Poemas ou Travessuras? escrita por Bianca Fiats


Capítulo 21
Capítulo 21 - Natal romântico




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Estava pisando em nuvens. Rose finalmente disse sim. Meu coração não se aguentava de felicidades e acho que até Filch ficou feliz por mim (más línguas dizem que foi porque parei de bagunçar os corredores). Sempre que podia, encontrava-a pelos corredores e roubava um beijo. Eu sabia que já éramos inseparáveis antes, mas agora nada iria nos afastar. Seria novamente como antes, eu e Rose contra o mundo. E quem sabe como cupidos, porque todos merecem a felicidade do amor.

É claro que teve gente que não gostou das minhas intervenções, mas quem eram eles para saber como conquistar o coração de uma dama? Eu batalhei duro pra conquistar a mais difícil de todas.

E muita gente pareceu muito feliz quando o Natal estava para chegar. Todos, menos Scorpius. Aparentemente as primas da França reclamaram da sua ausência nos últimos Natais, e por isso os Malfoy teriam que viajar esse ano para França. O que deixou minha mãe muito descontente, pois parece que ela queria ajudar Scorpius.

Rose estava radiante com o fato de que Libusee iria conosco para casa. O que me deixava com a nítida impressão que ou Lib seguraria vela, ou não passaria tanto tempo assim com minha Rose. Isso tinha que mudar.

O Natal chegou e Rose estava cantarolando o tempo inteiro, e claro, músicas natalinas de trouxas, já que seus avôs vieram nos visitar também. A chegada da família de Libusee foi impactante. Os pais dela eram... bem, dou graças a Merlin que tenho meus pais. Eles eram efusivos o tempo inteiro ressaltando as qualidades de Libusee, arrumando seus cabelos, colocando-a bem arrumada a cada segundo. Eram sorridentes demais, alegres demais, empolgados demais, como se sua vida dependesse de Libusee.

Daphne, irmã de Libusee era, o contrário. Bem, compará-las fisicamente era fácil. Onde Lib era delicada e meiga nos traços, sua irmã parecia rústica. Rosto largo, firme e um olhar apático. Ela tinha a mesma postura nobre que sua irmã, assim como o ar aristocrático que Lib dispunha. Mas eu sabia que na mais jovem era puramente uma máscara. Que seria da irmã? Acredito que isso se de ao fato de que ela estudou em Beauxbatons.

Em pouco tempo, Lib estava enfurnada no quarto com Rose e me vi fazendo sala com Louis e Daphne. Louis estuda também nessa escola e aparentemente conheceu Daphne. Ele estava para se formar e Daphne já estava trabalhando. Quando ela falou que trabalhava no ministério, sendo "embaixatriz" entre os bruxos e o povo das fadas, me veio a pessoa ideal para trazer um sorriso em seus lábios. Sem pedir licença, sai correndo da sala. Consegui ouvir um ‘Hunf’ vindo dela, e talvez de Louis também.

Cheguei à cozinha e encontrei Libusee e Rose conversando com Charles. Libusee conversava sobre Jade, perguntando como estava o dragão. Cortei-os imediatamente.

“Como foi que sua irmã se tornou a embaixatriz das fadas?”

Isso pareceu chamar a atenção de Charles que chegou mais tarde.

“Você tem uma irmã?”

“Sim, infelizmente. Mas na verdade somos bem diferentes. Tanto fisicamente quanto em personalidade. Ela é... parecida com a Srta. Fleur”

Charles fez uma careta. “Não brinca”

“Daphne sempre se esforçou para mostrar que ela é boa para meus pais. Eles nunca reconheceram muito bem seus esforços. Foi quando ela decidiu agir por vontade própria. Só que se ela fosse de Hogwarts, tenho certeza que seria de Sonserina. Ela tem essa característica de nunca desistir e correr atrás do que realmente deseja motivo o qual tão cedo ela conseguiu ser considerada uma embaixatriz das fadas.”

Charles coçou a nuca.

“Mas por que fadas?”

“Tive um bom contato com as fadas em minha estadia em Beauxbatons. Eu tenho interesse no trato com criaturas mágicas em geral. Minha paixão sempre foi para com os dragões, mas disseram que é uma profissão muito perigosa para damas. E infelizmente não tinha ninguém para me indicar no Trato de Dragões.” Daphne falou enquanto entrava na cozinha. Louis seguindo-a.

