Poemas ou Travessuras? escrita por Bianca Fiats


Capítulo 20
Capítulo 20 - Veremos Sr. Potter




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“... Então eu o deixei sozinho no telhado” Continuei me divertindo com as expressões de Libusee.

“Não acredito que fez isso... Como pode? Foi tão...tãooo… romântico” Libusee suspirou e então fez uma careta. “Eu sinceramente deveria estar contente. Assim ele desiste de você e finalmente me olha como uma garota e não como sua irmã”.

Não pude deixar de rir. Cada vez menos parecia que Libusee estava soando mais brincalhona que séria, quando falavam sobre Albus.

“Boa sorte tentando. Quem sabe assim ele para de me importunar”

“E como foi que ele desceu do telhado?” Libusee estava mais perto agora, já que a bibliotecária passou muito perto de nós.

“Eu não tenho ideia. Mas ouvi uns gritos do quarto do lado. Acho que ao descer escorregando as paredes, viu algo. Mas algo que não devia, por que ele voltou à viagem inteira reclamando que nunca mais iria comer morangos.”

Libusee inclinou o rosto, pensativa. “Morangos…?” Nós duas finalmente entendemos o que ele quis dizer e fizemos careta.

“Eca”

Depois de tanto tempo finalmente pude contar para Libusee o que tinha acontecido nas férias. Não foi como se não tivéssemos tempo para isso, mas muita coisa havia acontecido. Especialmente os terríveis rumores que surgiram quando voltamos. Pessoas falando sobre como Libusee tinha caído nos encantos de Scorpius e que agora ele tinha ficado com todas as garotas do colégio. Não bastasse isso diziam que Scorpius era a fiel cópia do Barão e então “Roweninha” virou “Heleninha” e piorou quando descobriram que o segundo nome dela era Helen. Enfim, muito drama para uma pessoa só. Agora não havia apenas pessoas enviando recadinhos de Albus para mim. Tinham aquelas que olhavam feio para Libusee, como se ela fosse responsável pelas suas vidinhas miseráveis. Motivo que usei das minhas férias para trazer um sorriso aos seus lábios.

Quem diria que eu faria isso por ela, por alguém que não fosse Albus. Ou agora Scorpius.

Um grupo de meninas passou por nós cochichando. Eu senti meus nervos irem para o saco.

“Como elas podem ser tão…”

“Sendo. ” Libusee deu de ombros. Ela ergueu o queixo e olhou diretamente para o grupinho que logo se desfez e sumiu de vista.

“Uau! Como faz isso? Eu preciso aprender isso para usar com o Albus”

Libusee sorriu, mas o sorriso não subiu ao olhar.

“Estou acostumada com isso, desde… Bem desde o primeiro ano. Aprendi uns truques. Não sei se vai funcionar com o Albus. Eu tentei e só o fez vir mais para perto.”

Nós duas suspiramos, e quando percebemos sorrimos uma a outra. Sir Nicholas apareceu ao longe e cumprimentou as duas a distancia.

“Aliás não sabia que você tocava citara… ou harpa” Libusee continuou se referindo as férias.

E antes que eu pudesse falar qualquer coisa uma fantasma surgiu procurando por alguém. Ele olhou na nossa direção e aproximou-se. O que foi que Albus tinha aprontado agora? Quando se aproximou percebi se tratar de uma jovem, com roupas de época, como quase todos os fantasmas de Hogwarts. Mas ela usava uma singela coroa na cabeça.

“Com licença Srta Campbell?” Ela fez um meneio com a cabeça “Oh boa tarde Srta Weasley”.

“Boa tarde Rainha Viúva” Libusse a cumprimentou, o que me permitiu saber o nome dela “Há algo em que possa ajudar?” Libusee já estava fechando o livro.

“Temo que sim. Só que…” A senhora olhou para mim “Também temo que seja algo que gostaria de manter apenas entre a senhorita”.

Libusee mordeu o lábio inferior e indecisa olhou para mim.

“Deve ser algum assunto entre os fantasmas…”

E antes que eu pudesse dizer que estava tudo bem, Libusee sacudiu a cabeça.

