I am the Target escrita por Hawtrey, KCWatson


Capítulo 16
Decisões


Notas iniciais do capítulo

Olá de novo! Nos perdoem pela demora, mas eu prometo que vão ser recompensados futuramente :) Eu e KPrince pensamos em muita coisa pra essa fic, muita coisa mesmo! O proximo capítulo já está pronto =D mas a postagem vai depender de vocês hein! Quero todos comentando, precisamos saber o que estão achando da fic, podem dizer gente! Sério! Muitas pessoas estão acompanhando e pouquissimas comentando e por falar nisso... um AGRADECIMENTO ENORME para Tsubasa Watson ( que a gente já ama desde o primeiro capitulo), Luara94 (que também é um amor de presença), Senhorita Watsonia (que vez ou outra nos alegra com sua presença) e Alexandra Marques (não suma querida! Amamos você também) que comentaram o último capítulo ♥ ♥ ♥ ♥

ATENÇÃO: Estou sentindo falta de algumas pessoas como a linda da Kia Araujo. Thatie, Jess (♥), Ariane Araujo, Jisbon Joanlock (escrevi certo?), Crissieddie (onde vc tá? Não se va!), Sobek (♥) e muitos outros que sumiram pelo mundo... voltem!

Nós temos pizza!

Nós temos Joanlock!

Nós temos um capítulo bem decisivo pra você u.u

Obs: A KPrince que escreveu o capítulo, mas nós duas pensamos nele. Mas não nos odeiem ♥



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A primeira coisa que sentiu foi a dor de cabeça.

Abriu os olhos lenta e dolorosamente, notando uma luz fraca que passava entre as cortinas entreabertas. Respirou fundo e se remexeu na cama, sentindo todo o seu corpo pesado. Mas quando se virou, paralisou. Bem na sua frente, ou melhor, bem ao seu lado, estava o rosto de seu melhor amigo.

Sherlock dormia tranquilamente, na verdade nunca o vira tão tranquilo, dormindo ou não. Ela queria ter aproveitado aquela imagem, mas a realidade a atingiu bruscamente.

Ambos dividiam a mesma cama e estavam nus.

— Ai meu Deus!

Levantou-se abruptamente, fazendo Sherlock se assustar e cair para o outro lado da cama. Ergueu-se do chão na mesma velocidade que ela se levantou e olhou em volta, assustado:

— O que houve? Tudo bem?

Joan imediatamente fechou os olhos ao se lembrar da nudez. Sherlock arregalou os olhos, percebendo o mesmo fato e ficando completamente constrangido pela primeira vez em muitos anos.

— Acho que estou com problemas...

Ela engoliu a vergonha e voltou a abrir os olhos. Não ousou olhá-lo, apenas concentrou sua atenção no chão onde suas roupas estavam espalhadas.

Droga. Droga. Droga!

Encontrou uma calça e a jogou para ele sem a coragem para fita-lo. Em seguida encontrou seu vestido e vestiu. Só precisava de algo para se cobrir.

— Watson, espera — ele pediu colocando as calças às pressas.

Ela ignorou e passou por ele com pressa. Como iria manter essa parceria depois disso?

Nós transamos!

Desceu as escadas quase correndo e foi até a cozinha, imediatamente começando a revirar os armários. Sherlock a seguiu, já vestido, temendo a reação dela.

— Por favor, me escuta. Eu posso explicar.

Você? Nós dois fizemos isso! Joan bufou e finalmente o encarou.

— Explicar o quê? Tudo está bem claro. Nós transamos!

— Sim, isso é obvio. E eu posso dizer que foi realmente muito bom.

Ela paralisou. O susto de acordar ao lado dele foi tão grande que nem havia parado para pensar no ato em si. Havia gostado? Pelo menos se lembrava?

Não! Não pense nisso Watson!

— Isso não importa! — exclamou voltando a procurar o que queria. Finalmente tinha encontrado uma sacola de lixo — Não devíamos ter feito isso! Eu não sou você Sherlock, eu não consigo transar com um amigo e depois fingir que nada aconteceu.

— Eu nunca dormi com um amigo e nem tive muitos.

— Você me entendeu! — ela disse exaltada, deixando a sacola sobre a mesa e indo até a geladeira.

— O que está fazendo? — Sherlock finalmente perguntou estranhando as ações dela.

