—O que ele queria dizer com “os Nightmares não são inimigos?” –Miki pergunta em voz alta, se relembrando de sua conversa com Samuel enquanto se sentava em sua cadeira após ter feito toda a vistoria na pizzaria –Bem, eles parecem bem hostis... –ela encara a câmera que os mostrava –Será que eles vão reviver alguma hora como o Freddy e companhia? A Letícia não falou nada sobre ter mais crianças... Ficar fazendo teoria agora não vai me ajudar. –com um suspiro, ela se levanta e pega um suco de uva.

Antes de voltar a se sentar, o telefone sobre sua mesa toca:

—Freddy Fazbear’s Pizzeria, Miki falando. –ela fala automaticamente:

—Boa noite Miki, como vai?—a voz de Stephen soa do outro lado da linha:

—Ah, tudo tranquilo, sempre de olho nas câmeras. –ela toma um gole do suco, se sentando de volta na cadeira:

—Então, liguei para lhe perguntar algo relacionado as câmeras.

—Algum problema?

—Estava vendo as gravações dos dias anteriores...—Miki engole em seco, ela não havia pensado que ele iria ver as gravações e descobrir sobre os animatrônicos assombrando tudo –Depois de um certo horário, as gravações ficam com interferência em algumas câmeras.

—Ué, interferência?

—Sim, inclusive fui ver aqui, e algumas câmeras estão com esta mesma interferência enquanto conversamos. Queria saber se é só um problema com as gravações...

—Quais câmeras?

—A do salão do Freddy, a dos Toys, a cozinha e o corredor que liga as duas alas...—Miki olha cada uma das câmeras, notando que eram exatamente as em que havia algo de diferente:

—Então eles já começaram a se mover... –ela sussurra:

—O que?

—Não tem nada de errado aqui, nenhuma mudança.

—Bem, é estranho, mas como você está fazendo um bom trabalho, vou confiar.—ele faz um som na outra linha –Estranho, a câmera que fica de frente para a porta da sua sala acabou de ficar com interferência...

—Hein? –uma batida soa em sua porta, ela arregala os olhos:

—O que foi isso?

—E-eu bati na mesa sem querer. –ela engole em seco, olhando as câmeras e vendo algo que não esperava:

—Tem certeza que está tudo bem?

—Tudo suave. –ela tenta soar confiante:

—Certo, tenho que desligar agora, amanhã irei verificar as câmeras para ver o que está dando nas câmeras.

—Sim senhor.

—Até mais.—e ele desliga. Miki coloca o telefone de volta no gancho e suspira pesadamente. Outra batida soa na porta, fazendo-a abri-la cautelosamente:

—Yaar, venha comigo, agora.

—Não vai pular na minha cara? –Miki encara a raposa pirata, que agarra seu pulso e começa a arrastá-la pelo corredor –E-espera! O que você está fazendo?! Eu não vou até aquele urso dos infernos! –ela tenta se desvencilhar dele:

—Não vou levá-la até o Freddy, estou te ajudando maruja!

—Ajudando me tirando do único lugar seguro desse inferno?

—Lá não é mais seguro.

—Claro que é!

—Argh, apenas me siga!

—Não tenho muita escolha com você me arrastando assim. –Foxy a encara com ódio –Tá, vou me calar.

—Que bom que entendeu.

Foxy a guia até o salão dos Nightmares, onde os mesmos estavam desligados:

—Yaar, ela está aqui.—Foxy anuncia. Detrás do Freadbear, Puppet surge e vai até Miki:

—Hein? E não é que o pirata não estava mentindo? –Miki fala, Foxy apenas revira os olhos -Então ele é amigo? Não vai me matar mesmo?

—Sim, assim como o Golden Freddy. –Puppet indica o urso dourado que estava em um canto escuro, sentado no chão, parecendo desligado. Miki levanta uma sobrancelha e olha Puppet –Ele precisa de tempo ainda.

