Damon e Elena - Pessoa Inesperada escrita por Emma Salvatore


Capítulo 7
Descoberta




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CINCO ANOS DEPOIS

– Papai! - Allison gritou assim que pôs os pés em casa.

– Pronto. Acabou minha paz - sussurrei alto o bastante para que ela pudesse ouvir.

Minha filha pareceu não se importar e se jogou no meu colo estendendo orgulhosamente um papel.

– Olha o desenho que eu fiz, papai! A professora disse que foi o melhor da classe!

Peguei a folha e analisei o que ela chamava de desenho. Tinham três palitos com braços e pernas e uma bola enorme em cima de cada um.

– Se esse foi o melhor, nem imagino então qual foi o pior - caçoei.

– Damon! - Elena repreendeu.

Allison fechou a cara e cruzou os braços.

– Querida, não liga para o que o seu pai fala. Está lindo - Elena falou passando a mão por seu cabelo.

Allison tomou o desenho da minha mão e falou para a mãe.

– Eu sei. Papai não sabe ver obra de arte. Vou colocar no meu quarto.

Ela saiu da sala saltitando. Quando já estava longe, Elena atirou uma almofada em cima de mim.

– Custa apoiar a sua filha?

– Eu estou apoiando! Enquanto todos vocês estão mentindo, eu estou falando a verdade - argumentei.

– Damon ela só tem seis anos! - Elena exclamou.

– E é bom aprender desde cedo que ela tem muito que melhorar nos desenhos.

Mais uma almofada.

– Você é um idiota!

Aproximei-me dela e segurei sua cintura.

– E o que seria de você sem mim?

Uni nossos lábios em um beijo intenso. Minhas mãos levantaram a barra de sua blusa e ela afundou suas mãos em meu cabelo.

– O que vocês estão fazendo?

Separamo-nos imediatamente ao ouvir a voz da nossa filha na sala.

– Nada - Elena respondeu, corada.

Nada que você precise saber– completei.

Allison deu de ombros e não se incomodou.

– Mamãe você disse que nos iríamos para o parque hoje - ela falou com os olhinhos ansiosos.

– Claro. Vamos, não é Damon? - ela perguntou encarando-me.

– Que história é essa de parque? - perguntei insatisfeito.

– Prometi a nossa filha que a levaria para o parque. Porque ela queria ir com casal Nolans– Elena ergueu as sobrancelhas e eu entendi.

Casal Nolans. Casal de vampiros nômades que ficaram na cidade por seis meses. Nunca soubemos o que eles estavam querendo, mas já tínhamos topado algumas vezes com eles e não foi muito amigável.

Ainda bem que eles foram embora antes de uma guerra começar.

– Por favor, papai! - Allison pediu com os olhinhos brilhantes de ansiedade.

Bufei, mas acabei concordando.

* * *

– Por que eu tenho que usar essa pulseira? Eu quero tirar, mas nunca consigo - Allison reclamou, enquanto estávamos a caminho do parque.

– Porque você foi hipnotizada para nunca tirar sem nossa permissão. E é essa pulseira que te mantém segura de outras hipnoses - expliquei.

Quase podia ouvir as engrenagens do seu cérebro trabalhando.

– O que é hipnose? - perguntou.

– É quando uma pessoa controla a outra - Elena explicou.

– Normalmente essas pessoas são vampiros - completei.

Allison arregalou os olhos.

– O que são vampiros?

– São seres imortais que bebem sangue das pessoas e queimam com a luz do sol. A não ser que tenham anéis mágicos.

Olhei para Elena, que piscou.

Allison abriu a boca em puro choque.

– Bebem sangue?! Eles existem em Mystic Falls?

– Ally, nós somos vampiros - Elena falou com calma.

Allison arregalou os olhos e nos observou temerosa. Elena pôs a mão delicadamente em sua perna e ela paralisou.

– Querida, não precisa ter medo. Não vamos te fazer mal - Elena falou com suavidade.

– Você é a nossa filha, Allison! Não temos porque machucá-la - falei.

– V-Vocês b-bebem s-sangue? - ela balbuciou ainda assustada.

