The Little Girl escrita por Swimmer


Capítulo 11
Disaster


Notas iniciais do capítulo

Depois de muitos "essa semana vou postar antes" sem sucesso, aqui está o capítulo u.u
Btw, é o maior até agora.
Sobre o capítulo especial/próximo capítulo: Até agora estão na frente Marie, Reyna e Thalia.
Ps: Imaginem o Nico alto.
Ps²: Talvez o capítulo tenha sido um pouco influenciado pela minha playlist.



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Um barulho foi ouvido na sala, seguido por um mais alto. O primeiro foi o estômago de Nico, o segundo, o choro de Marie. Ela acordara chorando nos últimos quatro dias, mesmo depois que se recuperara do resfriado acordava a todos com o barulho, levavam minutos para acalmá-la.

–Deve ser a falta de Hazel e Frank – Reyna suspirou. Ela ainda não voltara a falar com ele normalmente, mas pelo menos falava.

Ela chegara ao apartamento a quatro dias e tinha se fechado mais ainda – sim, era possível – depois da pequena discussão com o amigo.

Desta vez nenhum deles conseguira voltar a dormir depois de serem acordados às quatro e meia da manhã, então ela estava sentada no sofá (o que não era a cama de Nico), com os olhos pesados e um cobertor cinza fino. Nico tinha perdido a conta de quantas vezes os vizinhos já tinham reclamado.

–Par – disse Nico jogando a mão pra cima lentamente. Ele se sentia Jules-Albert.

Era assim que decidiam quem iria levantar e ir até lá.

–Eu fui da última vez – ela disse e se virou para o outro lado.

Nico fez o maior esforço possível para caminhar até o quarto lilás no fim do corredor, apenas para encontrar Thalia pegando Marie do berço. Tinha andado até ali à toa. Considerou a possibilidade de dormir ali no cantinho, no tapete, parecia tão confortável...

–Pelo menos desta vez está vestido – a morena falou, sonolenta. Ela balançava Marie de um lado pro outro sem sucesso.

–Como chegou aqui tão rápido?

–Dormi no corredor.

Nico apenas assentiu e se encostou na parede, era algo normal para eles.

–Estou preocupada, Nico. – Thalia disse depois de alguns segundos ouvindo o choro da menina com cara de irritação.

–Acha que deveríamos levá-la ao médico? – ele respondeu.

Estavam ambos tão cansados que esqueceram de brigar.

Thalia balançou a cabeça e passou a mão distraidamente pelos cabelos enrolados de Marie.

–Ela não parece sentir dor, só estar assustada. Acho que nós sabemos como é estar longe dos pais.

–Reyna também acha isso. – Nico foi até ela e pegou a sobrinha no colo. De repente se sentiu acordado. – Tive uma ideia. Se ela não tiver tempo pra pensar nisso, não vai sentir tanta falta. É como estar triste e ouvir música.

–Não é cem por cento eficaz, mas pode servir. Qual é a sua sugestão?

–Não sei. Talvez sair por aí, ir ao cinema, parques, qualquer coisa.

Thalia sorriu daquela maneira que Percy o alertara ser o “sorriso você está ferrado” muitos anos antes. Se Thalia botava alguma coisa na cabeça ninguém tirava. Prova disso foi quando não sabiam o que pedir para o jantar e faíscas voaram da televisão. Ou quando ela e Nico discutiram sobre qual era a melhor cafeteria de NY e uma chuva repentina caiu.

–Que bom que concorda - ela continuou sorrindo. – Vamos ao shopping às dez. Se não estiver pronto vamos te arrastar até lá.

Nico repetiu o nome da sobrinha até chamar a atenção dela.

–O que acha de ir ao shopping?

–Podemos comprar roupas pra você –disse Thalia, falando devagar, enquanto fazia cócegas na barriga dela.

Marie parou finalmente com o choro e assentiu.

–Eu quelo comprar roupas.