“Pode falar o que quiser na frente de Rose. Ela jamais trairia minha confiança, e conseguinte a sua também majestade.”

A Rainha Viúva ficou um pouco pensativa, antes de sorrir e assentir com a cabeça.

“É bom saber que tem bons amigos agora Lady” A rainha virou-se sem falar mais nada e saiu.

Libusee levantou e estava seguindo-a. “Vamos, que esse é geralmente um sinal para segui-la”

Acompanhamos a Rainha Viúva até um corredor que estava um pouco mais vazio.

“Como sabe, Nicholas irá comemorar o aniversário de morte dele novamente. Estamos querendo lhe fazer uma surpresa” O rosto da Rainha mudou ligeiramente, e se ela tivesse sangue correndo, diria que ela corou. “Mas não sabemos o que podemos fazer de diferente. Sr. Malfoy está pensando em algo também, junto com Sr. Potter”

“Algo diferente…?” Libusee olhava para mim.

“O que?” Perguntei desconfiada.

“Quão bem você toca?” Libusee agora sorria.

“Muito bem obrigada.”

“Ótimo!” Libusee virou para a Rainha Viuva “Vamos preparar a festa, limpar a masmorra e organizar como um belíssimo salão do tempo em que ele mais gostou de viver, sendo vivo ou morto. Então, alguém precisa descobrir que tipo de música ele prefere, para que Rose toque”

Abri a boca. Ela estava organizando a festa de um morto? E pior, me colocando no meio. A Rainha parecia radiante.

“Isso é perfeito. Vou conversar com os outros e avisá-los para tentar descobrir… Disfarçadamente. O tipo de música eu já sei. Por que não vai até Sr. Malfoy? Ele já sabe a entrada da masmorra. Vocês podem ir verificando tudo por lá enquanto eu converso com a Srta Weasley” E a Rainha Viúva deu um sorriso tão diabólico que eu tive que me segurar imensamente para não rir. E eu achando que a mãe de Albus que era casamenteira.

“Eu… não acho...Ahn, você não vai precisar de mim Rose?”

Libusee estava mais do que vermelha e completamente sem graça. Ela não viu o olhar erguido que a Rainha enviou para mim, então dei de ombros.

“Na verdade, eu só preciso saber as músicas e ter um lugar para ensaiar. Você pode ir até o Scorpius”.

Dito isso, dei as costas a ela e percebi que a Rainha me seguia.

“Aprendeu direitinho, querida” Ela piscou para mim.

♠♠♠

Nunca imaginei que organizar um baile/festa de aniversário para um fantasma fosse ser tão cansativo. Primeiro tive que repassar umas trezentas vezes as músicas que iria tocar na festa. Depois fomos atrás de flores para encantá-las como decorações. Libusee tinha voltado completamente avoada de quando foi verificar a masmorra com Scorpius, que aparentemente esqueceu-se de avisar que o lugar estava simplesmente coberto de poeira e teia de aranhas. Então sobrou para mim e Albus limparmos. Eu poderia ter arrumado tudo sozinha, se não fosse um insistente Albus me dizendo que se fizéssemos juntos, seria obrigação de Libusee e Scorpius de pegar flores e ir visitar a cozinha para separar os quitutes.

Como nós iríamos participar da festa, e dado que nossos pais haviam contado que os fantasmas gostavam de expor um banquete como se estivessem vivos (o problema que era um banquete intragável) nós decidimos fazer uma pequena festinha nós mesmos. Scorpius e Libusee apareceram com peças como cadeiras acolchoadas e mesas (de não sei aonde) e todo esse mistério entre eles apenas me fez pensar se os rumores não eram de todo falsos.

Até então, Albus estava se comportando, pois, suas atenções estavam diretamente nos dois, como quem tem a mesma ideia que a minha.

Fizemos tudo o mais escondido possível, pois nem Sir Nicholas, nem mesmo qualquer vivo poderia saber sobre o que estava acontecendo. Muito menos sobre aquela sala desocupada. Libusee conversou com alguns dos fantasmas e eles disseram que não haveria problema se nós usássemos a sala como uma espécie de Clube, o que poderíamos aproveitar depois da festa, para ser um lugar só nosso.

