Desperate Souls escrita por Lolita Moe


Capítulo 19
Capítulo 18 - Aquele que sobreviveu


Notas iniciais do capítulo

Yo!
Então, minhas aulas voltaram, mas vamos tentar não desanimar não é?
Então, originalmente esse capítulo era para estar no anterior, mas como o anterior estava um tanto qnt tenso... Resolvi deixar esta parte separada, é a vida né? (Q?)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/651565/chapter/19

—Espera, você o que? –Miki encara Letícia, as duas saindo da sala:

—Eu achei o garoto que levou a mordida, bem ele é um adulto agora, mas você me entendeu. –Letícia olha para o chão –Veja isso como... Um pedido de desculpas pelo que ocorreu ontem no seu apê.

—Não estou com raiva, você estava certa. –Miki leva sua mão até seu braço enfaixado, que estava escondido abaixo das mangas de sua blusa:

—Eu? Certa?

—Sim. –ela abraça a amiga –Ontem eu entendi que preciso conversar com ele, ouvir dele a história, e é isso o que vou fazer amanhã, já que vamos nos encontrar com...

—Samuel, o nome dele é Samuel.

—Certo, Samuel... –as duas se encaram –E onde vai ser? É muito longe daqui?

—É perto daqui na realidade, recomendo irmos logo, você ainda tem aquele seu trabalho amaldiçoado de madrugada. –e as duas saem da faculdade.

—---

As duas param na frente da porta de uma casa, Miki sentia certo receio:

—Tem certeza disso? –ela olha a amiga:

—Está tudo sob controle, não se preocupe. –Letícia sorri e toca a campainha.

Em alguns instantes a porta é aberta, um homem de cabelos grisalhos sorri para elas:

—Olá! –ele exclama, sorrindo radiantemente:

—Oi, meu nome é Letícia, eu liguei para o senhor ontem... –ela toma a frente:

—Ah sim, a garota da amiga que trabalha de guarda noturna na pizzaria! –ele olha Miki –Suponho que você seja essa amiga.

—Sou Miki, prazer. –ela sorri:

—Vamos, entrem, vou pedir para minha esposa fazer chá. –ele as deixa passar enquanto as guia até a sala –Fiquem à vontade, já retorno. –e ele sai para onde elas presumiram que fosse a cozinha:

—O que foi que você falou para ele? –Miki olha a amiga, enquanto as duas se sentavam no sofá:

—Sobre a pesquisa e o seu trabalho, não mencionei nada sobre o Molinhas ou os bichos possuídos.

—E ele aceitou falar com duas estranhas sobre uma tragédia pessoal?

—Eu já superei aquele acidente há anos. –a voz dele as assusta, que não o viram voltar e que já estava se sentando na poltrona em frente –Não vejo problema algum falar sobre isso.

—Desculpe-me se soei rude... –Miki olha para suas mãos:

—Não, você está certa, eu que sou estranho por aceitar tão de boas. –ele ri –Mas me diga, o que desejam saber sobre aquilo?

—O que aconteceu em maiores detalhes.

—Conhecemos as entrevistas, mas obviamente você ocultou muitas coisas, não? –Letícia pergunta:

—Ah sim, realmente, nunca falei tudo na televisão, não era uma história que eu me orgulhasse de ter tal fama, e se eu falasse tudo que aconteceu no período que fiquei em coma, iria ser taxado de louco. –ele fica sério, suspirando e encara as duas –Mas vou abrir uma exceção para vocês duas e contar tudo. –as duas se encaram, engolindo em seco –Hahaha, não precisam ficar com essas caras! –ele ri, cortando o clima de tensão –Então... Por onde será que começo? Ah, do começo, claro!

Miki e Letícia se entreolham, o olhar dizendo que Samuel não batia bem da cabeça:

—Bem, naquela época eu ia fazer meu aniversário na pizzaria, não que eu tivesse amigos, mas meu pai insistiu, afinal a festa ia render algum dinheiro pra ele, pois veja bem, meu pai era um dos criadores da Fazbear.