— Mesmo que eu quisesse muito fazer qualquer coisa desse tipo com você, eu jamais faria em respeito a nossa amizade. Então se isso aconteceu com certeza eu estava bêbada e provavelmente você também.

Retirou a primeira garrafa e a cheirou, imediatamente sentindo o cheiro forte de álcool. Só para ter total certeza tomou um gole, fazendo uma careta ao sentir o liquido queimar sua garganta.

— Como não sentimos isso...

― Tenha calma Joan.

― Calma? ― ela retorquiu irritada e ergueu a garrafa em suas mãos ― Sabe o que é isso? Álcool. Sabe o que significa? Que a sua sobriedade já era.

― É com isso que está preocupada? ― Sherlock questionou revirando os olhos.

Joan bufou e começou a derramar o liquido na pia.

― Com isso, com nossa parceria, com a minha sanidade... não vamos esquecer do Holloway, nem as possíveis câmeras espalhas nessa casa e nem os informantes que devem estar espalhados pela cidade e que com certeza não estão do nosso lado.

Poderia completar a lista mentalmente, incluindo nela todos os Holmes e a enorme carga que ganhava ao se envolver com eles, amistosamente ou não. O que tinha na cabeça ao aceitar o acordo de Morland? Ah sim, salvar o filho dele é claro.

― Você não deve se preocupar.

O tom de voz de Sherlock soou estranho aos ouvidos de Joan e isso a fez se virar. Havia um brilho incomum em seus olhos, algo como raiva e agora ela estava confusa.

― Não devo? ― questionou abandonando a garrafa.

― Não ― ele respondeu sério ― Não estou interessado em ter nada sério com você.

E foi assim que ele a destruiu. Com poucas palavras e tão facilmente quanto possível.

E era ali que Joan tinha que tomar uma decisão: seguir em frente ou desistir. Estava ali, dividindo a casa com ele, em parte por não conseguir fugir, porque tudo parecia forçá-la a voltar e em parte porque simplesmente o amava. Não era mais um segredo, ao menos não para ela, nem era algo que tentava negar com todas as forças. Disso já tinha desistido.

Mas agora sabia que aquele amor a mataria, pois estava disposta a arriscar tudo sem Sherlock lhe dar nada, sem nem ao menos ter conhecimento do que está acontecendo. Era sua decisão: ajudaria a livrá-lo do perigo de morte, cuidaria de Holloway com ou sem ajuda e depois partiria... à procura de paz ou qualquer coisa que não a enlouqueça depois.

― Está chateada comigo? ― Sherlock perguntou se aproximando.

Joan piscou repetidas vezes e engoliu tudo o que estava sentindo.

― Não... eu compreendo. Já esperava algo assim de você.

Sherlock engoliu em seco e Joan recuou, apoiando-se na bancada.

― Isso nunca deveria ter acontecido.

Joan controlou a vontade de gritar. Não sabia ao certo se estava com raiva de si mesma ou dele, afinal, compartilhava da mesma opinião. Por mais que quisesse, aquilo nunca deveria ter acontecido.

Quantas vezes precisava repetir a si mesma que Sherlock não era um homem de relacionamentos e que um filho não mudava nada nele? Levando em conta que ele queria deixar o menino com uma assistente social, não podia esperar algo muito diferente mesmo.

No final não importava o que sentia, o que acontecia ou se haviam se beijado ou não, Joan sabia que nunca poderia esperar muito de Sherlock Holmes.

― Que bom que concordamos então ― disse finalmente, tentando soar indiferente.

― Não fique tão chateada comigo Joan.

― Watson ― ela corrigiu quase sem pensar. Quase.

Havia decidido, não é?

― Como? ― Sherlock questionou confuso enquanto se aproximava com cautela.

― Nada de Joan, isso é intimidade demais pra você até onde lembro. Somos colegas de trabalho e nada mais, lembra?

― Não somos mais parceiros?

Ela vacilou sob o olhar frágil dele e diante da pergunta direta. Não posso voltar atrás, isso é o melhor para ele. É o melhor que posso fazer agora.

― Não desde o momento em que me afastou do caso de Holloway.

Algo no olhar de Sherlock sumiu e de repente ali não estava mais seu parceiro, mas sim o homem que conhecera no inicio da sobriedade, aquele que a tratava mal e abominava qualquer companhia duradoura.

― Como quiser, Watson.

Joan engoliu em seco e lhe deu as costas.

― Daqui a pouco estou saindo, mas tarde volto para pegar minhas coisas.

