Damon e Elena - Pessoa Inesperada escrita por Emma Salvatore
DOIS ANOS DEPOIS
– Allison Salvatore, me explique o que é isso! - Elena gritou ao ver as notas de Allison.
– Um boletim? - Allison caçoou com um sorrisinho.
Elena adquiriu um olhar de raiva e o sorriso morreu no rosto de Allison.
– Três em Matemática, 4 em Ciências, 4,5 em História e 5 em Inglês! - Elena leu as notas com raiva. - Se você não recuperar no 2º semestre você perde de ano, Allison!
Ela revirou os olhos.
– Não revire os olhos enquanto eu estiver falando com você! Isso é sério! Você pode perder de ano!
– Elena, Allison não vai perder de ano. Hipnotizamos o diretor ou o coordenador e ela passa. Simples - falei com tédio.
– Viu? Exatamente isso o que eu pensei - Allison concordou.
– Mas óbvio que não! Você vai passar por mérito seu! Não vou hipnotizar e nem deixarei Damon hipnotizar ninguém! Você vai estudar e vai começar agora mesmo!
– Mas, mãe! Mais tarde eu marquei de ir ao cinema com a Megan e as outras meninas da sala - Allison contestou desesperada.
– Cinema? - Elena riu - Allison, você vai saber o que é diversão quando eu vir um 9 na sua próxima prova de Matemática.
– Quê?! 9?! Mãe é impossível eu tirar um 9 em Matemática! Impossível!
– Pois trate de tornar possível - Elena decretou e Allison calou-se. - Vou sair. Tenho algo para resolver com Jo. Quando eu voltar, quero ver todo o dever de casa pronto. Nada de reclamações!
Assim que Elena saiu, Allison pegou o celular e jogou-se no sofá.
– Ei, o que você pensa que está fazendo? - perguntei.
– Estou enviando mensagem para as minhas amigas. Precisamos adiantar o cinema antes que a mamãe volte - Allison explicou como se fosse a coisa mais óbvia.
Tomei o celular da sua mão.
– Pai!
– Você não ouviu sua mãe? Você está proibida de ir ao cinema. - lembrei.
– Pai, a mamãe não vai saber se você não contar - ela tentou argumentar.
– Allison, eu quero ver esse exercício pronto em uma hora. Entendeu?
– O quê?! Pai! - ela reclamou.
– É melhor você começar agora, o tempo está passando - apressei.
– Pai eu não...
– Tic-tac.
Bufando, Allison pegou a mochila e saiu da sala.
– Nem adianta tentar escapar pela janela. Eu posso te ouvir! - avisei.
Consegui ouvir seu guincho de irritação. Sorri.
Para mim, era ridículo perder tempo com uma coisa tão estúpida como a escola, mas se Elena fazia tanta questão, eu iria me divertir com isso.
* * *
– Está tudo errado! Allison! Você praticamente chutou tudo isso! - Elena reclamou ao ver os exercícios de Allison.
– Mas é claro! O papai só me deu 1 hora para responder todos eles! - ela defendeu-se. - Não consigo pensar em tão pouco tempo!
– Que história é Damon? - Elena voltou-se contra mim.
– Estava treinando-a para a prova - falei sarcástico.
Elena lançou-me um olhar reprovador.
– Só estava tentando ajudar - defendi-me.
– Ajudaria muito se você realmente se importasse! Eu sei muito bem o que você pensa Damon. Só que eu penso diferente. E gostaria muito que você aceitasse isso. E gostaria também de não estar sozinha nessa, já que é a nossa filha. - Elena pediu e senti um pouco do seu cansaço.
Suspirei.
– Allison, me dê seu celular - ordenei.
– Quê?! Pai!
– Estou falando sério. Quero seu celular agora e só vou te devolver quando suas notas melhorarem - repeti.
– Allison, ouça seu pai - Elena falou.
Bufando, Allison me deu o celular.
– Filha, nós só queremos que você se esforce um pouquinho. Você pode muito bem fazer isso. Sabemos que você é capaz - Elena falou carinhosamente. - Meu amor, é só por um período. Prometo.
– Se eu tirar mais que 8 em Matemática, vou ter meu celular de volta?
Elena e eu trocamos um olhar.
– Talvez - minha namorada respondeu.
Allison suspirou aliviada.
– Não. - falei.
Elena e Allison me olharam confusas.
– Como assim "não" pai?
– Você não perdeu só em Matemática. Só vou te devolver o celular se você tirar notas altas nas outras matérias também. Ou pelo menos se eu vir que você está realmente se dedicando - expliquei.
– Damon tem razão - Elena concordou.
– Então, Allison. O que vai ser? Estudar ou ficar sem celular? - perguntei, erguendo as sobrancelhas.
Allison nos olhou e finalmente aceitou.
– Ok. Vocês venceram. Eu vou me comprometer com os estudos.