Nós desabamos no chão completamente limpo da sala na masmorra. Eu deitei e apoiei minha cabeça no colo de Libusee, que sorria enquanto olhava o resultado do nosso trabalho.

“Ainda bem que boa parte da limpeza conseguimos usar magia. Se fosse pelo jeito trouxa nunca iriamos conseguir. Acho que tinha sujeira aqui desde a época em que Sir Nicholas era vivo”

Nós rimos e admiramos o lustre agora iluminado com a luz de velas. Scorpius estava com suas costas viradas para a parede, e agora só esperávamos que Albus retornasse com algumas coisas para comermos, antes que a festa começasse. Infelizmente, estávamos muito visados e não poderíamos faltar na festa de Halloween do colégio, por isso avisamos para a diretora Mc Gonagall onde estaríamos. Para que não recebemos outra bronca à toa (ainda estávamos atrás dos responsáveis pelo episódio da lama)

Um fantasma amigo de Sir Nicholas havia chego cedo, e Libusee ergueu-se para recebê-lo, me colocando de pé. Meu olhar passou para Scorpius que por sua vez encarava Campbell como se ela fosse seu paraíso.

“É estranho. Ela tem tudo para ser uma pessoa muito querida. E no começo ela era... De alguma forma. Todos queriam conhecer a Roweninha. Mas agora? Depois desses rumores…” Percebi que agora tinha sua atenção. Libusee também tinha virado o olhar para nós. “...Agora ela é odiada”.

“Quem é odiada?” Albus chegou com uma travessa de comida, colocou sobre a mesa, estralou os dedos e algumas outras travessas surgiram ao lado e um bolo em formato de sepultura surgiu no meio da mesa.

“Eu” Libusee havia voltado para nosso lado, depois de direcionar o fantasma para próximo aos outros.

Albus torceu o nariz e sentou-se ao meu lado. Eu tentei me afastar, mas percebi que agora Libusee teria que sentar-se com Scorpius. Permiti, mas apenas por isso.

“A fama é algo complicado. Especialmente quando ela é construída por rumores… No começo Harry Potter era amado por todos. Imagino que quem estudou com ele, todos queriam ser amigos dele ou estar perto do famoso Potter” Scorpius falou depois de uns instantes de puro silêncio. “No torneiro tribuxo ele foi considerado uma péssima pessoa, afinal ele tinha trapaceado para participar.”

“Meu pai não trapaceou” Albus retrucou.

“É obvio que não. Estou dizendo o que aconteceu com a fama dele. Depois a fama oscilou entre ser amado e ser odiado. Com meu pai foi o mesmo. Ele tinha apenas 14 quando criou os buttons de ‘Potter fede’ e todos da escola usavam. Usou a influência que tinha para isso. Mas quando…”. Nesse momento Scorpius pareceu um pouco afetado “... quando meu pai ajudou a abrir portas para os comensais, ele passou a ser odiado por todos. E somente depois de muito tempo ele, conquistou perdão pelos seus atos”.

Libusee tocou o ombro de Scorpius e ele estremeceu ao seu toque, mas o olhar que lhe lançou era… caloroso. Sentia-me como uma intrusa no meio daquele ato. Quando olhei para Albus para ver se ele também sentia o mesmo. Mas Albus estava em outro mundo.

Nossa conversa foi interrompida quando fantasmas começaram a entrar pelas paredes.

“Essa é a nossa deixa”

♠♠♠

Tocar a noite inteira foi fantástico. Eu ainda estava sentindo a harpa tocando em meus dedos. Quando chegou à metade da noite, uma orquestra assumiu meu lugar e pude dançar. Scorpius era um ótimo dançarino, e me tirou para dançar umas duas vezes, porém ele pareceu sumir depois disso, juntamente com Libusee… Esses dois tinham que me explicar algumas coisinhas.

Voltei para minha casa muito tarde, e como o dia seguinte era um domingo aproveitei para ficar na cama por mais tempo. Mas se eu soubesse o que aconteceria no meu dia eu jamais teria saído dela. Terminei de arrumar meu cabelo, cumprimentei Lilly que estudava na sala comunal de Grifinória e desci para os salões. Combinei com Libusee de encontrá-la para decidir como iriamos arrumar aquela sala quando vi o primeiro de muitos.