Fechou a porta com rapidez e não se atreveu a parar ali, deixando-se pensar no que acabara de fazer. Precisava se trocar e sair daquela casa o mais rápido possível ou ficaria tentada a desfazer tudo o que tinha feito até ali, naquela curta manhã. Abaixou-se ao lado da cama e alcançou todos os papeis que estavam presos. Eram uma mistura de documentos de possíveis suspeitos e de suas próprias anotações. Abriu a bolsa e tentou encaixar tudo dentro, incluindo seu celular e qualquer misero papel que pudesse denunciar o que estava fazendo às escondidas. Ignorou as roupas de Sherlock no chão e retirou os lençóis da cama, deixando claro que não voltaria a dormir ali novamente, em seguida revirou as gavetas para se certificar que nada suspeito ficaria para trás.

Terminando isso, apressou-se em tomar banho, enfiou-se em um jeans e uma blusa qualquer, então agarrou seu casaco, sua bolsa e saiu. Ao fechar a porta hesitou. Ainda se lembrava de encontrar bilhetes de Sherlock presos ali logo no inicio, quando decidira seguir os passos dele... a pilha de livros que ele a fazia ler, os enigmas estranhos que ela demorara a  se acostumar e os hábitos incomuns de um homem incomum. Lentamente seguiu pelo corredor e entrou no quarto provisório de Arthur, lamentando.

Seu plano de ensinar Sherlock a ser um pai havia acabado antes mesmo de ela conseguir algum resultado, o menino voltaria para a mãe e Sherlock voltaria a ficar sozinho. Segurou a vontade de se aproximar e pedir desculpas ao bebê que dormia, desculpas pelo abandono, pela desistência ou qualquer que fosse a besteira que estava fazendo. Por um momento fechou os olhos e lembrou-se da primeira vez que ouvira o violino de Sherlock pelos dedos do mesmo. Era a primeira vez que não era um barulho que não a deixava dormir.

Obrigou-se a abrir os olhos e sair dali, logo a sra. Hudson chegaria e cuidaria de Arthur, então ele ficaria seguro nas mãos da mãe.

Desceu as escadas sem olhar para nada além da porta, então enquanto alcançava as chaves alguém bateu. Imediatamente virou a cabeça e encontrou Sherlock a encarando, agora a tensão se espalhava pelo local. O problema não era ela indo embora, mas sim quem estava batendo na porta. É claro que ele nunca admitiria, mas Joan tinha certeza de que ele sentiria falta de Arthur.

Agora ela temia por Sherlock.

Ele nunca mudaria, era verdade. Mas só o fato de ter um filho já estava mexendo muita coisa dentro daquela cabeça dura e que de alguma forma isso poderia estar enlouquecendo o velho Sherlock que a irritava tanto, aquele que abominava a ideia de família, que jurara não dar continuidade ao próprio sangue e que odiava a possibilidade de depender de alguém emocionalmente.

Estava sendo demais para ele.

Tentando ignorar aquela sensação ruim que começava a corroer seu peito e que insistia pela permanência dela, Joan abriu a porta.

Forçou um sorriso. Agatha continuava a mesma de que se lembrava, o mesmo porte profissional, mas um brilho maternal enorme em seus olhos.

― Joan ― ela saudou em tom neutro.

― Agatha ― Joan devolveu no mesmo tom ― Entre.

A mulher entrou em silêncio e olhou ao redor.

― Ele está na sala ― respondeu Joan.

― Obrigada por ter cuidado do Arthur ― Agatha agradeceu tocando suavemente o ombro dela.

― Não precisa agradecer, não cuidei dele sozinha e não foi difícil. Arthur é muito calmo.

― Conheço Sherlock o suficiente para saber que não deve ter sido fácil de qualquer maneira. Então muito obrigada.

Joan lançou um rápido olhar a Sherlock.

― Não foi nada Agatha, agora eu os deixarei sozinhos.

― Oh, não precisa. Não me importo se ficar, você tem tanto direito a receber explicações quanto Sherlock ― Agatha esclareceu.

― Não se preocupe ― forçou outro sorriso ― Eu compreendo que isso é um assunto de família.

***

― Joshua? ― chamou ao fechar a porta.

O apartamento parecia vazio, mas ela sabia que não estava. Nunca estava. Se pudesse apostar, diria que Joshua era pago somente para ficar ali.

― Essa bolsa parece um pouco pesada demais.

