Teus Olhos Meus escrita por Felipe Perdigão


Capítulo 31
XXX — Onde Eu Estava Não Fazia Sol.


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, olha quem voltou.
Mais rápido do que eu imaginava.
Espero que gostem!
Ah, espero também que o próximo capítulo também seja postado logo.
Não deixem de comentar, favoritar, recomendar pro papai, pra mamãe, pra titia, pro primo, pra empregada, pro patrão... É sério mesmo! Vocês não sabem como isso é importante para nós escritores e não custa nem dois minutos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/649810/chapter/31

MARCOS

Se tem uma coisa que eu queria poder fazer nessa vida é poder ler a mente do meu namorado, mas, ao contrário disso, quanto mais eu tento lê-lo, mais eu me confundo. O pior é que esse ser tem todo um passado antes de mim, e é um passado do qual ele não gosta muito de falar. “INFERNO”. Eu me sinto inútil em não saber o que fazer pra deixa-lo melhor.

Eu preciso que ele me mostre o caminho.

Nós estamos há mais ou menos um ano juntos e eu não sei como confortá-lo.

Que desgraça!

Ele precisa parar de se recusar a responder.

Eu não quero mais ir jantar com esse homem porque sinto que eu nunca vou saber o que ele sente e tudo que eu queria é que ele confiasse o seu mundo em minhas mãos, mas parece que isso nunca vai acontecer.

“MERDA”, bradei ao jogar uma caneta no chão na tentativa de descontar a raiva.

Eu tenho respeitado o espaço de Antônio, mas não sei até quando aguentarei isso.

Esses pensamentos me atordoaram durante todo o dia. Trabalhei a tarde inteira inquieto, com o peito apertado.

Isso tem que se resolver...

Depois de uma eternidade, o horário do expediente chegou.

Não quis nem tomar banho no vestiário, fui direto ao estacionamento e peguei o primeiro ônibus da empresa que me deixaria perto de casa.

Eu estava tão aflito que passei o trajeto inteiro projetando formas de como abordar meu namorado e questioná-lo sobre o que está acontecendo dentro de sua mente.

Se esse filho da puta arrombado não me disser, eu não sei mais o que fazer.

Por mensagem, combinamos o horário e o local d nosso encontro. Como ainda faltava algumas horas, tomei um banho extremamente quente, me enrolei em um robe de algodão e fiquei jogado no sofá lendo o conteúdo da aula do dia seguinte. Bem, notei que meu desempenho acadêmico melhorou bastante desde que passei a ir pra a aula sabendo do que o professor iria falar, então, não abriria mão disso nunca mais.

Mas agora é melhor eu me apreçar. Já é hora e se tem uma coisa que Tom me fez questão de mostrar é que ele odeia atrasos.

Coloquei a primeira blusa social que encontrei no armário, coloquei uma calça escura e um Oxford preto.

Pronto. Eu estava pronto.

Hmm... Quase pronto.

Escovei os dentes e passei o seu perfume favorito.

Caminhei até o espelho da parede e me encarei. Faltava algo.

Peguei meu relógio no criado mudo e o ajeitei no pulso.

Agora sim.

“Caralho, eu sou muito gostoso”, ri enquanto ajeitava a gola da camisa.

Chequei o celular e havia uma mensagem do me namorado de alguns minutos atrás avisando que estava saindo de casa.

Logo ele estaria ali.

Senti um frio na barriga.

Meus pensamentos começaram a formar uma tempestade dentro da minha cabeça. Eu queria muito gritar e sair correndo em fuga.

Agora era tarde, o ouvi buzinar.

Peguei uma pastilha de cereja e saí.

Ao entrar no carro, ele elogiou a cor bonina da minha blusa e colocou sua mão em meu maxilar. Antônio me puxou para um beijo. O retribui sentindo o calor da sua boca enquanto seu cheiro me arrepiava da nuca aos pés.

Não consigo explicar o fogo que esse homem desperta em mim.

Quando meus desejos mais carnais estavam sendo despertados ele me soltou.

— Como você está, baby boy?

— Cansado, mas não posso reclamar — respondi enquanto passava suavemente a costas da minha mão em seu cabelo.

— Isso é bom — ele retribuiu o sorriso. — Você não vai acreditar no que aconteceu mais cedo!

— Só dá pra eu acreditar se você me contar — repousei a mão em sua coxa enquanto ele dirigia.

— Hoje eu saí para meditar — ele me olhou.

— Desde quando você é a Yoga Jones de Orange Is The New Black?

— Besta...

— Continue, desculpe-me.

— Então, eu dirigi até uma cachoeira...

— Pera ai — o interrompi. — Você foi até uma cachoeira e não me levou? — Fiz bico.

— Você estava no estágio, senhor dramático.

— Poxa, mas poderíamos ter combinado.

