A Coroa - Interativa escrita por Bia Valdez


Capítulo 12
Capítulo XI


Notas iniciais do capítulo

Eaaaaaae minhas caras leitoras! Tudo bem com vcs??
Esse capítulo veio cedo, eu sei, mas é que eu realmente queria muuuito dar feliz natal para todas! Yaaay!
FELIZ NATAAAAAL!
Aqui temos o primeiro encontro. Espero que gostem ;)
PS: Deem uma olhada nas notas finais, acho que vão gostar do conteúdo ^^



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Tracey secou as palmas das mãos no vestido pela quinta vez, os nervos parecendo prestes a explodir. Aquilo só podia ser loucura. Ela nem queria entrar para a Seleção para começo de conversa. Como poderia estar tão nervosa?

– Não se preocupe, senhorita. – Petra sorriu enquanto retocava a maquiagem da selecionada. Ao seu lado, Liza supervisionava tudo com um quê de preocupação nos olhos – O encontro será perfeito.

A selecionada de Georgia engoliu em seco. O príncipe a havia parado no corredor algumas horas antes para convida-la para almoçar. À sós, ele dissera. Tracey não tinha ideia do que esperar. Não fazia diferença o fato de ela saber da eminência do encontro (ele a havia avisado no mesmo dia que falara com Katniss). A garota estava quase perdida.

Jenna havia preso seu cabelo para trás com certa quantidade de grampos, juntando as mechas em um rabo de cavalo que lhe escorria pelas costas. Duas ondas de cabelo ladeavam seu rosto e chamavam atenção para o arco de pedras que usava. A maquiagem era leve, como Tracey pedira, mas destacava seus olhos. O vestido era perfeito. Verde-água rendado, tão leve que era como se estivesse nua.

O único problema eram os saltos.

– Tem certeza que precisam ser tão altos? – Tracey perguntou pela terceira vez enquanto encarava os sapatos dourados. Ela tinha pouco mais de um metro e setenta. Com o salto, ficaria quase da altura do príncipe.

– Querida, se acalme. – Liza começou, com a voz soando um pouco impaciente – O príncipe não irá julgá-la por sua altura.

– Não estou preocupada com o príncipe me julgando por minha altura. – a selecionada bufou – Está mais para as chances de eu cair e quebrar meu quadril.

Tanto Jenna quanto Petra riram, somente Liza permaneceu impassível.

– Ninguém vai quebrar o quadril hoje, senhorita Tracey. – a criada continuou, parecendo contrariada – Você é muito honrada por ser a primeira selecionada a ter um encontro com o príncipe.

– Você fala como se isso fosse grande coisa.

– E é.

Nos poucos dias de convivência com as criadas, Tracey já sabia de cor a personalidade de cada uma, principalmente de Liza. Petra era alegre, falava um pouco alto demais e era a maga da maquiagem. Jenna era tímida, mas risonha, sempre vendo graça em tudo. Liza era... Impossível. Perfeccionista. Mandona. Fã de carteirinha da Família Real e por último... Provavelmente a criada que mais lembrava Tracey das regras do pai.

Não que tivesse algo contra ela, é claro. Era bom ter alguém que entendesse o fato da selecionada às vezes ser exigente, só que de vez em quando Liza podia exagerar. Nem tudo precisava ser perfeito cem por cento do tempo.

– Ah não! – Petra exclamou de repente, olhando para o relógio que havia na cabeceira da cama de dossel – Só faltam cinco minutos!

– Cinco minutos? – Tracey ergueu uma sobrancelha, sem entender.

– Julienne vai nos matar... – Jenna mordeu o lábio enquanto inspecionava a selecionada à procura de qualquer defeito.

Matar? – a Murray ficou ainda mais confusa até que Liza finalmente decidiu explicar:

– Julienne quer que todas as criadas compareçam a uma espécie de reunião. – a criada suspirou enquanto tirava uma mecha de cabelo do rosto de Tracey – Sinto muito, senhorita, mas teremos de correr.

– Não tem problema. – a morena, ainda descrente, deu de ombros – Posso me arrumar sozinha à partir daqui.

– Maravilha! – Petra sorriu e Liza a fuzilou com os olhos, indicando a porta – Até mais senhorita!

– Até! – Tracey sorriu de leve, vendo as três desaparecerem pelo corredor. Petra tropeçou três vezes antes mesmo de chegar á escada e seu dimon, um minúsculo cãozinho de pelo cor-de-mel, ganiu quando foi empurrado pelo Collie de Liza.

– Essas três são encantadoras. – Gart riu, achando graça da cena – Nós devemos muito a elas.

