Sailor Moon Legacy escrita por Goth-Lady


Capítulo 2
Annie


Notas iniciais do capítulo

As postagens sairão conforme o andamento dos capítulos.



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Sentada na cama em seu quarto azul, acompanhada de um bom livro, estava uma garota de longos cabelos azuis e olhos da mesma cor. Lia vorazmente cada página, tão submersa que o tempo parecia ter parado. Seu nome era Annie Mizuno, filha de Ami e Zoisite e nova Sailor Mercury.

Annie tinha uma vida relativamente normal e um futuro brilhante, vivia com seus pais no bairro nobre aos arredores do palácio, onde as sailors moravam, e que tinha passagem direta para o Castelo de Cristal para caso se ocorresse algum problema, as sailors não estariam longe do castelo.

— Annie, você está aí? – Perguntou seu pai batendo à porta antes de abri-la.

— Sim, pai? Não era para estar cuidando da ronda do castelo?

— Só passei aqui para ver como você estava.

— Estou bem. Aconteceu alguma coisa?

— Não que eu saiba. Querida, vai passar as férias inteiras lendo?

— Não só lendo. Aproveitei para estudar um pouco das matérias da escola.

— Você parece a sua mãe.

— Obrigada.

— Isso não foi um elogio. Já pensou em sair com as suas amigas, se divertir ou fazer alguma coisa que não envolva livros e cadernos?

— Tipo, paquerar garotos?

— De jeito nenhum! Nenhum garoto pervertido vai se aproximar do meu bebezinho e tirá-lo de mim! – Disse a abraçando de forma protetora e fazendo um grande drama.

Por mais que fosse um general respeitado conhecido por sua calmaria, Zoisite se tornava o típico pai enciumado e superprotetor toda vez que falassem de namoro envolvendo sua filha ou se um rapaz se aproximasse dela.

Quando Zoisite tinha retornado do estado de pedra e reencontrado Ami, sua personalidade não tinha mudado em nada, tanto que ele tinha feito inúmeros jogos de sedução com ela e os resultados que obtinha eram ótimos, tanto que acabaram casando e tendo Annie. Se fosse verdade que as filhas se casavam com homens parecidos com os pais, isso significava que sua filha tinha se tornado um imã para pervertidos piores que ele, por causa disso tinha se tornado tão dramático. Annie já estava acostumada com as crises de ciúmes de seu pai.

— Pai, pode me soltar? Preciso me arrumar porque tenho que devolver alguns livros na biblioteca.

— Somente você e sua mãe para salvarem a biblioteca neste século.

— Não somos somente eu e a mamãe, muita gente prefere livros impressos em papel a livros digitais.

— No século passado talvez.

— Então nasci no século errado.

— Eu falei para a sua mãe te termos antes.

— Podemos parar com esse assunto, por favor?

— Claro. Você se parece muito com a sua mãe. Quando entra em uma biblioteca, não sai tão fácil.

— Você nunca conseguiu tirá-la de lá, não é mesmo?

— Não, tanto que te concebemos em uma.

— Eu não precisava saber disso.

— Tenho que voltar ao trabalho juízo, hein.

Assim que o Shintenou saiu, Annie se trocou. Colocou uma blusa de manga comprida lavanda, uma blusa de alcinhas azul com detalhes e laços lavanda, uma saia cinza e sapatilhas rosa claras com tiras brancas nos tornozelos. Assim que terminou de se vestir, pegou uma bolsa azul, onde colocou os livros, e saiu.

Muita coisa tinha mudado, a tecnologia tinha evoluído e a sociedade também. Não que fosse o tempo em que todos usavam roupas cromadas e pistolas a laser e andavam em carros voadores, na verdade isso ficava apenas em filmes de ficção científica. Os carros tinham se tornado não poluentes e ecológicos, a energia que abastecia a cidade e o mundo era renovável, o papel fora substituído por papel digital em computadores, tablets e celulares, a homossexualidade não era mais visto como tabu e sim algo normal e aceito, homens e mulheres ganhavam o mesmo salário sem discriminação, as pessoas usavam mais o transporte público do que carros e os outdoors de papel foram substituídos por neon.

Annie percorreu o caminho para a biblioteca de Tókio. Ao entrar, dirigiu-se ao balcão onde estava um velhinho calvo.

— Boa tarde, senhor Kamitaka.

— Olá Annie. Em que posso ajudá-la?

— Vim devolver estes livros e pegar outros. As novidades chegaram?

— Infelizmente não. Com a digitalização do papel, poucas são as impressões de livros. Graças a pessoas como você que ainda há demanda por livros impressos.

— Entendo.

— Leon, pode cuidar disso para mim? Preciso descansar, minha coluna não é mais a mesma.

Um garoto de cabelo cor de mel e olhos azuis que não deveria ter mais de 16 anos, vestindo uma blusa branca, casaco azul, calça bege e sapatos marrons, se aproximou da mesa. Annie sentiu suas pernas tremerem e a sensação de que poderia cair no primeiro passo que desse. Ela nunca o tinha visto na vida. Ao observar o rapaz mais de perto, ela notou os pequenos fiapos de barba. O senhor os deixou sozinhos e se encaminhou para as fileiras de livros segurando uma pilha.