— Mas amor, eu não programei, me deu na telha e fui — explicou Tom.

— Então prossiga — franzi o cenho.

— Pois então, depois de meditar, eu caí no sono... No meio do mato!

— Deus me dibre, parece até enredo daqueles filmes de suspense escrotos que meu irmão gosta de assistir — ri de nervoso.

— Vai escutando, você não sabe do pior — ele desviou o olhar da pista e me encarou. — Eu estava completamente nu.

Ih... Que história mais estranha”, pensei.

— Ai, tá, né! Estava eu lá dormindo na paz de Gandhi quando me acordaram... Quando me dei conta, Marcos do céu, era um aluno meu.

— Como assim? — Cerrei os dentes e questionei, assustado.

— Lauro, seu nome.

— Meu veterano.

— Sim, ele mesmo.

— Estava ele e um amigo, Abel.

— Acho que sei quem é — balancei a cabeça negativamente. — Mas por que você está me contando isso? — Indaguei.

— Porque você é meu namorado, poxa. Quero compartilhar meu dia a dia com você.

— Bem, estranho você querer dividir algo, não é mesmo?

— Não estou entendendo o ponto.

— Esquece o jantar, ok?

— Como assim?

— Passe em algum drive-thru e vamos para um local mais reservado conversar.

— Tudo bem — ele assentiu.

— Continuamos em silêncio até comprarmos nosso lance. Lembramos de um dos mirantes da cidade e nos dirigimos até lá para conversarmos sem o perigo de nos envolvermos em um acidente de transito.

— Então, pode começar a falar — ele me encarava enquanto mergulhava uma batata frita no milk shake vegan.

— Eu sinto que você não confia em mim — disse.

Ele continuou me encarando.

— Era para eu ser seu porto seguro, Antônio, mas a cada dia que passa eu sinto que o seu navio está mais distante. — Completei.

— Amor — sua voz vibrou — eu me sinto um poço de água residuária.

— Água o que? — O interrompi, mais uma vez.

— De esgoto.

O encarei sem entender o que ele estava tentando me dizer.

— É como se eu não quisesse regar sua linda plantação de girassóis, pois tenho medo de poluí-lo.

— É estupido da sua parte pensar assim, agir assim.

— Estúpido? Eu estou tentando te privar desse lixo humano que sou.

— Você não é assim, você é maravilhoso! — Afirmei. — Você só está cego por uma negatividade que é extremamente vulgar.

— Vai tomar no cu, meu anjo — caçoou. — Acusar pessoas com transtorno psicológico de negativo é no mínimo desumano. Como se a gente escolhesse ser assim.

— Me desculpa.

— Do que adianta falar que te desculpo, que está tudo bem, sendo que na verdade sua fala repercutirá por cada célula do meu corpo por um bom tempo?

— Então quer dizer que te faço mal?

— Não, mas não acho que você tenha a capacidade de entender meus problemas.

— Acho melhor você continuar a vida comigo ao seu lado somente como aluno — dei um gole no suco. — Afinal, nem para amigo eu sirvo, n

— Você está levando a conversa para um lado que não compreendo.

— É fácil de entender: não faço o pré-requisito para ser amigo de Antônio.

— Marcos — vi seus olhos se encherem de lágrimas. — É melhor cada um seguir o seu rumo.

— Acabamos por aqui?

— Não tenho mais nada para falar contigo no momento, professor.

— Ótimo! Vamos, e deixo em casa.

— Não precisa, pego um táxi.

Ele não insistiu.

O vi levantar e entrar no carro.

As lágrimas foram inevitáveis.

Estava acabado.

Aquele amor que enfrentei montanhas para vivê-lo, estava acabado.

Mas quer saber? Não vou ficar aqui remoendo mágoas. Vou para o bar e que se dane.

Não demorou muito e achei um táxi, disse pra onde queria ir e pedi pra desligar o rádio. Eu estava com muita dor de cabeça naquele momento.

Perdido em pensamentos, peguei meu celular e sem pestanejar digitei um número.

“Alô, André?”

“Marcos? O que quer?”

“E aí, quer tomar uma comigo no centro da cidade?”

“Não estou entendendo, é alguma pegadinha?”

“É sim ou não?”

“Me envie o endereço e eu estarei lá.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam desse capítulo? O que acha que vai acontecer daqui pra frente? Será que TOM está chegando ao fim?
Comentar em uma fic é mostrar para o autor o quanto
você respeita e gosta da historia. Não custa nada e não
demora dois minutos, então por que não comentar?

Com certeza todos que leem essa nota já escreveram algo
e viram como é ruim escrever para as paredes. Muitos desistem,
outros desanimam.

Então faça uma forcinha, nem que seja para dizer que amou
ou odiou. Com toda certeza o autor se sentira melhor.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Teus Olhos Meus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.