Damon e Elena - Pessoa Inesperada escrita por Emma Salvatore


Capítulo 6
Lily




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– Foi a Lily que fez isso? Então quer dizer que ela voltou? - Caroline perguntou um tanto temerosa.

– É o que parece - resmunguei.

– Mas não faz sentido! - Elena exclamou - Por que ela voltaria depois de tanto tempo?

– Talvez porque agora ela finalmente encontrou um alvo para sua vingança - Stefan sugeriu apontando com a cabeça para Allison.

Ela descansava no colo de Elena, mas seus olhos estavam atentos, observando toda a nossa conversa.

– Minha filha! - rosnei empurrando a bandeja de uísque com ferocidade.

Allison assustou-se e enterrou o rosto nos cabelos de Elena.

Aproximei-me dela e acariciei seu cabelo.

– Nada de mal vai te acontecer. Você ficará bem. Não vou deixar ninguém te fazer mal. Prometo - falei com voz suave.

– Como impediremos Lily? - Stefan perguntou.

Vasculhei minha cabeça a procura de uma solução, até que finalmente encontrei uma.

* * *

– Não me ligue. Não me mande notícia. Não quero foto, vídeo, nem mesmo o lugar que vocês ficarão. Não quero saber absolutamente nada - avisei, enquanto jogava uma mala de Allison no banco traseiro.

Elena tinha acabado de colocá-la na cadeirinha. Ela estava dormindo.

– Até quando? - minha namorada perguntou.

– Até determos Lily. Eu ligo para você.

Elena jogou seus braços ao redor do meu pescoço e eu a envolvi em um abraço.

– Vou sentir sua falta - ela murmurou - Nós vamos sentir.

– Também vou sentir falta de vocês - murmurei de volta.

Nos afastamos o suficiente para que nossos lábios pudessem se tocar em um beijo de despedida.

– Te amo - Elena sussurrou com seus lábios ainda próximos aos meus.

– Eu também te amo - acariciei seu rosto.

Ela afastou-se e algumas lágrimas começaram a descer.

– Ei! - toquei seu braço - É só por um tempo. Isso não vai ser para sempre. Vamos ficar bem.

Ela assentiu e entrou no carro.

– Tenha cuidado - alertou.

– Vocês também.

Dei um beijo na testa de Allison e Elena arrancou com o carro.

Agora o meu teatro começaria. Esperava que me saísse bem.

* * *

Depois de uma semana da partida de Elena e Allison, Lily chegou à cidade. Como esperado, foi direto para minha casa.

– Damon, querido, é tão bom vê-lo de novo - ela falou com voz melosa - Onde está sua linda filha? Quero conhecer minha neta.

– Não tenho filha - resmunguei, dando uma golada na garrafa de uísque que estava na minha mão.

Lily deu um sorriso falso e falou, ainda com voz melosa:

– Damon, querido, o tempo de mentiras acabou. Onde está a sua filha?

– Já disse que não tenho filha! - gritei atirando a garrafa no chão com força.

Lily sobressaltou-se e olhou-me de sobrancelhas franzidas.

– E Elena? Onde ela está? - perguntou com seu tom de voz habitual.

– Eu não sei - respondi com tom de desprezo - E também não quero saber! Dane-se Elena, dane-se todo mundo! Eu não me importo!

– Você desligou a humanidade - Lily afirmou me analisando - Por quê?

Cuspi no chão.

– Não te interessa. Talvez Stefan deva saber. Por que não pergunta a ele?

– Stefan... - Lily pareceu entender - E onde está Stefan?

Dei de ombros.

– Talvez com Elena, cuidando daquela criança chata a quem ela chama de filha. Eu já disse Lily, eu não me importo!

– Então quer dizer que se eu for atrás deles, enfiar uma estaca no coração de Stefan e outra no coração de Elena, e depois matar a criança lenta e dolorosamente, você não vai se importar?

Fiz o possível para não demonstrar o medo em meus olhos e respondi da forma mais dura que consegui:

– Não. Você pode fazer o que você quiser. Eu não me importo.

Lily analisou meu rosto, tentando captar tudo que podia. Ficamos alguns minutos em silêncio até que ela finalmente falou com um sorriso.

– Isso é mentira. Você não desligou a humanidade. Onde elas estão Damon?

Tentei ainda sustentar a mentira:

– Já disse que não me...

– Chega! - Lily correu até mim e fechou sua mão direita na minha garganta.