— Veio devolvê-los, não? – Annie só assentiu com a cabeça. – Preciso que me entregue os livros.

Annie demorou um pouco para atender ao pedido do rapaz. Ele pegou os livros e começou a verificar os registros no computador de tela touch. Annie estava inquieta. Queria saber um pouco mais sobre o rapaz, mas não sabia o que falar. Resolveu improvisar algo.

— Eu nunca te vi por aqui.

— É porque eu comecei a trabalhar como meu avô esse ano. Os tempos são difíceis e a coluna dele não é mais a mesma e esse trabalho é a única fonte de renda que temos para pagar as contas.

— Não sabia que o Senhor Kamitaka tinha um neto.

— Ele não fala muito de mim, geralmente está enfurnado aqui com seus livros.

— Entendo. Em que colégio você estuda?

— Já passei dessa fase. – Riu gentilmente. – Agora estou cursando jornalismo na faculdade.

— Faculdade?!

Annie estava incrédula. Ele não parecia ser tão velho assim, na verdade aparentava ter a mesma idade que ela. O rapaz desatou a rir.

— Tenho 19 anos se quiser saber. – Annie corou. – Deixe-me adivinhar, pensou que eu ainda estava na escola por ainda aparentar ser um garoto do colegial.

— Como...?

— Pela sua cara. Você não é a primeira a fazer essa cara quando descobre sobre minha idade. Muitas meninas já passaram por isso. Na verdade acontece sempre, geralmente quando querem me chamar para sair.

A azulada ficou extremamente vermelha e tentou esconder o rosto com a franja. Quando o loiro disse que estava tudo certo quanto à devolução, a garota saiu correndo do prédio e só se deu conta que estava quase em casa quando parou para respirar. Seu coração batia acelerado não só pela corrida com pelo sentimento estranho e pela vergonha.

— Céus! Que mancada! – Exclamou enquanto batia com a mão na própria testa.

Achou por bem voltar para casa, mas então percebeu que tinha esquecido a bolsa na biblioteca e o pior, seu celular estava lá. A contragosto, teve que refazer o caminho até a biblioteca ou seria indagada sobre o celular perdido ou pior, se sua mãe ligasse e ela não atendesse, ou ainda pior, se seu pai ligasse. Não podia dizer que tinha perdido o celular ou esquecido, pois seus pais sabiam que era responsável e não tinha ideia de que história inventar para eles.

Assim que chegou à biblioteca, parou hesitou por alguns instantes antes de respirar fundo e entrar. Novamente se dirigiu ao balcão, onde Leon estava.

— Acho que deixei minha bolsa aqui.

— Ah, claro. – Disse meio envergonhado. – Desculpe por antes. Essa é a primeira vez que vejo uma garota correr assim.

— As outras garotas não se espantam quando diz algo daquele tipo?

— Na verdade não, parece que ao descobrir que sou mais velho o interesse aumenta. Isso é chato, quer dizer, eu pareço um daqueles senpais daqueles jogos de menina?

— Parece.

— Droga. – Disse fazendo pose dramática que fez a azulada rir. – A propósito, sua bolsa.

— Obrigada.

— E me desculpe te assustei. Vamos começar de novo. Sou Leon Kamitaka, e você?

— Annie, Annie Mizuno.

— Bem, Annie, você conhece o meu avô?

— Sim, eu sempre venho aqui pegar livros. Eu gosto mais do papel do que das telas.

— É bom achar alguém assim. Não gosto muito de ler pelas telas, mas infelizmente nãoé o que acontece.

— E a faculdade, como é?

— Não é muito diferente da escola, a diferença é que é pior que a escola. O tempo passa rápido demais e os prazos são mais curtos. É tanto trabalho pra fazer e aulas para assistir que às vezes desejo voltar para a escola.

— Irei me lembrar disso quando for para lá.

— Você tem muito tempo ainda. Quantos anos têm, afinal, 14?

— 16.

— Ih, o pior está por vir.

— Não acredito que esteja.

— Haha, todos dizem isso.

Depois da conversa, Annie saiu da biblioteca e retornou para casa. Seus pais ainda não tinham chegado, então foi para o quarto e abriu o livro escolar para estudar antes de começarem as aulas, já que não pegou nenhum livro emprestado, mas não conseguiu se concentrar, pois pensava no que tinha acontecido e aquele sentimento estranho que sentia. Que sensação era aquela? Seria atração? Paixão? Amor? Ela não sabia dizer e isso a irritava. Resolveu por fechar o livro e se jogar na cama, fitando o teto. Talvez perguntasse a alguém sobre isso, mas isso seria uma questão para outro dia.

http://orig02.deviantart.net/8010/f/2015/279/c/9/annie_mizuno_by_zukery-d9c53be.jpg 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Pois bem, com tem muita coisa modificada, os capítulos demorarão a sair, mas vale à pena dar uma lida.



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