O momento pareceu brilhante quando Charles conheceu Daphne e Louis conheceu Libusee. Era como se o mundo fizesse sentido para os dois Weasley. Ouvi Rose bufar um ‘Mais essa’. Louis automaticamente deixou o lado de Daphne e foi sentar-se perto de Libusee e se apresentar. Já Charles levantou-se num movimento brusco para dar lugar para que Daphne sentasse. Isso pareceu chamar a atenção dela, que olhou curiosa para Charles. Minha chance de cupido estava lançada.

“Na verdade eu trabalho com dragões… Se você tiver interesse de ir conhecer o trato dos dragões eu poderia recebê-la”.

“Isso seria... Adorável da sua parte”.

“Vivo para servir” E Charles pegou a mão de Daphne beijando o dorso de sua mão.

Quando ela corou ligeiramente, vi que Libusee pareceu boquiaberta.

“Ahn… Será que você não poderia levá-la para voar em Jade?” Comentei com Charles.

Libusee agora estava mais assombrada com o leve sorriso que Daphne dava.

“Jade?” Daphne ignorou todos os outros da sala.

“Sim, um pequeno dragão que é um doce de criatura” Charles estendeu o braço para levá-la da cozinha e os dois foram para longe de nós.

Libusee começou a rir.

“Juro que se precisar de uma ajuda Albus, você me tem para qualquer plano que desejar com esses dois.”

“Por que?” respondi com um tom brincalhão “Quer sobrinhos?”

“Nada. Não me importaria se ela sorrisse um pouco, assim ela poderia me deixar um pouco mais em paz” Libusee olhou para a lareira que aparecia pelo vão da porta da cozinha. “E quando o Malfoy vai chegar?”

Sacudi o rosto pego de surpresa pela pergunta. Então, querendo dar um pequeno empurrãozinho pro Scorpius, comentei.

“Oh! As primas dele o arrastaram para um Natal em família. Os pais dele pediram desculpas, mas prometeram que ano que vem eles irão abrir as portas da casa deles para comemorarmos lá, e a comida é por conta deles. Pobres coitados. Esqueceram que os Weasley e Potter são como coelhinhos.”

“Pobres coitados mesmo” Rose sorriu, mas seu olhar estava nos nódulos brancos dos dedos de Libusee, de tanto que ela apertava a mão fechada contra seu colo.

“Não se incomode com a ausência de Malfoy. Eu estou aqui milady” Louis pegou uma das mãos de Libusee, como se não reparasse sua apreensão. Então beijou as costas da mão dela.

“Não estou incomodada” Libusee ergueu o olhar e eu segurei o riso sobre isso.

“Pois bem” Louis sorriu e começou a subir os beijos pelo braço dela, o que arrancou risinhos de Libusee. “Então, permite-se mostrar os jardins da casa?”

“O que?” Levantei-me para impedi-los de sair, mas Rose me segurou, quando Libusee aceitou e os dois saíram também da cozinha.

“Não acredito que deixou que eles saíssem juntos. E Scorpius?”

“Ele que não tivesse arranjado uma desculpa tão fajuta” Rose sorriu e saiu da bancada da cozinha e rodeou-me. “Além do que, agora temos a cozinha só para nós”

Ergui uma sobrancelha “E você quer fazer biscoitos?”

“Não, eu quero fazer isso” Rose se apoiou na ponta dos pés e ergueu-se para me dar um beijo. Ela apenas encostou os lábios no meu e pouco a pouco começou a se movimentar. Um pouco inibida, e isso arrancou um sorriso dos meus lábios.

“O que?” Ela agora parecia irritada.

“Você quis dizer… Isso?”

Peguei-a pela cintura e a girei, fazendo-a ofegar. Coloquei-a sentada na bancada e me ajeitei entre suas pernas. Minhas mãos deslizaram por dentro da sua blusa e apertei sua cintura, antes de alisar suas costas. Rose se ajeitava com cada movimento das minhas mãos, até que ela contornou meu corpo com suas pernas e estávamos completamente colados um ao outro. Ela se amparava em meus cabelos enquanto eu distribuía beijos em seu pescoço. Rose estava com o rosto inclinado para o alto, dando-me espaço para aproveitar de sua pele. Quanto mais beijava, mais ela se deixava levar pelo meu toque. Segurei seus cabelos e puxei seu rosto para beijar seus lábios. Rose serpenteou em meus braços e quase caiu em meus braços. Eu a senti corresponder meus beijos com fervor, como se o ar entre nós tivesse acabado e só pudéssemos nos amparar um no outro.

