Miki não entendia onde estava. Em um momento estava na sua sala vendo televisão, e agora estava em uma sala apertada com TVs, um ventilador e duas portas de cada lado:

—E-eu... Estou sonhando? –parecia real demais para um sonho.

O telefone do seu lado toca, assustando-a. Um homem começa a falar, aquilo era uma mensagem gravada. Ele fala que ela aceitou um trabalho na Freddy Fazbear’s Pizzeria:

—O quê?! Não, outro pesadelo não! –ela berra para o telefone, tentando em vão falar com a voz gravada, que apenas continuava falando sobre os animatrônicos –Porque estou sonhando sobre isso?! Eu nunca sonhei com isso! –ela berra e a mensagem termina.

Miki balança a cabeça para frente e para trás, se encolhendo na cadeira, já conhecia as histórias acerca daquele local, porém uma coisa ela sabia, todos os guardas que trabalharam lá foram assassinados, e boatos diziam que foram os animatrônicos:

—Não, eu não quero outro pesadelo com robôs! –ela ouve um barulho perto da sua porta, fazendo-a parar de falar.

Com um movimento rápido, acende a luz e dá de cara com um coelho roxo. Com um movimento de desespero, ela fecha a porta, o coração a mil.

Uma risada ecoa, um barulho do outro ado. Ela acende a luz, a galinha a encarava pela janela, a porta é fechada. Miki verifica a outra porta, o coelho já havia saído, ela abre a porta:

—Acorda, acorda, acorda! –ela bate na própria cabeça, na tentativa vã de sair daquele pesadelo.

Risadas. Miki olha para os lados, entrando em pânico. Quando tenta fechar a porta que havia recém aberto, o disposto falha:

—Não, não, não, NÃO! –ela berrava a cada clique que não funcionava. Risadas soam na sua frente, lentamente ela olha para cima, vendo o urso marrom demoníaco a encarando –Por quê?

A enorme mão do urso agarra seus cabelos, arrastando-a para fora do escritório. Ela gritava, chorava, chutava o ar na tentativa vã de sair dali, de acordar, porém a dor parecia real demais para um mero pesadelo.

Ele a leva para dentro de uma sala lotada de partes animatrônicas, havia uma roupa de urso no centro, um urso dourado:

—Me solte! Não! –ela berra quando o urso a ergue e se prepara para coloca-la dentro da roupa:

—A culpa é sua...—ele fala e a coloca dentro da roupa, que no momento que Miki a vestiu completamente, mecanismos se ativam e cortam seu corpo inteiro, sangue jorrando por tudo, ela sentia suas entranhas saindo para fora de seu corpo. Enquanto berrava, o urso a encarava enquanto ria...

Miki acorda berrando, completamente molhada de suor e o rosto coberto por lágrimas. Ela ainda tinha a sensação de estar sendo perfurada:

—Miki. –ela olha para o lado, Springtrap a encarava, parecendo preocupado –O que aconteceu?

—O-o urso... –ela gagueja, engasgando em seguida e chorando. Ela não conseguia parar de chorar, aquele tinha sido um pesadelo completamente diferente de todos que já teve, tão mais real, envolvendo algo totalmente diferente do animatrônico destruído ao seu lado.

Springtrap não sabia o que fazer. Ele havia se reativado quando ouviu os berros de Miki, ficou chamando-a, tentando acordá-la, e agora ela estava tremendo enquanto chorava, e ele estava desesperado, não era acostumado com esse tipo de comportamento.

Seguido pelos instintos, Springtrap se senta ao lado de Miki, coloca seus braços ao redor dela, numa tentativa desengonçada de abraço. Ele a sente retesar por um instante, surpresa pelo movimento dele, porém se acalma em seguida, chorando agora com o rosto encostado no peito do animatrônico.

Os dois ficam assim até ela parar de tremer, o choro diminuindo. Quando ela se acalma totalmente, Springtrap a encara:

—Dormiu novamente... –ele sussurra ao vê-la com os olhos fechados, o rosto com um semblante mais sereno –O que será que a fez ficar neste estado? –ele pergunta, deitando-a novamente na cama e observando-a pelo resto da noite.