—Você é filho de um dos sócios da Fazbear Entertainment? Nossa... –Letícia fica perplexa:

—É, meu pai ajudou na criação dos animatrônicos, mas ele se envolvia mais nas vendas –Samuel pensa um pouco –E como eu era o filho de um dos fundadores, todos os dias eu ia até a pizzaria, eram me dado os brinquedos também, sabe, aqueles bonecos dos animatrônicos. Pensando agora, meus únicos amigos eram meu irmão, os bonecos e um cara que trabalhava lá e usava uma das roupas... Qual era o nome dele mesmo? –ele fica pensativo, fazendo uma careta:

—Se não me engano era Shaun, né? –uma senhora entra na sala com uma bandeja:

—Shaun! Isso! –ele sorri –Você tem uma memória melhor que a minha, e olha que só nos conhecemos muito depois das pizzarias!

—É que você não parava de falar que sentia falta do Shaun, que desapareceu após você ter acordado do coma. –ela coloca a bandeja na mesa de centro e serve chá para todos:

—É, foi estranho, ele evaporou depois que aconteceu a mordida. –ele toma um gole do chá –Enfim, minha festa ia ser na pizzaria de meu pai, e como era uma ocasião especial e ele sabia que eu adorava o Fredbear, ele trouxe não só ursão como o Spring Bonnie pra festa também. –ele sorri tristemente –No dia da festa, meu irmão e uns amigos dele resolveram fazer uma brincadeira idiota, sabe, sem pensar nas consequências, coisa de criança.

—E essa brincadeira foi te colocar na boca do Fredbear?

—Sim, meu irmão sabia que eu adorava o ursão, então pensou “por que não fazer ele dar um ‘beijo’ no urso? ”, porém ninguém esperava que o mecanismo que o fazia mexer a boca fosse tão forte. –ele bebe outro gole do chá –Fui direto para o hospital, fiquei em coma por ano. Nesse um ano, meu irmão me visitava todos os dias, pedia desculpas pelo que fez. Pode me chamar de louco, mas eu ouvia ele chorando, pedindo perdão, até que um dia, eu não o ouvi mais.

—Ele...

—Ele desapareceu um mês antes de eu acordar, nunca foi encontrado. –coloca a xícara na mesa –Mas eu lembro que antes de acordar, Fredbear falou comigo. Eu sei, isso soa totalmente maluco, mas eu lembro até hoje as exatas palavras dele.

—O que ele disse?

—“Você está quebrado. Ainda sou seu amigo. Você acredita nisso? Eu estou aqui. Eu vou te consertar. ” –ele recita –Quando ele falou isso, eu acordei, engraçado né? –ele encara Miki –Depois disso voltei para casa, nunca mais frequentei uma pizzaria e jamais soube o que aconteceu com meu irmão.

—E os pesadelos? –Miki pergunta:

—Pararam depois de um ano, mas agora que você mencionou, sonhei com eles ontem, mas não era um pesadelo. –ele fica pensativo:

—Como você fez para parar os pesadelos? Como superar um trauma?

—Você é alguém como eu era, não é? –ele a olha com compaixão –Não existe uma receita para se seguir, infelizmente. Na época eu apenas deixei de ter medo, afinal, mesmo sendo criaturas horripilantes cheias de dentes, eles ainda eram meus amados amigos. Quando entendi isso e aceitei, consegui seguir em frente. –ele se levanta, as duas fazem o mesmo –Desejam perguntar mais alguma coisa? –as duas se entreolham:

—Não, o senhor já nos ajudou muito. –Letícia sorri e eles se cumprimentam. Quando Miki chega perto dele, ele a puxa para um abraço:

—Puppet quer que você tome cuidado hoje, Freddy não está nem um pouco feliz por estar perdendo em seu próprio jogo. –ele fala de modo que só ela escute:

—Como que... –os dois se separam do abraço e ele abre um enorme sorriso:

—Vamos, vou acompanha-las até a porta! –ele as guia até a porta:

—Obrigada por toda sua hospitalidade Senhor Samuel. –Letícia sorri:

—Que nada! E me chame de Sammy, por favor! –ele ri –Ah e Miki, não se esqueça, os Nightmares não são inimigos.

E com essa frase misteriosa se encerra a conversa com aquele que sobreviveu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vamos ver se vou conseguir postar mais um capítulo ainda essa semana, senão, bem, semana q vem capaz de sair kkkk
Até o próximo capítulo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Desperate Souls" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.