* * *
– Pai, como os Estados Unidos entraram na Segundo Guerra Mundial mesmo? - Allison perguntou.
– Ah! Essa é fácil! Quando os japoneses atacaram o Pearl Harbor! - expliquei.
– Pearl Harbor... - Allison pensou - Foi uma... uma...
– Base naval - completei.
– É! Isso! Tinha que ser! - ela comemorou.
Revirei os olhos e Allison voltou a concentrar-se.
– Você se alistou? - ela perguntou depois de alguns minutos.
– Sim. Cheguei a me alistar, mas depois vi que tinham coisas mais interessantes do que ficar lutando em guerras - menti.
Eu tinha me alistado. Mas o motivo para eu ter andado para trás foi Stefan. Tinha que deixá-lo seguir o próprio caminho.
– Pai, o que foi a Batalha de Stalingrado? - Allison perguntou novamente.
– A primeira Batalha que os nazistas, de fato, perderam. Aconteceu na cidade de Stalingrado na Rússia - expliquei.
– Ah! Isso é tão complicado! - Allison reclamou.
– Complicado? É muito fácil! - debochei.
– É claro que é fácil! Você viveu essa época! Mas entender... - ela suspirou desanimada.
Percebi que era realmente complicado para ela entender.
– Ei, Ally, vamos, não é tão difícil. Vem cá, eu te ajudo.
Ela sentou-se aninhada em meus braços no sofá. O livro estava em seu colo.
– Hoje, você vai entender História de uma vez por todas - falei e ela sorriu.
* * *
Allison jogou um papel na mesa enquanto estávamos almoçando.
– Fechei! - ela gritou.
Elena pegou o papel e constatou que era a prova de História de Allison. Tinha um 10 bem grande no centro.
– Meu amor, parabéns! - Elena exclamou, abraçando-a. - Eu disse que quando você se esforça, você consegue.
– Então, eu já posso receber meu celular de volta? - minha filha perguntou esperançosa.
– Não. - respondi.
O queixo dela caiu.
– Como assim não?
– Você tirou 10 em uma prova, Allison. Ainda faltam mais três - falei.
– Seu pai tem razão - Elena concordou.
– Ah, pai! Por favor! - ela ajoelhou-se aos meus pés.
– Allison, eu quero ver um 10 em Matemática, Inglês e Ciências. Aí sim, eu te devolvo o celular - decretei.
– Não diga que é impossível - Elena comentou - Você viu que é totalmente capaz.
Allison baixou os olhos e concordou.
– Tudo bem.
* * *
– Por que eu tenho que aprender equação? - Allison perguntou emburrada - É tão difícil!
– Allison, você diz que tudo é difícil - falei com tédio.
– Mas é!
– Você tirou 10 em História, 9,5 em Ciências e 9 em Inglês. Todas essas matérias você disse que era difícil - argumentei.
– Pai, por que você sempre me critica? - ela perguntou chateada.
– Não estou te criticando. Estou apenas lembrando que equação não é tão difícil quanto você pensa - falei.
– É sim!
– Eu só quero saber a sua nota - disse com um suspiro cansado.
Allison aproximou-se de mim com o caderno de exercícios.
– Pai, você pode me ajudar? - ela perguntou com um sorriso tímido.
– E lá vamos nós.
* * *
– Fechei! Fechei, pai! - Allison gritou pulando em meu colo.
– Allison, você está chamando a atenção de todo mundo - murmurei no seu ouvido.
Estávamos na frente da escola e todas as crianças e adolescentes olhavam para a gente.
– Desculpa - ela se afastou - É porque eu estou feliz! Tirei em 10 em Matemática! Isso não é demais?
– É, é ótimo – falei sem entusiasmo.
Allison cruzou os braços.
– Só isso? Você não vai me dar um parabéns ou um "muito bem Allison, você conseguiu"?
– Não. Por que eu faria isso?
– Porque eu tirei 10 em uma prova de Matemática!
– Allison, deixe os parabéns e tudo mais com a sua mãe. Você fez a sua obrigação. Agora entra logo no carro e vamos para casa.
Bufando, ela entrou.
– Posso ter meu celular de volta agora? - perguntou.
– Em casa - respondi.
O caminho foi feito todo em silêncio. Mas quando chegamos, antes de abrir a porta, Allison me abraçou.
– Obrigada. Não teria conseguido tirar notas boas nessas provas se não fosse por você. Te amo pai.
Abracei-a de volta.
– Eu também te amo, minha linda. E não te parabenizo porque sempre soube que você era capaz. Isso não é surpresa para mim - disse - Estou orgulhoso de você.
Percebi que algumas lágrimas caíram do rosto de Allison. A porta da casa se abriu e Elena juntou-se a nós.
– Não é só seu pai que está orgulhoso de você. Eu também estou. E muito.
Permanecemos abraçados por alguns minutos. Apreciei esse tempo. Era esses momentos que faziam a minha escolha de alguns anos atrás, não ter sido em vão.
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