade com ele. Isso só acontece realmente em filmes, e se estivesse em um iria dizer ao diretor para escolher outra forma de interrupção, essa era muito velha.

Ele se virou para trás, o celular de Reyna vibrava e tocava uma música, exibindo a foto de um homem e o nome Adam Martineau. Antes que pudesse cogitar pegar o aparelho e sumir nas sombras, Reyna o pegou num movimento rápido e desligou.

Enquanto ela encarava a tela, ele esperava que dissesse algo, o que não aconteceu.

–...Ou talvez queira me dizer, por exemplo, quem é esse?

–Ninguém – ela se levantou – e olha só, já onze horas. Melhor eu ir dormir.

–Você é uma péssima mentirosa - ele se levantou do chão e observou enquanto ela caminhava para o quarto.

–Eu confio em você. Mesmo. Mas não há nada que possa fazer, vai por mim – ela estava irritada. – Você é meu amigo e confiaria minha vida a você, mas...

–De que adianta? Somos amigos? Eu te falo da minha vida toda, até as piores partes, mas você não pode falar da sua - ele trincou os dentes.

–Boa noite, Nico - disse ela, abriu a porta e entrou no quarto, visivelmente magoada.

Talvez ele tivesse forçado demais.

Ele suspirou, mais uma vez estava certo. Garotas eram realmente incompreensíveis. Se preparou para dormir como normalmente fazia e se jogou no sofá, sob o edredom verde.

A última coisa que percebeu antes de pegar no sono foi ele próprio deixando a espada de lâmina negra no chão, ao seu lado. No entanto, a primeira coisa que fez ao acordar foi pegá-la de volta e correr para a cozinha. Tinha certeza de que tinha ouvido um grito.

–Porra, cara, você não tem roupas, não? – Thalia colocou uma caixa de cereal na mesa – Esse é melhor – ela falou com a outra mulher, que segurava outra caixa de cereal, e novamente para ele. – Uhg... essa imagem vai ficar gravada na minha retina pra sempre.

Então elas só estavam brigando por causa do cereal. Foi quando ele percebeu o motivo do espanto da filha de Zeus. Seu “pijama” consistia numa bermuda preta, e fora assim que correra para a cozinha, parecendo um zumbi.

Antes não tinha problema algum, já que Marie – até onde ele sabia – não conseguia pular as grades do berço antes que ele pudesse se trocar. Enquanto colocava uma camiseta, começou a trabalhar em um novo tópico na pasta mental de afazeres: coisas que vou ter que mudar, já que a casa foi invadida por mulheres irritadas.

E a lista era tão grande quanto o nome.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, como eu tinha dito, a fic vai fazer dois meses (uhul! Estou comemorando cedo demais?) e queria escrever um capítulo pelo ponto de vista de outro personagem, sem ser o Nico. Pode ser qualquer um que já tenha sido citado aqui, peço que deixem no máximo dois nomes nos comentários.
Provavelmente não vai ser no próximo capítulo, mas logo, logo.
Acho que é isso, beijoos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Little Girl" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.