Poemas ou Travessuras? escrita por Bianca Fiats


Capítulo 15
Capítulo 15 - Quero ficar com ela




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Eu já vi Rose ficar zangada muitas vezes. Mas nada equiparado a quando eu revelei que fui eu que a beijei na sala de transfiguração e não Scorpius. Eu achei que ela ficaria feliz, eu realmente achei. Mas acho que eu poderia ter guardado essa informação para quando não tínhamos a audiência de… metade de Hogwarts?

Ok! Essa não foi a minha melhor ideia. Por que primeiro eu estava todo contente contando sobre nosso beijo e como me segurei para não avançar mais...E no outro instante eu estava caído no chão com um nariz sangrando. Eu ia ficar lindo no dia seguinte. FATO.

A nossa plateia riu, alguns me parabenizaram, algumas meninas choraram. Alguns concordaram e perguntaram o horário que a sala é boa para ficar sozinho com uma garota. Rose saiu no meio das salvas.

“É, não foi meu melhor tiro, não é Scor..” Olhei para onde ele estava, onde ele deveria estar. Onde foi que meu melhor amigo se enfiou quando eu mais preciso dele.

Entre cotoveladas tentei sair dali, para me deparar com o professor Slughorn. Os alunos abriram espaço para ele.

“Sr. Potter, para a minha sala. Agora”

Engoli em seco. Ótimo! Mais uma bronca. Endireitei-me e acompanhei o professor. A minha pequena multidão começou a se desfazer, mas não antes de que eu puxasse Abott. Ela me olhou torto e sussurrei para ela: “Por favor, pela beleza do amor. Eu preciso de ajuda”

E ela se derreteu.

“O que precisa Albus?” Ela me acompanhava no encalço do professor, mas se ele virasse a pegaria. Então falei rápido.

“Vou precisar de ajuda. Tenho a ideia, mas só você pode ajudar a convencer as outras. Prepare-se eu vou te procurar”.

Ela sorriu para mim e concordou com a cabeça “Boa sorte Potter”

♣♣♣

Entrei na sala de Slug e sentei-me na cadeira em frente a sua mesa. Mas o professor não sentou, ele simplesmente ficou andando de um lado para o outro. Ele parava as vezes e encostava o ouvido na porta, então voltava a andar. Ficamos assim, ele andando e eu sentado por um longo tempo. Até seja lá o que ele estava ouvindo deve ter parado. O professor deu a volta na mesa e se sentou.

“Professor eu posso explicar…”

“Oras Potter deixe disso. Seu pai já enviou uma carta para a diretora e explicou. Também pediu desculpas pela preocupação e que você já foi devidamente castigado...” Ele indicou o meu olho roxo. “...Pelo Sr. Weasley”

Fiz uma careta. Doeu, mas valeu a pena. Ele autorizou o nosso namoro (claro que eu só pedi o namoro… Casamento só mais para frente, quando quem sabe ele não tiver como dizer não). Fiquei em silêncio, o que era novo até mesmo para mim. Realmente não tinha o que falar, se tudo foi explicado.

“A diretora disse que você merece um castigo daqui da escola...E eu não posso mais do que…” Fechei os olhos, essa pausa prolongada era um costume de Slug de dramatizar “...discordar!”

O QUE?

“Você está se mostrando um excelente aluno de Sonserina. Eu poderia dizer ‘mesmo com algo tão simples’, mas o amor nunca é simples, não é? Você está indo atrás daquilo que quer.”

“Ahn.. Professor isso significa que estou livre para ir? Eu tenho que fazer algumas coisas e…”

“Potter está fugindo da questão. Você virá todos os dias a noite até a minha sala. Obrigatoriamente. Você tem que ...ahn … organizar a minha correspondência. ”

“Eu tenho?” Afinal ele iria ou não me punir?

“Eu não tenho correspondências” Slug piscou. “Agora vá atrás da sua garota. Mas lembre-se, eu nunca disse algo como isso, hein?”

Se eu não estivesse tão autoconsciente eu teria dado um beijo na boca dele. Sai correndo da sala. Precisava achar Abott e tinha certeza que ela sabia muito bem o que eu precisava dela. O que eu tinha visto nela, era a sagacidade de Rose.

♣♣♣

E começam os planos para conquistar Rose. Durante a semana, foi uma situação engraçada e estranha ao mesmo tempo. Era difícil não encontrar com ela sem mandar um beijo a distância, sem soltar um gracejo aqui e outro lá. Mas depois de tantos anos convivendo com ela, sendo seu amigo, antes de primo. Nós nos encontrávamos todos os dias nas aulas que dividíamos, e era como sempre foi. Com exceções dos outros alunos agora me apoiando. O que foi interessante de ver. Quando soltavam “Ohs”; quando passávamos lado a lado. Ou quando recebia um tapinha no ombro ou ouvia algo como “Vai fundo Potter”. Não vou perder tempo com os comentários maldosos ou mensagens de ódio e raiva que recebi, porque isso é facilmente ignorável.

Libusee andava agora lado a lado com Rose, o que me custava a acreditar. Mas fazia sentido, ela era incrível e merecia ter o apoio de uma amiga. Especialmente da minha garota. Eu devia estar com o peito todo empinado como um galo, porque Scorpius arranhou a garganta com um profundo “Aham” e eu me endireitei na cadeira.

