Diário Virtual escrita por kathe Daratrazanoff


Capítulo 8
Língua nos dentes


Notas iniciais do capítulo

Já não bastasse todos os meus trabalhos da escola, o fato de em breve eu me mudar e tantas outras coisas que vem me atrasando nas fics, veio uma tosse do caralho. Eu to malz pakas aqui :'( então leiam com muito carinho essecapítulo, to escrevendo doente. Pra vocês verem o quanto amo vocês.



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David apareceu depois de um tempinho. Quero dizer, nem demorou tanto assim. Me distraí com a televisão, estava passando reprise dos Dez Mandamentos, era aquele episódio em que Moisés abria o mar vermelho.

Então, David apareceu e eu perguntei pra ele onde raios tinha ido e feito o qué. Não desse jeito, claro, porque não dá pra falar com seu futuro marido de qualquer jeito. Eu fiquei dizendo que não tinha problema nenhum, que nem notei a falta dele. O que pra mim foi um belo de um pisão na jaca. E adivinha só o que ele me disse?

Ele disse que sabia que eu amava um sabor de sorvete exclusivo daquela sorveteria, o Flash. Era uma mistura de coco com baunilha com não sei o que mais, mas até onde eu sabia, só vendiam nos sâbados. E tipo, hoje não era sábado.

Então ele disse que foi lá nos fundos, onde eles preparavam a massa do sorvete e conversou com um cara lá pra que eles fizessem aquele sabor pra mim. E depois de tanto implorar - e de um suborno básico - eles aceitaram fazer o sabor que eu queria, só que não tinha todos os ingredientes. Então o David, pra não estragar minha surpresa, foi lá comprar.

Sabe, talvez não tenha sido tão ruim, no fim das contas, David ter lido meu diário. Porque ele agora pode fazer várias coisas que vão me agradar, porque ele leu a respeito.

Teve uma parte do meu diário onde eu escrevi o quanto amaria que David me levasse na sorveteria, no meio da semana, e desse um jeito de me arrumar o sorvete que eu queria. E isso se realizou.

Não sei como tive a capacidade de duvidar dele por um segundo. Ele é tão perfeito, um completo príncipe encantado. Eu só não sei o que fiz pra merecê-lo.

*---*---*---*---*---*

Suborno : dinheiro ou algum bem que se oferece pra alguém em troca de um favor.

Na sorveteria, eu não tinha parado pra pensar direito, mas depois, refletindo no conforto de casa... O DAVID É CORRUPTO??? Eu sei, eu sei, ele fez isso por mim. Só que, de qualquer forma, foi errado, não foi? Quero dizer, eu sei que ninguém se feriu ou algo parecido, ele só pediu pro carinha fazer a massa do sorvete que eu queria.

Devo estar sob algum tipo de estresse pós-encontro. Durou poucos minutos, porém, aquele encontro com ele mexeu comigo e estou elétrica faz horas. Acho melhor tentar ir dormir.

*---*---*---*---*---*

Alguma coisa estranha está acontecendo. Enquanto eu ia pra escola, fui topando com algumas pessoas da minha escola. Quero dizer, super normal isso. Quando se vai pra escola, você vê outros alunos indo também.

O estranho foi ver eles olhando pra mim. Sabe, apontando, como se soubessem quem eu era. Quando eu cheguei na porta da escola, até ouvi um "é ela!". As pessoas apontavam pra mim, me olhavam de cima a baixo, sussurravam e davam risadinhas. Haha.

Foi assim enquanto eu andava pelos corredores, foi assim quando cheguei na minha sala. Tipo assim, eu sei que na maior parte do tempo eu nem penteio o cabelo, e posso ter arrumado meu cabelo numa linda trança. Mas tava tão estranho assim?

Pedi lra professora pra vim para o banheiro. Me olhei no espelho, olhei minha roupa, até chequei se minha calça estava limpa e seca. Nadinha fora do normal. Então me diz, qual o motivo de tanta gente que nem conheço estar tirando sarro com a minha cara? O que foi que eu fiz de errado?