– Devemos muito a muita gente, não é, Gart? – Tracy suspirou, coçando a cabeça do dimon com o dedo indicador.

– Talvez. – a lontra se espreguiçou – Talvez.

Os dois ficaram sozinhos por cerca de meia hora até que as batidas que indicavam a chegada do príncipe foram ouvidas. Ainda com os nervos à flor da pele, Tracey correu para o espelho para ter certeza que estava apresentável, ficando alguns poucos segundos encarando o próprio reflexo.

Não era hora para amarelar.

***

Elliot se surpreendeu ao ver que Tracey fora quem atendera a porta, não uma de suas criadas. Ele não esperava por aquilo.

– É um prazer revê-la, senhorita Tracey. – o príncipe abriu um sorriso, oferecendo-lhe o braço – Espero que tenha tinha uma ótima manhã.

– Nossa, não sabia que começaríamos falando do clima. Talvez eu devesse ter dado uma olhada nas previsões. – a selecionada riu, visivelmente tentando encontrar um assunto confortável. Elliot ficou feliz por ela aceitar seu braço sem hesitar. O dimon da garota, uma lontra, se acomodava em seus ombros.

– Digamos que eu prefiro falar do clima a permanecer calado.

– Não era exatamente essa a impressão que eu tinha.

Os dois se encararam e o príncipe se perguntou o que ela queria dizer. Tracey pareceu estar ansiosa para falar mais alguma coisa, como se o silêncio a incomodasse.

– Então, Alteza, onde iremos almoçar? – a voz da garota soou um tanto melodiosa, carregada de algo que Elliot não conseguiu identificar.

– Você terá de ver por si mesma. – o príncipe abriu um sorriso de canto, feliz pela pergunta – O que acha de uma refeição ao ar livre?

– Seria maravilhoso. – a morena riu, erguendo o queixo. Como o esperado, os saltos deixavam seus olhos na mesma altura dos do monarca, algo que Tracey achou um pouco desconfortável à primeira vista.

A dupla passou por alguns corredores em silêncio, depois desceu dois lances de escada e deram com as portas que levavam ao jardim. A selecionada de Georgia abriu um sorriso assim que avistou o que a aguardava.

Uma mesa havia sido posta entre algumas árvores. Não havia comida ainda, provavelmente para que não ficasse à mercê do calor, mas todo o resto parecia impecável. Havia um guarda-sol sobre tudo para evitar o sol que fazia em Angeles.

– Se me permite. – Elliot puxou a cadeira para que Tracey se sentasse, um gesto que ela aceitou de bom-grado – Ah, e seria muito interessante se você passasse a me chamar de Elliot. Talvez Alteza não seja totalmente adequado para nossa atual situação.

Tracey riu da fala carregada de formalidade do príncipe. Ele não parecia desconfortável, só... Preso demais. Como se estivesse no meio de um furacão e tivesse medo de sair voando.

– Se é assim, pode me chamar de Tracey. Ou Trace. A maioria das pessoas me chama de Ray. – a selecionada abriu um sorriso enquanto observava Elliot se sentar na própria cadeira – E então, o que teremos para hoje?

Ela disse aquilo em um tom descontraído, algo que fez com que o príncipe se sentisse grato por ter feito uma boa escolha. Tracey parecia ser uma ótima pessoa para se desenvolver um almoço agradável.

– Bem, nossa comida chega em alguns minutos. – Elliot começou, juntando as mãos sobre a mesa – Enquanto isso, gostaria de saber mais sobre você.

– Sobre mim? Não há muito para saber sobre a minha ilustre pessoa. – Tracey adotou um falso tom de formalidade – E afinal, já te contei sobre minha família da última vez que nos vimos.

– Não, não contou. – o príncipe riu, encarando a garota – Quer dizer, você pouco falou sobre si mesma da última vez que nos vimos.

– Ah. – Tracey respirou fundo – Pensei que tivesse falado.

– Tudo bem. – Elliot deu de ombros, procurando alguma pergunta que não parecesse invasiva demais – Como é sua família? Seu pai é advogado, eu sei, mas gostaria de saber um pouco mais.

– Não tem nada demais na minha família. – a selecionada copiou a expressão do príncipe – Sou filha única. Moro com meu pai e passo um bom tempo com meus avós sempre que tenho a chance. Meu avô é seu chará, por acaso.

– Outro Elliot?

– Exatamente. – Tracey abriu um sorriso – Só que com menos ternos e mais camisas de flanela. E cabelo de cientista louco.

– Ele me parece uma figura bem interessante.