Estava ansioso. Por que meu plano “Quero ficar com Rose” começaria em breve. E ela nunca ia saber o que a atingiu. Rose estava fingindo que o dia de minha volta nunca aconteceu. O que iria falhar miseravelmente com meu plano por vir. Scorpius tinha se fechado como um caixão e se antes ele não falava na frente de ninguém que não fosse qualquer um de nós, agora ele estava mortalmente calado.

Estávamos na biblioteca estudando quando uma das alunas de Lufa-Lufa entrou. Ela parou em frente a Rose. Fiz um gesto para que ela falasse, e Rose ergueu a sobrancelha questionadora. A garota sorriu e se apresentou.

“Sou Grace Rogers. Albus disse que ficou comigo por que o tom do meu cabelo é igualzinho ao seu”

A pena de Libusee caiu da mesa, Rose escancarou a boca e Scorpius fechou os olhos. Ué. Não era essa reação que eu esperava. Fiz um gesto para que a próxima entrasse. Uma garota de Corvinal agora.

“Olá sou Marge Jackson. Albus disse que ficou comigo por que o formato da minha boca se parece com a sua”.

Agora Rose tremia. Ela se virou para Libusee.

“Você está ouvindo esse som irritante? Achei que a biblioteca fosse um lugar para estudar”

Libusee olhou para Scorpius, que como estava de olhos fechados ainda, não respondeu ao seu apelo silencioso.

“Basta ignorar como eu sempre fiz durante anos. Você se acostuma.” Ela deu de ombros.

Poxa Lib! Ela não estava ajudando. As duas garotas sairam e uma terceira entrou.

“Eu me chamo…”

“Não interessa” Rose ergueu-se “Vamos para o lugar do início?”

Libusee concordou e disse para que ela fosse na frente.

“Poxa fadinha, não vai me apoiar?”

E recebi um olhar gélido. Até mesmo para ela. Arrepiei-me, ela parecia exatamente com a Dama Cinzenta.

“Desculpe Albus, mas dessa vez vou ficar do lado de Rose” Ela sacudiu a cabeça “Jogar na cara que você ficou com todas as garotas do colégio, não é agradável.”

“Onde é o lugar de início?” Perguntei curioso, e já pensando em pedir para as garotas não se apresentarem mais desse jeito.

“Não vou contar. É segredo de amigas” E dito isso ela partiu.

“Scorpius, você sabe onde fica?” Ele finalmente me olhou.

“Sei”

“E... ?” Quando ele não respondeu eu insisti “Onde fica?”

Ele sorriu e aproximou-se. Por alguns instantes achei que ele fosse me beijar de tão perto que ele ficou. As meninas suspiraram e pareciam tão ansiosas pelo desfecho que se aproximaram também. Então Scorpius apertou minha bochecha, próximo ao agora meio esverdeado olho direito.

“Dessa vez estou no ‘time Rose’. Boa sorte tentando conquistá-la”

Eu quis esmurrá-lo. MUITO. E tive que lembrar que ele era meu amigo. Era?

“Scorpius” murmurei muito irritado.

“E… Como eu posso dizer, contei algumas senhas para ela sem querer. Não era para falar?”

E ele foi embora com elas.

TRAIDORES.

♣♣♣

Segunda fase do plano. Descobrir o lugar de início. E interceptar Rose de todas as formas possíveis. Modo? Ela não poderia evitar os locais em comum de todos. Agora todas as garotas que estavam apoiando minha causa, sempre que a viam diziam ‘De uma chance a ele’.

Percebia pelo modo dela de andar que aquilo a estava irritando muito. E que melhor jeito de ter a atenção de alguém é fazendo-a sempre se lembrar de mim?

O tempo passou e eu não fiquei apenas nos pedidos das garotas. Espalhei presentes para ela por todo o colégio. Pirraça atrapalhava (obvio) escondendo os presentes. Mas sei que ela encontrou alguns. Rose ama pelúcias, e obvio que eu fui atrás das mais variadas pelúcias. Pendurei na janela dela, nos corredores, pelo corrimão, na mesa de jantar, na carteira dela, na biblioteca. E todos eles com o bilhete: ‘Me dá uma chance?’

Quando não pareceu surgir efeito, fui além e enfeiticei o teto de alguns cômodos de Hogwarts (o que me rendeu uns pontos a menos E mais castigos). No teto quando ela passava, o som de fogos de artifícios podia ser ouvido de todos os lados e os fogos estouravam formando a frase? “Me dá uma chance?”

Com o tempo sem que eu precisasse pedir, as pessoas começaram a me apoiar. Ouvia rumores de gente dizendo ‘Pelo amor de Merlin aceita logo esse rapaz. Já não aguento ler essa maldita frase.’ ou então ‘Ele é tão divertido, ao menos sua vida nunca teria momentos de tristezas’. Tinha alguns incentivos sem sentido também, como ‘Fica com ele porque assim eu posso namorar em paz.’ ou ‘Ele não é velho ou barrigudo, então dá pro gasto’ (essa não entendi direito).

Mas por bem ou por mal, eu não iria desistir. Iria fazer Rose perceber que nós fomos feitos para ficar juntos.

Além do que… o baile estava chegando!

E enquanto bolava meu próximo plano, terminava de encher o armário dela de pelúcias de pufosos.


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