Damon e Elena - Pessoa Inesperada escrita por Emma Salvatore


Capítulo 11
Thomas - parte I


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente!!!
Esse cap acabou ficando muito grande, então vou dividi-lo em dois.
Espero que gostem!!!



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– Allison, entre em casa - ordenei.

– Espera pai, eu estou...

– Agora - repeti firmemente.

Bufando, Allison obedeceu.

– Sr. Salvatore, eu sou...

Bati a porta na cara do garoto.

– Sério, pai? Ele é só um amigo! - Allison exclamou irritada.

Amigo? Pelo que eu saiba amigos não ficam prestes a se beijar como vocês estavam agora a pouco - falei, irritado também.

Allison corou, mas logo se recompôs.

– E daí se estivermos saindo? - ela enfrentou-me - Qual é o problema pai? Você não pode usar a mesma desculpa de três anos atrás. Daqui a um mês vou fazer 18 anos. É normal eu ter encontros. Aposto que tinha os seus quando você tinha 17 anos.

Allison me emudeceu. O que eu poderia falar contra esses argumentos?

– Eu não quero que você namore - soltei - Você é ingênua. Não conhece os garotos. Não vê as reais intenções deles.

Ingênua? - Allison gargalhou - Pai, depois de tudo que aconteceu comigo você ainda acha que eu sou ingênua?

Novamente me calei. Ela prosseguiu:

– Não se preocupe quanto às intenções dos outros garotos. Thomas não é desse jeito.

– Ah, então quer dizer que vocês já estão namorando? E sem a minha permissão?

– Primeiro: eu não preciso da sua permissão. Segundo: não. Nós ainda não estamos namorando. Estamos saindo. A propósito, ele vem me pegar hoje à noite para jantarmos.

– Você não vai - decretei.

– Pai acorda! Eu tenho 17 anos, é claro que eu vou! - ela afirmou.

Segurei seu punho com força.

– Você pode ter 17 anos, mas continua sendo minha filha! Se eu digo que você não vai, você não vai!

– Pai, não se preocupe. Thomas não vai tentar me levar para a cama.

Soltei seu punho em choque.

– Por que a surpresa? Não era com isso que você estava preocupado? - Allison provocou.

Cerrei meus dentes.

– Você está preocupado com o fato de Thomas ser igual a você. - ela continuou - Só querer me levar para a cama e depois me dá o fora. Ele não é assim.

– Suba para o seu quarto e só saía de lá quando eu mandar - ordenei entre dentes.

– Qual é, pai? Você vai mesmo...

– Suba!

Assustada, Allison obedeceu.

Joguei uma garrafa de uísque no chão explodindo de raiva. Minha filha tinha razão. Eu não queria que ela encontrasse garotos iguais a mim. Não queria que ela sofresse o que eu fiz as garotas sofrerem.

Minha filha não merecia isso. Com ela, eu não podia permitir que isso acontecesse.

* * *

– E qual é o problema com o Thomas? - Elena perguntou cansada.

– Você o conhece? - perguntei irritado.

– Não pessoalmente. Mas Allison fala muito dele, então sinto como se já o conhecesse - Elena respondeu. - Você também não o conhece. Então torno a perguntar: qual é problema com ele?

– É justamente esse. - respondi com um suspiro - Nós não o conhecemos. E se ele for um canalha? E se ele só quiser levar Allison para cama?

– Você quer dizer que está preocupado com o fato de Thomas ser como você era? - Elena disse na lata.

Engoli em seco.

– Só não quero que Allison sofra. Ela é o meu bebê. Não posso permitir que alguém faça isso com ela.

Elena segurou meu rosto.

– Eu também não quero que a nossa filha sofra. Eu entendo a sua preocupação. Mas Allison já vai fazer 18 anos. Você não acha que ela já está grande o bastante para decidir o que é certo e errado para ela?

Elena encarou-me e eu não desviei o olhar.

– Damon, não podemos mantê-la num casulo para sempre. Ela precisa conseguir andar com as próprias pernas.

Respirei fundo. Elena tinha razão.

Subi para o quarto de Allison e a encontrei desenhando. Ela sempre fazia isso quando estava chateada ou nervosa.

– Posso saber o que essas mãos talentosas estão criando? - perguntei ao entrar no quarto.

Allison não me respondeu. Fingiu que não tinha me ouvido.

Suspirei.

– Você tinha razão - confessei - Eu tenho medo desse tal de Thomas ser igual a mim.

Ela finalmente notou minha presença.

– Mas eu não posso te impedir de viver. Eu não posso proibir você de namorar porque eu tenho medo. Eu sei que talvez você quebre a cara, que talvez você sofra. Mas eu só quero te dizer que eu vou estar aqui quando isso acontecer. Para te dar colo e proteção sempre que precisar. Porque eu te amo Allison. Você é a minha filha. É uma das pessoas mais importantes da minha vida. Nunca te abandonarei.