– Você não imagina. – a garota tamborilou os dedos na mesa – Ele é Cinco. Vive pintando artes abstratas. Já vendeu alguns quadros, mas nada de muito valor. Minha avó, Sasha, costumava cantar quando era mais jovem, mas agora trabalha em casa a maior parte do tempo.

– São seus avós maternos, certo?

– Obviamente. – Tracey encarou o príncipe, procurando algo em sua expressão que pudesse lhe dar uma dica do que falaria a seguir.

– É interessante. – Elliot comentou por fim – Você me disse no primeiro dia que se interessava por poesia e escrita em geral. Seria incômodo se eu perguntasse onde isso se encaixaria em sua vida tão pouco interessante?

A pergunta fez a selecionada rir.

– Meu pai nasceu Três. Usou o dinheiro que conseguiu para fazer com que ele e minha mãe subissem de casta pouco depois de se casarem. Daí nasci Dois. Gostaria que não fosse assim, é claro. Meu pai pode ser um pouco exigente quando quer.

– Acho que esse é o tipo de coisa que eu entendo. – Elliot pareceu pensar por alguns instantes enquanto observava Kira com o canto dos olhos. A dimon permanecia um pouco inquieta, as orelhas se movendo a cada segundo – Pais exigentes, quero dizer.

Antes que Tracey pudesse fazer qualquer outro comentário, dois mordomos surgiram carregando pratos cobertos por um domo prateado. Enfim, a comida chegara.

Era salmão, mas havia ali um molho que a garota jamais provara na vida. Se fosse minimamente boa na cozinha – algo que definitivamente não era – pediria ao chef a receita.

– Certo, agora você sabe um pouco sobre mim. – Tracey disse enquanto tentava manter a postura em meio às colheiradas – Fale sobre você.

– O que gostaria de saber? – Elliot questionou, visivelmente interessado.

– Não sei. O que gosta de fazer, como se sente sendo príncipe, cor favorita... Esse tipo de coisa. Algo que possa fazer com que eu conheça mais você. Até agora você me parece um sujeito meio calado.

O príncipe encarou Tracey por alguns momentos, sem saber o que pensar. Meio calado? Ele precisava trabalhar nisso.

– Minha cor favorita é verde escuro, se quer tanto saber. – Elliot assumiu uma postura menos rígida – Na maior parte do tempo ou estou com minha irmã ou em meus deveres então quando tenho tempo livre gosto de caminhar. É uma espécie de saída da rotina.

– Por quê? Você costuma correr muito? – Tracey perguntou, quase sarcástica.

– Costumo ter algum lugar para ir. Caminhar faz das coisas menos certas. Sou o único responsável por aonde vou parar. Acho que gosto disso.

– Então estou em frente a um príncipe que gosta de liberdade?

– Provavelmente.

Os dois se encararam por alguns segundos antes de voltar a comer. Os assuntos seguintes foram menos sobre eles mesmos, mas cada um conseguiu extrair um pouco do outro.

Elliot, na visão de Tracey, era reservado e atento o tempo todo, como se sempre tivesse tudo no controle. Aquilo a deixava um pouco nervosa, mas depois de alguns minutos de conversa, notara que o príncipe baixava a guarda e se deixava divertir um pouco.

Talvez seja coisa de príncipe mesmo. Tracey não pôde deixar de pensar assim que foi deixada no quarto. Era queria conhece-lo melhor, algo que a pegou tão de surpresa quando seu nervosismo pré-encontro. Procurou tirá-lo da cabeça quando avistou Jenna sentada em uma das cadeiras que ficavam em seu quarto.

– Foi tudo certo no encontro, senhorita? Você parece um pouco avoada.

Tracey não queria conversar sobre aquilo com as criadas, talvez conversasse com Isabella ou Katherine mais tarde. Ou Aurora. Mas só beeem mais tarde. Quando pudesse relaxar. Enquanto isso ocuparia os pensamentos escrevendo alguns versos que haviam lhe passado pela cabeça.

– Estou bem, Jenna. Estou bem. Sei que deve estar ocupada, mas seria muito se eu lhe pedisse para pegar um pouco de papel?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Sei que não aconteceu nada "picante", mas estou tentando ser realista... Com o tempo as coisas irão se aprofundar mais, vocês vão ver ;)
Ah, e eu não poderia esquecer... Agora a fic tem um site! Me deu certo trabalho então realmente espero que gostem dele ^^
Link: http://a-coroa-interativa.weebly.com/
Até o próximo capítulo!
Beijooooos!
Bia Valdez
PS: Irei viajar no dia 26, portanto se houver algum atraso de minha parte, por favor, não abandonem a história. Eu voltarei logo logo ^^