Damon e Elena - Pessoa Inesperada escrita por Emma Salvatore


Capítulo 3
Damon


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente!!!
A partir desse cap, a história será narrada do ponto de vista de Damon, já que a minha intenção é explorar como ele se sente em relação a tudo isso.
Espero que gostem!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/651830/chapter/3

– Damon, eu estou cuidando disso, ok? Não precisa ficar me ligando centenas de vezes. Eu ligo para você quando encontrar - Liz falou impaciente.

– Só estou ligando para que você certifique-se que não sejam quaisquer pais. Eles têm que ser perfeitos– falei.

– Você já me disse isso, Damon. E eu estou providenciado. Agora, tchau. - Liz desligou o telefone antes que eu pudesse falar qualquer outra coisa.

Suspirei.

Saí do banheiro e olhei para a cama arrumada. Depois da nossa briga de ontem, Elena saíra de casa e provavelmente deveria estar na casa de Bonnie. Ou talvez na de Alaric.

Dei outro suspiro e caí na cama, pensativo. Ontem, Elena propôs adotar Allison.

Fiquei sem fala, sem saída. Nunca tinha pensado nisso. Nunca tinha pensado em ser pai. Afinal, como poderia? Eu sou um vampiro! Vampiros não podem procriar! É a lei natural.

Mas é claro, Elena tinha que desafiá-la.

Quando ela fez isso, meu coração deu salto e meu passado com Giuseppe voltou à minha mente.

Como eu conseguiria ser pai, sem saber o que isso significa? Não desejava isso para Allison.

Ela significava algo para mim, mesmo que eu não quisesse. E agora eu tinha que afastá-la para o bem dela. E para o meu.

Ouvi a porta da rua abrindo-se e reconheci a voz de Stefan:

– Damon? Irmão, você está aí?

– Aqui em cima - não me dei o trabalho de gritar porque sei que Stefan ouviria.

Num minuto, ele já estava no meu quarto.

– Elena chegou lá em casa ontem a noite chorando. - ele começou - Ela explicou que vocês dois tinham brigado por causa da adoção da bebê que vocês encontraram no lixo. Caroline está a consolando e eu preferi vim falar com você.

– Sobre o quê? A adoção? Já é assunto encerrado.

– Sério mesmo, Damon? Então, por que eu acho que você estava pensando nisso?

Não respondi. Não adiantaria. Stefan me conhecia.

– Você está cogitando a ideia - ele afirmou.

– Quê?! Não, não, absolutamente não! - falei, fazendo uma expressão de descrença.

Stefan deu uma risada irônica e falou com calma:

– Damon, eu sou seu irmão. Te conheço há mais de cem anos. Não precisa mentir para mim.

Bufei e respondi de má vontade:

– Sim, Stefan. Eu estive pensando nessa possibilidade. Mas você, mais do que ninguém, deveria saber que isso é impossível de acontecer!

– Por que é impossível, irmão? - ele perguntou, franzindo as sobrancelhas. - Por que nosso pai foi um idiota conosco? Por que você tem medo de ser como ele? Acredite Damon, se você fosse como ele você não estaria com Elena.

Stefan encarou-me e eu não consegui falar mais nada. Ele me conhecia muito bem, não precisava me explicar.

– O que Caroline acha disso? - perguntei, sem encará-lo.

– Ela acha que você tem razão. Que a bebê merece uma família melhor.

Suspirei aliviado. Pelo menos a Barbie concordava comigo.

– Damon. Damon olhe para mim - fiz o que ele pediu. - Você só não quer adotá-la porque tem medo de fracassar com ela, da mesma forma que Giuseppe fracassou conosco. Mas Damon, você não vai. Acredite em mim. Você consegue fazer isso.

– Chega Stefan! - exclamei - Eu tomei minha decisão! Em duas semanas, essa menina terá uma família e não teremos nada com o que nos preocupar.

– Damon, você quer mesmo perdê-la desse jeito? - Stefan perguntou. Sua voz parecia um sussurro.

– Ela nunca foi minha. Então eu não perdi nada - disse com voz dura.

Saí do quarto e corri para a sala. Servi-me de uma dose de uísque e virei o copo num só gole.

– Damon! - Stefan veio logo atrás de mim - Prometa que vai pensar. Prometa que pelo menos você pensará.

Não respondi. Stefan entendeu. Ele bateu a porta e me deixou sozinho com os meus pensamentos.

* * *

Ninguém tinha me visto entrar. Pular a janela do corredor foi fácil. Fácil demais.

Cheguei à ala onde ela costuma ficar.

– Senhor, está tarde. O senhor não pode... - um supervisor tentou me parar.

– Você não me viu aqui. Vá para a recepção e só volte aqui depois de 20 minutos - hipnotizei-o.

O supervisor saiu, dando-me acesso livre a UTI infantil.

Sabia de cor o caminho até a sala onde queria chegar. Em menos de um minuto, já estava lá.