– Você não vai me dizer, já entendi. Mas isso não me impede de achá-las sozinha, porque isso vai acontecer Damon. E quando acontecer, você saberá. Farei questão de matar a sua filhinha na sua frente para que você possa sentir a dor de perder a família. Você sofrerá Damon. E aí sim terá motivos para desligar a humanidade.

Lily largou minha garganta e foi embora.

Porém suas palavras deixaram-me temeroso. Liguei para Elena, que atendeu em um instante.

– Saia de onde você estiver! Vá para longe! Muito longe! Agora!

Desliguei o telefone e disquei o número de Stefan.

– Deu errado. Precisamos de um plano B.

* * *

Baf!

Crash!

Scrash!

– Damon! Damon!

Crás!

– Damon, para! - ouvi a voz de Stefan.

Olhei para ele com raiva.

– Isso não vai nos ajudar. Precisamos nos concentrar em como parar Lily - meu irmão falou com calma.

– Stefan, eu não quero pará-la, eu quero matá-la! - gritei explodindo de raiva. - Ela ameaçou a minha filha! A minha filha, Stefan!

– Damon, ela é nossa mãe. Não podemos matá-la - Stefan falou com intuito de acalmar-me.

– E Allison é a minha filha! - urrei - Ela nunca vai parar ao não ser que seja morta! E eu não vou deixar que ela ameace minha família outra vez!

– Damon, como você vai matá-la se não conseguimos sequer encontrá-la? - Caroline perguntou.

– Isso eu posso ajudar - Bonnie falou.

Ela acabara de chegar com Jeremy e aparentemente vinha com a solução para os nossos problemas.

– Posso fazer um feitiço de localização. Só preciso do sangue de um de vocês.

Mordi meu punho e despejei meu sangue em um copo que não estava totalmente arruinado.

Entreguei a Bonnie.

– Faça o que tem que fazer. Encontre-a.

A bruxa assentiu e começou o feitiço. Demorou apenas alguns minutos para ela dar a localização de Lily.

– Ela está em uma avenida próxima à rua principal de New York. Com sorte ela ainda estará lá quando você chegar.

Parti a cadeira ao meio e peguei o pedaço de madeira que poderia servir muito bem para matar Lily.

– Damon - Stefan chamou - Você tem certeza que vai fazer isso?

Olhei em seus olhos e falei com voz fria:

– Lily ameaçou Allison, Stefan. E você sabe que por ela, faço tudo. Nunca mais vou deixar Lily ameaçar minha família de novo.

Stefan ia falar alguma coisa, mas pensou melhor. Caroline pôs a mão em seu ombro. Quando me virei para a saída, meu celular tocou.

Era Elena.

– Eu disse para você não ligar! - repreendi.

– Damon! Lily a levou! - Elena exclamou desesperada - Lily levou Allison!

– O quê?!

Caroline e Stefan arregalaram os olhos, assustados.

– Elena, o que aconteceu? - perguntei nervoso.

– Eu tinha parado em uma lanchonete em New York para que Allison comesse alguma coisa. O café que me deram estava cheio de verbena. Eu recebi uma seringa no pescoço e antes de cair, eu vi. Era Lily. Damon, ela levou a nossa filha!

Desliguei o celular e joguei-o no bolso com força. Bati a porta de casa e entrei no carro.

Lily não iria tocar na minha filha. Eu não ia deixar. Ela morrerá antes de tentar.

* * *

Meu celular tocou e tive vontade de não atender. Mas quando vi o número no visor, toquei com tanta força no "aceitar" que quase esmaguei a tela.

– Não ouse tocar um só dedo nela! - gritei.

Lily riu do meu desespero e falou com calma:

– Assim fica muito difícil acreditar que você não se importa.

– Você sabe que é mentira! - rosnei - Mas acredite em mim: se tocar nela acabo com você!

Lily riu mais uma vez e disse com voz doce:

– Damon. Podemos negociar a liberdade da sua filhinha. Mas só você e eu. Sem Elena, sem Stefan, sem Caroline. Só nós dois. Aceita?

Sem opção, aceitei o acordo.

– Me diga onde te encontrar.

* * *

O armazém que Lily me indicara estava vazio. Segurava a estaca à frente do meu corpo com força.

Meus ouvidos estavam apurados. Não consegui detectar um som, até que enfim ouvi.

Um grito.

O grito de Allison.

