Damon e Elena - Pessoa Inesperada escrita por Emma Salvatore


Capítulo 14
Quero ser vampira?


Notas iniciais do capítulo

Oii gente!!!
Como prometido, mais um cap pra vcs!!!
Beijos!!!



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DOIS MESES DEPOIS

Ouvi um som irritante de animal vindo da porta. Parecia ser um cachorro.

Constatei que estava certo quando Allison entrou em casa acompanhada de Theodore. E do animal em questão.

– Mas o que é isso, Allison? - perguntei estupefato ao vê-la com um cachorro no colo.

– Meu novo amor - ela falou com um sorriso.

– Allison, você está me dizendo que...

– Sim. Eu o adotei. Theo me ajudou.

Fuzilei-o com o olhar.

– Só podia ser você - resmunguei.

– Qual é, tio Damon? Achei que você fosse adorar ter um animalzinho pra te fazer companhia. Afinal vocês vinheram do mesmo lugar - Theodore provocou.

– Acho que se você não sair da minha casa em três segundos, vou ter que dar uma triste notícia para Alaric - retruquei.

– Nossa, que medo - ele falou estendendo as mãos para cima.

Allison apenas riu.

– Theo, pode ir. Eu me entendo com meu pai.

Theodore obedeceu minha filha e saiu ainda dando risada.

– Um cachorro? É isso mesmo? - perguntei incrédulo.

– Ah, pai, ele não é fofo? - ela falou com voz de bebê.

– Allison, eu estou falando sério. Um cachorro? Essa é a sua nova invenção?

Minha filha assumiu uma postura séria e me encarou ainda com o filhote no colo.

– Mamãe deixou. Eu falei com ela antes de adotá-lo e ela me deu passe livre. E a propósito, o cachorro tem nome. É Puppy.

Minha expressão tornou-se surpresa e chocada ao mesmo tempo.

– Espera aí! Elena concordou e não falou nada comigo? É isso mesmo?

Allison apenas deu de ombros.

– Provavelmente.

Minha filha deu um longo suspiro e falou:

– Bem, depois vocês se resolvem. Agora, eu vou acomodar o Puppy no meu quarto. Tchau pai.

Allison subiu, deixando-me mais chocado do que nunca.

* * *

Uma semana se passara depois do anúncio do mais novo membro da família.

Depois que Allison trouxe esse chitsu - ela me explicou qual era a raça -, tive uma briga com Elena e, como sempre, sai perdendo.

Não dá para brigar com duas mulheres.

Minha namorada garantiu de que Allison cuidaria de tudo que fosse relacionado ao animal. E pelo visto estava cumprindo.

Ela limpava toda a sujeira que Puppy deixava pela casa, o levava para passear, dava banho, comprava ração. Todas as noites, ela estava exausta.

Desconfiei se esse não era o plano dela. Se cansar para não pensar em nada relacionado a Thomas. Expus minha ideia para Elena, que concordou.

– Mas é claro que ela está fazendo isso para ocupar a mente dela. Damon, nossa filha acabou de passar por uma terrível decepção amorosa. Ela adotou o cachorro para ter algo mais produtivo para fazer do que ficar chorando.

– Ela disse isso para você? - perguntei.

– Claro que não! - ela respondeu - Mas conheço nossa filha para saber que foi exatamente isso que ela pretendia ao adotar Puppy.

– Não entendo por que ela não contou isso para mim - suspirei.

Elena virou-se para mim.

– Damon, nossa filha está sofrendo há meses, e durante esse tempo ela vem tentando ser forte, mostrar que é forte. Você pensa que ela não se sente mal quando ouvimos seus choros? Ela quer provar para a gente e para ela mesma que ela pode superar, que é mais forte que Thomas.

Pensei um pouco. Era bem do estilo de Allison fazer isso. Era a cara dela.

Elena aproximou-se e depositou a cabeça em meu peito.

– Ela é tão parecida conosco - suspirou.

Acariciei seu cabelo com um sorriso.

– E como.

Nós demos risada e em poucos minutos, minha namorada já tinha adormecido.

Eu, no entanto, estava pensando em Allison.

* * *

No dia seguinte, acordei mais cedo. Esperei Elena sair e fiz o que tinha em mente. Arrumei toda a bagunça de Puppy e o levei para passear. Deixei a ração e água já postos para ele quando voltei.

Por volta das dez da manhã, Allison acordou.

– Bom dia - cumprimentou com um bocejo.

– Bom dia, dorminhoca. Que bom que acordou! Tenho planos para hoje! - exclamei.

– Seja lá o que você esteja pensando, pode esquecer. Tenho que levar Puppy no veterinário - ela comunicou.

