Teus Olhos Meus escrita por Felipe Perdigão
Notas iniciais do capítulo
Olá leitores, olha quem voltou.
Mais rápido do que eu imaginava.
Espero que gostem!
Ah, espero também que o próximo capítulo também seja postado logo.
Não deixem de comentar, favoritar, recomendar pro papai, pra mamãe, pra titia, pro primo, pra empregada, pro patrão... É sério mesmo! Vocês não sabem como isso é importante para nós escritores e não custa nem dois minutos.
MARCOS
Se tem uma coisa que eu queria poder fazer nessa vida é poder ler a mente do meu namorado, mas, ao contrário disso, quanto mais eu tento lê-lo, mais eu me confundo. O pior é que esse ser tem todo um passado antes de mim, e é um passado do qual ele não gosta muito de falar. “INFERNO”. Eu me sinto inútil em não saber o que fazer pra deixa-lo melhor.
Eu preciso que ele me mostre o caminho.
Nós estamos há mais ou menos um ano juntos e eu não sei como confortá-lo.
Que desgraça!
Ele precisa parar de se recusar a responder.
Eu não quero mais ir jantar com esse homem porque sinto que eu nunca vou saber o que ele sente e tudo que eu queria é que ele confiasse o seu mundo em minhas mãos, mas parece que isso nunca vai acontecer.
“MERDA”, bradei ao jogar uma caneta no chão na tentativa de descontar a raiva.
Eu tenho respeitado o espaço de Antônio, mas não sei até quando aguentarei isso.
Esses pensamentos me atordoaram durante todo o dia. Trabalhei a tarde inteira inquieto, com o peito apertado.
Isso tem que se resolver...
Depois de uma eternidade, o horário do expediente chegou.
Não quis nem tomar banho no vestiário, fui direto ao estacionamento e peguei o primeiro ônibus da empresa que me deixaria perto de casa.
Eu estava tão aflito que passei o trajeto inteiro projetando formas de como abordar meu namorado e questioná-lo sobre o que está acontecendo dentro de sua mente.
Se esse filho da puta arrombado não me disser, eu não sei mais o que fazer.
Por mensagem, combinamos o horário e o local d nosso encontro. Como ainda faltava algumas horas, tomei um banho extremamente quente, me enrolei em um robe de algodão e fiquei jogado no sofá lendo o conteúdo da aula do dia seguinte. Bem, notei que meu desempenho acadêmico melhorou bastante desde que passei a ir pra a aula sabendo do que o professor iria falar, então, não abriria mão disso nunca mais.
Mas agora é melhor eu me apreçar. Já é hora e se tem uma coisa que Tom me fez questão de mostrar é que ele odeia atrasos.
Coloquei a primeira blusa social que encontrei no armário, coloquei uma calça escura e um Oxford preto.
Pronto. Eu estava pronto.
Hmm... Quase pronto.
Escovei os dentes e passei o seu perfume favorito.
Caminhei até o espelho da parede e me encarei. Faltava algo.
Peguei meu relógio no criado mudo e o ajeitei no pulso.
Agora sim.
“Caralho, eu sou muito gostoso”, ri enquanto ajeitava a gola da camisa.
Chequei o celular e havia uma mensagem do me namorado de alguns minutos atrás avisando que estava saindo de casa.
Logo ele estaria ali.
Senti um frio na barriga.
Meus pensamentos começaram a formar uma tempestade dentro da minha cabeça. Eu queria muito gritar e sair correndo em fuga.
Agora era tarde, o ouvi buzinar.
Peguei uma pastilha de cereja e saí.
Ao entrar no carro, ele elogiou a cor bonina da minha blusa e colocou sua mão em meu maxilar. Antônio me puxou para um beijo. O retribui sentindo o calor da sua boca enquanto seu cheiro me arrepiava da nuca aos pés.
Não consigo explicar o fogo que esse homem desperta em mim.
Quando meus desejos mais carnais estavam sendo despertados ele me soltou.
— Como você está, baby boy?
— Cansado, mas não posso reclamar — respondi enquanto passava suavemente a costas da minha mão em seu cabelo.
— Isso é bom — ele retribuiu o sorriso. — Você não vai acreditar no que aconteceu mais cedo!
— Só dá pra eu acreditar se você me contar — repousei a mão em sua coxa enquanto ele dirigia.
— Hoje eu saí para meditar — ele me olhou.
— Desde quando você é a Yoga Jones de Orange Is The New Black?
— Besta...
— Continue, desculpe-me.
— Então, eu dirigi até uma cachoeira...
— Pera ai — o interrompi. — Você foi até uma cachoeira e não me levou? — Fiz bico.
— Você estava no estágio, senhor dramático.
— Poxa, mas poderíamos ter combinado.
