Sentamos ao redor do leito de meu companheiro grifinório na ala hospitalar. O lugar está com o cheiro das hortênsias que Gina deixa em cima do criado-mudo.
O motivo do desânimo foi um desmaio de pensamentos lúgubres, que permeiam uma mente cansada de ser controlada.

Voldemort parece ter ganhado mais uma vez, quando, na verdade, cada fisgada no cérebro de sua cobaia nos rende um alerta: uma guerra está por vir.

Gina funga enquanto observa a cicatriz na testa do enfermo, suas mãos trêmulas. Porém, ela sabe que ele não sofre risco de morte. Sinto-me subitamente triste pela ruiva, aquela pena pelos amores não correspondidos, lágrimas que dançam disfarçadas de indiferença.

A languidez que se apodera da ala hospitalar chega a ser quase grotesca quando Harry finalmente acorda. Estamos todos esperando uma reação dele há horas. Depois de um domingo recheado com trovoadas, o suave meio sorriso que ele abre no rosto é capaz de clarear o temporal.

Também é maravilhoso ver o ambiente se transformar com apenas um sorrir e o mundo volta a ser um conjunto de pequenos fragmentos de alegria, alívio e esperança. Vi pelo canto do olho que até Madame Pomfrey sorriu discretamente ao lado dele.