Passado

9 de março de 2014

Central Park

21:15 da noite

Chegando ao parque e saímos do carro, tinha poucas pessoas, a maioria eram casais fazendo piquenique ao luar, logo Calipso tomou a dianteira e foi nós levando cada vez mais para fundo do parque, lugares onde nunca tinha ido e todas as pessoas que nós podíamos ver no começo do parque já não eram visíveis ali.

A mata ficava cada vez mais densa tudo ali parecia gritar para nós sairmos dali e rápido, mas me abriguei a continuar a andar.

– Para onde nós estamos indo? - Perguntei tentando não demonstrar nervosismo na voz.

Vi Thalia me olhar em interrogação, percebi que ela achava que eu sabia o que estava acontecendo, mas eu sabia tanto quanto ela, que estávamos ali para resolver o nosso tormento, de algum modo Dylan Brook não irá mais nós incomodar.

Era quase surreal para mim, um mundo onde eu não tenha pensar duas vezesantes de ir para algum lugar, sabendo que ele estaria ali para arruinar tudo que queríamos fazer.

– Estamos quase chegando. - respondeu Calipso.

Assim que Calipso disse que Dylan estava envolvido devo admitir eu fiquei nervosa, alguma coisa iria dar errado, e dar muito errado, eu devia saber disso e sair o mais rápido, mesmo que fosse para voltar a pé para casa, mas não iria deixar as minhas amigas ali, convencê-las não seria problema a única que não iria desistir é Calipso, via pelo modo em que estava focada e seria e que não iria recuar por nada com ou sem nós com ela.

Por isso não me opus pelo resto do caminho, guardando as minhas inúmeras perguntas para mim mesma.

A trilha continuou do mesmo sentidopor um tempo, parecia que andávamos em círculos, como Calipso sabe por onde está indo? Será que estávamos perdidas?

– Calipso! Dá para falar logo pra onde você está nós levando e o que está acontecendo? - Falou Thalia com raiva, Calipso parou por alguns segundos tentando se acalmar e depois se virou impaciente.

– Thalia eu já disse o que está acontecendo! - ela respondeu com uma paciência forçada.

– Não! Você não disse! A única coisa que nós fez até agora é arrastar agente por essa maldita trilha! Quem nós garante que você não está perdida! Por acaso isso brincadeira de mau gosto do seu namoradinho? Por que eu tenho mais o que fazer Caly! - Disse Thalia tudo em um único fôlego e a raiva evidente na voz.

– Calma Thalia. - falou Hazel já prevendo um briga.

– Não me pesa para ficar calma! Vai falar que também não acha isso? - Não nos atrevemos a olhar para Calipso, Thalia estava certa, nós pensamos isso.

– Não vamos ter outra chance – ela parou por um estante decidindo se deveria continuar-se não acabar agora, eu não vou mais ficar aqui.

– Como assim? – Falou Hazel tirando as palavras da minha boca.

– Eu não aquento mais! Se ele continuar aqui, eu vou fugir! –

– O que? - Eu disse chocada

– Caly! - Repreendeu Thalia.

– Como pode sequer pensar nisso? E seus pais? - disse Piper tentando em vão faze-la mudar de ideia - E o Leo? Que você diz ser tão apaixonada por ele! Vai deixá-lo na pior hora! A mãe dele acabou de morrer, Caly!

– É por ele que eu tenho que ir! - Calipso revidou, como se o que disse explicasse alguma coisa.

– E nós, Calipso? Ele vai continuar atrás de nós e vai ser muito pior se você for embora!

– Sinto muito, mas vou fazer o que deve ser feito - Ela disse logo depois se virou e continuou a andar no mesmo sentido – Vamos, falta pouco.

– Calipso não acabamos nossa conversa ainda! – vendo que ela não iria parar novamente fomos atrás dela, acompanhando sua caminhada.

– Acabamos sim, a decisão é minha e vocês vão ter que aceita-la de qualquer modo!

Continuamos a tentar convencê-la, e ela dava as mesmas respostas, como se tivesse as ensaiado.

Em certo ponto parei de discutir, era uma causa perdida, ela não iria desistir e isso estava claro, logo depois Thalia, Hazel e Piper também desistiram e o único som que se escutava eram nossos passos um atrás do outro, até que Calipso parou fazendo nós quase batermos umas nas outras pela parada brusca.

– Chegamos. - Anúnciou, nós tínhamos parado em um ponto não muito diferente do que passamos pelo caminho para chegar ali, mas as árvores estavam mais longe umas das outras, o chão estava com muitas raízes e coberto grama, esse lugar poderia ser bonito se fosse de dia, mas agora nessa escuridão e nesse frio era assustador.

– Fico feliz que tenham vindo - a voz chegou antes de vermos a pessoa se aproximar, mas não precisava que ver seu rosto para saber quem era. A voz era do Dylan Brook –Mas estou confuso, não viria apenas você Calipso? – ele imergiu das sombras com seus olhos azuis brilhando de maldade e malícia.