Os dois sorriram pra ela e Marie deitou a cabeça no peito do tio. Thalia continuou sorrindo, passou a mão na bochecha dela e se aproximou para beijar a testa da pequena Zhang.

Nico não pôde deixar de perceber que Thalia parecia outra pessoa perto dela. Era sempre tão irritada e fechada, mas quando se tratava de Marie se transformava numa pessoa cuidadosa e até tinha uma certa amabilidade, bem lá no fundo. Particularmente, Nico preferia a segunda personalidade, era mais suportável.

–Eu vou tentar dormir um pouco - Thalia bocejou – tente não estragar tudo – sussurrou, mas não parecia mais uma ofensa.

Marie finalmente caiu no sono enquanto Nico andava pelo quarto lentamente. Ele se sentia muito cansado pelos três dias sem dormir e as olheiras no rosto o faziam se lembrar da adolescência, mas Marie parecia por fim em paz e ele não se atreveria a parar.

Depois de uns quinze minutos ele se cansou do quarto. Abriu a porta do apartamento e continuou a caminhada sem rumo pelo corredor daquele andar enquanto murmurava a letra de uma música do Imagine Dragons, Gold. Talvez não fosse a melhor canção de ninar, mas quando Hazel ficava triste ele cantava a música para irritá-la, até que ela desistiu de ficar brava.

Tudo bem, era uma canção de ninar horrível, mas Marie estava dormindo, nunca perceberia. Quando ela parecia estar num sono profundo ele voltou ao apartamento, tentando não fazer barulho.

Reyna tinha ido para o quarto, quando ele passou pelo corredor viu que ela nem tinha fechado a porta e estava deitada de qualquer jeito. Ele sorriu e entrou no quarto de Marie. Ela estava tão agarrada ao pescoço dele que não teve coragem de tirá-la dali.

Como ninguém tinha tido essa ideia antes?

Sentou-se no tapete branco felpudo em que ela desenhava e se encostou na parede. Pegou o celular no bolso e olhou as horas, não eram nem sete horas. Foi ali, no cantinho, com Marie no colo, que ele adormeceu junto com ela e pela primeira vez em quatro longos dias dormiu mais de uma hora seguida.

Você já foi acordado por uma luz vinda aparentemente do nada? Nico não recomendaria a experiência. Ele abriu os olhos rápido e examinou o local. Se fosse algum monstro ou algo do tipo estaria perdido, sempre diziam-lhe para acordar em alerta.

Ele tinha dado uma folga a si mesmo, felizmente era só Reyna com uma... câmera?

–Você tirou uma foto minha? – ele perguntou esfregando os olhos. Notou que Marie tinha deitado no chão ao seu lado, completamente acordada.

–Sim. Passei meses na França, tinha que fazer algo da vida. Vamos sair em meia hora – ela deu um meio sorriso e saiu.

As horas de sono pareciam tê-la deixado de bom humor. Nico revirou os olhos e se levantou. As costas doíam por ter dormido de mal jeito, mas pelo menos tinha descansado.

–Venha, vou dar um banho em você – falou e fez sinal para que Marie o seguisse.

Passados vinte minutos ele carregou a sobrinha enrolada numa toalha rosa felpuda e pingando água em todo o corredor. No quarto dela, Thalia e Reyna discutiam, num primeiro momento ele as ignorou e colocou a menina no berço.

–Thalia, olha isso! É simplesmente adorável! – Reyna disse.

Nico caminhou até elas e observou. Dentro do closet, a romana segurada uma blusa branca e uma saia rosa rodada. Thalia mostrava um vestido preto e branco. Ele se perguntou o que elas tinham contra calças.

–É muito rosa! Marie nem gosta de rosa. E isso combina muito mais com ela – Thalia retrucou.

–Desde quando você sabe de que cores ela gosta ou não? Além da saia ser mais bonita ainda combina perfeitamente com as sapatilhas - Reyna apontou uma sapatilha branca com pedrinhas douradas.

–De jeito nenhum, ela vai parecer uma filha de Afrodite assim, cara!

