Insidious escrita por Bah


Capítulo 2
Oliver Hill




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Como de costume, o despertador tocou.Acordei animada e com um fio de receio.Sentia um frio na barriga, aquele que aparece sempre que temos que enfrentar algo novo.

Coloquei um sobretudo pesado, como pedia o inverno no Maine, usei a maquiagem com bom senso e fiz uma trança que alcançava o meio das costas.

_Cici?_Chamou Lilith protegendo os olhos dos poucos filetes de sol que passavam através da cortina.

_Bom dia, mocinha.

_Como acha que vai ser o novo trabalho?

Sentei-me na cama ao seu lado enquanto lutava para as botas entrarem nos pés.

_Acho que me sairei bem...posso te contar um segredo?

_Você sabe que sim.

_Não vou trabalhar fazendo faxina...

_Você mentiu?_disse cética.

_Um pouquinho...é que na verdade vou cuidar de um cara perturbado.

_Tipo...doido?

_É, tipo isso.Tenho que ir.

Eu sabia que era errado e que não havia lógica para explicar o que eu sentia, mas eu não gostava de Oliver Hill, e chamando-o de perturbado, mesmo que não dissesse cara a cara, eu sentia como se o atingisse de alguma forma. Nunca havia visto seu rosto, nem ouvido sua voz, mas eu definitivamente não faria o menor esforço para gostar dele. Se eu tivesse metade da vida privilegiada que ele tinha trataria de ter tudo, menos esquizofrenia. É um pensamento horrível e eu me sentia péssima toda vez que tentava parar e entender o por quê dessa antipatia prematura.

Perdi a conta de quantas vezes vi mamãe contando pouco dinheiro e esfregar a testa a ponto de machucar a pele diante das contas do fim do mês, ou de quantas vezes a vi chorar por não poder pagar um tratamento psicológico para Peter e do quanto tentava provar a si mesma que era uma boa mãe, mesmo sem acreditar nisso. Eu a achava boa, dentro do possível.

Oliver Hill não tinha o direito de julgar-se um desgraçado injustiçado pela vida.

Respirei fundo, toquei a campainha e dessa vez uma empregada atendeu.

_Eu sou A...

_Sei quem você é, querida, entre_disse bem humorada_eu sou Margareth, falamo-nos ao telefone.

Ela me guiou por três lances de escada até chegar a uma porta relativamente pequena, se comparada às outras.

_O antigo quarto do garoto era em baixo_ela dizia_mas depois que começou a ficar...violento, a senhora Hill pediu para que o colocássemos no último quarto.

_Oras, mas por que? O que ele fez para ser trancafiado dentro da própria casa?

_Ele espanta as visitas, senhorita, espanta todos que chegam para fazer negócios com a patroa.Ela tentou de tudo, mas agora vive sedado.

_Mas que porra de mãe ela é!_Margareth pareceu surpresa com o meu palavreado refinado_e onde está o pai?

_Bom, deixemos certas conversas para depois, está na hora de você conhecer nosso Oliver.

"Nosso Oliver?", pensei, há pouco tempo ele não era quase um assassino em potencial? Os olhos dela brilhavam quando falava do cara.

Entrei no quarto escuro e só pude enxergar um corpo deitado por conta do sol espremido pela persiana semi aberta.Era branco demais, um pouco ameaçador e não se parecia em nada com o garoto das fotos. Os cabelos negros caiam sobre o travesseiro e a respiração era rápida. Cheguei perto o suficiente para tocá-lo, mas não o fiz.

_Oliver?_chamei com voz oscilante.

Ele se sentou na cama tão rápido que mal pude ver seu rosto. Agarrou meu braço ainda com os cabelos cobrindo o rosto. Eu estava assustada demais para falar.

_Tudo bem, Oliver, já chega_a voz de Margareth me acalmou_solte o braço da moça.

Inesperadamente ele me soltou. Parecia um bicho, encolhido, realmente miserável. De repente eu não o detestava tanto assim.
Margareth perguntou-me se podia sair e eu assenti.

_Eu...eu sou Alicia, estou aqui para te fazer companhia e te lembrar de tomar alguns remédios_tentei soar natural_mas vai ser difícil nos aproximarmos se eu não puder ver seu rosto.

Me sentei ao seu lado na cama e coloquei o indicador em seu queixo.Ele grunhiu e eu recuei por um minuto, mas tentei novamente a aproximação.Virei lentamente seu rosto até que pudesse vê-lo totalmente. Nunca vi algo parecido em toda a minha vida. Seus olhos eram tão azuis que quase não tinham cor, e as sobrancelhas negras eram tão baixas e quadradas que quase colavam-se aos cílios. Havia uma cicatriz funda em seu queixo anguloso.Era de uma beleza delicada, quase feminina, praticamente élfica.