Algumas lágrimas caíram do rosto de Allison e ela me abraçou.

– Obrigada, pai. Você não sabe o que isso significa para mim. - ela falou com a voz chorosa.

– Eu não vou mais ficar no seu caminho quando se tratar de namorado. - avisei - Só quero que você tenha cuidado e saiba o que está fazendo.

– Pai, eu queria muito que você conhecesse o Thomas. Com certeza todos os seus medos iriam embora - ela disse animada.

– É só você nos apresentar - falei acariciando seu rosto.

– Já sei! - ela exclamou - Vamos pedir uma pizza e jantamos aqui mesmo. Nós quatro. O que você acha?

– Bem, é melhor do que você sozinha com ele - provoquei.

– Pai! - ela me deu um cutucão de brincadeira.

– Ligue para ele. Vou falar com a sua mãe.

Allison assentiu. Quando estava saindo do quarto, porém, lembrei-me de algo.

– Allison, você não tinha dito que vocês ainda não estavam namorando?

– Bem... - ela corou - Aparentemente, ele ia me pedir em namoro durante o jantar. Mas acabou antecipando o pedido.

Ela ergueu o celular.

Vi a mensagem de Thomas com o pedido. A resposta de Allison era positiva, claro.

Ela mordeu o lábio inferior, esperando minha reação.

Tinha certeza de que minha filha deve ter achado o pedido romântico. Mas eu não sei...

Pedir uma garota em namoro pelo celular me parece um pouco... Estranho.

– Pai? - Allison chamou.

– Só tenha cuidado - falei e enfim me retirei do quarto.

* * *

– Pai, mãe, esse é Thomas Grews, meu namorado. Thomas, esses são os meus pais, Damon Salvatore e Elena Gilbert - Allison apresentou.

– Nossa! São realmente seus pais? São tão novos! - ele comentou.

Não gostei. Elena, felizmente, contornou a situação.

– Eu sou prima da Allison. Mas desde que meus tios morreram há alguns anos atrás, eu e meu namorado adotamos a Allison como filha. E ela nos adotou como pais.

Thomas pareceu convencido com a história.

Ele apertou nossas mãos com um sorriso. Seria impressão minha ou o seu sorriso era falso?

A campainha tocou. Elena atendeu e carregou as duas caixas de pizza tamanho família até o centro da sala, onde nos sentamos para comer e conversar.

Observei Thomas. Ele tinha um jeito descolado. Parecia ser do tipo de garoto que todas as meninas corriam atrás. E se eu bem conhecia Allison, duvidava de que ela seria uma dessas meninas. Então por que ele a tinha escolhido?

Repreendi-me mentalmente por pensar dessa forma. Isso era uma suposição minha. Não podia saber se era verdade.

Durante todo o jantar, Thomas evitou ao máximo falar dele mesmo ou da família. E não porque era tímido. Parecia mais reservado. Percebi que sua mão acariciava a região da coxa de Allison muitas vezes durante a noite.

Isso me incomodou. Não comentei nada.

O jantar terminou e a minha impressão sobre Thomas piorou significativamente.

Não comentei com Allison e nem mesmo com Elena. Ambas diriam que era implicância minha. E eu esperava mesmo que fosse.

* * *

Já tinham se passado duas semanas desde que Allison tinha começado a namorar Thomas.

Minha opinião sobre ele não tinha mudado desde então. Eu ainda achava que havia algo de estranho com ele.

Cada vez que Allison chegava em casa suspirando depois de ter saído com ele, ou recebia algum presente. Isso me deixava intrigado.

Ele era perfeito demais. Cavaleiro demais.

Isso não estava certo.

Mas Allison estava completamente apaixonada.

Conseguia ouvir as conversas dela e de Elena carregada de suspiros satisfeitos. Sentia um aperto em meu peito por pensar mal do menino que a deixava assim.

Mas eu não tinha como evitar. Toda vez que o via, eu notava algo estranho.

– O que você acha pai? - a voz de Allison me fez voltar para a realidade.

– Quê?

Caroline soltou um suspiro de irritação.

– De a minha festa ser um baile. Com traje a rigor - Allison falou.

– Ah, isso. Bem, a festa é sua. Você decide. Contanto que não fique nada muito ridículo. - falei com um sorriso debochado para Caroline.

Ela fechou a cara.

– Certo. Então vai ser traje a rigor - Allison falou.

– Ally, então quando vamos escolher seu vestido? - Caroline perguntou animada.

Allison deu um sorrisinho tímido.

– Vocês podem decidir isso. Confio em você, Care - minha filha falou.

– Allison, mas é o seu aniversário de 18 anos! Você precisa estar esplêndida! – a Barbie exclamou.

– Care, eu sei que estarei esplêndida se você escolher o vestido. Já disse que confio no seu bom gosto. E, além disso, eu quero ter uma surpresa com o vestido.