Rose agora se apoiava em meus ombros, puxando-me sempre mais para perto, como se o pouco espaço que tínhamos ao nosso redor não fosse suficiente. Seus beijos começaram a descer pelo meu rosto também e se ainda havia ar comigo, foi para o saco. Ela definitivamente mudou e saiu da bancada, me levando contra o armário. Voltou a me beijar, mas eu já estava fora de órbita, preso nas garras da sereia. Rose me reduziu a um menininho inexperiente, aprendendo a ser homem. Deixei-me levar pelos seus beijos, pelas suas mãos explorando agora meu corpo. Ela perdia a inibição e eu não me importava. Estava hipnotizado em seus braços e beijos.

Senti o chão e então ela estava sobre mim. Estava sentado contra o azulejo da cozinha, de costas contra o armário e Rose sobre mim. Minhas mãos estáticas na sua cintura, sem reação do que fazer, enquanto ela me beijava meu maxilar. Ela arfou e remexeu-se no meu colo. Eu encostei minha cabeça contra o armário. Rose suspirou e me olhou, nós estávamos prestes a nos beijar novamente.

“Eles lembram a gente quando jovens… Por que iríamos pará-los?” A voz de Harry Potter parecia rouca numa tentativa de sussurro.

“Somos os adultos aqui…” Uma voz feminina. “Mas você não tinha tanta atitude”

“Mas você era igualzinha a ela”

Eu bati com a cabeça contra o armário. Rose estava vermelha e escondeu o rosto no meu ombro.

“Desculpa por isso... ”

“É... Difícil namorar assim” Rose bufou baixo contra meu peito.

Segurei a risada. “Parece que sim”

♣♣♣

Libusee havia sumido, e quando a encontrava estava de risadinhas pelos cantos com Louis. Rose disse que eu devia deixar ela em paz, pois ela já era uma mocinha e não era minha irmã. Mas caramba, ela viria a ser. Então decidi passar a persegui-los, mas aqueles dois sumiam mais do que Scorpius e Libusee. E cada vez mais isso me preocupou. Na véspera de Natal a encontrei sentada na poltrona em frente a árvore.

“Finalmente te encontrei”

Libusee saltou da poltrona e enfiou algo na poltrona.

“O que é isso?”

“Nada Albus”

Comecei a rir

“Acho que já passamos por isso, lembra? Estufa? Casca de abacaxi…”

Libusee revirou o olhar. E então seu olhar foi para a janela. Ela suspirou e voltou a me olhar.

“Antes que tente pegar. É um visgo. E estou com muita coisa na cabeça”

Senti o rosto pegar fogo.

“Na-na-ni-na-nãooo! Você não vai usar esse visgo com Louis”.

“Com quem? Não... Não é para mim.”

“Desembucha” Falei, sentando-me na frente da poltrona, direto no chão. Libusee ergueu a sobrancelha, mas sorriu.

“Primeiro quero que me explique... O que diabos a Lin está fazendo aqui?”

“Lin Chang? Bom você sabe, a mãe dela é mãe solteira, e trabalha como uma condenada para cuidar da filha. Ninguém vê muito bem essa dela ter tido a criança sozinha. Nossos pais meio que estenderam a mão e ela sempre vem passar as datas conosco, porque a mãe não tem tempo”.

“E esse é o motivo pelo qual ela é,... bem… Ela é ignorada pelos meninos?”

Albus deu de ombro. “Eu nunca fiz isso, mas pelo que fiquei sabendo é que na verdade eles acham que ela vai ser como a mãe. Então eles tentam relações não muito, ahn… permanentes com ela. Lin sempre recusou, e depois disso eles passaram a ignorá-la.”

“Isso é terrível. Julgar alguém pelos…” Libusee parou “Bom, acho que só quem vive disso sabe o quão ruim é”.

Concordei sabendo do que ela falava “Não somos nossos pais ou suas escolhas… muito menos nossos ancestrais” Pisquei para Libusee.

