Poemas ou Travessuras? escrita por Bianca Fiats


Capítulo 16
Capítulo 16 - Do que será o baile?


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores do meu coração. Agradeço para meus leitores pelos comentários e pelos views. Essa é uma história muito especial para mim (Foi a minha primeira de HP).

Pretendo que seja a primeira de muitas.

Mas antes de continuar publicando, gostaria de uma ajudinha de vocês. O que estão achando dos personagens? Qual seu favorito? A escrita está boa?

Eu tenho uma série de ones que estarei publicando sobre o Scor (em várias situações diferentes), mas se houver outro personagem que tenham curtido, me avisem, que irei fazer também sobre eles.

Não precisa nem ser comentário, pode ser via mensagem. :D

E esse capítulo vai abalar a estrutura de certa bruxinha...Boa leitura.



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Aula de História da Magia era a aula perfeita para mofar. Agora ao mesmo eu não fazia isso sozinha. Seria divertido se o professor pudesse falar de um jeito mais agradável. Ele parecia falar sem entonação alguma. Essa era uma das poucas aulas que fazia em conjunto com Libusee. Estava pensando em como iria chamar a atenção dela, quando vejo que ela está olhando para o professor completamente concentrada. Seguro uma risada. Ela está mesmo gostando da aula?

Faço um pássaro de papel voar até sua mesa e ela toma um leve susto. Ela lê minha pergunta e leva a mão a boca, escondendo um sorriso maldoso. Aprendi que ela faz isso do mesmo jeito que Scorpius esconde um sorriso verdadeiro abaixando a cabeça. Eles são um par perfeito. Libusee pegou sua pena e escreveu a resposta. Esperava o pior dela, já que foi seguido de um sorriso maldoso.

O papel chegou na minha mesa e eu abri ansiosa.

Amassei o papel e joguei na bolsa. Um ‘psiu!’ e olhei para Libusee. Ela apontou para o professor e eu me recusei a olhar.

Eu não ia olhar.

Eu sou mais forte que isso. Eu.Não.Vou.Olhar.

...

Eu olhei.

Abaixo do quadro negro, no canto esquerdo da sala tinha uma das esculturas de frutas dela (que descobri um pouco tarde demais). E era ninguém mais ninguém menos que o Filch, numa melancia. E do lado dele, uma das pelúcias que Albus havia espalhado pela escola. Mas o bilhete do ‘Me dá uma chance?’ Não estava preso no ursinho. Estava na escultura do Filch, que parecia de braços abertos aguardando uma resposta.

Não bastasse a graça disso, o professor andava de um lado ao outro e quando o fazia, cobria a palavra chance. Parecendo que Filch (miniatura) queria o ursinho.

Eu comecei a rir. Era impossível não rir. E o professor se assustou comigo. Ele olhou para nós como se perguntasse o que os alunos estavam fazendo ali. Libusee estava debaixo da cadeira rindo como nunca.

“Alguma dúvida Srta Weasley?”

“Não senhor”.

“Bom. Então, como estava falando…”

Os alunos que tinham acordado com minhas risadas, voltaram a dormir ao som da música de ninar do professor. Deviam usar a voz dele para tratamento de pessoas com insônia. Super indicado e sem contraindicações.

Ao termino da aula, corri para o lado de Libusee e dei um empurrão em seu ombro.

“Você fez de proposito”.

“Quem? Eu? O que eu fiz?” Ela revirou os olhos e continuou andando.

Seria engraçado se eu passasse o braço pelo dela e ficássemos fofocando como vimos as outras meninas fazerem pelos corredores. Mas não éramos assim. Ela era uma versão delicada e feminina de Albus e Scorpius juntos. Então nossa demonstração de carinho com certeza era uma boa pancada ou olhares. Era como se nos conhecêssemos a anos. O que me fazia lembrar, que ela era fã de chocolate, do mesmo jeito que eu era de feijãozinho mágico. Por isso puxei uma caixa de bombons de caramelo e chocolate.

“De onde surgiu isso?”

“De um dos variados presentes do Albus. Pode comer, eu já testei para ver se tem alguma poção”

Isso tirou uma risada de Libusee.

“Eu deveria ficar preocupada. Você já viu o Albus em uma aula de poções?”

“Não, porque?” Quando ela gemeu eu segurei um riso “Tão ruim assim?”

“Você não tem ideia” Libusee franziu o cenho “Espera como testou?”

“Dei para algumas alunas do primeiro ano provarem”

“ROSE!”

