Teus Olhos Meus escrita por Felipe Perdigão


Capítulo 19
XVIII — Phatos, Ágape & Philia.


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, olha quem voltou pela segunda vez no dia.
Consegui cumprir com a promessa e estou aqui com o segundo capítulo pra tirar o atraso.
Eu estou muito feliz com os comentários e queria dizer que: VOCÊS SÃO OS LEITORES MAIS QUERIDOS DO MUNDO.
Vejo vocês no próximo sábado sem falta!
Não deixem de comentar, favoritar, recomendar pro papai, pra mamãe, pra titia, pro primo, pra empregada, pro patrão... É sério mesmo! Vocês não sabem como isso é importante para nós escritores e não custa nem dois minutos.



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MARCOS

Quantas transas serão necessárias pra eu me acostumar com a ideia que eu estou perdidamente apaixonado por você?

O zelo, as covinhas, o cheiro e o jeito que ele sorri enquanto fala comigo me fazem sentir no paraíso.

Eu estou com uma vontade danada de te entregar todos os beijos que não te dei Antônio.

Você não sabe o quão me parte o coração te ver magoado.

Se fizesse ideia pelo menos se esforçaria pra demonstrar está tudo bem.

O que mais me parte o coração é não saber o que aconteceu pra você ficar assim na presença dele.

Eu só queria te aninhar.

Aliás, você está demorando muito no banho, não?

Bati na porta.

— Está tudo bem? — Perguntei temendo a resposta.

— Não. Mas, tudo bem, nem sempre estamos na melhor! — Ele abriu a porta e saiu trajando apenas uma camiseta larga.

— Eu estou preocupado.

— Não fique.

— Preocupar-me com a pessoa que eu amo faz parte. — Disse.

— Existe uma insegurança dentro de mim e... Ela me faz sentir sem valor, sabe? Como se eu fosse uma decepção pra família e amigos. Isso me faz sentir isolado e sem esperança. — Antônio argumentou. — E o que Antônio fez comigo no passado só piora esse sentimento.

— Seus amigos te amam! Você é um grande exemplo para nós. E, mesmo não conhecendo ninguém da sua família tenho certeza que também é motivo de felicidade para eles. — O deitei em meu colo e comecei a fazer cafuné.

— Quebrado, desesperado e emocionalmente vazio. — Ele sussurrou. — Esse tipo de sentimento continua em mim como cicatrizes... para a vida toda.

Antônio me mostrou o pulso cheio de cicatrizes na horizontal.

Eu...

Eu não sei o que dizer.

Comecei a chorar desesperadamente e o puxei para mais perto do meu peito.

— Me promete que nunca mais fará isso? — Perguntei em soluços.

— Costumam dizer que o tempo cura, mas o tempo não é a cura para os meus problemas. Já se faz dez anos e eu continuo a sentir cada cicatriz incomodar quando me lembro das vezes em que eu estava perdido e sem esperança e ele me acalmou...

— Se ele te fez bem, por que tanto ódio?

— O mal que ele me fez foi muito pior.

Eu não sabia mais o que falar.

O virei de lado e deitamos de conchinha.

Algumas horas depois acordei com o vibrar constante do meu celular. Para a minha infelicidade era Caio.

“O que foi?”. Questionei.

“Como assim ‘o que foi?’ seu merda?”. Ele gritou. Estou preocupado!”

“O que aconteceu pra você estar preocupado?”

“Seus pais me ligaram três vezes hoje perguntando se eu tinha notícias de você e eles nunca fizeram isso.”

“Eles só estão assim porque...” Pausei a fala pensando se realmente deveria me abrir com meu primo.

“Por quê?”

“Nada... Daqui a pouco estarei em casa.” Respondi.

“Precisamos ter uma conversa séria, você está muito mudado.”.

“Pessoas mudam.”.

Desliguei o telefone.

Talvez Caio estivesse certo...  Estava na hora de eu voltar para casa e encarar os meus pais.

É.

É exatamente isso que vou fazer.

Digitei uma mensagem explicando o motivo de eu ir embora repentinamente e enviei para o celular de Antônio.

Fiz carinho na orelha de Vênus e tomei meu rumo para a zona pobre da cidade. A qual eu pertencia.

[...]

Cheguei em casa e como de costume, meus pais e meu irmão estavam sentados juntos na sala a assistir televisão. A típica família tradicional brasileira. Meu irmão deveria estar estudando, mas não, estava lá a ver uma novela bíblica enquanto mexe no celular. Menos de seis meses para o vestibular e não quer saber de estudar. Eu não falo mais nada. Nada.

Irritado com aquela situação, não fiz esforços pra abrir a boca para dar boa noite e atravessei o ambiente em direção ao meu quarto.

— Mas que absurdo! — Meu pai gritou.

Sabia que ele estava se referindo a mim, mas não estava com paciência.

Encostei a porta e sem ao menos tirar o tênis me joguei na cama.

Segundos depois ouvir um som da porta sendo empurrada contra a parede.

— Que diabos está acontecendo? — Indaguei.

