Presente

15 de fevereiro de 2015

Casa de Piper

19h34min da noite

Em todos os envelopes havia mais que a foto de Nico, tinha uma carta direcionada a cada uma delas, e nessas cartas tinham instruções.

Instruções que elas tinham que seguir até segunda-feira.

Annabeth e Thalia já tinham feito suas partes, e estavam arrasadas, Annabeth mandou um e-mail em seu nome, já que as instruções de -A diziam exclusivamente para ela fazer isso, para o diretor da escola na Califórnia dizendo que Percy usava Bromantan, remédio estimulante, onde deixava as pessoas mais alertas, mas era estritamente proibido por ser capaz de mascarar o uso de esteróides.

Depois de mandar esse e-mail ela chorou muito, ela tinha mando o e-mail na manhã de sábado, sozinha em seu quarto, desde sexta a noite ela não tinha aceitado nenhuma ligação de Percy, pois se atendesse ela sabia que não conseguiria fazer o que tinha que fazer.

Não agradava a nenhuma delas fazer o que  -A mandava, mas após ganhar aquelas fotos, estava claro que se não fizessem o que ele mandava até a    meia-noite do final de semana, Nico estaria morto.

Já Thalia tinha que contar o segredo de Jason, fazia bastante tempo que isso tinha acontecido, mas apenas ela e Jason sabiam, pelo menos era isso que eles achavam logo depois da morte de Beryl, a familia Grace tivera que aceitar o luto da forma que podiam, Thalia vivia trancada dentro do quarto enquanto Zeus se afogava no trabalho, mas Jason foi diferente, ele bebia, tanto que as vezes nem conseguia voltar para casa antes do nascer do sol, a única que descobriu isso foi Thalia, por puro acidente quando o irmão ligou pedindo para ela solta-lo da cadeia por ter se metido em uma briga de bar, claro que ela iria contar a Zeus o que Jason fazia, mas o mesmo implorou para que a irmã  não contasse, com a condiçao que ele não voltasse a beber nunca mais.

Mas -A tinha provas, ele tinha o documento em que mostrava quando ele tinha sido preso, as contas de inúmeras doses de bebida e ainda uma foto, mas dava para perceber a diferença das fotos que ele tinha agora e a daquela época.

Annabeth tinha deduzido que ele naquela época não perseguia elas ainda e que aquela foto tinha sido tirada por outra pessoa.

No mesmo dia Jason saiu de casa, sem dizer para onde estava indo.

Agora faltava Piper e Hazel, já era domingo, o último dia para fazerem suas últimas tarefas.

Piper estava sentada contra a porta com as mãos nos olhos, repetindo seu mantra continuamente.

"Estou fazendo o certo. Estou fazendo o certo."

Ela se sentia muito mal, não queria estragar aquilo para seu pai, mas era necessário, afinal uma vida estava em risco.

Ela usava o vestido azul que tinha comprado com Annabeth no shopping na sexta e uma rasteirinha beje, seu cabelo estava preso em uma trança de lado, e usava pouca maquiagem.

Mesmo estando bonita, nunca tinha se sentido tão horrenda, Thalia, Annabeth e Hazel tinham ido embora uma hora atrás, e desde então ela tinha se trancado no banheiro do seu quarto, apenas repetindo o seu mantra para não perder a coragem.

Uma batida na porta a sobressaltou, ela logo se levantou do canto em que estava encostada, passando as mãos no vestido para arrumá-lo.

— Filha? Está tudo bem? - perguntou seu pai preocupado, do outro lado da porta.

— Está sim - mentiu - eles já chegaram?

— Estamos te esperando lá embaixo. você tem certeza que está bem? Sua voz está estranha.

— Já estou descendo - assegurou.

Quando escutou os passos do pai descendo as escadas, ela suspirou finalmente saindo do banheiro.

"Você consegue, é a coisa certa a se fazer"

Começou a descer as escadas vagarosamente.

Quando chegou a sala, viu seu pai sentado ao lado de uma mulher alta, cabelos castanhos e no outro sofá um garoto asiático, igual a mãe, com cabelo em corte militar castanho.

Emily foi a primeira a perceber a chegada de Piper, se levantou e foi junto com Tristan até a garota.

— Filha, essa é Emily e esse é Frank - apresentou, Piper pensou nunca ter o visto tão feliz antes, apenas pelo olhar que ele dava para a mulher ao lado ficava claro que ele a amava.

— A minha querida! Seu pai me falou tanto de você! É ótimo finalmente te conhecer. - falou Emily indo abraçar Piper.

"Me desculpe pai." - pediu Piper em pensamento enquanto dava um passo para trás, mostrando à mulher para manter distância.

—Vamos jantar? - Sugeriu Tristan tentando dissipar clima pesado que tinha se instalado.

Eles seguiram para sala de jantar.

Enquanto eles falavam, Piper ficou quieta, algumas vezes eles tentavam falar com ela mas sempre recebiam respostas grosseiras da mesma.

—Quero dizer uma coisa. – falou Tristan, chamando a atenção da mesa – Bem, queria dizer uma coisa, estávamos conversando, Emily e eu e chegamos ao consenso que seria bom para o nosso relacionamento se ela e Frank viessem morar aqui em casa.