Buttons para todos os lados com o termo que já estava me irritando. ‘Me dá uma chance?’ E ele piscava e a frase mudava para ‘Weasley Linda’. Sério? Sério mesmo? Eu podia me enterrar agora mesmo e participar da próxima festa como fantasma.

E por onde andava haviam faixas penduradas, e buttons, e um Filch muito zangado tentando tirar tudo. Os professores olhavam para as novas decorações e reviravam os olhos ou riam escondidos. O professor Flitwick ficou encantado com o feitiço de uma floreira que decorava um dos portais. E se não bastasse quando estava para chegar nos salões percebi um grupo muito grande de alunos com faixas, cartazes e buttons tudo mais do mesmo, enquanto gritavam ‘Aceite o Albus’. Eu ia enlouquecer. Eu juro que nunca mais iria dar as caras em Hogwarts. Albus havia levado aquilo a um nível exorbitante.

“Eu nunca mais falo de algo que aconteceu com nossos pais. ” Scorpius comentou ao meu lado.

Eu pulei com sua aproximação, e olhei feio para ele.

“Os buttons...lembra? ” Scorpius agora sorria, divertido da minha cara “Mas sabe, você tem o poder de acabar com isso”.

“Oh sim, do mesmo jeito que você com Libusee?” Falei sem pensar e arrependi-me amargamente disso quando não apenas o sorriso dele morreu, como também seu semblante parecia desesperadamente triste. O que foi que tinha acontecido naquela festa?

“Por que não cuida de seus próprios problemas?” Ele indicou a passeata com um gesto de cabeça, e antes de me dar uma chance de responder foi embora.

Fiquei travada no lugar. Scorpius nunca, nunca em nenhum momento da minha vida em Hogwarts, foi deseducado com ninguém. Especialmente com alguém próximo a ele (como eu, ou espero que seja). Encarei suas costas enquanto ele se afastava. O que diabos aconteceu ontem?

Albus apareceu do meu lado quase como por mágica.

“Então, minha querida Rose, você aceita ser minha…” Ele estava ajoelhado e segurava um ramalhete de rosas.

“Agora não Albus. Temos problemas”.

Ele fez uma careta com minha interrupção.

“Scorpius foi rude comigo”

“O que? ” Albus pareceu alterado. Mas então ele piscou e realmente olhou para mim “O que foi que deu nele?”

Ergui os ombros. Era hora de descobrir.

“Você vai atrás dele, eu vou atrás de Libusee… E Albus”

“Sim?” Ele já estava esbaforido pronto para correr na direção da casa de Sonserina.

“Acabe com essa maldita passeata”.

E ele apenas sorriu, antes de correr para longe.

♠♠♠

Encontrei Libusee nas docas, ela não chorava, apenas jogava pedaços de pão na água, provavelmente alimentando a lula gigante.

“Você sabe o que Hagrid diz sobre alimentá-la” Falei as suas costas, mas ela nem se mexeu.

“Eu vou arcar com as consequências depois” Libusee continuou a jogar, quase que no automático. Quando cheguei ao seu lado e me sentei, percebi que ela franzia o cenho, pensativa.

“O que aconteceu com você e Scorpius?” Fui direta, por que o modo como ele tinha reagido foi muito, não Scorpius. Não ia permitir que algo acontecesse entre meus amigos.

“Ele é um mentiroso… Um grande mentiroso.” Libusee respondeu e em seguida ficou em silencio.

“Por que?”

Libusee virou-se para me olhar e a falta de lágrimas era assustadora. Algo muito tenso deve ter acontecido.

“Não é algo que… Eu descobri que ele tinha dito algo para mim e que era mentira. Ao invés de questioná-lo sobre isso, propus um acordo, que seria vantajosos a nós dois. E ele ficou furioso. Como se ele tivesse direito de ficar furioso. Ele mentiu pra mim.”

Cocei minha testa. Do que exatamente eles estavam falando.

“Não sei quanto à mentira, mas sei de uma coisa. Scorpius sempre é cortês e ele foi bem rude comigo. E foi logo depois que eu…”. Parei um pouco e associei as coisas. “... falei sobre você”.