– Ah, não se preocupe. Liguei para a clínica e remarquei a consulta - falei e percebi que ela ia protestar, então completei - E não adianta usar Puppy como desculpa para não ir. Se você não percebeu, limpei a casa e já levei seu cachorro para passear.

Allison me olhou de sobrancelha franzida.

– E por que você fez isso? - perguntou desconfiada - Você detesta o Puppy.

– Eu não detesto o Puppy. Só o acho um pouco incômodo - respondi com um sorriso brincalhão.

– Pai, o que você está pretendendo? - ela perguntou ainda desconfiada.

– Vamos tomar café no Grill e depois... Surpresa! Vamos logo.

Ela deu um fraco muxoxo, mas eu consegui arrastá-la para fora de casa. Entramos no carro e quando começamos a andar, Allison ligou o som. A música que estava tocando era lenta e melosa.

Ela deu um suspiro ao escutá-la. Mudei de estação.

– Pai! - ela reclamou.

– Aquela música era muito chata! - exclamei.

– Mas eu gostava - ela murmurou.

– Problema é seu.

Minha filha bufou e não falou mais nada.

– Ally - chamei e ela virou o rosto para mim - Eu sei muito bem o que aquela música te lembrou.

Ela deu um novo suspiro.

– Não consigo esconder nada de você, não é mesmo? - ela comentou, olhando-me com um sorriso triste.

– Nunca. Conheço cada fio de cabelo seu - brinquei.

Ela riu.

Chegamos ao Grill e Allison foi cumprimentar Donovan. Sentei numa mesa e esperei-a retornar.

– Pedi dois hambúrgueres para nós dois e refrigerantes, porque você não vai beber de manhã - ela avisou. - Pelo menos não comigo.

Dei um sorriso.

– Como quiser.

Foi a vez dela rir, até ficar séria novamente.

– Pai, por que você me trouxe aqui? Qual é o seu propósito? - ela perguntou, encarando-me com expressão séria.

– Ally - toquei sua mão - Você sabe que pode me contar qualquer coisa. Eu preciso ouvir isso de você. Por que você quis adotar o Puppy?

– Para me fazer companhia - ela respondeu com um falso sorriso.

Ergui uma sobrancelha.

– Allison.

– Tudo bem. Se você está pensando que foi por causa do Thomas, você está certo – confessou. - Eu queria ocupar minha cabeça com outra coisa para que eu não ficasse pensando nesse idiota o dia todo. Porque pai, você não tem ideia de como ainda dói. Pensar nele com aquela vadia, pensar em tudo em que vivemos... Dói demais.

Lágrimas silenciosas começaram a cair do rosto da minha filha.

– E aí surgiu a ideia do cachorro - ela continuou. - Quer dizer, foi Theodore que deu ideia. Eu confessei o que eu sentia e ele me apresentou a solução. E tem sido ótimo, porque eu estou conseguindo não pensar em Thomas.

– Não. Não tem sido - falei - Porque quando Puppy crescer, você não vai ter tanto trabalho com ele quanto tem agora e eventualmente voltará a pensar naquele idiota. Varrer a sujeira para debaixo do tapete não é a solução. Você tem que se abrir para vida, Ally. Conhecer novas pessoas, novos garotos. Você não pode ficar desse jeito.

– Cinco garotos já me chamaram para sair - ela falou com voz distante - E eu tenho certeza que você está por trás disso.

– Eu os hipnotizei apenas para chamá-la para sair. O resto do encontro seria você - defendi-me.

– Eu não preciso disso pai. Eu estou muito bem do jeito que estou. Não preciso de um namorado - ela falou determinada.

– De fato, você não precisa de um namorado – concordei. - Mas conhecer pessoas novas nunca fez mal a ninguém. E você precisa de diversão.

– Desculpa, acabei ouvindo parte da conversa sem querer - Donovan aproximou-se com os nossos hambúrgueres. - Dessa vez eu tenho que concordar com Damon. Você só vai esquecer Thomas, quando encontrar outra pessoa, Ally.

– Obrigado Donovan, mas se você não reparou isso é uma conversa de pai e filha. Então deixe os nossos hambúrgueres e pode ir - dispensei-o com um sorriso sarcástico.

Ele revirou os olhos e fez o que eu mandei.

– Pai! - Allison repreendeu-me - Precisava ter sido tão grosso?

– Anda Allison. Coma logo o seu hambúrguer que nós temos outro lugar para ir - apressei sem dar ouvidos às reclamações.

– Aonde vamos? - perguntou.

– Um lugar em que você já esteve antes - respondi.

* * *

– Estou reconhecendo! Foi aqui que você e a mamãe me contaram que eram vampiros! - Allison exclamou.

Logo depois ela franziu a sobrancelha e me olhou desconfiada.