Corei quando notei que já o analisava tempo suficiente para notar todos esses detalhes, mas ele não parecia inquieto, me analisava também.

_Seu cabelo..._ele disse enquanto tocava a ponta da trança.

A voz não parecia de um alucinado. Era bem melodiosa.

_Parece estar em chamas_completou.

Eu abaixei os olhos e umedeci os lábios.

_Talvez queira me contar um pouco de sua vida.

Ele deu um riso debochado que mais pareceu uma bufada.

_Eles não deixariam..._disse enquanto se deitava novamente.

Pensei em todas as vozes imaginárias que, em sua realidade insana, não o deixavam revelar sua identidade. Só então me lembrei do por quê de eu estar alí. Ele tinha problemas, sérios problemas. Respirei fundo e fiquei de pé.

_Bom, esse quarto não é lá o maior da casa_dei um risada nervosa_o que faz para se distrair aqui?

_Eu olho os ponteiros_desviou os olhos inexpressivos para um relógio antigo na parede_e depois durmo por causa das drogas.

Os remédios controlados, concluí.

_Só isso? Não assiste TV, não ouve músicas?

_Dói_ele disse deitando-se novamente.

_O que dói?

_Os olhos, os ouvidos, o cérebro, tudo. Só melhora quando eu durmo, Alicia. Ainda assim, nos pesadelos...eles...eles arrumam um jeito de entrar.

Me aproximei para pegar sua mão e ele se levantou bruscamente, agarrando ambos os meus pulsos, colando meu corpo na parede. Eu quis gritar, mas não consegui.

_Você...você está me machucando_minha voz saiu fraca, eu estava prestes a chorar.

_Você me olha como os outros, sabia?_ele falava entre os dentes, parecia rosnar, gotas de suor brilhavam em sua testa e escorriam em suas têmporas_você vai sair com a porra do rabo entre as pernas e espalhar que o filhinho querido dos Hill está completamente louco!_e subitamente me soltou, meu corpo colidiu com força no chão_Viva o Maine! Viva a população! Viva todos que não são Oliver Hill! Viva o chicote que corta a sua pele! Batam palmas para a rainha vermelha e sua serva, as únicas a domarem a besta!_ele batia palmas, fazia reverências e ria, como se acabasse de apresentar um show circense_Rasguem a pele! Rasguem a pele!_repetia enquanto arranhava o próprio corpo.

Margareth entrou no quarto e sem nem sequer tocá-lo e enfiou com força uma agulha em seu braço. No mesmo instante seus olhos se reviraram e ficaram completamente brancos antes de as pálpebras se fecharem totalmente. Caiu com a cabeça a milímetros das minhas pernas. Toquei, hesitante, seus cabelos e meu medo desapareceu. Eu queria desabar, mas não estava machucada, não por fora.

_Tudo bem, acho que já é o suficiente por hoje, Mitchell_disse a robusta Margareth enquanto arrastava "seu Oliver" até a cama como quem desova um corpo em um terreno baldio após um assassinato. Quis vomitar. Ela estendeu a mão para que eu pudesse me levantar e então me perguntei o por quê de eu ainda estar no chão. Aceitei a ajuda.

_Eu posso...posso me despedir dele?

Ela estranhou meu pedido.

_Então quer dizer que não vai voltar?

_Não, eu não sei...tenho que pensar, organizar meus pensamentos e, caso decida ir quero que ele saiba de algumas coisas antes.

Ela assentiu e nos deixou a sós. Sentei-me ao seu lado na cama.

_Eu...me perdoe_disse me entregando às lágrimas_não sou igual aos outros e vou te provar isso. Eu tive medo do novo, tive medo de você e me julguei superior só por não vermos as coisas do mesmo jeito, mas eu vou tentar, mesmo que isso me machuque. Vou tentar entender como as coisas funcionam pra você_passei levemente os dedos pelos arranhões que exibiam pontos de sangue em suas costas_Não se entregue, Oliver, não deixe a pressão do mundo te engolir, não deixe essas vozes abafarem quem você é. Fique em paz.

Torci para que ninguém estivesse no caminho quando chegasse em casa e, para minha sorte, a sala estava vazia. Mamãe e papai fumavam na cozinha.

Corri pelas escadas e procurei por Peter. Encontrei-o vidrado em uma pequena borboleta pousada no rodapé. Cheguei mais perto e me sentei no chão ao seu lado. Ele olhou dentro dos meus olhos e fez uma borboleta com as mãos. Coloquei-o em meu colo e o abracei o mais forte que podia sem machucá-lo. Chorei como não chorava desde os meus onze anos, a primeira e única vez em que meu pai agrediu fisicamente minha mãe. Ele não entendia o por quê dos meus soluços, mas alisava meu braço e isso era mais que suficiente. Ele só aceitava ser tocado por mim, e isso sempre valia o meu dia.

