War Angel - Renascença escrita por Dálian Miller


Capítulo 10
Capítulo 9 - Correr ou Morrer


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, postando esse capítulo mais cedo, pois terei que viajar e não poderei postar essa semana, e para avisar que War Angel passará uma semana em hiato, mas irei retomar a estória na semana seguinte.

O capítulo teve algumas mudanças consideráveis no final e tem uma surpresa rsrs!
Acho que só.
Boa leitura!



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~ Capítulo 9 – Correr ou Morrer ~

 

Após percorrerem quase 100 quilômetros, os aventureiros chegaram ao porto. Havia dezenas de barcos no local. Alguns de pesca, outros de transporte ou turismo.

Eles pararam o carro, desceram e foram até um píer onde estava um veleiro e um senhor de pele clara, barba grisalha, com uma blusa florada e um short de tecido fino.

— Está um belo dia para uma pescaria, senhor Ryser. – Comentou.

— Tenho que concordar com você amigo, mas não estou aqui para isso. Hoje levarei estes três jovens e o lagarto à ilha.

— Isso me faz lembrar os meus velhos tempos de infância. – Riu. – Me daria a honra de conduzi-los?

— Com todo o prazer. Vamos crianças, subam no barco. – Prendeu o cabelo em forma de rabo de cavalo e embarcou também. – Ah, e meu carro?

— Não se preocupe, meu neto irá guarda-lo.

Então, partiram em direção à ilha situada a algumas milhas do continente. Ansioso pelo o que poderia encontrar, Witc observava tudo calmamente e com cuidado. Ter a presença fraterna tão próxima era raro para o garoto. Ele abriu um grande sorriso e voltou a observar o mar em sua calmaria.

— Pai, quanto tempo iremos ficar na ilha?

Em tom de seriedade, Shawn respondeu: – Darei todos os detalhes quando chegarmos.

Enquanto tentava subir em um caixote centralizado entre Witc e Mylla, Don indagava com dificuldade sobre a alimentação. – Ei... – Se jogou de bruços sobre a tampa de madeira, deixando a luz refletir o verde água de suas escamas. – Ufa! Amigão, lá vai ter leite?

Ainda surpresa com o lagarto, Mylla murmurou: – Você tem uma alimentação muito diferente para um lagarto. – Agarrou uma bolsa próxima a ela, de onde retirou um depósito contendo um pequeno bolo de prestígio. – Witc, eu trouxe isso para você.

— Quando você fez esse bolo? – Perguntou Ayurik surpreso.

— Ontem. Você já estava dormindo, irmãozinho. Aceite Witc. – Insistiu.

— Tudo bem. Muito obrigado. – Ele recebeu o presente e o guardou para comê-lo depois.

— Amigão, posso comer um pedaço? Só um. Você nem vai notar. Por favor.

— Depois, Don. Senão acabará enjoado.

Enquanto as crianças conversavam, golfinhos saltavam em volta do barco e pequenos arco-íris se formavam entre as gotículas de água deixadas pelo rastro do salto.

Após algumas horas, chegaram ao seu destino. A ilha possuía uma pequena praia onde ancoraram a embarcação, o restante da costa era coberto por rochedos. Sua vegetação era típica de clima tropical, com árvores de médio e grande porte, ambiente úmido e fauna diversificada, espalhada por mais de 6 mil quilômetros quadrados, e uma montanha na parte Sul da ínsula.

— Então, quais serão as regras, senhor Ryser? – Indagou Ayurik com imensa curiosidade.

— Ainda não. Sigam-me.

— Para onde estamos indo, pai? – Witc questionou.

— Calma! Apenas me siga.

Logo puseram as mochilas nas costas novamente e adentraram naquela floresta. Andaram alguns minutos e encontraram um pequeno casebre de madeira.

— O que é aquilo, amigão?

Entre grandes árvores, avistaram o que seria uma cabana, aparentemente abandonada. Várias plantas parasitas cresciam sobre o telhado de madeira e entre as tábuas apodrecidas das paredes. Em volta, gramíneas amontoavam-se entre si, outras cresciam de forma a encobrir as falhas na base das paredes.

— É um tipo de refúgio. Agora está abandonado, mas serviu para eu me abrigar durante um tempo. Construí com ajuda de alguns amigos quando era mais jovem. Vocês ficarão aí. – Disse Shawn.

— Como assim “vocês ficarão”? – Mylla estranhou por que tanto mistério e por que apenas eles ficariam.

— Foi isso que ouviram. Não poderei ficar aqui com vocês. Tenho meu trabalho e além do mais, deixei minha esposa e Lina sozinhas. Podem acontecer outros ataques e precisarei protegê-las. Em breve a trarei também.

Witc jogou suas duas mochilas no chão e reclamou sobre a decisão. – Pai, quem irá nos treinar? O pescador? – Apontou para o senhor ao seu lado. – Sem ofensas.

— Tudo bem, garoto, mas não serei eu. Garanto que seu pai pensou em tudo.

— Amigão, vai ter comida? – Sussurrou Don ao agarrar a barra da calça de Witc.

Shawn agarrou um caixote trazido pelo pescador e o abriu, mostrando seu conteúdo. – Aqui tem comida e água para vocês se alimentarem durante uma semana, mas precisarão pescar, caçar e encontrar frutas para complementarem a alimentação.