Meus olhos voltaram-se para a recém-chegada. Lily carregava Allison nos braços com um sorriso triunfante. Allison, porém, chorava silenciosamente.

Cerrei os punhos e apertei mais forte a estaca junto ao meu corpo.

– Solte-a. - ordenei - Isso é entre você e eu, Lily. Deixe-a ir.

Lily olhou para Allison. Qualquer pessoa que não a conhecesse diria que era um olhar carinhoso, mas eu sabia que não era bem assim.

Ela planejava alguma coisa. E temia isso.

Crack!

Allison gritou.

Lily quebrara seu braço direito.

Avancei para ela e minha querida mãe atirou minha filha no chão.

Mais um grito.

Corri para socorrê-la, mas Lily puxou-me pela perna. Tomou a estaca da minha mão e enfiou em minha barriga. Urrei de dor.

– Você já deveria ter aprendido Damon. Não se pode brincar comigo.

Ela tirou a estaca da minha barriga e virou-me para baixo, furando minhas costas com a estaca.

– Agora você vai assistir a morte lenta e dolorosa da sua querida filhinha. E o melhor de tudo: você não poderá fazer nada.

Lily cravou a estaca próximo ao meu coração e eu gemi de dor. Ela andou calmamente até minha filha que estava caída.

Allison observava a aproximação de Lily com um medo notável em seus olhos.

Quando Lily chegou mais perto, seus olhos azuis encontraram os meus, ela estendeu o braço esquerdo e gritou:

– Papai!

Ao ouvir a voz dela, uma onda de calor passou pelo meu corpo. Não podia deixar Lily tocar nela.

Com um movimento brusco e dolorido, tirei a estaca das minhas costas e imediatamente atirei nas costas de Lily. Puxei-a pelo cabelo, fazendo nossos rostos ficarem próximos.

– Você nunca mais vai ameaçar minha filha - rosnei.

Tirei a estaca das suas costas e direcionei para seu coração.

– Damon! Eu sou sua mãe. Por favor - ela implorou com os olhos marejados.

Respirei fundo e falei, olhando em seus olhos.

– Adeus Lily.

Com a estaca em seu coração, ela tombou no chão. Observei seu corpo sem vida e pensei em como as coisas poderiam ter sido diferentes.

– Papai! - o grito de Allison me fez voltar para a realidade.

Peguei-a com cuidado e a aconcheguei em meus braços.

– Papai está aqui. Você está segura agora. Está tudo bem.

Ouvi seu coração e percebi como estava acelerado. Olhei em seus olhos e fiz o que poderia ser feito:

– Você está com sono. Você vai dormir agora e terá belos sonhos. Você não vai se lembrar de nada que aconteceu hoje. Nada.

As pálpebras de Allison começaram a fechar-se e logo ela tinha pegado no sono.

* * *

Cheguei em casa no meio da noite. Caroline, Stefan, Bonnie e Jeremy ainda estavam lá. Elena já tinha chegado.

– O que houve? - minha namorada perguntou preocupada.

– Lily está morta? - Stefan perguntou.

– Lily está morta. E agora, se não for pedir muito, gostaria que fossem embora - pedi cansado.

Stefan percebeu e puxou Caroline para fora. Elena lançou um olhar silencioso a Bonnie e Jeremy e pareceu que eles também entenderam.

Quando só restava eu e Elena na sala, deixei Allison no sofá e permiti que algumas lágrimas caíssem.

Elena aproximou-se de mim e pôs as mãos em meus ombros.

– Fomos egoístas, Elena. Fomos estúpidos! - falei quase sufocando.

– Por que você está dizendo isso? - ela perguntou um tanto confusa.

– Não deveríamos ter adotado Allison. Não deveríamos tê-la posto nessa situação. Lily quase a matou. Por nossa causa. Porque fomos egoístas demais ao pensar que poderíamos protegê-la. Allison nunca viverá em segurança conosco. Nunca– minha voz saía falha.

Não conseguia deixar de me culpar. Se nós não tivéssemos sido tão egoístas, Allison viveria uma vida melhor.

Elena envolveu-me em um abraço e sussurrou no meu ouvido:

– Nós conseguimos dessa vez. Conseguiremos da próxima e da próxima e da próxima. Nós sempre sobrevivemos Damon. E o nosso amor por Allison a protegerá também.

Olhei em seus olhos e percebi que ela realmente acreditava nisso.

Elena uniu nossos lábios e foi o início do beijo mais suave que já demos.


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