— Olha como você fala comigo. — Meu pai adentrou o quarto. — Caso você tenha esquecido, ainda sou seu pai.

— Quem começou com a falta de respeito foi o senhor. — Respondi.

— Você está muito estranho. O que está acontecendo?

— Estranho? Eu nem tenho ficado em casa pra não estragar o modelo de família perfeita de vocês.

— Está vendo mulher? A culpa é toda sua! Não soube criar esse moleque e agora sou obrigado a ouvir esses desaforos. — Ele gritou.

— Não a coloque no meio disso. — Exigi. — Se estivesse preocupado com a minha criação... Teria feito parte dela.

Fora inevitável o tapa que recebi na face do meu próprio pai.

Ele começou a chorar.

— Sai do meu quarto. — Ordenei apontando o dedo para a porta. — Agora.

Meu pai continuou ali parado me encarando.

Levantei e me impus novamente.

— Sai do meu quarto agora! — Gritei.

E assim ele tomou rumo a sala onde minha mãe estava descabelada de tanto chorar.

Passei a trinca na porta, coloquei umas roupas em uma mala, peguei meus eletrônicos e coisas da faculdade e acomodei juntos das minhas vestes e depois de ter pensado se aquilo era o melhor se fazer, chamei um táxi.

Com os olhos cheios de lágrimas minha mãe berrava meu nome na tentativa de me fazer ficar.

— Marcos! Marcos, meu filho! Não faça isso! Marcos! Não aja de cabeça quente. Seu pai, nós te amamos.

— Acho que ele tem que mudar o conceito de amor. — Respondi ainda sentindo meu rosto arder.

Assim que o táxi chegou joguei minha bagagem no porta malas e pulei para dentro do carro.

Escutei minha mãe me suplicar pra ficar mais uma vez.

— Te darei notícias. — Disse seco.

[...]

No caminho liguei para meu primo e perguntei se ele se incomodaria se eu passasse algum tempo em sua casa. Mesmo desconfiado ele disse que não haveria problemas nenhum nisso.

Ao chegar, fui direto para seu quarto. Pelo horário, meus tios já estavam dormindo.

Ao abrir a porta do quarto me deparei com meu primo trajando apenas uma cueca boxes branca e com uma enorme fatia de pizza de pepperoni. Tive que me segurar para não ficar o encarando.

Estamos cansados de tomar banhos juntos e tudo mais, sabe, essas coisas de camarada... E nunca olhei para ele diferente. É melhor continuar assim!

Fora que... Ele é meu primo! Isso é muito estranho.

Ele deixou as duas últimas fatias da caixa para mim.

Assim que acabei de comer ele começou a me encarar.

Aquilo estava começando a me deixar sem jeito.

— Estou esperando. — Ele disse.

— O que? — Me fiz de desentendido mesmo sabendo o que eu estava prestes a encarar.

— Qual é, vai tentar mentir pra mim que está a seu lado desde antes de nascermos?

— Não faz sentido nenhum o que você disse.

— Não importa, somos de exatas e você entendeu o que eu quis dizer com a frase que eu disse então responda! — Fiquei me perguntando se ele disse isso propositalmente.

— Quer saber porque vim para sua casa? — Franzi o cenho. — A marca da mão do seu tio já sumiu da minha cara? — Ri. — Pensei que ainda estava visível.

— Eu te disse que eles estavam preocupados.

— Preocupado com o que Caio?

— Não sei... — Ele disse. — Com o que eles deveriam estar?

— Ah, por favor, né? Olha a minha idade. Não sou mais um garoto.

— Você podia ter cinquenta anos. Eles ainda são seus pais e vão continuar se importando até o dia em que a morte separar vocês.

— Isso é ridículo.

— Você pelo menos tentou conversar?

— E você acha que da pra conversar com aqueles dois? — Fiz uma pausa. — E... eles jamais entenderiam.

— Você sabe que ponde contar comigo né? — Ele me deu um tapa nas costas.

Fui interrompido pelo meu celular tocando.

Corri pra ver quem era. Temia ser meu irmão com más notícias.

Mas... Era Antônio.

“Alô.”.

“Vi sua mensagem...”.

“Você está melhor?”

“Sim. E você, onde está?”

“Na casa de Caio.”.

“Entendi.”. Sua voz seca me preocupou.

“Preciso desligar. Daqui a pouco te envio uma mensagem de texto.”.

“Tudo bem. Boa sorte?”.

“Obrigado. Boa noite.”.

— É por causa dele né? — Caio disse com uma expressão que eu jamais havia o visto esboçar. — Você está diferente por causa desse veado?!


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Notas finais do capítulo

SEGURA ESSA MARIMBA MONAMU.
Agora Marcos arrumou pra cabeça!

Comentar em uma fic é mostrar para o autor o quanto
você respeita e gosta da historia. Não custa nada e não
demora dois minutos, então por que não comentar?

Com certeza todos que leêm essa nota já escreveram algo
e viram como é ruim escrever para as paredes. Muitos desistem,
outros desanimam.

Então faça uma forcinha, nem que seja para dizer que amou
ou odiou. Com toda certeza o autor se sentira melhor.



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