— Vamos antepor? — Sabrina perguntou quando voltávamos da escola de mãos dadas. Tínhamos combinado de ir ao médico primeiro, mas resolvemos passar na casa dela para pegar suas coisas.

Ela já tinha arrumado tudo na noite anterior e considerando que ela só traria sua mala de roupas e o notebook, não era muita coisa.

Seus pais não estavam em casa quando saímos e Sabrina não tinha chorado até agora, o que me deixou preocupado.

Chegamos de mãos dadas na minha casa com a bagagem dela, que acabou ocupando o quarto de visitas e foi muito bem recebida pela minha mãe – coisa que teria que agradecer eternamente por isso.

Meu irmão que ainda não sabia da situação, ficou chocado. Era noite, todos já haviam ido dormir e nós estávamos na sala; eu tinha acabado de desligar a televisão porque amanhã acordaríamos cedo: era dia da consulta.

— Porque não me contou antes?

Fiz careta. Meu pai me perguntou a mesma coisa.

— Desculpe... Eu só estive com a cabeça em outro lugar.

— Relaxa. Estou extremamente feliz.

— Porque?

— Serei tio, lerdo! —Riu, e senti a situação mais leve do que antes. E minha última imagem antes de ir dormir era o sorriso do meu irmão.