O menino engasgou com o suco que tomava, mas sorriu para o casal, porém eles nem olhavam para nenhum dos dois, trocavam olhares tão apaixonados que Piper sentiu a culpa novamente  abatê-la.

"Era a hora" - pensou Piper – “por favor me perdoe”

Ela afastou sua cadeira com brutalidade, chamando a atenção para ela.

— Piper? - Perguntou Tristan estranhando o comportamento da filha.

— Eles não vão morar aqui. - falou com a voz mortalmente fria.

— Filha- disse surpreso - ,eu pensei que não iria se incomodar com isso, mas não seria imediatamente...

— Não. Eu não quero eles morando aqui, não quero que façam parte da nossa família! –gritou fingindo estar furiosa, mas no fundo estava sofrendo muito por estar fazendo aquilo – Os quero fora da nossa vida!

— Qual é o seu problema? –falou Frank irritado, surpreendendo a mãe já que poucas vezes o via irritado de verdade.

— Tudo bem Frank – disse Emily tentando acalmar o filho.

— Não mãe, não está tudo bem! Ela vem tratando você desse jeito desde que chegamos!

— Você não se intrometa nisso! – falou Piper ríspida.

— Piper! Vai para seu quarto!  - interveio Tristan – Agora!

Piper subiu as escadas correndo, e fechou a porta com um estrondo.

Agora que a farsa tinha acabado, ela desabou tomando o cuidado para que ninguém ouvisse o seu choro, mais tarde ouviu o carro dos Zhang saindo, mas seu pai não veio vê-la, ela sentia que tinha o magoado demais.

Ouviu o som de nova mensagem vindo do seu celular, com temor o pegou na mão.

Aqui está sua recompensa por serem boazinhas...

Crescent St, 165

O tempo dele está esgotando, vocês tem até a meia-noite para encontra-lo.

—A

horas antes.

15 de fevereiro de 2015

Casa da Hazel

18h00min da tarde.

Hazel olhou mais uma vez para o envelope em suas mãos que tremiam.

Ela soluçava forte, as lágrimas caiam livremente dos seus olhos, ela não entendia como seu pai tivera coragem de fazer algo do tipo.

Esse envelope era quase o mesmo que  -A tinha mandado a ela, mas esse não tinha seu nome e nem a parte com a instrução.

De isso para sua Mãe – e junto com aquelas instruções, fotos e mais fotos.

De Hades com outra mulher, uma mulher que não era a sua mãe.

Essas eram “atuais”, não como as de Jason, mas com nitidez como aquelas que  -A tirava, mas nenhuma delas sabia exatamente quando elas tinham sido tiradas e nem onde, mas foi um choque para todas, elas nunca imaginaram que Hades de alguma forma podia ter um caso com outra mulher.

Não depois de tudo que a família Di Ângelo tinha passado.

Hazel tinha chegado a poucos minutos da casa de Piper, ela estava "preparada" para dar aquilo a mãe, mas foi surpreendida por encontrar a casa vazia, e isso tornava a coisa pior, a ansiedade borbulhava dentro dela e junto com a ansiedade, o medo e a tristeza.

Mas isso trouxe algo que Hazel só tinha entendido naquele momento, por que  -A mandaria elas fazerem aquelas tarefas? Não fazia sentido, ele já tinha mostrado fazer coisas bem piores e difíceis antes, por que fazer Annabeth mandar o e-mail, Thalia mostrar os documentos ao pai, Hazel entregar aquelas fotos? -A podia mandar aquilo por um simples correio, claro que no caso de Piper seria mais difícil, mas deveria ter outro jeito para estragar aquele jantar, então qual era o objetivo?

O objetivo é fazer a gente fazer essas coisa. - concluiu.

Ela sentia toda tristeza de ela estar fazendo aquilo, e isso devia ser o que ele  quer, fazer sofrer.

Quando ela o entregasse perderia seu pai, mas seu irmão iria estar bem.

Não havia palavras para descrever a alegria que sentiu quando viu a foto de Nico, mesmo ele estando preso e muito ferido, ele estava vivo não morto como todos achavam.

Ouviu o som da tranca sendo aberta, fazendo-a colocar o envelope atrás da suas costas, afinal não sabia se era Hades ou sua mãe.

— Filha? – Perguntou, seu sorriso sumiu quando viu o estado da filha  - O que aconteceu? Por que está chorando?

— Mãe... – falou em um fio de voz estendendo o envelope para a mulher.

Maria pegou o envelope da mão da filha com receio, o abrindo de vagar.

Quando ela pegou as fotos na mão, Hazel viu como se algo quebrasse na sua frente, Maria cobriu a boca enquanto olhava todas as fotos.

— Como... Como conseguiu isso? – Perguntou.

— Veio pelo correio. – mentiu Hazel.

Maria se sentou no sofá da sala, desolada, Hazel tentou ir até ela, mas foi impedida por um aceno de mão.

— Quero ficar sozinha, por favor, vá para o seu quarto.

Continua...