Isso pareceu tira-la de seu devaneio.

“Oh! Rose...Eu não sei como agir.” Ela encostou a cabeça no meu ombro e instintivamente a abracei “Não vou dizer que ainda amo Albus, mas… Aquilo que senti, foi algo forte e eu sei que era amor. Não sinto o mesmo por Scorpius e ele, tenho certeza que não pensa o mesmo de mim…”

“Eu posso discordar disso.”

Libusee sacudiu o rosto.

“Não, eu já vi coisas sobre ele… Scorpius tem alguém no coração e mesmo assim...Quando ele me beijou...eu…”

“Espera lá...ele te beijou?” Afastei-me um pouco para olhá-la e percebi que Libusee estava vermelha.

“Só estávamos nós dois lá. Foi em Hogsmeade, e foi… encantador, perfeito, mágico. Fico até sem palavras de como foi. Mas, eu não tinha falado para ninguém e, de repente os rumores… Só pode ter sido ele.” Libusee suspirou “Ele provavelmente estava tirando vantagem disso. Sei que pode não parecer com ele, mas talvez, ele queira impressionar sua amada. Pouco importa, ofereci um acordo para ele. Algo que seria de bom tamanho para nós, e como disse, ele ficou furioso”.

Acordo? Que tipo de acordo? Mas se Scorpius finalmente beijou… Olhei para Libusee e fiquei sem reação. Como contar para ela que provável que ela fosse à amada de Scorpius sem soar como se estivesse empurrando-a para ele?

Nesse ínterim Libusee levantou frustrada. Começou a andar de um lado a outro pela doca. Estava agitada e provavelmente relembrando do beijo. Isso me fez lembrar em todos os momentos que aqueles dois sumiram.

“Vocês se beijaram de novo?” Não resisti, eu tinha que saber, disso e muito mais. Afinal, meu único beijo tinha sido durante um trauma.

Libusee parou de andar e olhou-me. Seu rosto completamente vermelho. “Sim, algumas vezes. As vezes estamos ocupados com algo, então estamos sozinhos, e muito próximos… e ele me olha com aquele olhar de cobra dele… Então quando vejo já estamos nos beijando. Eu fico sem chão”.

“Olhar de cobra?” Dei risada da referência a casa.

“Hipnotizantes” Libusee bufou.

“E...como são? Ele beija bem?” Eu deveria me socar. Precisava ajudá-la, não perguntar dos beijos do Scorpius.

Ela mordeu o lábio inferior hesitante. E voltou a andar em círculos, depois de um tempo andando ela finalmente me olhou.

“É aí que mora o perigo e o problema. Perfeitos”

“Lib”

A voz de Albus interrompeu qualquer outro pensamento possível. Mas tudo aconteceu rápido demais. Libusee se assustou com a chegada rápida de Albus, ela deu um passo em falso para trás numa reação instintiva. Aquelas docas nunca foram bem confiáveis, e a próxima coisa que vi foi Libusee pisando num pedaço de madeira meio podre e caindo no lago. Scorpius que vinha um pouco atrás disparou para o lago e pulou para pegá-la. E tudo o que eu conseguia pensar era que há alguns instantes atrás ela estava alimentando a lula.

Quando Albus chegou correndo, Scorpius erguia uma Libusee ensopada. Eu e Albus ajudamos a levantá-la. Ela estava meio zonza, enquanto Scorpius subia num impulso na doca. Antes que pudéssemos fazer qualquer coisa ele estava ao lado dela, abraçando-a apertado. Libusee tossia e tremia em seus braços, assim como o próprio Malfoy.

“O que você tinha na mente, sua louca? Quer morrer?” Ele falava com a voz falhada. Scorpius beijou a testa de Libusee “Não me assuste assim de novo. Nunca mais”.

E me senti jogada no canto admirando uma cena que deveria ser muito particular. Mas não era como se eles estivessem prestando atenção em qualquer outro. Ele passava as mãos pelos braços dela, provavelmente para aquecê-la. Scorpius olhou para suas próprias roupas e por fim para Albus.