Nico não sabia se ria delas ou ficava irritado. Se deixasse elas discutirem por mais cinco minutos iriam pegar as armas, e nesse caso, literalmente.

–Okay, tenho certeza que Marie adoraria qualquer uma das combinações mas não estou a fim de ouvir discussões sobre cores, então por favor – pegou a sapatilhas brancas e o vestido preto. Abriu uma gaveta, pegou uma meia-calça também branca e as encarou irritado – obrigado.

–Quem te disse que pode escolher as roupas? – Thalia semicerrou os olhos.

–Eu disse. Minha sobrinha, minhas regras.

–Para de ser babaca, Nico – Reyna se pronunciou.

–Querem voltar a brigar por roupas? Não deveriam estar prontas? – ele perguntou, vendo que ambas ainda estavam de pijama.

Elas resmungaram um pouco e saíram. Thalia mudou de ideia, voltou, se ergueu na ponta dos pés para alcançar o ouvido dele e sussurrou:

–Vai ter volta.

Nico observou, intrigado, enquanto ela andava pra fora do quarto. Algo lhe chamava atenção nela, talvez o fato de ambos sempre desejarem sair ganhando. Balançou a cabeça e voltou ao que estava fazendo.

Marie se mexia tanto que a meia-calça ficou virada e ele teve que vestir de novo. Ela estava alegre, sorria e rolava de um canto pro outro. Quando ele finalmente terminou de vesti-la, encontrou um novo desafio: abotoar as sapatilhas. Qual era a necessidade de por abotoaduras numa sapatilha? Ele lembrou de como Marie perderia os sapatos em dois minutos correndo e sua pergunta foi respondida.

–Meus deuses, você é um desastre! – Thalia puxou a sapatilha da mão dele e com uma habilidade avançada, fechou e pegou a outra. – Pronto. – ela pegou Marie e a colocou no chão – Dá uma voltinha pra tia Thals.

Marie segurou a mão dela e assim fez.

Agola você – ela pegou a mão de Nico e esperou olhando pra ele.

Nico e Thalia sorriram, nenhum deles percebeu que o outro tinha a mesma expressão derretida para a menina. Ele ouviu um som mas girou mesmo assim, se contorcendo para continuar segurando a mãozinha dela.

Ouviu o barulho novamente e se virou para ver. Reyna, com sua nova melhor amiga – a câmera – tirava fotos da cena, sorrindo.

–Quer parar com isso? – Nico riu.

–Vamos logo –ela chamou.

No shopping pessoas andavam de um lado pro outro, algumas sorrindo, outras sérias e outras encarando Nico correr atrás da sobrinha. Alguém tinha tido a brilhante ideia de dizer “Nico, deixa ela andar um pouco sozinha” e como uma boa pessoa ele tinha feito isso. E no segundo seguinte ela disparou pelos corredores.

Ele alcançou a menina que ria descontroladamente e pegou ela no colo. Esperou as duas mulheres, que agiam como se nada tivesse acontecido, e entrou numa loja. Além de mais roupas para Marie eles tinham que comprar os presentes para os gêmeos.

Reyna puxou Marie entre as roupas e Thalia foi para outro canto.

–Vejo vocês em meia hora.

Sem perceber, Nico trocou o rosto feliz pelo sério. Não que fosse insensível, fazia isso sem perceber, como se achasse que as pessoas não se aproximariam se o temessem.

Entrou na loja que procurava e um homem veio atendê-lo, hesitando em dizer alguma coisa, mas quando Nico disse o que queria ele se animou. As várias opções não ajudaram, depois de vários minutos escolheu qualquer um e voltou para a loja onde tinha deixado Thalia, Reyna e Marie com dois pacotes de presente.

Uma vendedora indicou o fundo da loja, onde ficavam os provadores e ele seguiu até lá. Dois sofás de couro preto ficavam de frente para as portas, ele sabia que iria ter que esperá-las de qualquer jeito, sentou num deles e aguardou.