“Ei não é minha culpa. Ele colocou um coral dos alunos do primeiro ano cantando para mim. Assim que eu saí do banheiro. Fugi pela porta-senha para ir para o banheiro das masmorras…”

“...E tinha outro coral te esperando?” Libusee revirou os olhos “Pobres coitados”

“Vai querer ou não?” Ela finalmente aceitou os bombons. Enquanto eu puxava uma sacola de feijõezinhos mágicos. Já nem oferecia mais, afinal ela sempre recusava.

“E posso saber de onde surgiu essa sacola de feijõezinhos? Não fomos para Hogsmeade essa semana”.

“É a nova tentativa da vez… Ele está me mandando sacos e sacos de feijões. Aparece até mesmo no meu prato na hora do jantar. Aposto que ele pediu para os elfos fazerem surgir no meu prato”

♠♠♠

Era quase hora do jantar quando nos encontramos. Fugi de um grupo de poetas do primeiro ano querendo declamar poemas ‘de Albus para Rose’ e de um pobre coitado que estava vestido de cupido. Encontrei Libusee conversando com Edd, o fantasma do portão principal. No começo eu estranhei essa amizade com todos os fantasmas de Hogwarts, mas com o tempo a entendi. Sabia que haviam alunos que interagiam com eles, mas não tanto quanto ela. E passei a gostar de falar com eles também. Os fantasmas eram ótimos também porque sempre sabiam de uma fofoca nova. Quando me aproximei percebi que além de Edd estava o Frei Gorducho, e falavam sobre como era perigoso comer amoras envenenadas. Frei Gorducho dizia que ele deveria ter prestado atenção na cor das frutas e Libusee tentava argumentar que poderia ter sido embevecida em uma poção de morte. Quando me aproximei, Libusee pediu licença e veio me encontrar. Era bom saber que apesar de tudo, a nossa amizade crescia forte. Mesmo que tenha começado por causa de Albus.

“Vamos?” Perguntei animada para o jantar. Será que teriam mais feijõezinhos mágicos?

“Encontrar quem primeiro? Albus ou Malfoy?” Era uma pergunta tão típica que nem percebi que ela estava ansiosa pela resposta. Grunhi com o quase deslize que cometi “Scorpius”

Ela bufou. “Essa é fácil, está no segundo andar”.

Olhei-a intrigada e a pergunta que não queria calar saiu. “Porque diabos vocês ainda se chamam pelo sobrenome? E por que você sempre sabe onde ele está?”

Libusee dobrou o dedo num gesto me convidando a me aproximar. Eu o fiz, e ela olhou para os corredores com cuidado e foi se aproximando mais. Mas que droga ela ia me beijar? Ela parou a centímetros e fez uma pausa dramática. Eu queria voar no pescoço dela, e estava numa posição fácil de se concluir isso.

“É...Segredo” Então se afastou, saltitando em direção as escadarias.

Eu corri atrás dela tentando lhe dar um tapa. Estávamos rindo e já lado a lado quando eu insisti.

“Não é sério...Como? E por que?”

Ela pensou um pouco.

“O por que… é segredo. E não insista. O como? Hmm deixe-me pensar se irei te revelar..” Ela se aproximou de novo, mas não parecia consciente disso “Eu coloquei um feitiço de localização nele.”

“É sério?” Olhei assustada para Libusee. Ela chegou tão longe assim? Achava que ela tinha dificuldades na matéria, apesar de dizer que estava melhorando cada dia mais.

“Não, sua boba. Eu só pergunto para ele” Ela riu da minha cara.

“Mas não dá para saber o tempo todo.”

“Bem… Como eu sei o tempo todo? Segredo. Mas por que a curiosidade?”

“É que Scorpius é um verdadeiro lorde, e, bem… vocês são parecidos.”

“Está mesmo tentando me empurrar pro Malfoy?” Ela me olhou zangada “Sabe que não dará certo. Eu ainda amo Albus” E então ela parou.

Aí estava a grande mancha negra entre nós. Eu… bem...Gostava sim do Albus, mas havia tanto entre nós que nos impedia de realmente ficar juntos. Brincadeiras à parte, era realmente uma decisão difícil. Mas além disso, estava o fato que quando achei que Libusee o amava como um irmão, ela também o amava como uma mulher ama a um homem. Nós continuamos subindo, até que mudei de assunto. Não era legal quando caiamos nesse tópico.

“O que ele está fazendo no segundo andar? Lá só tem…” fiquei roxa “banheiros”.

“Ele só pode estar em um.” E ainda assim Libusee continuou andando na direção dos banheiros.

Realmente, tem alguma coisa ali entre eles. Mas o que?

“Chegamos” Ela parou em frente ao banheiro feminino, e eu abri a boca. Eu sabia que os rumores dele ser pegador eram equivocados, mas será que ele tinha mentido? Será que?