Estava exausta, não comi um pão sequer e soltei meu corpo pesado no colchão. Nada novo, afinal, no fim do dia eu sempre acabava com todas as minhas energias sugadas e com vontade de chorar, não importando o emprego.

O despertador tocou às seis no dia seguinte. O pagamento era inacreditável, mas, pelo tempo, era quase trabalho escravo. Em breve seria integral, só precisavam de uma semana de adaptação para que eu começasse a dormir no casarão.

Prendi meus cabelos em um coque, deixando um cacho solto de cada lado do rosto e vesti um vestido verde musgo de mangas compridas quente o suficiente.Dei um beijo em Lilith, já que não a vi chegar da escola no dia anterior, e cobri Peter.

Margareth me guiou até a cozinha dessa vez. Tirou uma caixa com uma quantidade absurda de remédios e me entregou um papel.

_ Vinte e cinco miligramas de Amplicitil pela manhã_ela jogou uma caneta e só então percebi que precisava anotar_duzentos e cinquenta miligramas de Clopixol durante o almoço...

A lista era enorme e me perguntei se seria capaz de fazer tudo certo.

_Bom, já tem todos os dez medicamentos do coquetel diário. Lembre-se de que os medicamentos mudam no fim de semana para os que você anotou no verso.

Eu encarava o papel e eu pensava no mal que tudo aquilo devia fazer à saúde.

_Bom, você já sabe o caminho_ela me entregou um chaveiro com pelo menos vinte chaves e fez sinal para que eu fosse para o quarto de Oliver. Eu não sabia ao certo quando aquela hostilidade tinha começado.

Respirei algumas vezes antes de entrar em seu quarto. O cenário era pior que o do dia anterior. Ele estava sentado, seus cabelos negros caíam escondendo muito mais que um par de olhos, o quarto estava limpo e ainda assim cheirava a morte. A luz se recusava a entrar e ele parecia tentar se convencer de que ainda estava vivo.

_Oliver? Está se sentindo bem?

Ele levantou a cabeça, afastando as mechas. Um machucado novo circulava seu olho direito, parecia sentir dor, mas os lábios incolores e ressecados exibiram um sorriso congelado em minha direção.

_Você voltou_uma lágrima brotou no canto de seu olho, embora sua expressão não demonstrasse alegria, ou surpresa, ou dor. Ele nem sequer tinha expressão.

_Sim, Oliver, eu voltei_disse com voz firme_mas não pensarei duas vezes em deixar essa casa caso tente me machucar de novo.

Ele desviou os olhos.

_Acha que eu estaria aqui se conseguisse controlar o que faço ou deixo de fazer com os outros?_sua voz estava mole, provavelmente muito dopado_se espera que o menino Oliver se comporte, é melhor ir de uma vez_ele riu da própria fala e jogou o corpo na cama. Fechou os olhos e começou a arranhar o prórpio travesseiro. Eu não sabia ao certo se ele chorava, ou se os olhos apenas lacrimejavam.

_Eu trouxe algo para você_ele não demonstrou interesse_eu costumava escrever nesse diário, mas então fiquei sem tempo e nunca mais usei. Pensei que você pudesse gostar de passar o tempo escrevendo sobre o que quiser.

_Obrigado_ele disse, estendendo o braço para pegar o caderno grosso, para minha surpresa.

E então levantou-se, fazendo cara de dor, deixando claro que possuia mais feridas do que eu podia ver. Parou em minha frente e eu recuei alguns passos. Ele me abraçou.

Margareth adentrou o quarto com uma seringa ainda maior que a do dia anterior e ele me soltou com brutalidade.

_Por favor, Margareth..._ele começou_eu me sinto bem.

_Tem certeza de que é necessário?_interferi.

Ela me olhou com descaso e aplicou o conteúdo da seringa em seu quadril. Ele não lutou, apenas engoliu em seco e caiu na cama inconsciente mais uma vez.

_Mas... meu deus! Por que? Ele estava bem, falou coisas coerentes comigo! Achei que esse sedativo fosse só para os ataques e...

_E você não está fazendo seu trabalho!_ela me interrompeu_apliquei porque sabia que não se lembraria. Olhe novamente o papel e faça o que é pedido. Nunca mais me diga o que fazer.

Assim que ela bateu a porta me sentei ao lado de Oliver e dei leves batidas em seu rosto.

_Oliver? Vamos, Oliver, você estava indo tão bem, precisa ficar acordado!

Ele fez um movimento imperceptível com os lábios.

_Tudo bem...você não pode lutar contra esse tipo de remédio. Vou estar aqui quando você acordar.

Fiquei algumas horas lendo com a luz fraca de um abajur na poltrona no canto do quarto. Margareth me chamou para o almoço.