—Entendo... A raposinha aqui me expulsou da minha sala alegando que lá não era mais seguro, poderia me explicar? –ela aponta para Foxy, notando que o mesmo ainda segurava seu pulso –Acho que não precisa mais se assegurar que não vou correr.

—Yaar, me desculpe.—ele solta seu pulso, recuando um passo:

—Pedi para o Foxy lhe trazer até aqui porque ontem, durante nossa conversa, Freddy... “Mexeu” nos Toys.

—Com mexeu você diz?

—Bagunçou a programação deles, fazendo-os serem seus soldadinhos.

—Então além de me preocupar com um urso, um coelho e uma galinha, tenho que me preocupar com os maquiados também. –ela suspira –Eles também estão possuídos?

—Yaar, não, só há seis almas, Freddy apenas mexeu em alguns circuitos para os Toys fazerem o que ele comandar.—Foxy fala:

—Apenas robôs, saquei. Mas por que me tiraram do escritório?

—Porque diferente de Freddy, os Toys irão usar de qualquer meio para chegar em você. —o olhar de Puppet a faz arrepiar –Uma portinha é a mesma coisa que nada para eles.

—E uma vez pega, vão explodir minha cabeça na parede. –ela relembra dos pesadelos –E ainda vale para eles a regra de “amanhece e param de se mexer”?

—Sim, Freddy precisa estar ativo para eles serem violentos.

—O que faço então?

—Estou fazendo o mesmo que Freddy fez, mas para nos ajudar, porém só amanhã os Nightmares irão ativar. Por hoje, é bom você não permanecer no mesmo local por muito tempo, já que os Toys estão rondando tudo e uma vez que te acharem, você já sabe. Foxy e Golden podem te ajudar a se esconder e despistá-los.

—Yaar, pode contar comigo maruja, sou uma raposa extremamente rápida!—Foxy faz uma pose triunfante:

—Tem certeza que é uma boa me deixar com ele? –ele perde toda a pose e bufa com o comentário dela:

—Confie no Foxy.—e com isso Puppet volta para atrás dos Nightmares:

—Yar, você é uma mulher de pouca fé.—Foxy pega a mão dela e a guia para fora da ala dos Nightmares.

Enquanto caminhavam no corredor, Miki encara a raposa:

—Por que você fala como um pirata? Não era para você falar normalmente?

—Digamos que os circuitos mexeram um pouco com a minha cabeça.—ele a olha -Pode-se dizer que assimilei um pouco da identidade do animatrônico, todos nós temos um pouco do que é o animatrônico.

—Hm, por isso vocês se chamam pelo nome dos animatrônicos ao invés de seus nomes verdadeiros?

—Sim, e também pelo fato de que alguns de nós já esqueceu qual era seu nome antes de… Você sabe.—ele para, as orelhas levantam, o tapa-olho levanta, revelando o olho robótico -Venha, em silêncio. -ele sussurra, a puxando para dentro do banheiro masculino. Com uma rápida inspeção, ele abre uma das portas e a faz entrar, colocando-a em cima do vaso sanitário e fechando a porta atrás de si, trancando os dois dentro da cabine.

Foxy faz um movimento para que ela fique em silêncio, encarando a porta.

Passos metálicos soam, Miki coloca as mãos na boca, se forçando a não emitir som algum:

—Quem quer ouvir um solo de guitarra?—uma voz robótica assustadora soa, aquela frase era gravada, Miki conclui que aquele seria um dos Toys a procurando para matá-la.

As portas começam a ser abertas violentamente, ele estava a algumas cabines de distância dos dois, o frio do medo começa a tomar conta do corpo dela.

A porta da cabine ao lado deles é aberta violentamente, quase fazendo-a soltar um grito, que ela consegue sufocar a tempo. O Toy para na frente da cabine deles, ele estava parado, parecia que sabia que havia alguém dentro:

—Onde você se escondeu?

Ele estende a mão para abrir.

