War Angel - Renascença escrita por Dálian Miller


Capítulo 30
Capítulo 27 – A Clave de Sol


Notas iniciais do capítulo

Bem, penúltimo capítulo aqui. Notei que alguns leitores andam bem atarefados, então fiz esse capítulo um pouco menor, mas acredito que o próximo ficará acima de 2000 palavras, por isso, quero que respondam nos comentário se gostariam que eu dividisse o capítulo final em duas partes, cada uma com pouco mais de 1000 palavras ou se posso deixar como capítulo único mesmo.
No mais, boa leitura! :D



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~ Capítulo 27 – A Clave de Sol ~

 

O desabrochar da manhã encerrava com louvor o combate dos irmãos Olafs contra as criaturas do submundo. Apesar do amplo número, não eram dotados de grande força física e mágica.

— Terminamos... Finalmente! – Exclamou Mylla agachando-se e apoiando o corpo com seus braços sobre os joelhos.

— Ainda bem, não consigo invocar nenhuma gota a mais de água. – Ayurik suspirou cansado, quando avistou uma névoa negra e densa se aproximar com grande velocidade.

Assim como um eclipse total em extremo potencial, as cores se perderam em meio à forte escuridão, limitando a visão humana a alguns centímetros.

Apesar de estarem com um dos sentidos limitado, a audição dos jovens continuava atenta a qualquer som, captando movimentos rápidos tão próximos que causavam tremor. O suspense de não poder enxergar o que se movia e emitia barulhos estranhos à sua volta, deixou Mylla em pânico, não poderia enfrentar outro inimigo, estava exausta, e seu irmão se encontrava na mesma situação.

Andando mais ao Norte, Tsifer seguia brincando assim como um gato diante de suas presas, desfrutando de seu poder pleno e dominância. Em contrapartida, Witc e Lina encontravam-se exauridos de magia e forças para fugirem. Rapidamente o nevoeiro tomou o local, deixando visível apenas o vulto das chamas de Tsifer.

— Acho que me cansei de vocês, não há graça em enfrentar oponentes quase mortos. – Disse o demônio. – Me livrarei e seguirei em frente, afinal, não posso perder para meu companheiro Néfiron ou para a princesinha. –Logo criou uma grande bola de fogo e a mirou na direção de Lina. – Você será a primeira. Teria um belo futuro como bruxa, até poderia ser uma oponente digna algum dia, mas escolheu o caminho errado.

Será que tudo terminará como naquele sonho?— Lina! – Berrou Witc ao fechar os olhos, incapacitado de se mover. Ao abri-los novamente, uma lágrima percorreu seu rosto sujo de terra. Parado em frente aos dois, Wechar havia interceptado o ataque com uma imensa barreira rochosa. Seu corpo havia mudado: Em seus braços asas azuladas se destacavam ao torna-lo mais veloz e, em uma das mãos, um cajado que emanava uma poderosa áurea verde, curando Witc e Lina parcialmente enquanto Tsifer permanecia paralisado por um feitiço conjurado pelo druida momentos antes da barreira surgir.

— Não faz parte da natureza dos druidas entrar em combates, mas não posso permanecer inerte diante dessa situação, onde vejo crianças e companheiros serem mortos pela crueldade e inutilidade dos seres deste mundo. Posso não salvar todos e posso até morrer aqui, mas levarei comigo quantos inimigos puder! – Exclamou com fervor.

— Senhor Wechar?! O que aconteceu... Está diferente. – Murmurou Witc surpreso.

— Essa é minha transformação mais ofensiva, graças a ela que sua irmã ainda está viva, apesar dos graves ferimentos em seus braços. – Com rapidez, o druida retirou duas sementes de uma pequena comporta presa em sua cintura e as enterrou, banhando-as com sua magia logo em seguida. Poucos segundos foi o tempo necessário para que dois brotos de arvorosos germinassem da terra com toda a pureza de sua espécie. – Tome, mantenha-o sempre sobre seu dorso, irá curar seus danos físicos e irá recuperar parte de seu poder. O outro deixarei com sua irmã. Garoto, você tem o elemento ar ao seu lado, ele acelera sua cura e deve usá-lo para ir mais rápido, não deixe que as criaturas sombrias encontrem a esfera, você é o único que pode seguir neste momento, eu ficarei para neutralizar aquele demônio e ajudar os outros herdeiros. Agora vá!

— Mas... Tudo bem, obrigado, senhor Wechar. – Assentiu e partiu em seguida.

***

Em Déviron Garden, Rose permanecia nas redondezas de sua residência, protegida pelos Olafs: Marie, uma atiradora que atuava de forma sutil em seus dias de trabalho como caçadora, e Jonh, o habilidoso ferreiro, especializado na criação de machados estilizados.

A tormenta que devastou a cidade parecia ter se afastado, contudo, as marcas deixadas foram o suficiente para mostrar o quão grande era o poder das criaturas do submundo sobre os humanos.

Em passos lentos, Rose segurava Escófia enquanto andava por seu jardim em pedaços. As roseiras e margaridas quebradas entristecia a senhora, embora nenhuma causasse tanta angústia quanto a roseira azul espedaçada, a qual Lina havia cuidado com muito carinho quando pequena.

— Tão jovens e uma responsabilidade imensa... Meu pequeno super-herói cresceu seguindo os passos de seu pai... Quem diria que um dia minha menininha também iria se arriscar assim? Eu queria poder ajuda-la... Ser mais útil de alguma forma... – De maneira lenta, lágrimas escorriam por sua face, tocando as pétalas azuis caídas sobre o solo. Ao levantar-se, Rose avistou novamente a tumba brilhante um pouco mais ao fundo e ouviu uma voz a chama-la.