Elena apenas assentiu com a cabeça.

– Mas não direto das pessoas. Tem outras formas de beber sangue sem ter que machucá-las - ela explicou.

– Diga por você - sussurrei.

Minha namorada lançou-me um olhar mortal e me calei.

– Filha, você não precisa ter medo. Olha, nós podemos te mostrar coisas boas que nós podemos fazer - Elena falou enquanto acariciava sua perna.

– Coisas boas? - Allison perguntou, abrindo um pouco a guarda.

– Damon pare aqui - Elena pediu e eu obedeci.

Paramos no canto da estrada.

Elena pegou a mão de Allison, que ainda estava receosa.

– Você gostaria de chegar até o topo daquela árvore enorme lá longe? - Elena perguntou com um sorriso.

Allison assentiu.

Elena então botou Allison em suas costas e em um instante já estavam na tal árvore.

Podia ouvir a risada gostosa de Allison e o chamado de Elena. Num piscar de olhos, eu também já estava lá.

– Como vocês fazem isso? - nossa filha perguntou radiante.

– Isso é um superpoder dos vampiros - Elena sussurrou dando um ar de mistério.

– Eu posso ter esse poder também? - Allison perguntou absolutamente maravilhada.

– Quem sabe daqui a alguns anos - respondi.

Ela pareceu um pouco desapontada, mas logo se recuperou e fez mais perguntas.

– O que mais vocês podem fazer?

– Podemos curar as pessoas que não estão bem - Elena respondeu com um largo sorriso. - Podemos ouvir bem a distância.

– E podemos hipnotizar a qualquer um que não estiver usando verbena - completei a resposta.

– O que é verbena?

– Verbena é uma erva que enfraquece os vampiros. Qualquer humano pode usar em algum acessório ou até mesmo bebê-la. - Elena explicou - Esta pulseira que você usa é feita de verbena. Ela te protege de hipnoses de vampiros.

Allison olhou admirada para sua pulseira.

– E por que eu não consigo tirá-la?

– Porque nós hipnotizamos você para que nunca a tire. Ao não ser quando nós peçamos. - expliquei.

– Por que vocês me hipnotizaram?

– Será que ela nunca acaba com as perguntas? - sussurrei para Elena.

Minha namorada apenas riu e respondeu para a nossa filha.

– Porque você é muito nova, querida. Não entende o porquê de certas coisas do nosso mundo. Hipnotizá-la algumas vezes é o mais fácil.

Allison apenas acenou com a cabeça maravilhada.

– E é por isso que nós precisamos te hipnotizar agora - falei arrancando sua pulseira com um leve ardor. - Você nunca contará o nosso segredo para alguém. Não importa quem. Preservará o segredo dos vampiros enquanto viver. Ninguém poderá saber pela sua boca que existem vampiros e que somos um deles. Entendeu?

– Sim - Allison respondeu de um jeito robótico.

– Ótimo. Agora vamos ao parque.

* * *

Chegamos em casa à noite. Allison estava dormindo em meu colo. Tinha se divertindo tanto e o cansaço não tardou a chegar.

Botei-a na cama e Elena a cobriu. Sentei ao pé da cama observando-a dormir. Seu peito subia e descia lentamente o que comprovava que estava em alto sono.

– Tão linda - murmurei.

Elena abraçou-me por trás e concordou.

– Nós estamos conseguindo, Damon. Estamos conseguindo dar a ela uma infância normal - ela sussurrou.

Ficamos um pouco em silêncio observando nossa pequena filha.

– Damon - Elena chamou. Olhei para ela. - Você vai transformá-la? Quando ela ficar mais velha?

Fiz que sim com a cabeça.

– E se ela não quiser? Você a transformaria de qualquer modo? - Elena questionou.

Pensei um pouco. Não queria perder minha filha, mas tampouco queria que ela me odiasse para sempre.

Estava em um impasse.

– Ainda tem muito tempo para decidirmos - falei com intuito de afastar esse pensamento.

Elena suspirou e encostou a cabeça em meu ombro. Não falamos mais nada, apenas observamos nossa filha dormir.


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Notas finais do capítulo

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