Ela dormia. Podia ouvir seu pequeno coraçãozinho trabalhar em ritmo calmo. Sua respiração estava lenta.

Ajoelhei-me ao lado da sua incubadora e segurei sua mãozinha com cuidado.

Lembrei-me da primeira vez em que a segurei no colo. Lembrei da emoção que senti ao segurá-la e de como ela gostava dos meus braços.

– Ei. Eu não quero te acordar. Então vou falar rapidinho - sussurrei, enquanto brincava com a sua mão. - Você não me merece. Não merece ter um pai como eu. Eu não sou bom. Eu sou mal, egoísta, não faço coisas boas. Eu sou um vampiro. Você não merece esse destino.

Respirei fundo, olhei para seu rosto calmo e continuei:

– Eu desejo, minha linda, que você encontre os melhores pais do mundo. E que você seja a menina mais feliz desse mundo.

Meus olhos marejaram e fiz força para as lágrimas não caírem.

– Essa é a última vez que irei te ver. Tem que ser. Me desculpe. Não posso mais fazer isso.

Terminei, depositando um beijo em sua mãozinha. Ela mexeu-se um pouco, mas não acordou.

Olhei mais uma vez para o seu rosto e então saí. Esta teria que ser a última vez.

* * *

Elena e eu voltamos a nos falar, mas não estávamos no melhor momento. Dormíamos juntos, mas parecia que tinha uma barreira de ferro estendida entre nós.

Durante a semana que se seguiu, Elena continuou visitando Allison no hospital. Quando ela voltava, eu não perguntava e nem ela fazia questão de contar como havia sido.

Liz não me ligara desde então. Torcia para que ela tivesse sucesso. Afinal, só faltava uma semana para Allison sair do hospital e não queria que ela fosse para um orfanato.

Stefan não me procurou mais. Ele sabia que eu tinha tomado minha decisão. Não tinha como me fazer voltar atrás.

Agora, estava observando Elena dormir, quando fui sobressaltado por seu grito.

– Elena? O que houve? - perguntei, preocupado.

Elena piscou os olhos várias vezes e respirou profundamente antes de conseguir falar.

– Era Lily. Ela estava segurando Allison. Não. Ela estava quebrando os ossos de Allison. Ela estava matando-a. Matando-a bem na minha frente! E eu não pude fazer nada!

Elena começou a chorar copiosamente e eu a envolvi em meus braços.

– Allison não passará por isso, Elena. Isso nunca acontecerá. Fique tranquila, Allison ficará a salvo - falei, acariciando seu cabelo.

Ela não se acalmou. Chorou ainda mais e eu a apertei mais forte em meus braços.

O pesadelo de Elena poderia facilmente se tornar realidade se tivéssemos aceitado adotá-la. E aí sim, sofreríamos de verdade.

* * *

– Damon, você realmente não vem? - Elena perguntou antes de sair.

Demorou algumas horas para ela acalmar-se e quando aconteceu, quis ir direto para o hospital.

Fiz que não com a cabeça. Elena aproximou-se de mim e falou com voz calma:

– Damon, durante toda essa semana, eu não falei nada com você sobre Allison. Respeitei sua decisão. Mas você realmente vai continuar com isso? Você realmente não quer vê-la? Damon, ela vai embora no final da semana! Não finja que não se importa porque eu sei que é mentira!

Olhei para Elena e vi a súplica em seus olhos.

– Desculpe Elena. Tenho coisas para fazer - falei, abaixando o olhar.

Ela apenas assentiu com a cabeça e saiu. Ela sabia que era mentira, mas não quis discutir. Melhor assim.

Fui para o meu quarto e tentei pensar em algo para fazer.

Peguei um livro velho em minha prateleira e comecei a folheá-lo. Depois fiz a mesma coisa com uma revista. Mas minha cabeça só conseguia pensar em Allison.

Droga!

Meu celular tocou e fiquei surpreso ao ver que era Liz.

– Damon, encontrei os pais ideias. - ela falou assim que atendi ao telefone - Carl e Ravenna Wedson. Eles não moram aqui. São de New York. Eles virão na quinta para conhecê-la e sexta, se a bebê tiver alta, a levarão para casa.

– Eles são perfeitos? - perguntei um pouco irritado.

– Os melhores que eu poderia encontrar - ela respondeu - Carl é um advogado renomado e Ravenna é uma jornalista muito aclamada. Os dois tem perfeita condição para sustentar a bebê e ambos têm esse desejo há dois anos.

– E por que não tiveram o próprio bebê? - perguntei realmente irritado.

– Ravenna é estéril - ela respondeu.

– Ah - foi só o que eu conseguir dizer. - Ok, Liz, obrigado pela ajuda, agora eu tenho que desligar. Nos falamos.

Desliguei o telefone, corri para o armário e peguei minha jaqueta.

Hora de sair.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acham que Damon vai fazer??
Comentem!!!
Beijos!!!