“Cara, me empresta sua blusa? Ela está morrendo de frio”.

“Claro” Então Albus tirou o casaco e me entregou para segurar. E muito rapidamente desabotoou a blusa. Ele parou quando chegou aos últimos botões da camisa e me olhou. Seu rosto ficou vermelho. Albus sacudiu o rosto e então tirou a blusa.

Foi quando eu vi. Uma tatuagem (provavelmente feita escondida) de uma harpa e em volta dela várias rosas entrelaçadas, bem em cima do coração.

Albus pediu o casaco de volta e relutei em entregá-lo. Eu queria ver mais da tatuagem. Mas estava um frio infernal e precisávamos levar os dois para um lugar quente, e Albus se vestir. Ou teríamos três resfriados. A próxima coisa que me lembro foi de levarmos Scorpius e Libusee para a enfermaria.

♠♠♠

Recebemos uma bronca da enfermeira Pomfrey. Ela disse que era um absurdo estar nas docas sem a supervisão de um adulto, e achou que estávamos em um encontro de casais lá. Que tinha sido uma sorte que ninguém saiu ferido. Tentei explicar que foi um acidente e que na verdade não éramos casais namorando nas docas (o que acontecia muito a noite), mas ela nem nos deu ouvidos. Deu algo quente para os dois tomarem, secou a roupa deles com a varinha e cobriu-os com cobertores quentes. Em seguida deu uma poção para o caso deles terem bebido a água do lago.

Pedimos para ficar com os dois, mas fomos prontamente empurrados para o lado de fora da enfermaria.

“Eles precisam descansar. Ao menos a Srta Campbell, pelo susto e por ter caído no lago. E vocês dois, fora daqui.”

Do lado de fora, sentamos nas cadeiras de espera e ficamos lado a lado em silêncio. Algo incrível vindo de ambos. Albus remexia os pés e de repente levantou-se para andar em círculos. Ele repetia o movimento de Libusee de antes, o que me fez instintivamente procurar por qualquer coisa em que ele pudesse tropeçar e se machucar.

“Eu fiquei preocupado. Enquanto eu corria para as docas, tudo que eu podia pensar era que eu não saberia o que fazer se tivesse sido você.” Albus continuou falando como se não estivesse realmente falando comigo. Até que parou e me encarou. “Você nunca mais vai às docas. Aquele lugar é perigoso, Rose”.

E a próxima coisa que eu sabia era que eu saí da minha cadeira e estava em seus braços. Ele ficou rígido no começo, até que relaxou e me retribuiu o abraço.

“Estou falando sério Rose”

Ergui o rosto e olhei-o nos olhos. Ele tinha uma sombra de preocupação no rosto e não pude deixar de sorrir para isso. Beijei sua bochecha e então toquei no seu coração.

“Conte-me sobre a tatuagem”

Ele mudou de cor em instantes. Virou o rosto incomodado e bufou.

“Não vou falar.”

Sorri, ele parecia adorável emburrado. Encostei a cabeça no seu ombro.

“Albus?”

“O que foi, Rose?”

“Sim”

Ele se sacudiu ligeiramente e se afastou apenas para me olhar.

“O que disse?”

“Eu disse sim.” Respondi com um ligeiro sorriso nos lábios. “Sim”

Albus estremeceu ligeiramente. Então ele deu um salto no ar e gritou. Em seguida me pegou pela cintura e girou-me ao redor de seu corpo. Circulamos em frente a enfermaria e quando ele finalmente me colocou no chão, seus olhos brilhavam e ele parecia radiante.

“Eu te amo Rose Weasley”

Ele abaixou o rosto e deslizou os lábios dele pelos meus. Foi um toque hesitante, para enfim tornar-se exigente. Albus me apertava contra seu corpo, como se não quisesse me soltar nunca mais. Suas mãos deslizavam pelos meus cabelos e costas e tudo que eu podia fazer era me firmar em seu pescoço. Nós nos beijamos até ficar sem fôlego, então ele distribuiu beijos pelo meu rosto, beijos estalados que terminavam em meus lábios. Compartilhamos uma risadinha nervosa e repleta de felicidade.

“Eu te amo Albus Potter”


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