— Mas amor, eu não programei, me deu na telha e fui — explicou Tom.
— Então prossiga — franzi o cenho.
— Pois então, depois de meditar, eu caí no sono... No meio do mato!
— Deus me dibre, parece até enredo daqueles filmes de suspense escrotos que meu irmão gosta de assistir — ri de nervoso.
— Vai escutando, você não sabe do pior — ele desviou o olhar da pista e me encarou. — Eu estava completamente nu.
“Ih... Que história mais estranha”, pensei.
— Ai, tá, né! Estava eu lá dormindo na paz de Gandhi quando me acordaram... Quando me dei conta, Marcos do céu, era um aluno meu.
— Como assim? — Cerrei os dentes e questionei, assustado.
— Lauro, seu nome.
— Meu veterano.
— Sim, ele mesmo.
— Estava ele e um amigo, Abel.
— Acho que sei quem é — balancei a cabeça negativamente. — Mas por que você está me contando isso? — Indaguei.
— Porque você é meu namorado, poxa. Quero compartilhar meu dia a dia com você.
— Bem, estranho você querer dividir algo, não é mesmo?
— Não estou entendendo o ponto.
— Esquece o jantar, ok?
— Como assim?
— Passe em algum drive-thru e vamos para um local mais reservado conversar.
— Tudo bem — ele assentiu.
— Continuamos em silêncio até comprarmos nosso lance. Lembramos de um dos mirantes da cidade e nos dirigimos até lá para conversarmos sem o perigo de nos envolvermos em um acidente de transito.
— Então, pode começar a falar — ele me encarava enquanto mergulhava uma batata frita no milk shake vegan.
— Eu sinto que você não confia em mim — disse.
Ele continuou me encarando.
— Era para eu ser seu porto seguro, Antônio, mas a cada dia que passa eu sinto que o seu navio está mais distante. — Completei.
— Amor — sua voz vibrou — eu me sinto um poço de água residuária.
— Água o que? — O interrompi, mais uma vez.
— De esgoto.
O encarei sem entender o que ele estava tentando me dizer.
— É como se eu não quisesse regar sua linda plantação de girassóis, pois tenho medo de poluí-lo.
— É estupido da sua parte pensar assim, agir assim.
— Estúpido? Eu estou tentando te privar desse lixo humano que sou.
— Você não é assim, você é maravilhoso! — Afirmei. — Você só está cego por uma negatividade que é extremamente vulgar.
— Vai tomar no cu, meu anjo — caçoou. — Acusar pessoas com transtorno psicológico de negativo é no mínimo desumano. Como se a gente escolhesse ser assim.
— Me desculpa.
— Do que adianta falar que te desculpo, que está tudo bem, sendo que na verdade sua fala repercutirá por cada célula do meu corpo por um bom tempo?
— Então quer dizer que te faço mal?
— Não, mas não acho que você tenha a capacidade de entender meus problemas.
— Acho melhor você continuar a vida comigo ao seu lado somente como aluno — dei um gole no suco. — Afinal, nem para amigo eu sirvo, n
— Você está levando a conversa para um lado que não compreendo.
— É fácil de entender: não faço o pré-requisito para ser amigo de Antônio.
— Marcos — vi seus olhos se encherem de lágrimas. — É melhor cada um seguir o seu rumo.
— Acabamos por aqui?
— Não tenho mais nada para falar contigo no momento, professor.
— Ótimo! Vamos, e deixo em casa.
— Não precisa, pego um táxi.
Ele não insistiu.
O vi levantar e entrar no carro.
As lágrimas foram inevitáveis.
Estava acabado.
Aquele amor que enfrentei montanhas para vivê-lo, estava acabado.
Mas quer saber? Não vou ficar aqui remoendo mágoas. Vou para o bar e que se dane.
Não demorou muito e achei um táxi, disse pra onde queria ir e pedi pra desligar o rádio. Eu estava com muita dor de cabeça naquele momento.
Perdido em pensamentos, peguei meu celular e sem pestanejar digitei um número.
“Alô, André?”
“Marcos? O que quer?”
“E aí, quer tomar uma comigo no centro da cidade?”
“Não estou entendendo, é alguma pegadinha?”
“É sim ou não?”
“Me envie o endereço e eu estarei lá.”
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O que acharam desse capítulo? O que acha que vai acontecer daqui pra frente? Será que TOM está chegando ao fim?
Comentar em uma fic é mostrar para o autor o quanto
você respeita e gosta da historia. Não custa nada e não
demora dois minutos, então por que não comentar?
Com certeza todos que leem essa nota já escreveram algo
e viram como é ruim escrever para as paredes. Muitos desistem,
outros desanimam.
Então faça uma forcinha, nem que seja para dizer que amou
ou odiou. Com toda certeza o autor se sentira melhor.