Libusee abriu a porta, e eu estava pensando se eu realmente queria ver o Scorpius enroscado com alguém. Mas o que vi era o absurdo dos absurdos. Scorpius estava todo largado no chão do banheiro. Ele vestia apenas a calça preta do uniforme, a blusa branca desabotoada e com as mangas para cima, seu cachecol cinza e conversava animado com a Murta que Geme.

O QUE? Libusee entrou e fez uma reverencia para a Murta que começou a rir.

“Olá Myrtle. Posso sequestrar Malfoy de você? Está na hora do jantar e precisamos alimentá-lo, não acha?” Libusee falou brincalhona.

“Estou aqui ouvindo tudo, sabe?” Scorpius tentou agir como se estivesse chateado.

“Eu prometo que te devolvo depois do jantar” Libusee inclinou a cabeça indicando-o com um gesto.

“Oh sim, ele precisa comer. Está magrinho, magrinho” E ao dizer isso a Murta passou a mão na barriga de Scorpius que se endireitou, provavelmente pelo frio, e em seguida a Murta atravessou o corpo dele e apareceu a minha frente. “E você? A garotinha do Potter. Hunf, aceite logo esse rapaz, eu já cansei dessas menininhas chorando aqui no meu banheiro”

“Ah.. Olá Myrtle” Lembrei que foi assim que Libusee a chamou “Eu vou pensar no caso.”

Depois de algumas despedidas, nós saímos e caminhamos em silêncio por um tempo. E quando este mesmo silêncio começou a me incomodar.

“Hora de buscar Albus?” Falei entre dentes.

“Não sei se vai querer encontrá-lo agora.” Scorpius me olhou de rabo de olho.

“Por que?”

“O baile está chegando. E ele vai bolar algo diferente. Tenho certeza”

Abracei Scorpius na hora. “E você vai me salvar de um mico com ele, certo?”

Scorpius sacudiu a cabeça. “Eu não fui ao baile ano passado por um motivo, não vou repetir o mesmo erro de tentar te fazer feliz mocinha.”

Libusee riu.

“Nós podemos fazer algo juntas. Eu também não fui no baile ano passado”

Isso fez com que eu e Scorpius parássemos. Nós nos olhamos, e ele parecia aflito. Ergui uma sobrancelha e ele voltou a andar. Definitivamente tinha algo aí.

“Por que não foi? Tenho certeza que foi convidada”

“Recusei todos. Eles queriam sair com a Roweninha! Detestei esse apelido. Todos queriam o rostinho bonito e ninguém me queria porque sou quem sou.” Ela deu de ombros “E também… Não sei dançar”

Como se o pior dos problemas dela fosse saber dançar. Ela recebendo milhares de convites e eu nenhum.

“Vocês sempre podem ir juntas.”

“Não! E qual seria a graça?” Sacudi a cabeça, mas nenhum dos dois pareceu prestar atenção. “Scorpius por que não ensina a Lib a dançar?”

Os dois me olharam atravessado. Tudo bem, não estava mais aqui quem falou.

“Se você fosse ao baile Lib. Se soubesse dançar e tivesse um par que você tanto quer, que temática gostaria de ir?”

Com isso, tive a atenção de Scorpius. Interessante.

“Acho que… Sempre quis ir a um baile de máscaras. É mais ousado sabe? Poderia usar até mesmo as perucas dos trouxas. Ninguém saberia que sou eu. Então poderia ir até mesmo sem par” Libusee comentou e deu de ombros. Mas agora nós estávamos nos entreolhando.

♠♠♠

Depois do jantar, enquanto todos se dirigiam para seus respectivos dormitórios eu me esquivei e sai de perto de Libusee. Fui na direção da casa de Sonserina e fiquei esperando Albus e Scorpius. Quando Albus me viu, seu sorriso foi imenso, mas eu faria aquele sorriso morrer já, já.

“Antes que comece a comemorar. Não, não vim por você. E ao mesmo tempo vim.” Torci o nariz desgostosa “Vamos aos pontos. Eu acho que Lib nunca foi a um baile. Não acho, tenho certeza. E ela comentou que gostaria de participar de um de máscaras. Que até iria sozinha. Então eu digo que esse ano o tema será de Máscaras”.

Albus cruzou os braços.

“Tem toda uma votação e indicação de temas. E precisa de um apoio. Não é tão fácil assim”.

Estava na hora de me sacrificar pelo bem do time.

“Faremos assim, Scorpius vai sugerir e você vai apoiar a ideia. Todos vão achar que você vai aprontar algo para o baile. Então vão aceitar o tema. Em troca eu vou com você no baile”.