–Veja quem voltou - Thalia saiu de um dos provadores com Marie.

Ela estava com a mesma roupa com que viera, mas Marie usava uma versão menor da camiseta preta dela, com os dizeres "She is the last of the american girls".

–Isso é sério ou você tá me zoando?

–Diga pro seu tio que essa é a melhor camiseta do que você já viu - Thalia revirou os olhos.

Marie sorriu, travessa, e puxou-o pela mão.

–Vem, tio Ico. Rápido - ela jogava todo peso para arrastá-lo e ele cedeu.

Ela realmente o arrastou pela loja, correndo tão rápido quanto as perninhas lhe permitiam. Parou na frente de uma prateleira de camisetas e puxou uma.

–Abaixa - pediu. Assim que ele fez isso ela colocou a blusa na frente dele - Pronto. Tá lindo! - ela sorriu.

–Sua querida tia "Thals" está te corrompendo para o lado punk da força - ele balançou a cabeça negando.

–Fala pra ele que tá bonito - Marie pulou.

Nico se virou e deu de cara com Thalia dando de ombros.

–Você também vai precisar de roupas, meu caro. Não vou nem andar por aí com você e suas roupas estranhas e nem ir encontrar nossos amados amigos com a Reyna. Então ou escolhe logo ou nós - apontou para si mesma e para Marie - escolhemos por você.

–Boa sorte tentando - ele levantou uma sobrancelha.

–Veremos. Vem - ela começou a andar, pegar roupas aleatórias e jogar pra ele.

–Refresque minha memória. Por que estou levando isso mesmo?

–Porque por mais que eu possa carregar isso e acabar com você ao mesmo tempo, estou com preguiça.

No meio do caminho encontraram Reyna novamente, o que serviu pra aumentar a pilha de roupas que Nico carregava. Vocês não vão conseguir usar todas essas coisas nem que morram com elas, pensou.

Voltaram para os provadores e Nico esperou o que pareceram séculos até Reyna sair do provador com um vestido branco e verde.

Ele pegou a câmera dela e tirou uma foto. Ficou horrível, mas engraçada.

–Nico! - ela riu e a segunda foto ficou bem melhor.

Ela voltou para o provador e ele ficou encarando a foto. Reyna ficava muito melhor sorrindo, não só pela beleza, lhe dava um ar saudável. Aliás, pela primeira vez, ele viu que a amiga tinha uma beleza incrível. O que estava acontecendo? Era a segunda vez em três horas.

Foi tirado de seu transe pela sobrinha, que pulou em seu colo. Ela estava vestindo uma das combinações malucas, de quem, ele não sabia dizer.

Depois de cinco mil setecentos e sessenta e dois anos, Reyna e Marie terminaram de experimentar as roupas. Thalia tinha desistido nos primeiros quinze minutos e pegado um vestido qualquer e novos coturnos. A pilha de Marie era maior que qualquer outra. Nico considerou quebrar a câmera de Reyna várias vezes, odiava fotos e duas era o seu limite, não quinze.

Eles foram até o caixa e as roupas foram postas em muitas sacolas separadas.

–Vocês pegaram metade da loja pra Marie e eu tenho que pagar. Conveniente, não? - Nico entregou um cartão.

Thalia sorriu pra ele.

–Sua sobrinha. Suas regras. Suas dívidas - ela e Reyna pegaram algumas sacolas sorrindo e saíram da loja.


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Notas finais do capítulo

Adivinhem? A fic recebeu mais uma recomendação lienda do BielNekoDesu! Fico muito, muito, muito, MUITO feliz de saber que estão gostando. Faz valer a pena ♥ ♥

Quem ainda não sabe/não "votou", é o seguinte: Dia 9 fizeram dois meses de fic e vou fazer o capítulo pelo ponto de vista de outro personagem, sem ser o Nico. então deixem sugestões do que querem ver e pela visão de quem ^^
Vejo vocês semana que, beijoos.



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