Ela se virou e o encontrou com as mangas da blusa enrolada até os cotovelos e um copo na mão.

― Será que vai ser um problema se eu passar alguns dias por aqui? ― questionou hesitante.

Joshua franziu o cenho.

― Senhora Holmes, o apartamento é nosso. Mas seu do que meu, de qualquer formar, pode morar aqui para sempre se assim desejar.

Joan sorriu em agradecimento e colocou as bolsas sobre o sofá.

― Problemas com o Sherlock? ― ele questionou curioso.

― Incontáveis problemas.

― Estou fazendo chocolate quente, se quiser eu te apresento a cozinha.

Ela sorriu e o acompanhou até a cozinha, onde varias caixas estavam espalhadas pelos balcões.

― O que está fazendo, exatamente?

Joshua lançou um olhar rápido para as caixas e voltou a se virar para o fogão.

― Comida. Eu moro aqui e uma vez por mês Morland manda essas caixas com qualquer comida que eu possa guardar. Agora que você vai morar aqui também, provavelmente ele mandará mais. Não se importa em dividir o lugar, não é?

― Você faz experimentos malucos ou barulhos durante a noite?

Ele riu e negou.

― Então seremos bons colegas de apartamento ― Joan afirmou dando uma última olhada no celular ― Andreia quer que eu vá a um bar com ela.

― E você vai?

― Não, só estou avisando porque mais tarde voltarei ao Sobrado para pegar o resto das minhas coisas e não vou levar o celular.

― Se ela ligar eu deixou tocando ― Joshua concluiu, rindo ― Entendi senhora Holmes.

― Por Deus, pare de me chamar assim e termine logo esse chocolate.

***

A primeira coisa que a incomodou foi o cheiro. Um perfume irritantemente doce e forte impregnava a casa. Com certeza havia uma mulher um pouquinho vulgar por ali. A segunda coisa que a incomodou foi sua mente lhe dando a certeza de que se arrependeria de ter entrado naquela hora.

Uma movimentação próxima chamou sua atenção e em seguida um discreto e inconfundível som. Sentiu o coração afundar quando uma possível cena passou em sua mente. Mais alguns passos a frente e constatou  que definitivamente deveria ter aceitado o convite de Andreia para uma noite em um bar qualquer. O alvo de seus futuros pesadelos e palavras raivosas estava ali, no meio da sala, imerso em uma mistura daquele cobertor sensual que ela tanto odiava e duas mulheres.

Não conseguia enxergá-los com clareza, talvez fosse só a falta de luz ou sua mente lhe protegendo de pesadelos mais realísticos, mas seus olhos foram capazes de notar seios assim como seus ouvidos encontraram a voz de Sherlock.

Respirou fundo e subiu as escadas silenciosamente. Pegaria algumas roupas e mostraria o quanto não havia gostado daquilo. Sim, ela escolhera ir embora e aceitara a dura concordância dele, mas deixara bem claro que voltaria no mesmo dia para pegar suas coisas. Sherlock nem se quer a respeitava mais? Naquela manhã acordaram nus na mesma cama e agora ele tentava esquecê-la com outras mulheres. Joan já agradeceria se ele ao menos cumprisse sua promessa uma ultima vez e avisasse que não deveria voltar naquele dia.

Idiota!

Depois de enfiar as roupas em outra bolsa e escrever um bilhete, desceu as escadas pé ante pé e lamentou vê-lo na mesma situação. Poderia ter sido só uma alucinação ou um pesadelo.

“Bom saber que o sexo continua sendo algo repugnante e totalmente frio para você, suas reações dizem muito. Sei que deve estar com raiva da nossa última conversa, mas eu realmente esperava mais de você, algo como respeito ou um pouco de sensibilidade talvez. Provavelmente isso é impossível vindo de você.

Mas ainda tive uma pequena esperança e realmente achei que cumpriria sua promessa uma última vez. Não me avisou sobre a visita das suas amigas e me lembro de termos concordado que eu não precisava passar por situações como essa.

Isso foi pedi muito de alguém tão superior e intocável como Sherlock Holmes?

Certifique-se de manter a casa limpa de fluídos corporais até que eu retire completamente minhas coisas e não se esqueça de alimentar Clyde e a si mesmo.

Com razão, Watson.”

Sem outra escolha, grudou o bilhete no corrimão da escada onde sabia que chamaria atenção e saiu, tentando o impossível para não se deixar magoar.


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