“Nossa, por que estou me sentindo usado?” Albus bufou.

“E por que eu tenho que sugerir o baile?” Scorpius reclamou.

Garotos. Tão lentos.

“Você vai fazer o que estou mandando Albus. E quanto a você, venha comigo” Sai puxando Scorpius pelo braço, mas parei e apontei para Albus “E não, é um assunto particular e você não vai me seguir”.

Quando finalmente nos afastamos de todo mundo, sentamos nas escadarias e Scorpius pareceu aguardar o que eu tinha para falar.

“Vai desembucha”.

“Desembucha o que? Esqueceu que foi você que me chamou aqui?” Ele virou o rosto.

“O que está acontecendo entre você e Lib?” Já que ele queria enrolar, vamos ser diretos, assim ele não teria fuga.

Scorpius ficou vermelho.

“Eu iria pedir pelo tema. Acho que Albus iria me apoiar, afinal é para isso que servem amigos. Mas agora você tirou toda a graça do pedido”

“Scorpius...Quando você disse que não tinha... ficado com ninguém, era por causa da Lib, não é? Eu achei que era por minha causa…”

Ele pareceu agitado. E percebendo que não tinha como dizer não ele abaixou os ombros num claro sinal de desistência.

“Posso perguntar por que você achou que era por você?”

“O baile serve de algo? Além do que depois achei que você tinha me beijado..”

Scorpius começou a rir, levantou-se e sacudiu meus cabelos.

“Você tem muito com o que se preocupar” Ele fez um gesto de cabeça indicando o dormitório de Sonserina. “Além do que, você pode comemorar. Você passou na frente. Deu seu primeiro beijo antes de mim.”

Malfoy estava se afastando quando eu pulei na direção dele para impedi-lo.

“Por que? Por que não tenta nada com ela?”

Ele parou no lugar. Acho que atingi o ponto certo, mas ele simplesmente ficou ali. Plantado no chão sem reação alguma. Quando ele virou para mim, seu rosto era um semblante de pura tristeza. Será que ele sabia que ela…? Era obvio que ele sabia.

E eu aqui, sendo uma tola tentando forçar algo que não seria fácil.

“Achava que aqueles de Sonserina não desistem nunca do que querem. Sempre vão atrás do que desejam, custe o que custar”

Isso tirou um sorriso dele. Scorpius levantou dois dedos até a testa, me cumprimentou e partiu.

♠♠♠

Eu deveria ter partido. A saída de Scorpius foi perfeita, digna de um romance histórico onde o herói (ou talvez o antagonista) parte. Mas não...Eu tinha que dar uma de enxerida.

Ouvi a voz de Albus, quem provavelmente tinha vindo atrás de nós. Fui questioná-lo para saber se ele ficou ouvindo conversa alheia como sempre fazia (comigo geralmente) quando o tom da voz dos dois se tornou alterada.

Então ouvi o som de briga e corri para encontrá-los. Albus e Scorpius estavam na frente da entrada de Sonserina se pegando de rolar no chão. Scorpius estava agora sobre o corpo de Albus socando-o no rosto, quando Albus deu um impulso e jogou Malfoy de lado. Ele devolveu os socos. A porta se abriu e vários alunos saíram e ao ver a briga rodearam-nos. Alguns começaram a gritar ‘Potter’ e ouvi muitos ‘Malfoy’. Ainda tinha uns ‘Acaba com ele’. Só que não pude saber de que ‘ele’ estavam falando.

Não sei quando durou, mas em algum momento, ambos resmungaram algo que soou próximo a ‘traidor de araque’. O que foi muito estranho, por que não era um resmungo comum. Eles pararam de se bater e ficaram se encarando. Isso fez com que a multidão desse um passo para trás. Será que eles iam começar um duelo de magia. Vi ao longe o Barão analisando-os com um olhar orgulhoso. Se é que poderia chamar aquilo de orgulho. Então sem mais nem menos os dois começaram a rir.

ELES RIRAM! Depois de se engalfinharem no chão, estavam rindo. O que acontece com esses meninos? Os outros que tinham saído para ver a luta deram por finalizada e voltaram para o salão comunal. Scorpius e Albus estavam se abraçando. Um dizia algo como ‘Foi mal..’ ou ‘Eu devia ter explicado antes’. E foi ai que eles viram que eu estava parada os observando. Albus se endireitou e tentou parecer o melhor que podia com todos aqueles cortes e manchas de hematomas.

“Que foi?” Ele perguntou todo pomposo.

O que foi? Eles quase se mataram e agora estavam rindo e é ELE quem me pergunta o que foi? Eles são um caso perdido. Virei as costas para eles e fui embora, que eu ganhava muito mais.


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