Um choro assustador e agoniante o faz parar, Miki arregala os olhos, vendo que quem emitia tal som era Foxy. O Toy se afasta da porta, se virando e saindo do banheiro.

Quando não podiam mais ouvir os passos dele, Foxy se vira para Miki, que finalmente consegue respirar:

—O que foi isso?

—A versão horrível maquiada do Bonnie.

—Não, não é disso que estou falando. A-aquele choro…

—Oh, aquilo não é nada, era apenas para ele achar que a Chica ou o Bonnie estavam aqui, já que eles só conseguem chorar desde que retornaram… —ele a ajuda a descer:

—M-mas aquilo…

—Yar, não fique pensando muito sobre isso, só vai apenas deixá-la mais triste maruja. Tudo que precisa saber é que nós choramos deste jeito, e se ouvir enquanto eu não estiver perto, afaste-se e se esconda.—ele afofa a cabeça dela -Vamos sair daqui, algum dos Toys deve vir aqui de novo e meu choro não irá funcionar sempre.

Concordando com a cabeça, Foxy pega sua mão e os dois retornam para os corredores:

—F-Foxy… O que havia de errado com o Golden Freddy? -ela finalmente pergunta algo que a incomodou desde que viu o urso amarelo:

—Yar, de todos nós, Golden foi o que mais sofreu com esse retorno forçado… Desde que ele foi assassinado, uma culpa o corrói por dentro. Quando fomos libertados, ele havia se livrado dela, mas retornando desse jeito fez todos seus tormentos retornarem ainda mais fortes.—Foxy a olha -Ele apenas quer que este pesadelo acabe de uma vez…

—Todos queremos. -ela encara o chão.

Foxy estanca, fazendo-a olhá-lo, seguindo seu olhar:

—Arg, esqueci que essa peste é muito rápida.

—Hi!—Balloon Boy os encara:

—Droga. -o animatrônico começa a rir descontroladamente:

—Ele está avisando os outros!—Foxy se vira para onde haviam vindo, estancando na hora.

Mangle estava agarrada aos canos no teto, o olhar fixado diretamente em Miki:

—O que fazemos agora?

—Já está quase amanhecendo, você só tem que fugir por mais alguns minutos. —ele rosna, tentando chamar a atenção da raposa branca.

Em um movimento rápido, Mangle se atira em direção a Miki, que é jogada para o lado e Foxy vai ao chão agarrando Mangle, que tentava abocanhá-lo:

—Corra! Eu segura essa coisa!—sem pestanejar, Miki começa a correr, o que ela não esperava era entrar no salão dos Toys:

—Me deem um prêmio de inteligência, porque Deus, como sou idiota! -ela ironiza.

Passos metálicos soam, ela entra em pânico, olhando para os lados. Algo puxa seu braço e tampa sua boca, puxando-a até um canto escondido do salão:

—Acalme-se, os Toys não vão achá-la aqui. -ela olha para cima e vê que seu salvador era Golden Freddy, que destampa a boca dela:

—A-achei que você estava no salão dos Nightmares… -ela sussurra:

—Cansei de ficar me culpando por tudo enquanto alguém precisa de ajuda. —ele a encara -Já fiz algo terrível quando estava vivo, porém agora entendo que esse retorno forçado não foi culpa minha.

—Quem…

—Os Toys estão voltando para o palco. —ele a interrompe, vendo os Toys passando por eles sem os notar. Quando todos passam, Golden a encara -Eu fiz meu irmão ficar em coma por causa de uma brincadeira estúpida.

—Espera, você é irmão do…

—Sim.—ele afaga a cabeça dela -Obrigado por ter ido falar com o Sammy, me ajudou muito.

Miki sorri, Golden a olha calorosamente e subitamente para:

—Acho que deu o horário deles. -ela suspira, olhando os Toys que estavam todos em seus lugares no palco -Agora é me preparar para o embate com o Molinhas, e torcer para ele não pirar quando descobrir sobre meu emprego. -com isso ela começa tentar levar o Golden Freddy de volta para o palco dele.