A vontade era de não sair mais do banheiro.

*---*---*---*---*---*

É, nâo pude ficar lá por muito tempo. Uma inspetora me pegou no banheiro e brigou comigo, porque segundo ela, eu estava "cabulando aula". O que era um ultraje, faça mil favores.

Primeiro porque se eu fosse matar aula, não ficaria dentro do banheiro. Sem qierer ofender, esses banheiros aqui fedem. Se eu fosse querer fugor da aula, iria pra quadra ou pra biblioteca. Aliás, eu realmente devia ter ido pra lá.

Bom, acontece que ela me escoltou até minha sala, e nâo tive escolha senão entrar. E por incrível que pareça, ainda tinha gente rindo de mim.

Teve um momento que perdi a paciência, e perguntei pro garoto atrás de mim qual era a graça.

– Um menino espalhou pra escola toda que você gosta de um tal de David, e que ele só pediu pra sair com você por piedade.

Eu iria perguntar mais a respeito, mas o " cala a boca ai atrás", da minha professora me fez ficar quieta. Só não me impediu de ficae toda vermelha de vergonha.

Porque assim, eu sei que eu gosto do David. Na verdade eu o amo, mas alguém sair por aí espalhando isso? Eu não queria nem ver.

Assim que bateu o sinal para o intervalo, fui na diretoria com toda a minha "dor de barriga" possível. Sabe como é, eu não queria ser zoada com o David por perto. E francamente, mesmo qie alguém tivesse espalhado o boato de que eu gosto do David - me surpreende ninguém aqui ter percebido antes, porque não acho que eu escondia muito bem - ainda inventaram que ele tinha pena de mim.

Sem chances. David não era esse tipo, não era mesmo. E eu só não fui até ele porque... Porque eu era covarde demais pra encarar tudo aquilo. Mas adivinha só quem eu encontrei lá na diretoria? Isso mesmo, o David.

– Escuta, Cass.. Kathe. Olha só, eu fiquei sabendo sobre esse boato que espalharam. - ele disse enquanto eu só queria vomitar. - Eu contei pra um amigo meu sobre seu diário. Não tudo, eu juro. Só disse a ele que eu li que você gostava muito de mim, e eu não sabia bem o que fazer a respeito. E ele, bocudo, saiu imventando merda por aí.

– Aham. - foi só o que eu disse, porque mais uma vez eu estava sem reação.

– Me desculpa mesmo por tudo isso, você não tem noçâo do quanto to me sentindo mal com isso.

– Sei.

– Você me desculpa mesmo? E você ta bem? Parece com uma cara estranha.

Nesse momento, a muljer que tinha ligado pra minha irmã vir me buscar apareceu, e teve que ACABAR com a minha vida

– Ela está bem sim, só com dor de barriga.

Eu juro, se naquele momento eu visse um poça, me jogava nele. Tipo aquele poço que aparece em Coraline, um bem fundo e assustador, pra que eu nunca mais subisse pra superfície.

Precisa ter visto a cara que o David fez, foi impagável. E aposto que a minha também foi. Ele disse :

– Okay, melhoras. Te vejo amanhã.

E foi embora. E tudo que eu queria fazer era gritar atrás dele :

– Espera, eu não to com dor de barriga nem vontade de ir no banheiro, eu só inventei isso pra não ter que ser zuada por ninguém no intervalo por causa do que você disse ao seu amigo!

Merda. Merda mesmo. E sabe qual foi a pior merda? Quando a minha irmã chegou pra me buscar, ela tava com uma sacolinha com uma roupa reserva. Ela achou que eu poderia ter "melado" minhas calças. E eu comecei a chorar na frente dela, e ela só me abraçou e disse que aquilo já tinha acontecido com ela também.

As coisas podem não estar indo bem, a previsão era de chuva de canivete pelos próximos dias. Mas eu tinha algo pra zoar com a minha irritante irmã sabe tudo.


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Notas finais do capítulo

E pessoal, eu to participando de um desafio esse mês com a minha fic Dastan & Tâmina. Passem por lá, quase todo dia tem capítulo novo.



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