Sabe quando você lê em algum lugar que o olhar da pessoa conseguiu despir todos seus sentimentos? Eu sempre achei que era uma frase de efeito, algo inventado para criaturas como eu, ou como a Murta, fiquem sonhando acordada com tal olhar. Mas Hugo o usou em mim, e por um breve minuto me vi agarrando e beijando-o até que não restasse mais nada. Não o fiz. Sou boa em imaginação não tanto em ações.

— Eu sei que os sentimentos cresceram, você ficou ainda mais neurótica em relação ao termo “príncipe encantado”. – Hugo diz e sinto como se fosse um tapa na cara. – Ainda usa aquela lista idiota?

Lembro-me de quando fiz a lista “as dez características mais importantes em um príncipe encantado da Lily Luna Potter”, eu tinha oito anos, e estava apaixonada por clássicos trouxas. Li a lista para Hugo, e ainda acrescentei que ele não se encaixava em nada.

— Qual lista? – Me faço de desentendida.

— Cabelos loiros brilhantes, andar donaire, olhos expressivos, dentes brancos como leite, nunca assistir desenhos trouxas. – Ele revira os olhos. – Você nem sabia o que era andar donaire copiou isso da lista da Rose.

Estou chocada. Ele se lembra de tudo.

— Hugo, eu...