Caroline finalmente se convenceu. Ela começou a discutir com Elena os possíveis lugares para comprar bons vestidos fora de Mystic Falls.

Essa conversa começou a me entediar.

– Ei, Ally, por que não as deixamos aí e fazemos algo mais interessante? - perguntei baixinho.

– Tipo o quê? - ela perguntou animada.

– Tipo lutar - propus.

Fazia tempo em que não fazíamos isso. Desde que Allison tinha nove anos ensinei-a a lutar para se defender de vampiros e outros seres sobrenaturais. Mas isso acabou virando mais uma diversão do que qualquer outra coisa.

Era um momento só nosso. De extravasar, de brincar e de conversar. Estava com saudade desse tempo.

Allison sorriu.

– Topo - ela respondeu.

Seu celular vibrou logo em seguida e supus que era mensagem do Thomas.

Estava certo.

Allison me olhou como se me pedisse permissão. Provavelmente ele tinha a chamado para sair.

– Vai. Pode ir. Nós fazemos isso depois - falei forçando um sorriso.

Ela me olhou com um sorriso triste e pareceu pensar um pouco antes de responder ao namorado.

– Eu não vou - minha filha falou depois de mandar mensagem.

– Por que não? Ele fez alguma coisa? Vocês brigaram? - perguntei preocupado.

– Eu não vou porque quero passar um tempo com o meu pai - ela falou com um grande sorriso.

Sorri também.

* * *

– Esse é o melhor que você pode fazer? - provoquei.

Já estávamos há mais de uma hora lutando e Allison não desistia de tentar me atingir.

Ela chutou minha cabeça e deu um soco na minha barriga.

– Cócegas - cantarolei.

Ela recuperou o fôlego e socou com toda força que tinha a minha barriga.

Segurei sua cabeça com a mão e com um movimento rápido a joguei no chão.

– Poxa pai! Assim não vale! Você é muito mais forte do que eu! - Allison reclamou levantando-se.

Ela me deu leve empurrão e eu retribuí. Sentamo-nos lado a lado no chão de madeira do velho armazém.

O celular de Allison vibrou. Ela tirou do bolso para olhar a mensagem.

– Thomas está me chamando para jantar com ele - falou.

– Você vai se você quiser - dei de ombros.

Ela encarou-me.

– Pai, você não me falou o que achou dele.

Droga! Chegamos num ponto onde não queria.

– Eu não tenho que achar nada Allison. Se você gosta dele e ele te faz feliz, para mim está ótimo - falei tentando parecer indiferente.

– Você não gostou dele - minha filha constatou.

Respirei fundo.

– Para ser sincero, não. - confessei - Eu não gostei. E eu sei que você vai pensar que é implicância e, de verdade, eu gostaria muito que fosse. Mas não sei, é mais como uma... Uma impressão, sabe? Toda vez que olho para ele não sinto algo bom. Não queria ter te contado isso. Não quero que fique chateada comigo.

– Eu não estou - Allison falou com voz calma. - Eu imaginava que você não gostasse dele. E agradeço muito o esforço que tem feito. Pai, você pode sentir tudo de ruim olhando para ele, mas eu... Eu me sinto tão bem.

Ela respirou fundo antes de continuar:

– Toda vez que nós saímos, toda vez que ele me beija, eu sinto como se nada no mundo importasse, só nós dois. Ele faz eu me sentir tão especial. Parece que eu estou sonhando.

Observei minha filha. Em todo aquele seu discurso eu não conseguia deixar de meu preocupar.

– Allison... - minha voz saiu rouca - Você o ama?

Ela encarou-me. Seus olhos azuis fixos no meu.

– Eu acho... - ela baixou o olhar - Eu acho que... sim.

Minhas preocupações aumentaram ao ouvir isso.

– E ele? Sente o mesmo por você? - perguntei quase sem voz.

– Ele nunca disse essas palavras, assim como eu também nunca falei. Mas eu acho que sim - ela respondeu finalmente me encarando.

Por mais que eu quisesse estar errado, sentia que Thomas não correspondia esse sentimento.

Segurei as mãos da minha filha e comecei a falar com voz suave:

– Ally, cuidado para não ir muito rápido. Eu tenho noção do tamanho do seu sentimento por Thomas, mas temo que ele possa não sentir o mesmo.

Respirei fundo.

– Só tome cuidado. - pedi - Não quero que você se machuque. Porque, acredite em mim, sofrer por amor é a pior coisa que existe.

Allison aconchegou sua cabeça em meu peito e eu a envolvi em meus braços.

– Obrigada pai - ela murmurou. - Senti falta desses momentos.

– Eu também, meu amor.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acham do Thomas??
Damon está certo??
Comentem!!!
Ps: Possivelmente estarei postando o próximo capítulo até segunda
Beijos!!!