– Elas estão aqui apenas como testemunhas. – Ela respondeu, como assim testemunhas? – Você vai embora e vai levá-lo com você, hoje à noite. – Calipso continuou com convicção sem ver nossos olhares interrogativos em sua direção, o que ela estava fazendo?

– E como vai fazer que eu faça isso? – ele perguntou, desafiando-a.

– Eu sei o que aconteceu de verdade no acidente e também tenho provas que de algum como podem acabar parando na policia, você não quer isso ou quer?

– Calipso? O que... - tentei perguntar a ela o que ela estava falando, mas assim que me pronunciei ela me encarou com um pedido silencioso para não me intrometer.

Me sopre saltei quando Dylan começou a rir, um riso histérico e alto, parecia não ter se abalado com as palavras de Calipso, ele parecia até contente.

– Do que está rindo? – perguntou Thalia tomando à dianteira.

– Eu? Bom, eu estou rindo da ironia de tudo isso! Como o mundo gira! – Ele respondeu com um sorriso presunçoso no rosto – sabe conheço uma pessoa que vai adorar saber disso.

– Conte! – Caly desafiou – Mas longe dessa cidade.

– Pode ficar calma eu vou embora.

– Você... vai? – Perguntou Hazel chocada.

– Por que faria isso? – falei incrédula.

– Pergunte a ela. – Dylan disse indicando em direção a Calipso com a cabeça – mas duvido que ela o fará.

– Calipso? – perguntou Piper – Por que você...

– Isso não importa! – ela cortou rapidamente – Você não vai voltar mais aqui, entendeu? Ou ouvir falar que está perto, eu vou...

– Eu já sei, você conta para a policia e blablabla – ele estendeu a mão para Calipso como fosse complementá-la – Um ultimo aperto de mão? – disse inocente.

Calipso andou até ele lentamente e apertou sua mão, mas quando foi retirar sua mão, ele não a soltou.

– Acho mesmo que seria tão fácil? Tão ingênua. – ele com um movimento rápido tirou uma faca com a mão livre e apontou para ela – infelizmente você trouxe suas amigas agora terei que matar as cinco, que desperdício! nem um passo ou ela morre! – ordenou para nós quatro - Vai para trás bem divagar, querida, odiaria cometer um deslize! – como mandado ela começou a andar bem devagar de costas e Dylan sempre mantendo a faca pressionada na garganta de Calipso – Bem agora quem eu mato primeiro? A loira? – ele lançou seu olhar nojento em minha direção – ou a de cabelos castanhos? Não, já se!i a morena atrevida! – ele guiou Calipso até parar ao lado de Thalia - Já volto, querida.

Ele se voltou para Thalia, ela iria mata-la depois me matar e matar as outras, eu tenho que fazer alguma coisa, mas o que?

– Parabéns Thalia! Você vai ser a primeira. - Ele levantou a mão e a desceu na face da minha amiga que deu um grito de agonia – Mas vamos nos divertir primeiro!

Corri para ajudar, já que iria morrer de qualquer jeito pelo menos causaria algum estrago nele, Dylan me viu aproximando e virou em minha direção, tentei dar um soco nele, mas ele segurou meus punhos, me imobilizando.

– Uma loira corajosa? Quem diria. – Ele me segurava perto de seu rosto, me dando náuseas.

O desespero tinha ido embora, substituído por raiva, ódio e adrenalina, não sei quando eu fiz, mas cuspi um sua cara, na hora seu sorriso presunçoso sumiu, tinha conseguido irritá-lo.

– Não devia ter feito isso. – Ele subiu o joelho fortemente na minha barriga soltando minhas mãos, a dor era intensa, cai no chão tentando inutilmente recuperar o fôlego, escutava vagamente alguém me chamando, mas não conseguir distinguir as palavras, era como se estivesse em baixo d’ água, minha cabeça girava.

Me concentrei no brilho estranho que vinha do chão, tentei me levantar, quase cai, mas me mantive em pé, fui até o brilho prateado, pegando-o nas mão quando reconheci.

A faca de Dylan.

Ele estava de costas para mim e enforcava Hazel, Não deveria ter percebido que sua faca tinha caído, tropecei até ele, quase um milagre que ele não tenha me ouvido, mas provavelmente sua euforia de matar era tão grande que não via mais nada.

– LARGA ELA! AGORA! – gritei pressionando a faca em suas costas, mas ele não a soltou e riu.

– Você não vai me matar!

– VOU SE NÃO LARGA-LA!

– Então me mate! Se tiver coragem – Ele apertou mais forte o pescoço de Hazel, ele iria matá-la e eu tinha que impedir.

Sem pensar nas conseqüências apunhalei-o e em meio ao meu terror só ouvi o som de um corpo caindo no chão.

Um cadáver.

Continua...