Sentei-me com ela e mais dez empregados em uma mesa de madeira no jardim da casa. Nenhum dos funcionários interagia, portanto, não tentei nenhum tipo de contato, apenas terminei de comer e levei meu prato para a cozinha. Então ouvi os gritos de Oliver e um barulho de vidros quebrando. Margareth já se levantava, mas fiz sinal para que permanecesse onde estava enquanto corria escadas acima.

Ele se contorcia no chão, já sem camisa, com o corpo ainda mais machucado.

_PARE! EU NÃO FIZ NADA! FILHO DA PUTA! FILHO DA PUTA!_gritava enquanto cortava o meio das próprias pernas com um dos cacos da janela quebrada.

Não sei onde estava com a cabeça ao lançar meu próprio corpo em um homem fora de si armado com vidro, mas não ponderei muitas coisas, apenas o abracei. Ele cortou meu antebraço e continuou se debatendo por alguns segundos, mas sua respiração começou aos poucos a voltar ao normal, os gritos se cessaram e ele soltou o caco lentamente. Em poucos segundos eu tinha um homem praticamente morto em meus braços. Estava consciente, mas não tinha nenhuma reação, os olhos fitavam o teto.

Margareth entrou com outra seringa com outro tipo de veneno.

_NÃO! Ele já está o mais calmo possível, você não vai aplicar isso nele!_Ela me ignorou e continuava em nossa direção, dando petelecos na seringa, que esguichava_ Pare agora mesmo ou eu digo à senhora Hill que você não me deixa fazer a porra do meu trabalho!

Ela me fuzilou com os olhos.

_Faça com que ele se cale até a noite. A família terá visita.

Jogou um kit de primeiros socorros e bateu a porta.

Ele movimentava as narinas e finalmente lágrimas corriam, mas nenhum som escapava. Abracei seu corpo gelado e ele retribuiu com um dos braços em um movimento muito sutil.

_Tudo bem, eu preciso sentar você. Vamos cuidar desses ferimentos.

Ele não mexia um músculo sequer e tinha o dobro do meu tamanho. Optei por deitar lentamente sua cabeça no chão. Busquei um travesseiro e acomodei-o.

Suas coxas estavam dilaceradas e ele precisava urgentemente de um atendimento médico. Me levantei para pedir que providenciassem, mas, para a minha surpresa ele se levantou do chão e apanhou o kit, como se nada tivesse acontecido, como se não estivesse em choque segundos atrás.

_Vai fazer isso sozinho?_perguntei.

Ele não me respondeu, apenas agarrou o rolo de gaze, segurou meu braço machucado e fez um curativo perfeito. Eu não sabia se ria ou entrava em pânico. Ele sangrava muito e parecia nem notar.

Um homem entrou no quarto e Oliver fez um movimento brusco, como se estivesse pronto para atacar.

_Se acalme, Oliver, sou eu.

_Quem é você?_eu quis saber.

_Sou Velázquez, o médico da família, senhorita...?

_Mitchell, mas me chame de Alicia.

_Bom, Margareth mandou me chamar, disse que estava um caos aqui em cima...quanto sangue!

_Ah, sim, deve ser porque eu estou menstruada_eu disse, sarcástica_pode, por favor, cuidar das pernas dele?

Deus! Só eu via a gravidade daqueles ferimentos?

Ele riu e tirou alguns instrumentos de uma maleta preta. Oliver já estava na cama, olhava o céu através da persiana meio aberta. O dr. Velázquez passava a agulha e a linha pela sua carne sem nenhuma anestesia e ele nem sequer se movia. Me sentei ao seu lado na cama e apertei sua mão. Podia não demonstrar, ou desviar os próprios pensamentos para outro lugar em momentos de dor, mas ainda assim a sentia, obviamente, e eu não queria que ele sofresse sozinho.

_Rapaz, essa parte pode doer_ disse o doutor, fazendo caretas, como se suas próprias pernas estivessem feridas. Juro que pude ver um sorriso brotar nos lábios de Oliver diante dessa frase.

Depois de alguns bons minutos e muitas faixas para cobrir todos aqueles cortes, Velázquez se dirigia à porta.

_Bom, obrigada_eu disse em um aperto de mão_e sobre aquilo do sangue, me desculpa, eu...

Ele penas assentiu com um sorriso e acenou para Oliver, que continuava alheio a tudo o que ocorria.

_Como está se sentindo?_peguei novamente sua mão.

_Vivo.

Eu me deitei ao seu lado. Estávamos com o rosto mais próximo do que nunca. Aquele lugar me dava náuseas e um cansaço mental indescritível, mas, quando os ataques cessavam-se, eu sentia, pela primeira vez, que estava onde realmente deveria estar. Eu estava em casa.

_Alicia...

_Sim?

Ele não disse mais nada, mas eu assenti, dando-lhe a certeza de que conseguia ler o que seu olhar me dizia: "Não me deixe."


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