“Acho que ela gosta do seu irmão. Não sei, o modo como ela olha para ele… É o mesmo que você olhava para a Rose durante toda a campanha” Libusee enfim ergueu o visgo “Pensei em colocar sob o corredor para quando eles passarem, mas teríamos que, sabe... fazer com que eles passassem juntos ao mesmo tempo”

Levantei-me e beijei sua testa. Lib foi para trás.

“Que foi? Visgo!” sorrindo já bolando meus infalíveis planos “Já sei exatamente como fazer. Alias, precisamos fazer isso esse ano. É o último dela com a gente.”

“Como assim?”

“A mãe dela está noiva de um trouxa. Ela pretende se casar com ele ano que vem.”

Estava pra sair da sala quando parei para olhar para Libusee. “Não era apenas isso que a incomodava era?”

Minha fadinha olhou pra mim e senti uma vontade imensa de correr em sua direção e abraçá-la.

“Não chegou nenhuma coruja esse ano… Estava pensando em sabe, enviar meu presente para Malfoy. Talvez, compensar o ano passado, mas… Ele deve estar ocupado com as primas”.

“Oh sim. Ele está ocupado com as primas... Fugindo delas com certeza”

Libusee me olhou curiosa, assim como pensava que faria.

“Tenho certeza que você fará o Natal dele mais feliz se enviar. Pode usar a coruja do meu pai, eu direi que foi para uma emergência”.

“Obrigada”

♣♣♣

Estávamos soltando a coruja, e admirando-a partir com uma caixinha minúscula com o bilhete de ‘Cresça-me’ quando não me aguentei de curiosidade.

“O que era aquele embrulho? O que deu de presente para ele esse ano? O colar era bem bonito, alias”

Libusee me olhou com aquele brilho divertido nos olhos. Ela voltou a observar à coruja.

“Sim, o quadribol combina com ele…”

“Lib, fadinha da minha vida, não me deixe na curiosidade”.

“Falando em fadas…” Libusee riu “Vi Charles saindo todo bagunçado do quarto e quando me viu congelou, para logo em seguida minha irmã sair do mesmo quarto. Tão bagunçada quanto... Em breve teremos um casamento”

Não pude deixar de rir.

“Oras, esta é uma casa do amor” Pisquei para Lib que agora voltava para a sala “Não fuja mocinha, o que era?”

“Uma coletânea de poesias, de autores trouxas e de bruxos”

Poesia? Para Scorpius? Comecei a rir, a ponto de cair no chão. “Era isso que não podia aguardar até voltarmos para casa? Bom faz sentido, afinal, seria difícil esconder esses livros lá em Sonserina”.

E lá estava. Aquele olhar que somente o povo de Corvinal sabe dar, como se ela soubesse de algo que eu não. Libusee andou cantarolando até mim e soprou meu rosto.

“Quer apostar que ele estará ao menos lendo um dos meus livros de poesia, ao menos na sua frente?”

“Fechado. Sete sacos de feijõezinhos mágicos se ele não ler nada.”

“E sete caixas de bombons e caramelos se ele ler”

Levei a mão ao coração como se tivesse sido acertado por uma flecha. “Você é mercenária. E eu com meus humildes feijõezinhos”

Vi que Lin estava chegando e puxei Libusee para se esconder detrás do sofá. Ela ia reclamar quando tapei sua boca e apontei para o corredor. Lin chegava agitada, segurando um casaco todo colorido. Do outro lado James vinha correndo e eles deram um encontrão no meio do corredor. Peguei minha varinha e girei a ponto de surgir um imenso visgo caindo entre os dois. Eles olharam para o visgo e em seguida procuraram pela sala. Na mesma hora quando joguei a capa de invisibilidade do papai sobre nós e apertei minha mão contra a boca de Libusee.

“N-n-ão tem ninguém, nós... você… Não precisa” Lin abaixou o rosto envergonhada.

James também olhou ao redor e pareceu desconcertado. Coçou a nuca e bagunçou os cabelos. Por fim antes que Lin pudesse falar algo, ele a puxou nos braços, segurou seu queixo e a beijou. Ela o abraçou e eles ficaram um bom tempo se beijando. Achei que iria criar raízes na sala, mas James deve ter ouvido algo, porque quando parou de beijá-la indicou as escadas.

“Vamos, ahn... continuar em outro lugar”

Lin radiante apenas concordou antes de se deixar ser guiada escadas acima.

“Como sabia que eles...?” Libusee perguntou curiosa.

“Um mágico não revela seus segredos”


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