— Vamos, senhor Ryser? – O pescador chamou ao tomar o caminho de volta.

— Já estou indo. – Ele se aproximou de Witc e tocou sua cabeça. – Ficará tudo bem, filhão. Eu também passei por isso e olhe como estou hoje? Em alguns dias voltarei. Cuide-se. – Ele retornou pela trilha para o barco e sumiu entre as folhagens após alguns instantes.

O vento balançou a copa das imensas árvores de modo a derrubar algumas folhas sobre aquele solo argiloso e coberto por uma gramínea de tonalidade verde clara. Apenas alguns fios de luz penetravam aquelas gigantes centenárias e podiam tocar o chão.

Mylla segurou o braço de Witc. – E agora? Se aparecer algum bicho, você me protege, Witc?

— Não... Não é bem assim, Mylla. – Ele respondeu encabulado.

— Amigão, me proteja também. – Don agarrou a perna de Witc.

— Esperem... – Ele se desequilibrou e caiu para trás. – Não posso proteger vocês. Nem sabemos se há algum animal perigoso nesta ilha.

— Ele tem razão. Primeiro precisamos descobrir o que há dentro daquela cabana. – Comentou Ayurik.

— Vocês notaram algo de errado com aquela árvore? – Sussurrou Witc ao apontar para um espécime de sequoia à esquerda deles. Seu tronco possuía em torno de dois metros de diâmetro e suas raízes criavam fissuras entre si que podiam esconder até um urso de médio porte. – Não sei ao certo, mas acredito que suas raízes mudaram.

— O que você quer dizer com isso? Acho que está do mesmo jeito. E você, Mylla?

Voltando a visão à árvore apontada, a garota não percebeu suas alterações. – Também não notei nada diferente, irmão.

— Pode ser bobagem, mas... Por um momento pensei que algo estava saindo daquela árvore, e... – É interrompido.

— Bem observado jovem. – Respondeu um ser estranho. Ele tinha orelhas pontudas, chifres semelhantes aos de um alce, mas não tão grandes. Suas vestimentas se assemelhavam a folhas que cobriam seus ombros e se estendiam até os pés. Em sua mão direita segurava um cajado e no braço esquerdo repousava uma ave de rapina.

— Quem é você? – Gritou Witc em repúdio à criatura.

— Ora, eu sou o guardião desta floresta, pequeno aventureiro. Talvez não me conheça, então permita-me apresentar para vocês. Meu Nome é Repsy Wechar ou como alguns me chamam, o espírito observador. Sou um tipo de Druida e este é meu amigo, Ippy. – Apresentou a coruja marrom.

— Então, vieram treinar? Uma vez fui procurado por um mago. Ele pediu-me para ensinar alguns feitiços a seu filho. Era um garoto talentoso. Aprendeu rapidamente e em poucos dias já podia controlar os quatro elementos. Gostaria de vê-lo em outra ocasião. Certamente seria um aliado formidável ou... Um inimigo muito poderoso.

Novamente uma brisa passeia entre as árvores. Eles escutam um barulho distante e olham para todos os lados, mas nada viram.

— Amigão, estou com... – De repente um bando de pássaros sobrevoa a floresta como se estivessem a fugir de um predador. Apesar de silenciosa, a escuridão que nascia com a distância e o medo do desconhecido tornava o ambiente sombrio e hostil.

— O que foi isso? – Gritou Mylla correndo para as proximidades do refúgio, entretanto, não conseguiu entrar. – Está trancada.

Ao mesmo tempo ouviram um rugido, e os outros correram para a porta.

— Você sabe como abrir esta porta? – Witc bradou a Wechar, que nada respondeu.

— Abre, abre. – Ayurik estava desesperado.

— Talvez meu pai tenha deixado a chave na mochila, esperem um momento. – Alguns arbustos balançaram a poucos metros de onde eles estavam. – Droga! Droga! Não estou achando, que merda, não está aqui.

— Você tem certeza, Witc? – Questionou Mylla. – Meu Deus! Witc, ele sumiu... O druida sumiu. – Algo surgiu atrás de Mylla e tocou sua cintura com o focinho. – Ele está aqui! Ele está aqui!

As expressões de pânico destacadas na face do garoto loiro ao ver a fera afetaram o animal e o deixou ainda mais aterrorizante. – Ai meu Deus! Mylla, não faça nenhum movimento brusco.

— O que é... – Em apenas um pulo, a pantera saltou sobre ela e parou entre os três jovens. O grande felino de cor negra, apesar de cercado por quatro presas, ainda possuía vantagem e rosnava sem parar enquanto girava para observar qual iria atacar primeiro.

— CORRAM! – Witc ordenou ao soltar a mochila em suas mãos e partir o mais rápido possível.

Os jovens saíram em disparada, porém, para lados distintos. A ilha já reservava grandes surpresas para aqueles aspirantes do mundo mágico, e não os recebeu calorosamente.

[...]

Aos poucos a noite tingia aquele céu claro com um luxuoso azul escuro e pontos brilhantes por toda parte. Sobre o mar, a exuberância da Lua refletida naquelas águas negras. Próximo à cabana, Wechar notou um bolo caído ao lado de uma das mochilas, e passou a refletir sobre como seguiria com os visitantes. – Dois herdeiros! Logo verei até onde irão e de que lado estão.

Mapa de Parlahir


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo: Separados

Até breve!!!