Venha! Venha!

— Há mais alguém por aqui? – O pequeno felino se agitou, saltando de seus braços com velocidade e correndo para a direção oposta em seguida. – Escófia?!

Venha! Venha!

— Será que tem alguém ferido por aqui? – Rose caminhou até o objeto brilhante, agora com rapidez. O clima gélido a fez sentir fortes calafrios. Então, seus olhos vislumbraram a imagem de cinco símbolos sobre a superfície da tumba cintilarem enquanto a mesma voz lhe sussurrava palavras soltas e comandos que não faziam sentido.

O herdeiro da luz... Encontre o herdeiro da luz.

— Quem é o herdeiro da luz? Ou o que é o herdeiro da luz? Quem está falando? E que símbolos são esses? – Indagava com curiosidade ao tocar a lado superior do sepulcro.

O mundo está quase sem luz... Estão reivindicando-a.... O Sol logo se apagará em meio a escuridão e eles temerão por suas vidas sobre as chamas.

Os comandos se encerraram com o símbolo da Clave de Sol acendendo mais forte e desaparecendo em seguida, quando algumas folhas em branco caíram aos pés de Rose, que desmaiou de forma misteriosa instantes depois.

Use-as com sabedoria!

***

Não tardara, Witc já havia chegado a entrada da caverna. Inúmeras criaturas rondavam sua entrada, embora poucos conseguissem entrar. O primeiro desafio fora descoberto: Era necessário possuir um nível de magia igual ou superior a três para ultrapassar a fronteira entre o exterior e o interior da caverna. Não parecia lógico, a princípio o feiticeiro fora arremessado para trás antes de dar o segundo passo, mas conseguiu, na tentativa seguinte, através da exposição de sua áurea como escudo.

— Ufa! Ainda bem que tudo está escuro lá fora e tenho esse amuleto para me guiar. Eu teria problemas se aquele gigante conseguisse me ver. – Suspirou com tranquilidade antes de notar vultos se moverem rapidamente a sua volta, voltando ao estado de alerta. – Amiguinho, segure firme, há mais inimigos aqui. – Sussurrou ao pequeno arvoroso em seu ombro e correu em seguida. Será que ela já está... Aqui? — Acho que sim. — Respondeu a si próprio ao observar Akira saltar sobre uma cratera que se estendia de um lado ao outro do corredor por onde seguiam e com um raio de aproximadamente três metros, marcando o segundo obstáculo do garoto e de seus rivais.

Saltos de longas distâncias não eram problemas para usuários de magia elementar do tipo ar, e ele logo atravessou, continuando seu percurso até chegar à bifurcação, a chamada Duas Gargantas.

— E agora, por qual caminho devo seguir? Queria que Lina estivesse aqui... – Seu terceiro desafio possui uma margem de erro de 50%, valor alto o suficiente para fazê-lo parar e pensar bastante.

Enquanto o medo da falha e a pressão por representar seus amigos e demais herdeiros paralisavam Witc, Lina se recuperava com a ajuda do pequeno broto de arvoroso e Wechar enfrentava Tsifer em um combate arrepiante.

De um lado, os ataques destrutivos das lâminas banhadas em chamas, do outro, uma forte defesa de pedra enriquecida com minerais altamente resistentes quando no solo e uma alta velocidade quando no ar. A capacidade adaptativa do druida era tão rápida quanto os movimentos do demônio, virando o jogo a seu favor novamente.

Preciso encontrar um jeito de impedi-lo de invocar esse escudo de pedra e deixa-lo mais lento. Pensou Tsifer. Mais uma vez criou uma tropa de elementais e começou observar o comportamento de seu inimigo. – Já sei! – Riu com sarcasmo.

Tão rápido quanto seus surgimentos, os monstros de fogo desapareceram, abrindo espaço para a formação do grande círculo mágico de onde surgiu garras de tamanho colossal e que paralisaram Ippy na ilha outrora. Wechar não entendeu a princípio, mas sua experiência o fez suspeitar de um forte ataque, recuando em seguida. E estava certo. Rapidamente uma cratera formou-se entre ambos, de onde um barulho ensurdecedor escapou. Segundos de silêncio se sucederam antes que o imenso Elemental de fogo em forma de dragão saísse com velocidade, sobrevoando sobre suas cabeças e criando um círculo de lava que ia de Wechar a Tsifer, como a limitar uma arena de batalha. Entre as chamas, ele pousou atrás de seu domador, curvando-se para que o mesmo pudesse montar sobre seu dorso.

Ainda exaustos e próximos dali, Mylla e Ayurik eram cercados por um novo inimigo: Néfiron, que trazia consigo seus soldados zumbis. Também em sua forma demoníaca, com seis mãos flutuantes, tórax marcado pela aparição de seus ossos envoltos de faixas e uma cabeça, também flutuante, com longos cifres ligeiramente curvados, o necromante se apresentou:

— Certamente não me conhecem, mas não faz diferença, serei a última coisa que verão...

— Ainda não, cabeça de bode! – Berrou Shawn chegando em seu jipe acompanhado por Zenkatsu. – Vem pegar alguém do seu tamanho. – Ao chama-lo com as mãos, ele sussurrou Decompor, explodindo vários zumbis que avançavam em sua direção.

— Então você é o feiticeiro que causa tanto temor aos demônios, não é mesmo?! Atraente! – Murmurou levando uma de suas mãos à face esquelética e descendo-a por sua boca enquanto a outra segurava um lampião, revelando suas expressões sádicas. – Muito atraente!

Olha o que Rose me enviou

 


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo: Capitulo 28 (final) – O primeiro Santuário e a Princesa de Gelo + Epílogo (Bônus)

Até mais!!! :D