– Por que estamos aqui?

– Porque eu quero te mostrar de perto as coisas boas e as coisas ruins de ser um vampiro. Depois de hoje, considerarei verdadeiramente a possibilidade de te transformar em vampira - expliquei e ela abriu um largo sorriso. - Não significa que eu farei isso. Já disse que você só vai ser transformada quando estiver bem. E se você quiser.

– Pai, eu quero ser transformada - ela afirmou com convicção.

– É o que vamos ver hoje - falei.

Peguei Allison e joguei-a nas minhas costas.

– Pai! O que você está fazendo? - ela gritou.

– Segure-se! - gritei de volta.

Corri até a árvore em que Elena a levara anos antes. Subi com ela na árvore e nos sentamos nos troncos.

– Uau! Isso foi... Incrível! - ela exclamou - Podemos fazer de novo?

Ri lembrando-me de que essa foi exatamente a mesma frase que ela usou anos anteriores.

– Pai! Então, podemos?

– Não. Agora não. Você experimentou a velocidade de um vampiro. Agora você vai experimentar a força.

– Você vai me bater? - ela perguntou e pude sentir um pouco de medo em sua voz.

– Claro que não! - respondi e ela deu um suspiro aliviado.

Desci da árvore e arranquei um tronco. Parti-o em pedaços em pouquíssimo tempo.

Depois, voltei ao lugar onde estava.

Allison aplaudiu.

– Essas são as melhores coisas de ser um vampiro. E você pode curar quem precisa se não for tarde demais. Mas isso você já sabia. Agora eu vou te mostrar a parte ruim.

Tirei Allison da árvore e nós voltamos à estrada. Por sorte, ouvi som de um carro vindo ao longe. Olhei para Allison e orientei-a:

– Fique aqui. Tente não fazer nenhum ruído. Não vai ser nada bonito o que você vai ver agora.

Ela acenou com a cabeça, concordando.

Virei-me para estrada, onde já era possível notar o carro. Engolindo em seco, usei o meu velho truque.

Deitei-me na estrada e esperei que ele chegasse.

– Oh, meu Deus! - uma mulher exclamou descendo do carro - Você está bem?

Levantei-me num salto e segurei-a.

– Não se mexa. Isso não vai doer - hipnotizei.

Em poucos segundos, minhas presas já estavam em seu pescoço. Percebi que Allison abafou um grito.

Parei de sugar o sangue da mulher, quando percebi que ela estava desfalecendo. Dei-lhe meu sangue logo em seguida.

– Vá! E esqueça que isso aconteceu.

Ela apenas assentiu e entrou no carro.

Olhei para Allison, que estava com as mãos na boca completamente em choque.

Limpei minha boca e aproximei-me dela.

– Viu? É nisso que você pode se transformar. Um monstro, um assassino. Eu poderia tê-la matado, e acredite, eu já matei muita gente desse jeito. Eu não matava só porque eu tinha fome, mas também porque eu gostava. Eu gostava de usar os humanos como se fossem bolsas de sangue, como se fossem feitos unicamente para atender minhas necessidades. E quando eu ficava com raiva, eu também matava. Eu era assim.

Ela olhou-me com um choque que nunca tinha visto antes.

– Então, eu torno a perguntar: você quer realmente se transformar em vampira?

Minha filha não respondeu. Apenas olhou para o chão e pediu baixinho:

– Podemos ir embora, por favor?

Assenti e nós entramos no carro. O caminho foi feito todo em silêncio. Quando chegamos em casa, Allison foi direto para o quarto. Eu a segui.

– Você está bem? - perguntei.

– Por que você me mostrou aquilo? - ela perguntou.

Sentei-me ao pé da cama e respondi com um suspiro.

– Porque você precisava saber que é nisso que você vai se tornar caso você se transforme agora e desligue sua humanidade. E é nisso que você pode se tornar sem nem mesmo precisar desligar a humanidade.

– Por que você nunca me contou que era...

– Um assassino? Que matava as pessoas por prazer? - completei sua pergunta - Eu pensei que eu pudesse deixar esse meu passado sombrio para trás.

Ficamos em silêncio por alguns minutos.

– Eu não sei se eu quero...

– Não precisa decidir isso agora - cortei-a - Pense bem. Por que depois de tomada essa decisão, é impossível voltar atrás.

Ela assentiu e eu me direcionei para a saída do quarto. Antes de sair, porém, Allison me abraçou.

– Não importa o que você fez no passado. Eu ainda te amo - ela sussurrou.

Retribui o abraço com um largo sorriso.


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Notas finais do capítulo

Então, o q acharam??
Comentem!!!
Estarei postando o próximo cap até segunda!
Ps: a fic está acabando



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